Mais de 10 mil pessoas já visitaram a exposição itinerante que fica em
cartaz na cidade até o próximo dia 30 de novembro
Na semana em que São Carlos
comemora 156 anos, a exposição Cabeça Dinossauro contabilizou a marca de 10
mil visitantes. Sediada no hall da biblioteca Achille Bassi, no Instituto de
Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, a exposição
itinerante permanece em cartaz até o próximo dia 30 de novembro.
Alunos da escola municipal Janete Maria Martinelli Lia em visita à exposição |
“Nossa expectativa é ultrapassar
a marca de 14 mil visitantes, pois atingimos nossa meta original – que era 10
mil pessoas – praticamente um mês antes do final da exposição”, contou a presidente
da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC, Solange Rezende. Ela
revelou que, até o final de novembro, estão agendadas visitas de cerca de 23
grupos por semana.
A exposição itinerante já passou
por Coração de Jesus (em Minas Gerais), Ribeirão Preto e Bauru, onde foi
registrado o maior número de visitantes: 12,6 mil pessoas. “Com certeza, São
Carlos vai ultrapassar o número de visitantes alcançado em Bauru. Esse alto
índice de visitação faz jus ao título de Cidade do Conhecimento. Podemos dizer
que essa exposição é também um presente para São Carlos, caracterizada por uma população
que busca o saber”, acrescentou Rezende. Ela também destacou a importância da
parceira estabelecida com a Secretaria Municipal de Educação e com a Diretoria
Regional de Ensino, possibilitando que as escolas da região visitassem a
exposição.
Organizada pelos museus de
Ciências e de Zoologia da USP, Cabeça Dinossauro reúne diversos fósseis,
incluindo a réplica do crânio mais completo já encontrado no Brasil do grupo de
dinossauros conhecido como titanossauros. Para o monitor Renan Gebara, que está
cursando o 4º ano de Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar), o crânio é, de fato, o auge da exposição. “Os
estudantes que vêm aqui costumam me perguntar se esse é o crânio de verdade do
dinossauro, eu explico que aqui temos uma réplica, pois o crânio precisa ficar
no laboratório do Museu de Zoologia da Universidade, onde ainda está sendo
estudado pelos pesquisadores”, disse.
Gebara contou também que, quando
fez o curso preparatório para se tornar monitor da exposição, imaginou que sua
maior dificuldade seria abordar o público para poder explicar os diversos
conteúdos teóricos que ali são apresentados: “Eu me surpreendi muito porque as
pessoas fazem questionamentos, as crianças perguntam muito e algumas têm um
conhecimento prévio impressionante, já sabem o que é um fóssil, por que os
dinossauros foram extintos, o que é um asteroide”.
Gebara em frente à réplica do crânio mais completo de titanossauro já encontrado no Brasil |
A maioria dos visitantes se
surpreende mesmo com a reprodução do Tapuiasaurus
macedoi – feita em resina por um artista plástico e carinhosamente
apelidado de Jesuíno –, um gigante
que mede 4,5 metros de altura e 11 de comprimento. Mas esse não foi o caso da
estudante Letícia Giacomo, 11 anos, que cursa o 7º ano do ensino fundamental na escola estadual Fúlvio Morganti, em Ibaté. “Eu gostei mesmo é daquela ave de
ossos escuros, porque foi uma das primeiras aves, era carnívora e não voava,
apenas corria”, disse Giacomo.
A colega de escola de Giacomo,
Viviane Cristina Duarte, 14 anos, que cursa o 9º ano do ensino fundamental,
gostou tanto da exposição que declarou: “Quero voltar com a minha família e
mostrar tudo o que aprendi aqui”.
Para o estudante Alexsander
Vilela, 9 anos, que está no 3º ano do ensino fundamental na escola municipal
Janete Maria Martinelli Lia, em São Carlos, a grande surpresa da visita foi
descobrir que os crocodilos de antigamente eram muito diferentes dos que
encontramos atualmente.
Espaço educativo – Para aliar o lúdico ao aprendizado trazido pela exposição, criou-se um espaço educativo destinado especialmente às crianças, onde foram disponibilizados livros, desenhos e muitos papeis coloridos para origami. No dia 10 de outubro, a educadora Márcia Lourenço, do Museu de Zoologia da USP, conduziu uma oficina especialmente para os monitores da exposição no intuito de ensiná-los a arte de construir réplicas de alguns animais por meio da técnica do origami.
Alunas da escola estadual Fúlvio Morganti vieram de Ibaté |
Espaço educativo – Para aliar o lúdico ao aprendizado trazido pela exposição, criou-se um espaço educativo destinado especialmente às crianças, onde foram disponibilizados livros, desenhos e muitos papeis coloridos para origami. No dia 10 de outubro, a educadora Márcia Lourenço, do Museu de Zoologia da USP, conduziu uma oficina especialmente para os monitores da exposição no intuito de ensiná-los a arte de construir réplicas de alguns animais por meio da técnica do origami.
A educadora ministrou workshop para os monitores da exposição |
“As crianças gostam de fazer
trabalhos manuais e de levar algo para casa como lembrança da exposição. Essa
também é uma forma de multiplicar o aprendizado, pois elas mostram o origami
para os pais e os convidam para também visitar a exposição”, explicou Lourenço.
Para a educadora, o origami é uma técnica rica, divertida e simples: “Pensamos
em algumas opções de fácil elaboração, uma delas pode ser feita até por uma
criança de cinco anos”.
Na opinião de Lourenço, apesar do
gigante Jesuíno chamar muito a atenção do público devido ao seu tamanho, a
riqueza da exposição está no fato de apresentar peças que, em termos
científicos, são tão ou mais importantes do que o grande Tapuiasaurus macedoi. “Há uma peça valiosíssima – o Archaeopteryx –
que é uma forma intermediária entre os dinossauros e as aves. Ele é pequeno e,
exatamente por isso, não está no imaginário das pessoas. Mas ele nos traz marcas
da existência de penas, um relevante sinal da evolução e da relação dos
dinossauros com as aves”. O pequeno animal tornou-se famoso devido ao trabalho
do pesquisador Thomas Huxley, publicado em 1869, no qual ele sugere, pela
primeira vez, uma relação de parentesco entre as aves e os dinossauros. Huxley
era amigo de Charles Darwin. Na exposição, o Archaeopteryx encontra-se exposto
em uma placa.
No próximo feriado, dia 15 de
novembro, sexta-feira, Cabeça Dinossauro estará aberta ao público de São
Carlos e região das 9h às 17h30. Lembrando que o horário de funcionamento da
exposição é de terça a sexta-feira, das 9h às 17h30, sendo que as
quartas-feiras permanece aberta até as 22 horas e, aos sábados, funciona das 9h
às 12h.
Onde: Hall da biblioteca Prof. Achille Bassi, no ICMC (Av. Trabalhador São Carlense, 400)
Quando: de 10/09 a 30/11
Horário: terça a sexta-feira, das 9h às 17h30; quartas até as 22 horas e sábados até as 12h.
Site: www.dino.icmc.usp.br
Mais informações: (16) 3373-9146 / apoioacad@icmc.usp.br
Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP