quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Último mês para conferir exposição Cabeça Dinossauro na USP em São Carlos

Mais de 10 mil pessoas já visitaram a exposição itinerante que fica em cartaz na cidade até o próximo dia 30 de novembro


Alunos da escola municipal Janete Maria Martinelli
Lia em visita à exposição
Na semana em que São Carlos comemora 156 anos, a exposição Cabeça Dinossauro contabilizou a marca de 10 mil visitantes. Sediada no hall da biblioteca Achille Bassi, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, a exposição itinerante permanece em cartaz até o próximo dia 30 de novembro.

“Nossa expectativa é ultrapassar a marca de 14 mil visitantes, pois atingimos nossa meta original – que era 10 mil pessoas – praticamente um mês antes do final da exposição”, contou a presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC, Solange Rezende. Ela revelou que, até o final de novembro, estão agendadas visitas de cerca de 23 grupos por semana.

A exposição itinerante já passou por Coração de Jesus (em Minas Gerais), Ribeirão Preto e Bauru, onde foi registrado o maior número de visitantes: 12,6 mil pessoas. “Com certeza, São Carlos vai ultrapassar o número de visitantes alcançado em Bauru. Esse alto índice de visitação faz jus ao título de Cidade do Conhecimento. Podemos dizer que essa exposição é também um presente para São Carlos, caracterizada por uma população que busca o saber”, acrescentou Rezende. Ela também destacou a importância da parceira estabelecida com a Secretaria Municipal de Educação e com a Diretoria Regional de Ensino, possibilitando que as escolas da região visitassem a exposição.

Organizada pelos museus de Ciências e de Zoologia da USP, Cabeça Dinossauro reúne diversos fósseis, incluindo a réplica do crânio mais completo já encontrado no Brasil do grupo de dinossauros conhecido como titanossauros. Para o monitor Renan Gebara, que está cursando o 4º ano de Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o crânio é, de fato, o auge da exposição. “Os estudantes que vêm aqui costumam me perguntar se esse é o crânio de verdade do dinossauro, eu explico que aqui temos uma réplica, pois o crânio precisa ficar no laboratório do Museu de Zoologia da Universidade, onde ainda está sendo estudado pelos pesquisadores”, disse.

Gebara em frente à réplica do crânio mais completo de
titanossauro já encontrado no Brasil
Gebara contou também que, quando fez o curso preparatório para se tornar monitor da exposição, imaginou que sua maior dificuldade seria abordar o público para poder explicar os diversos conteúdos teóricos que ali são apresentados: “Eu me surpreendi muito porque as pessoas fazem questionamentos, as crianças perguntam muito e algumas têm um conhecimento prévio impressionante, já sabem o que é um fóssil, por que os dinossauros foram extintos, o que é um asteroide”.

A maioria dos visitantes se surpreende mesmo com a reprodução do Tapuiasaurus macedoi – feita em resina por um artista plástico e carinhosamente apelidado de Jesuíno –, um gigante que mede 4,5 metros de altura e 11 de comprimento. Mas esse não foi o caso da estudante Letícia Giacomo, 11 anos, que cursa o 7º ano do ensino fundamental na escola estadual Fúlvio Morganti, em Ibaté. “Eu gostei mesmo é daquela ave de ossos escuros, porque foi uma das primeiras aves, era carnívora e não voava, apenas corria”, disse Giacomo.

A colega de escola de Giacomo, Viviane Cristina Duarte, 14 anos, que cursa o 9º ano do ensino fundamental, gostou tanto da exposição que declarou: “Quero voltar com a minha família e mostrar tudo o que aprendi aqui”.

Para o estudante Alexsander Vilela, 9 anos, que está no 3º ano do ensino fundamental na escola municipal Janete Maria Martinelli Lia, em São Carlos, a grande surpresa da visita foi descobrir que os crocodilos de antigamente eram muito diferentes dos que encontramos atualmente.

Alunas da escola estadual Fúlvio Morganti vieram de Ibaté

Espaço educativo – Para aliar o lúdico ao aprendizado trazido pela exposição, criou-se um espaço educativo destinado especialmente às crianças, onde foram disponibilizados livros, desenhos e muitos papeis coloridos para origami. No dia 10 de outubro, a educadora Márcia Lourenço, do Museu de Zoologia da USP, conduziu uma oficina especialmente para os monitores da exposição no intuito de ensiná-los a arte de construir réplicas de alguns animais por meio da técnica do origami.

A educadora ministrou workshop para os monitores da exposição
“As crianças gostam de fazer trabalhos manuais e de levar algo para casa como lembrança da exposição. Essa também é uma forma de multiplicar o aprendizado, pois elas mostram o origami para os pais e os convidam para também visitar a exposição”, explicou Lourenço. Para a educadora, o origami é uma técnica rica, divertida e simples: “Pensamos em algumas opções de fácil elaboração, uma delas pode ser feita até por uma criança de cinco anos”.

Na opinião de Lourenço, apesar do gigante Jesuíno chamar muito a atenção do público devido ao seu tamanho, a riqueza da exposição está no fato de apresentar peças que, em termos científicos, são tão ou mais importantes do que o grande Tapuiasaurus macedoi. “Há uma peça valiosíssima – o Archaeopteryx – que é uma forma intermediária entre os dinossauros e as aves. Ele é pequeno e, exatamente por isso, não está no imaginário das pessoas. Mas ele nos traz marcas da existência de penas, um relevante sinal da evolução e da relação dos dinossauros com as aves”. O pequeno animal tornou-se famoso devido ao trabalho do pesquisador Thomas Huxley, publicado em 1869, no qual ele sugere, pela primeira vez, uma relação de parentesco entre as aves e os dinossauros. Huxley era amigo de Charles Darwin. Na exposição, o Archaeopteryx encontra-se exposto em uma placa.

No próximo feriado, dia 15 de novembro, sexta-feira, Cabeça Dinossauro estará aberta ao público de São Carlos e região das 9h às 17h30. Lembrando que o horário de funcionamento da exposição é de terça a sexta-feira, das 9h às 17h30, sendo que as quartas-feiras permanece aberta até as 22 horas e, aos sábados, funciona das 9h às 12h.

Exposição Cabeça Dinossauro: o novo titã brasileiro
Onde: Hall da biblioteca Prof. Achille Bassi, no ICMC (Av. Trabalhador São Carlense, 400)
Quando: de 10/09 a 30/11
Horário: terça a sexta-feira, das 9h às 17h30; quartas até as 22 horas e sábados até as 12h.
Site: www.dino.icmc.usp.br
Mais informações: (16) 3373-9146 / apoioacad@icmc.usp.br


Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP