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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

O mais avançado Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial do Brasil terá núcleo em São Carlos

Com recursos da IBM, da FAPESP e da USP, iniciativa é resultado da maior parceria já estabelecida no País entre o setor acadêmico e uma empresa de tecnologia da informação para a colaboração em inteligência artificial

Sede principal do projeto será no Centro de Pesquisa e Inovação InovaUSP, localizado na Cidade Universitária, em São Paulo
(crédito da imagem: Isabella Velleda - Jornal do Campus)

Conhecida como a capital da tecnologia, São Carlos está no mapa do mais avançado Centro de Pesquisa em Engenharia em Inteligência Artificial do Brasil. Com recursos que virão da IBM, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da USP, o novo Centro terá um de seus núcleos no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), localizado no campus da Universidade em São Carlos. 

“O Brasil tem hoje uma comunidade científica forte em inteligência artificial que pode fazer grandes contribuições em áreas nas quais o Brasil tem chance real de ser líder internacional ou já lidera de alguma forma. Agora, com o novo centro de pesquisa, podemos catalisar os esforços”, explicou o coordenador do projeto, Fabio Cozman, durante o evento IBM Research Brasil Colloquium 2019 – os caminhos da inteligência artificial no Brasil, em São Paulo. 

Professor da Escola Politécnica da USP, Cozman estará no ICMC na quarta-feira, 28 de novembro, para apresentar o projeto do novo Centro de Inteligência Artificial. O evento é gratuito, aberto a todos os interessados e acontecerá no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, a partir das 17 horas. No evento, o público poderá compreender como funcionará o projeto e, ao final da apresentação, esclarecer as dúvidas. 

Com início das atividades previsto para o começo de 2020, o projeto terá como sede principal o Centro de Pesquisa e Inovação InovaUSP, localizado na Cidade Universitária, em São Paulo. A iniciativa agrega mais de 60 pesquisadores da USP e das universidades Estadual Paulista (UNESP) e Estadual de Campinas (UNICAMP), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Centro Universitário FEI e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Considerando apenas os cientistas vinculados à USP, há pesquisadores de 14 unidades e expressiva participação de professores do ICMC, tornando o Instituto um dos principais polos do novo projeto. 

“Para São Carlos e para o ICMC, é extremamente relevante fazer parte do primeiro centro de inteligência artificial de grande porte do Brasil. O impacto dessa área na sociedade, especialmente considerando os empregos e o controle de informações em massa, demanda um posicionamento urgente do nosso País em relação ao assunto”, explica o professor Fernando Osório, do ICMC, que será o coordenador de difusão e comunicação do novo centro. “Os países mais desenvolvidos já estão fazendo isso e não podemos ficar para trás”, completa. 

Osório destaca que, logo após a divulgação de que a USP sediaria o novo centro, o que aconteceu em 4 de outubro durante o evento da IBM, houve também o anúncio de que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) articulava a criação de mais centros de pesquisa na área. Tal como a iniciativa da IBM-FAPESP-USP, esses futuros centros devem ser constituídos a partir de chamadas em editais, estabelecendo parcerias público-privadas, além de ficarem instalados em universidades e institutos de pesquisa em São Paulo e em outros estados do país.

O professor Fernando Osório (o quarto em pé da esquerda para a direita) com a equipe do Laboratório de Robótica Móvel do ICMC, que tem realizado vários projetos em parceria com empresas. Um exemplo é o caminhão autônomo desenvolvido junto com a Scania. Com a implantação do novo Centro de Inteligência Artificial, a ideia é que mais iniciativas como essas sejam implementadas.

Investimento – Com financiamento de até 10 anos, IBM e FAPESP reservarão, cada uma, até US$ 500 mil anualmente para implementar o projeto, que contará com avaliações periódicas das atividades. Já a USP, por sua vez, investirá até US$ 1 milhão por ano em instalações físicas, laboratórios, professores, técnicos e administradores para gerir o centro. 

O projeto foi desenvolvido para abarcar aplicações de inteligência artificial em eixos de pesquisa envolvendo aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural, recursos naturais (óleo e gás), agronegócio, meio ambiente, finanças e saúde. Essas áreas também são foco do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil. Haverá, ainda, um eixo transversal: inteligência artificial e sociedade, que contará com a contribuição de pesquisadores das ciências humanas, ligados a áreas como ciências políticas, direito e economia. Estão previstos, por exemplo, estudos sobre as implicações socioeconômicas da inteligência artificial na sociedade, contribuindo para debates que envolvam questões sobre ética, relação homem-máquina, privacidade e trabalho. 

“Nosso objetivo é levar a pesquisa em inteligência artificial no país a um novo patamar, com o intuito de beneficiar a sociedade. Estamos interessados em discutir como essa tecnologia pode ser melhor aproveitada pela sociedade”, conclui Cozman.



Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 
Com informações da Agência FAPESP, da Assessoria de Comunicação da IBM e da USP 


Apresentação do novo Centro de Pesquisa em Engenharia em Inteligência Artificial do Brasil 
Quando: quinta-feira, 28 de novembro, às 17 horas 
Onde: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC 
Endereço: avenida Trabalhador são-carlense, 400, São Carlos 
Atenção: o evento é aberto a todos os interessados e não demanda inscrições prévias


Saiba mais

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Pesquisa com humanos: entenda as questões éticas e esclareça suas dúvidas na USP São Carlos


No dia 21 de novembro, cientistas terão a oportunidade de conhecer como funcionam os Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos durante duas palestras gratuitas e abertas a todos os interessados



Como um cientista deve agir para realizar uma pesquisa com seres humanos? Quais são as principais questões éticas que devem ser levadas em conta? Como funcionam os Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos e quando é preciso que uma pesquisa seja aprovada por um desses comitês? Perguntas como essas serão respondidas em dois eventos que acontecerão no campus da USP, em São Carlos, na tarde de quinta-feira, 21 de novembro. 

É neste dia que a professora Ana Paula Magalhães Tacconi, assessora de programas e eventos da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, falará sobre Ética na Pesquisa com Seres Humanos em dois diferentes espaços e momentos: das 14 às 15h45, ela estará no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC); das 16h15 às 18 horas, é a vez da professora falar no auditório Paulo de Camargo e Almeida, no Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU). 

As duas atividades são abertas a todos os interessados, gratuitas e não demandam inscrições prévias. Além de assistir à apresentação, o público poderá esclarecer suas dúvidas diretamente com a especialista. Vinculada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Ana Paula integra o Comitê de Boas Práticas em Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade e o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Psicologia da USP. 

“A boa pesquisa não se desenvolve sem a ética. Ela é parte integrante da ciência e pressuposto da atuação de todo pesquisador”, esclarece a professora. “A ética pauta nossas relações com nossos sujeitos e objetos de pesquisa e a integridade no tratamento dos dados e das publicações. Mas também perpassa nossa interação com nossos pares e com nossa própria biografia”, completa. 

Contexto em mudança – Segundo Ana Paula, a ética na pesquisa, tanto quanto as demais manifestações da cultura humana, constituiu-se historicamente. Não é à toa que padrões de investigação empregados até bem pouco tempo atrás, nos dias de hoje, são considerados inaceitáveis. Por isso, é necessário que as instituições de ensino e pesquisa se empenhem em um trabalho de conscientização que implica informar e esclarecer os pesquisadores a respeito da agenda da ética em pesquisa. 

“A moderna investigação científica pauta-se por padrões éticos rigorosos e bem definidos. Os códigos de conduta em instituições de ensino e pesquisa ao redor do mundo pressupõem, para além da boa conduta no manejo dos dados, a preservação da integridade física e psíquica dos participantes da pesquisa”, explica a docente. 

Para ela, a relação entre ética e conhecimento comporta ao menos duas facetas: “Por um lado, na medida em que as condições para a solução de um determinado problema se encontram à disposição dos cientistas, eles têm o dever ético de empregar seu esforço no sentido de saná-lo. Por outro lado, ao passo que o conhecimento tende ao ilimitado, cabe à ética impor-lhe limites no sentido de preservar a integridade de pessoas e ecossistemas”.

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC

Com apoio de Henrique Fontes, da Assessoria de Comunicação do IAU

Mais informações
Comissão de Pesquisa do ICMC: (16) 3373-8876 ou pesquisa@icmc.usp.br
Comissão de Pesquisa do IAU: (16) 3373-8765 ou cpqiau@sc.usp.br

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Pós-graduação na USP São Carlos: inscrições abertas nas áreas de computação, matemática e estatística

Três programas de pós-graduação do ICMC oferecem oportunidades para quem deseja ingressar no mestrado, no doutorado ou no doutorado direto

Pesquisadores destacam que a USP, em São Carlos, agrega qualidade de vida e excelência em ensino, pesquisa e extensão

Quem sonha fazer mestrado, doutorado ou doutorado direto na melhor universidade do Brasil nas áreas de matemática, computação ou estatística já pode se inscrever nos processos seletivos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Para ler os editais dos três programas de pós-graduação do Instituto que estão com inscrições abertas, ficar sabendo quais são os prazos e como funcionará as etapas da seleção de cada um, basta acessar este link: www.icmc.usp.br/pos-graduacao/ingresso. Os selecionados ingressarão nos programas no primeiro semestre de 2020. 

A oportunidade de conciliar a escolha por uma universidade de alto padrão, classificada como a melhor da América Latina em vários rankings, com uma ótima qualidade de vida tem atraído cada vez mais estudantes para a USP, em São Carlos. Entre as vantagens que os alunos destacam está o fato de conseguirem morar perto da Universidade, gastando pouco tempo nos deslocamentos; poderem ser orientados por uma equipe de professores altamente qualificados, que atuam em mais de 30 diferentes grupos de pesquisa; e, ainda, contar com uma infraestrutura capaz de suprir todas as necessidades de um pós-graduando. 

Computação – “São Carlos é uma cidade de médio porte, acolhedora e que oferece um curso de pós-graduação em Ciência da Computação e Matemática Computacional que é classificado com a melhor nota pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a nota 7. Isso permite termos o melhor dos mundo na USP em São Carlos, agregando qualidade de vida e qualidade em ensino e formação de recursos humanos”, destaca a coordenadora do de Pós-Graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional (PPG-CCMC) do ICMC, professora Kalinka Castelo Branco. Em todo Brasil, existem hoje 77 programas de pós-graduação na área de computação, mas apenas sete deles receberam nota máxima na última avaliação quadrienal realizada pela CAPES. 

Quem deseja ingressar no mestrado do PPG-CCMC pode se inscrever gratuitamente até dia 31 de outubro; já aqueles que pretender entrar no doutorado ou no doutorado direto podem efetuar a inscrição em qualquer época do ano, já que o ingresso ocorre em fluxo contínuo. Para participar, basta acessar este link: www.icmc.usp.br/pos-graduacao/ppgccmc/ingresso

Matemática – Um ambiente excitante para discutir e aprender matemática. É assim que o professor Daniel Smania define o ICMC. O Programa de Pós-Graduação em Matemática (PPG-Mat) do Instituto também é um dos melhores da área no país, sendo reconhecido com nota máxima (7) na última avaliação realizada pela CAPES. 

“A tradição e qualidade do programa abre, ainda, oportunidades para financiamentos, parcerias e intercâmbios, com a vinda constante de pesquisadores do todo o mundo, o que contribui para a formação de nossos alunos”, explica Smania, que coordena PPG-Mat. “O custo de vida é menor do que nas grandes cidades. E o campus compacto, bem localizado e convidativo ajuda muito na integração dos alunos”, completa. 

As inscrições para mestrado e doutorado no PPG-Mat estão abertas até dia 30 de outubro. Quem deseja ingressar no mestrado do Programa pode se inscrever gratuitamente por meio deste link: icmc.usp.br/e/92842. Já aqueles que pretendem entrar no doutorado podem efetuar a inscrição neste endereço: www.icmc.usp.br/e/d1234. Mais informações podem ser obtidas no site do programa: www.icmc.usp.br/pos-graduacao/ppgmat/ingresso

Estatística – O Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Estatística (PIPGEs) é resultado de uma parceria entre o ICMC e o Departamento de Estatística da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O principal objetivo do PIPGEs é a formação de pesquisadores com atuação direta na modelagem, descrição e estimação de fenômenos aleatórios, assim como na sua aplicação na indústria e em áreas como medicina e biologia, dentre outras. 

As inscrições para ingressar no mestrado, no doutorado e no doutorado direto do PIPGES podem ser realizadas até dia 28 de novembro. Saiba mais acessando este link: www.icmc.usp.br/pos-graduacao/pipges/ingresso

Outros programas – Além desses três programas, o ICMC oferece dois mestrados profissionais: o Mestrado Profissional em Matemática, Estatística e Computação Aplicadas à Indústria (MECAI) e o Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (ProfMat), oferecido em parceria com a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). 

No ano passado, o Instituto criou, ainda, um novo curso de pós-graduação à distância para formar especialistas em computação aplicada à educação. Qualquer pessoa com formação universitária pode se inscrever nessa iniciativa, já que não é necessário possuir conhecimento prévio na área de computação e programação. 

Em São Carlos, o custo de vida é menor do que nas grandes cidades

Texto: Assessoria de comunicação do ICMC/USP 
Fotos: Nilton Junior/ArtyPhotos

Programa de Pós-Graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional 
Edital para o mestrado: icmc.usp.br/e/d4c6f (inscrições até 31 de outubro) 
Edital para o doutorado (fluxo contínuo): icmc.usp.br/e/91f48
Edital para o doutorado direto (fluxo contínuo): icmc.usp.br/e/12b0e

Programa de Pós-Graduação em Matemática (inscrições até 30 de outubro)
Edital para o mestrado: icmc.usp.br/e/fd528
Edital para o doutorado: icmc.usp.br/e/4eeac

Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Estatística (inscrições até 28 de novembro) 
Edital para o mestrado: icmc.usp.br/e/a5949
Edital para o doutorado: icmc.usp.br/e/9c06e
Edital para o doutorado direto: icmc.usp.br/e/b8aeb

Mais informações 
Sobre a Pós-Graduação do ICMC: https://www.icmc.usp.br/pos-graduacao
Serviço de Pós-Graduação do ICMC: (16) 3373.9638 

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Inscrições abertas para o Simpósio de Matemática para a Graduação

Evento é oportunidade para alunos de graduação apresentarem seus primeiros trabalhos acadêmicos, discutirem os rumos da área e ampliarem conhecimentos

SiM promove discussões multidisciplinares para as áreas de matemática,
matemática aplicada e educação matemática (foto: Denise Casatti)

O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos sediará no período de 19 a 23 de agosto a 22ª edição do Simpósio de Matemática para a Graduação (SiM). O evento traz atividades e discussões multidisciplinares para as áreas de matemática, matemática aplicada e educação matemática com a participação de estudantes, professores e grupos de pesquisa do ICMC e de outras instituições. 

Podem participar do simpósio alunos de graduação, professores e docentes do nível superior interessados em matemática e suas aplicações. O SiM também incentiva os alunos a apresentarem seus projetos e conhecerem trabalhos de outros alunos que realizam iniciação científica em diferentes áreas da matemática. Interessados podem fazer a submissão até dia 2 de agosto, sexta-feira. Os resumos serão publicados em um livro eletrônico, com ISBN.

Com atividades também abertas a alunos do ensino médio, as inscrições antecipadas podem ser feitas até dia 11 de agosto no site do evento. O valor da inscrição online é de R$ 14,75. Após esta data, as inscrições serão realizadas presenciais, durante o evento. O valor será de R$ 15 e deverá ser pago em dinheiro. 

Participantes da edição de 2018 do SiM (foto: Denise Casatti)

Programação – “A mesa-redonda de ex-alunos do ICMC é um ponto forte da programação, em que egressos de vários cursos de matemática dão depoimentos sobre suas carreiras profissionais, sucessos e os desafios enfrentados”, comenta uma das coordenadoras do evento, a professora Edna Zuffi. Entre outros destaques da programação está uma mesa redonda com professores do ICMC sobre diversidade, a participação do Grupo de Apoio Psicopedagógico (GAPsi), a premiação dos melhores alunos dos cursos de Bacharelado em Matemática, Licenciatura em Matemática e Bacharelado em Matemática Aplicada e Computação Científica no ano de 2018 e uma apresentação do Coral do USP São Carlos. A programação completa estará disponível no site do evento a partir de 13 de agosto. 

Promovido conjuntamente pelos Departamentos de Matemática (SMA) e de Matemática Aplicada e Estatística (SME) do ICMC, o SiM faz parte de um programa de valorização do ensino na graduação e suas relações com atividades de extensão, promovendo a divulgação da área de matemática no Brasil, especialmente na região central do Estado de São Paulo.

Texto: Marília Calábria - Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Mais informações
Seção de Eventos do ICMC - Tel. (16) 3373-9622 / eventos@icmc.usp.br

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Inscreva-se na 3ª Escola Avançada em Big Data Analysis

Evento será realizado em setembro no ICMC, na USP em São Carlos


O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, sediará de 2 a 6 de setembro a 3ª Escola Avançada em Big Data Analysis (EABDA 2019). O evento visa apresentar aos participantes as principais técnicas usadas para a análise de grandes volumes de dados, destacando as mais avançadas e promissoras ferramentas para análise, extração de conhecimento e visualização de dados.

A escola oferece dez cursos sobre temas como ciência de dados, aprendizado de máquina, deep learning, mineração de dados, processamento de línguas naturais, sistemas de recomendação e redes complexas. Além dos cursos, serão oferecidas cinco palestras sobre temas relacionados à área de big data. 

O público-alvo é formado por estudantes de pós-graduação e profissionais graduados nas áreas de engenharia, computação, estatística, economia e afins. Alunos de graduação podem se inscrever, desde que estejam no último ano do curso. As inscrições devem ser feitas diretamente no site oficial da Escola.

O valor da matrícula para cada curso é de R$ 100 para estudantes e R$ 150 para profissionais formados. Já o pacote com os dez cursos custa R$ 700 para estudantes e R$ 1.200 para profissionais. Esses valores são acrescidos de uma taxa de 10% referente ao uso da plataforma, e são válidos até o dia 20 de agosto, quando serão reajustados.

A Escola é organizada pelo Departamento de Ciências da Computação do ICMC e recebeu o apoio do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), do Centro de Robótica de São Carlos (CRob) e do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI-Campinas).


Com informações de Leonardo Zacarin - Comunicação CeMEAI

Mais informações
Site do evento: cemeai.icmc.usp.br/3EABDA
Assessoria de Comunicação do CeMEAI: (16) 3373-6609 / contatocemeai@icmc.usp.br

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Computação e medicina: artigos do ICMC são premiados em conferência internacional

Grupo de Bases de Dados e Imagens do ICMC tem dois trabalhos reconhecidos em conferência realizada na Espanha

Agma Traina (à direita) coordena o Grupo de Base de dados e Imagens do ICMC (foto: arquivo pessoal)


Dois trabalhos vinculados ao Grupo de Base de dados e Imagens (GBDI) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, em São Carlos, foram premiados na categoria Best Paper durante a 32ª edição do IEEE International Symposium on Computer-Based Medical Systems (CBMS 2019). O simpósio, que aconteceu em junho em Córdoba, na Espanha, é uma das principais conferências mundiais na área de computação aplicada à medicina. 

Promovido pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), o evento premiou em sua trilha principal dois artigos sobre soluções baseadas em computador para suporte a decisões clínicas, que têm entre os autores docentes, alunos e ex-alunos do ICMC. Um deles, voltado ao estudo de diagnósticos de ressonância magnética por imagem, é intitulado BGrowth: an efficient approach for the segmentation of vertebral compression fractures in magnet resonance imaging", de autoria de Jonathan Ramos, Mirela Cazzolato, Bruno Faiçal, Marcello Nogueira-Barbosa e Agma Traina. 

O outro, com o título A two-phase learning approach for the segmentation of dermatological wounds, otimiza a intervenção curativa em feridas dermatológicas e tem como autores Wellington Silva, Daniel Jasbick, Rodrigo Erthal, Paulo Azevedo-Marques, Agma Traina, Lucio Santos, Ana Santos, Daniel de Oliveira e Marcos Bedo.

Os trabalhos premiados foram selecionados em um universo de 88 artigos apresentados, vindo de instituições de 37 países. "Estamos muito felizes pelo GBDI com o reconhecimento da pesquisa realizada dentro do contexto do Projeto Temático FAPESP-MiVisBD", afirma a professora Agma Traina, uma das autoras e líder do grupo de pesquisa do ICMC.

Um grande projeto – Os trabalhos fazem parte de uma iniciativa ainda maior: o projeto temático Mining, Indexing and Visualizing Big Data in Clinical Decision Support Systems (MIVisBD), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). 

Iniciada em setembro de 2017, a pesquisa apresenta resultados publicados em diferentes revistas científicas como as revistas ScienceDirect e SpringerNature. Estes estudos são referentes a processamento de imagens em banco de dados para reconhecimento de padrão de determinadas doenças. Além disso, o projeto já rendeu premiações no Simpósio Brasileiro de Bancos de Dados, o maior evento da América Latina do campo de bancos de dados.

No âmbito da USP, a pesquisa é realizada pelo ICMC em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Também participam a Universidade Federal de São Carlos, a Universidade Federal do ABC e outras oito instituições internacionais.

Texto: Marília Calábria - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Tel. (16) 3373-9666 / comunica@icmc.usp.br

segunda-feira, 6 de maio de 2019

A ciência resiste no festival Pint of Science

Teorias e conceitos que revolucionaram a ciência continuam sendo debatidos até hoje na mesa do bar: entenda as contribuições que Einstein, Freud e tantos outros cientistas do passado e do presente têm para nos oferecer

Festival de divulgação científica propicia o contato direto entre os pesquisadores e a comunidade
(crédito da imagem: Nilton Junior)

A ciência é construída a partir do acúmulo de uma série de conhecimentos que a humanidade reúne ao longo do tempo em um processo contínuo sem fim. Há indícios de que, desde que a vida humana surgiu no planeta, já praticávamos a arte de compartilhar conhecimentos e experiências. Mas se antes o diálogo se dava no escuro das cavernas, agora temos a oportunidade de realizar esse ritual em espaços mais agradáveis. Levar os pesquisadores a compartilharem seus conhecimentos e experiências diretamente com o público em bares, restaurantes e espaços fora das universidades é exatamente o que propõe o festival de divulgação científica Pint of Science

Esta é a quinta vez que São Carlos, no interior de São Paulo, participa da iniciativa. Sob a coordenação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, os bate-papos científicos acontecerão nas noites de 20, 21 e 22 de maio, em sintonia simultânea com outras 86 idades brasileiras e com locais espalhados pelo mundo em 24 países. 

As contribuições que Einstein, Freud e tantos outros cientistas do passado e do presente podem oferecer à humanidade estão entre os temas que serão debatidos em três locais que sediarão a iniciativa em São Carlos: dois bares – La Casa Conveniência e Mandala – e o espaço de inovação ONOVOLAB. Cada espaço vai abrigar um bate-papo por noite, a partir das 19h30, totalizando nove oportunidades para quem quer compreender melhor como se faz ciência no Brasil. 

Os títulos da maioria dos bate-papos têm um viés divertido, já que a ideia do festival é abordar pesquisas das mais diversas áreas do conhecimento de um jeito descontraído. Na segunda, as atrações são O matemágico de 0s; Einstein não morreu: do eclipse ao buraco negro; e A ciência em campo: na vibe das AgriTechs. Já a terça é destinada a falar sobre O mito da criatividade: nem Freud explica; A tabelinha que deu certo; e Encontro marcado: como lidar com a morte. Finalmente, para encerrar as atividades, entram em cena Apertem os cintos, o cientista de dados sumiu; No meio do caminho tinha uma pegada fóssil; e Quando o ensino vai para o espaço. Para conferir a programação completa do evento, saber o que será discutido em cada bate-papo e conhecer os convidados, basta acessar o site https://pintofscience.com.br/events/saocarlos

São Carlos foi a primeira cidade brasileira a participar do Pint of Science em 2015, depois a ideia se espalhou pelo país (crédito da imagem: Paulo Arias)

Durante o festival, os pesquisadores vão conversar diretamente com o público e responder perguntas. Não há formalidades como inscrição ou emissão de certificados. Também não é preciso pagar entrada, apenas o que for consumido nos estabelecimentos que sediam o evento. “Realizar uma iniciativa de divulgação científica em um local menos formal do que o meio acadêmico é de extrema importância por dois motivos principais. O primeiro deles é desmistificar a figura dos cientistas, mostrando que são pessoas de carne e osso, que trabalham para gerar conhecimento e formar recursos humanos”, explica o coordenador do Pint of Science em São Carlos, professor Moacir Ponti, que preside a Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC. Ele continua: “O segundo objetivo do Pint é mostrar à sociedade os conhecimentos que são gerados dentro das universidades e dos centros de pesquisa e como isso impacta a vida das pessoas.” 

Para o professor, o Pint of Science contribui para evidenciar como as ciências básicas e as aplicadas podem contribuir para aprimorar a qualidade de vida da sociedade e para a construção de uma sociedade melhor. “Os motivos que atestam a importância do festival vão ao encontro de uma necessidade urgente da sociedade brasileira em conhecer quais seriam os impactos de uma redução nos investimentos no ensino superior e na pesquisa científica”, finaliza Moacir. 

Em São Carlos, o evento conta com o patrocínio da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da UFSCar (FAI.UFSCar), da Tokenlab e do Kamzoo Cookie Shop. Além disso, a iniciativa tem o apoio de mais quatro empresas (Raccoon, Birdie, Cia Peculiar e Folhetos & Cia), da Embrapa Pecuária Sudeste, da Embrapa Instrumentação e de dois centros de pesquisa vinculados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) e o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Certev). 



Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações
Página do evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/313624672645460/
Confira a programação em São Carlos: https://pintofscience.com.br/events/saocarlos
Você sabia que São Carlos foi a primeira cidade da América Latina a participar do Pint of Science? Conheça a história do festival: https://pintofscience.com.br/historia/
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Soluções inovadoras criadas no ICMC facilitam o dia a dia de alunos, professores e funcionários

As ferramentas tecnológicas desenvolvidas pela Seção Técnica de Informática e a infraestrutura disponível no Instituto se tornaram diferenciais que contribuem para a atração de recursos humanos qualificados

Crédito: Nilton Júnior

Nas salas de aula do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, a mesa de apoio aos professores parece tão simples como qualquer outra utilizada nas universidades pelo Brasil afora. A diferença é o painel cheio de botões: basta apertar alguns deles para controlar as funcionalidades do computador, som e do projetor multimídia ao mesmo tempo. Assim, as aulas podem começar sem que os professores percam tempo conectando vários dispositivos.

A mesa digital ilustra o tipo de solução inovadora que é criada pelo time da Seção Técnica de Informática (STI) do ICMC. Nesse caso específico, o objetivo foi aumentar a produtividade das aulas e facilitar o trabalho do professor. De acordo com Dagoberto Cavalli Jr, chefe da seção, criar softwares e programas computacionais que sejam capazes de melhorar o desempenho dos profissionais que atuam nas diversas áreas do Instituto é uma das funções dos especialistas da STI do ICMC.

Segundo Cavalli, cinco profissionais são responsáveis por desenvolver soluções específicas para os setores do Instituto. Alguns dos sistemas criados, inclusive, também contribuem para otimizar as atividades dos alunos, tanto dentro quanto fora da sala de aula. Ele esclarece ainda que o sucesso do trabalho da equipe se deve, principalmente, à qualificação dos funcionários e a definição de uma arquitetura padronizada de desenvolvimento, baseada em indústria de software. Confira, a seguir, exemplos de alguns sistemas e soluções que foram criados ou implantados no ICMC e que ganharam destaque na USP:

• Mesas Digitais: a mesa digital é composta por uma placa de interface que faz a comunicação entre os equipamentos e os comandos emitidos pelo professor por meio dos botões acionados. As mesas foram implantadas no final de 2013 e hoje há 30 delas somente no ICMC. A tecnologia também foi embarcada em outras unidades da USP e em outras universidades.

Mesa desenvolvida no ICMC integra todos os controles de informática e audiovisual (foto: Reinaldo Mizutani)

• OTRS: é um sistema aberto para controle de chamados, ou seja, é uma plataforma virtual capaz de centralizar solicitações de atendimento para que a STI possa resolver o problema o mais rápido possível. Além disso, o sistema seleciona esses atendimentos com base em critérios de prioridade. Quanto mais urgente for a solicitação, mais rápido o atendimento é feito. De acordo com Dagoberto, desde que o sistema foi criado, os chamados aumentaram 135%.

• Hórus: é um sistema de controle de acesso que controla uma catraca elevada que só é ativada por meio de um cartão de acesso, nesse caso, o cartão USP. Atualmente, o ICMC tem duas unidades do sistema, mas já existem projetos de instalação em mais locais dentro da unidade. De acordo com Cavalli, o sistema mostrou efetividade desde sua instalação, pois aumentou a segurança nos acessos aos prédios e possibilitou economia substancial na otimização de postos de vigilância do ICMC. O Instituto foi piloto na implantação do sistema, que foi desenvolvido pelo Centro de Tecnologia da Informação do Campus de Piracicaba, ligado a Superintendência de Tecnologia da Informação da USP.

• Vagas: sistema utilizado em diversos setores do ICMC para que os funcionários possam disponibilizar ao público quais processos de inscrições estão disponíveis. Com esse sistema, os setores podem divulgar vagas de pós-graduação, estágio, monitoria ou de qualquer outro processo seletivo em uma única plataforma. Antes dessa tecnologia, o candidato interessado em determinada vaga tinha que se apresentar presencialmente ao setor responsável, o que acabava dificultando e limitando o acesso dos candidatos, principalmente dos estrangeiros. Agora, eles podem encontrar quais vagas estão disponíveis com mais facilidade e, caso queiram participar do processo seletivo, podem iniciar o processo online. Apesar de este sistema ter sido desenvolvido pelo time da STI do ICMC, o mesmo também foi cedido para outros Institutos da USP, como o Instituto de Matemática e Estatística (IME) e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

• Bedel: este sistema realiza o controle de presença dos discentes e opera da seguinte maneira: na entrada da sala de aula o estudante registra sua presença no leitor de cartões usando o cartão USP. A partir disso, o sistema registra horário de entrada desse aluno. No fim da aula, após passar novamente pelo leitor, é registrada a quantidade de horas em que esse aluno permaneceu na sala de aula. Esses dados são disponibilizados para os professores em um sistema virtual, em que pode ser visualizada e administrada a frequência dos alunos. Igor Custódio, analista do ICMC, explica que as disciplinas são definidas por hora/aula e que um horímetro é a melhor ferramenta para monitorar a presença dos alunos. O Bedel ainda é um projeto piloto e sua implementação está sendo discutida.

• Gestão de Infraestrutura e Aplicações (GIA): é um hardware que foi criado a partir de materiais que seriam descartados – advindos do desmonte de laboratórios de informática – que exibe informações por meio de terminais localizados nas salas de aula. Atualmente, esse sistema permite a sincronização dos relógios desses terminais por meio de uma rede ligada ao Observatório Nacional, instituição designada para gerar a Hora Legal Brasileira (HLB). Igor explica que há planos para que esses terminais também disponibilizem, por exemplo, informações como previsão do tempo e a disciplina ministrada em cada sala de aula. A proposta é que essa ferramenta, que atualmente está instalada em 8 salas do ICMC, seja expandida para todas as salas de aula e espaços que necessitam de monitoração e controle.

• Printer-cloud: serviço de impressão destinado à comunidade do ICMC, em que os usuários submetem as requisições de impressão por meio de uma plataforma web, sem ter a necessidade de drivers específicos previamente instalados nos dispositivos. O serviço possibilita, ainda, submeter as impressões utilizando dispositivos móveis conectados a qualquer rede com acesso à internet. Outro ponto importante do sistema é a contabilização das impressões e controle de cotas, além do painel de gestão ambiental, que possibilita a visualização de dados relativos a emissão de carbono nos processos de impressão.

• Janelas Virtuais: sistema de comunicação interna baseado em telas posicionadas em locais estratégicos nos prédios e corredores do ICMC. Nascido a partir de uma parceria com a startup TelaSocial, de um egresso do Instituto, o sistema é baseado na exibição de notícias e eventos, a partir dos dados cadastrados no site e nas mídias sociais do Instituto. Neste momento, o sistema está em processo de reestruturação para torna-lo mais aderente as soluções recentes da web.

Janelas Virtuais exibem notícias e eventos do ICMC em telas posicionadas pelos corredores (crédito: divulgação)

• Gestão de Projetos Científicos (SGPC): é um sistema web disponibilizado para o controle e gerenciamento de recursos financeiros de projetos de pesquisa provenientes de agências de fomento, convênios ou acordos de cooperação. A principal finalidade do SGPC é auxiliar todos os envolvidos na gestão de projetos científicos, permitindo acompanhar as atividades típicas de um projeto, desde sua solicitação perante a entidade financiadora até sua efetiva conclusão. O gerenciamento abrange informações completas sobre o projeto científico, tais como os dados dos participantes (coordenadores, pesquisadores, alunos etc.), os detalhes dos auxílios recebidos, a execução desses auxílios por meio de despesas diversas, a apresentação de relatórios científicos que demonstrem a evolução do projeto e a prestação de contas das despesas realizadas. Utilizado pelo Escritório de Apoio Institucional ao Pesquisador do ICMC, o sistema foi proposto e desenvolvido pelo Instituto em parceria com o Departamento de Tecnologia da Informação da Reitoria, com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa, do Centro de Competência em Software Livre e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC).

• Tombo: foi desenvolvido para atender a uma demanda da Biblioteca Achille Bassi, que precisava substituir os fichários de tombo. Antes da criação da ferramenta, a catalogação das publicações era realizada manualmente e as etiquetas de identificação precisam ser datilografadas. Com o sistema, o trabalho foi totalmente automatizado, o que permite a obtenção de informações de forma dinâmica e imediata, por meio de relatórios que indicam a procedência das publicações, por exemplo. Além disso, o sistema possibilita a emissão automática das etiquetas de identificação.

Cavalli ressaltar que o apoio dos diversos setores do ICMC foi fundamental para o desenvolvimento dessas soluções. "Os setores administrativos são participantes do processo de construção, principalmente nos fatores que tangem o processo inicial de levantamento de requisitos e no processo de homologação, este último com o intuito de verificar se todos os objetivos e procedimentos foram cumpridos pela solução. Enfim, um bom sistema ou solução é o produto das diversas ações dentro de uma sistemática consciente, que começa pelo mapeamento preciso dos requisitos, este realizado em conjunto com o cliente.", finaliza.

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Seção Técnica de Informática do ICMC: (16) 3373.9705

terça-feira, 4 de setembro de 2018

ICMC abre vaga para estágio na área de informática

Vagas estão abertas para alunos de Ciências de Computação, Engenharia de Computação ou Sistemas de Informação; inscrições vão até 12 de setembro


Alunos matriculados em cursos de Ciências de Computação, Engenharia de Computação ou Sistemas de Informação podem se candidatar a uma vaga de estágio no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Para se inscrever, o candidato deve ter completado o 4º semestre do curso.

O estagiário vai atuar junto à Seção Técnica de Informática do Instituto e realizará atividades práticas de apoio a projeto, análise e desenvolvimento de software.

As inscrições estão abertas até o dia 12 de setembro, e devem realizadas por meio do site vagas.icmc.usp.br. A remuneração é de R$ 1.025,15, além de auxílio transporte diário, para jornada semanal de atividades é de 30 horas. O processo seletivo será composto por prova objetiva de múltipla escolha. 


Mais informações
Edital ICMC/USP 002/2018: www.icmc.usp.br/e/1c201
Inscrições até 12 de setembro: vagas.icmc.usp.br
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Venha aprender a jogar Go na Biblioteca do ICMC

Atividades acontecem nos dias 23 e 30 de agosto e são abertas ao público


Os jogos, sobretudo os de tabuleiro, além de divertidos, ainda podem ser usados como instrumentos de aprendizagem, já que eles estimulam o raciocínio e a memória. Alguns deles têm forte relação com conceitos matemáticos. “Imagine que o tabuleiro é um terreno a ser conquistado. Ganha quem, ao final, tiver o maior território cercado por suas peças, sem deixar que o adversário invada sua terra”. Essa é uma breve explicação sobre o Go, um jogo de tabuleiro chinês, muito semelhante ao xadrez.

Se você quiser aprender a jogar Go, nos próximos dias 23 e 30, das 19 às 21 horas, haverá uma oficina sobre o jogo no terceiro andar da Biblioteca Achille Bassi, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Nesses dias, os participantes poderão aprender as regras, os movimentos das peças e algumas táticas, além de poder disputar partidas. A atividade é gratuita e aberta ao público.

A oficina faz parte de um conjunto de iniciativas da Biblioteca para aproximação com a comunidade. Juliana Moraes, chefe técnica da biblioteca, explica que a aprendizagem não acontece apenas com leitura e escrita, mas sim com outros tipos de interações, daí a relevância da biblioteca na vida de uma comunidade. “É um espaço de cultura, de convivência, de conversa, do diálogo. Por isso, nós apoiamos esse projeto assim como as oficinas de xadrez que acontecem às terças, pois ilustra essa mudança no uso do espaço da Biblioteca”, conclui.


Texto: Talissa Fávero - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Oficina de Go
Quando: dias 23 e 30 de agosto, das 19 às 21 horas
Onde: Biblioteca Achille Bassi, no ICMC, na área I do campus da USP, em São Carlos
Endereço: avenida Trabalhador são-carlense, 400, no centro da cidade
A atividade é gratuita, aberta a todos os interessados e não demanda inscrições prévias
Mais informações:
Biblioteca Achille Bassi: (16) 3373-9634
E-mail: biblio@icmc.usp.br

Uma mulher à frente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP

Esta é a primeira vez, em 46 anos, que o Instituto está sob direção de uma mulher; filha de um taxista e de uma dona de casa que também era costureira, Cristina sempre estudou em escolas públicas e se tornou professora, tal como as quatro irmãs, em uma universidade pública

Cristina (segunda à esquerda)  logo após a cerimônia de posse como diretora do ICMC:
as quatro irmãs são professoras em universidades públicas brasileiras
(crédito: Denise Casatti)

Este texto não existiria se a história de Maria Cristina Ferreira de Oliveira não fosse uma exceção. O ineditismo é um dos aspectos que mais chamam a atenção na trajetória dessa professora da USP que se tornou a primeira mulher a assumir a direção do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), umas das cinco unidades de ensino e pesquisa do campus da Universidade, em São Carlos. 

Aliás, é provável que Cristina só tenha aceitado o desafio de relatar o percurso de sua vida porque compreendeu o quanto compartilhá-lo pode ensejar reflexões e até inspirar outras jornadas. Para quem tem uma personalidade reservada como ela, o autoelogio é uma impossibilidade. Talvez seja por isso que a professora se sinta incomodada em expor sua vida, embora esteja tão acostumada a estar diante de plateias em salas de aula e encontros científicos. 

Mesmo com a timidez característica de Cristina nunca saindo de cena, depois de alguns momentos de bate-papo, o diálogo flui espontaneamente e de forma descontraída. Aos poucos, ela se revela com franqueza para o interlocutor, especialmente quando vai detalhando as escolhas que fez ao longo do caminho e a tornaram quem ela é hoje. “Eu tenho muito orgulho de ter feito escola pública e estar aqui. Eu gostaria de ver mais gente com essa história entrando na USP”, diz a professora no início da noite de 18 de junho. 

Cristina discursa na cerimônia de posse: na mesa de honra, ela era a única mulher entre 11 homens
(crédito:Denise Casatti)

Acomodada em uma das mesas no espaço coberto adjacente à lanchonete do Instituto, usando jeans e blusa de malha, ela relata de forma objetiva os princípios e valores que a motivam: “O que muda a vida de uma pessoa é conseguir estudar, fazer um curso de graduação e se sair bem. Assim, ela tem uma opção de vida. É uma oportunidade única. Sou muito agradecida porque eu e minhas quatro irmãs tivemos a oportunidade de estudar. Hoje, a vida que temos é incomparável à vida que meus pais tiveram”. Na fala de Cristina, está a essência do que significa o conhecimento para ela: transformação. 

Cristina e suas quatro irmãs são doutoras e docentes em universidades públicas brasileiras. Nascidas em São Carlos, as cinco irmãs estudaram em escolas públicas durante todo o ensino básico e superior. Taxista, o pai transportava pessoas e mercadorias para cidades vizinhas em sua perua Kombi. Para reforçar a renda da família, a mãe, dona de casa, também costurava. Habilidosa, fez o próprio vestido de casamento e tentou – sem muito sucesso – ensinar o ofício às filhas e iniciá-las na arte do crochê, do bordado e da pintura em tecido. Mas o desejo profundo daquela mãe era expresso em uma frase que dona Diomar repetia à exaustão para as garotas: “Mulher tem que estudar e ter carreira para não depender do marido”. Ela não queria ver as meninas presas a casamentos infelizes por falta de opção, algo bastante comum nos anos 60 e 70 do século passado. 

Descendente de lavradores italianos, dona Diomar só teve oportunidade de cursar até a 4ª série do fundamental. Por isso, mesmo com o orçamento apertado, resistiu à ideia que predominava naquele tempo e não quis que as filhas começassem a trabalhar em uma fábrica assim que concluíssem o ensino médio. Ela e o marido sabiam que, em São Carlos, as meninas tinham a oportunidade de estudar em uma das duas universidades públicas (USP e UFSCar) e, dessa forma, poderiam arcar com o sustento da família até todas se formarem. 

As gêmeas – Cristina e sua irmã gêmea, Maria do Carmo, são as mais velhas do quinteto e as boas notas conquistadas na infância e na adolescência deixaram um legado para a posteridade e um fardo para as caçulas da família. Se as mais novas tiravam nota baixa, os professores logo as lembravam de que era preciso seguir o exemplo das “gêmeas”. Até o sétimo ano do fundamental, as duas permaneceram na Escola Estadual Bispo Dom Gastão, na Vila Prado. Depois, seguiram para a Escola Estadual Professor Arlindo Bittencourt. Foi lá que a professora de matemática Regina Tancredi sugeriu que Cristina poderia cursar matemática, mas que computação também era uma interessante opção para quem gostava de ciências exatas. 

Diomar com as gêmeas Maria Cristina e Maria do Carmo
(crédito: Arquivo pessoal)

Ao concluírem o ensino fundamental, as gêmeas prestaram uma espécie de “vestibulinho” e foram aprovadas – Maria do Carmo em primeiro lugar e Cristina em terceiro – para cursar o ensino médio na Escola Estadual Doutor Álvaro Guião. Inseparáveis até então, a trajetória das duas só deixou de caminhar em paralelo no cursinho, quando Maria do Carmo foi aprovada em Engenharia Química na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no meio de 1981 e Cristina amargou a frustração de não passar em Engenharia de Materiais. Ela permaneceu no cursinho por mais seis meses sem sua gêmea. Sorte do ICMC que, no início de 1982, conquistaria uma nova aluna: Cristina começou a fazer Ciências de Computação. 

“O bom de ter uma irmã gêmea é que você tem, desde pequenininha, uma pessoa que sempre vai dividir, mais ou menos, as mesmas coisas com você. Quando começa a ir à escola, você não começa sozinha. Quando vai prestar vestibular, tem alguém na mesma direção”, diz Maria do Carmo, a irmã gêmea de Cristina, logo depois da cerimônia de posse da nova diretora, na noite de 17 de agosto. 

Orgulhosa da irmã, Maria do Carmo revela que a cerimônia tem um significado especial: “É uma data marcante para a gente. Amanhã, se meu pai estivesse vivo, faria 86 anos e, com certeza, estaria muito orgulhoso”. Professora no Departamento de Engenharia Química da UFSCar, onde fez a graduação em Engenharia Química, Maria do Carmo conta que a ligação forte com a irmã permanece: “Somos muito companheiras e sempre nos demos muito bem. Só nós duas moramos em São Carlos e dividimos os cuidados com a minha mãe, que está com 83 anos.” 

Aliás, as outras três irmãs também seguiram carreira na área de Química, tal como Maria do Carmo, mas optaram pela graduação na USP, tal como Cristina. Marysilvia, que nasceu cerca de dois anos depois das gêmeas, é hoje professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro; cinco anos adiante, chegou Marystela, que atualmente é professora na Universidade Federal de São Carlos em Sorocaba; a caçula, Mariselma, veio uma década depois das gêmeas e, hoje, é professora na Universidade Federal do ABC. 

Cristina (de vermelho, ao centro) com sua turma durante a formatura em Ciências de Computação no ICMC

Mulheres na USP – Ao ingressar em uma das primeiras turmas de Computação do ICMC, curso oficialmente reconhecido pelo Ministério da Educação em 1981, Cristina encontrou uma sala de aula bastante equilibrada: cerca de 50% dos estudantes eram homens e 50% mulheres. Essa informação pode causar surpresa, já que a área de tecnologia atualmente é ocupada, majoritariamente, por homens. Entre as décadas de 1970 e 1980, houve uma grande inversão nos gêneros da área de tecnologia no mundo todo, mesma época em que surgiu o computador pessoal. 

Nos últimos cinco anos, por exemplo, apenas 9% dos alunos formados no curso de Ciências de Computação do ICMC eram mulheres; no Bacharelado em Sistemas de Informação, o índice chegou a 10% e em Engenharia de Computação, 6%. A diferença começa antes do ingresso na Universidade, já que as carreiras da área de computação são pouco procuradas pelas garotas, uma situação que vem gerando preocupação dentro da academia e estimulado o surgimento de diversas iniciativas destinadas a atrair mais mulheres para as ciências exatas. 

Cristina sabe quanto sua ascensão à diretoria do ICMC é simbólica nesse momento em que a busca pela igualdade de gênero ganha mais relevância a cada dia. Entre as 42 unidades de ensino e pesquisa que compõem a USP, 15 delas (35,71%) têm mulheres na direção atualmente. Mas somente duas dessas 15 unidades são da área de ciências exatas: o ICMC e a Escola Politécnica. “A Universidade como um todo, em média, está bem equilibrada na questão de gênero. Mas algumas áreas ainda têm problemas muito sérios, especialmente devido a aspectos culturais. Aqui em São Carlos, em que há o predomínio das ciências exatas e tecnológicas, temos um problema localizado. Mas, felizmente, pouco a pouco isso está sendo modificado. A posse de uma primeira diretora no ICMC já é um bom sinal. É um marco importante e isso vai ajudar, certamente, esse campus de São Carlos a ter uma alteração, uma renovação”, afirmou o reitor da USP, professor Vahan Agopyan, na noite da posse de Cristina. 

Tornar-se a primeira mulher a ocupar esse cargo de direção não foi algo que Cristina planejou, simplesmente aconteceu de forma natural, especialmente a partir do momento em que foi convidada para ser vice-diretora do Instituto pelo professor Alexandre Nolasco de Carvalho na gestão anterior (2015-2018). O ICMC mantém uma tradição de continuidade e, ao longo dos anos, a tendência é de que quem ocupa a vice-diretoria assuma a direção na gestão seguinte. 

Apesar de destacar que nunca teve dificuldades na carreira por ser mulher, uma situação embaraçosa aconteceu quando Cristina foi indicada para fazer seu primeiro estágio, antes mesmo de se formar. O professor Fernão Stella de Rodrigues Germano, docente do ICMC que já faleceu e dá nome ao maior auditório do Instituto, recebeu certo dia o telefonema de uma grande empresa que atuava em São Carlos e estava em busca da indicação de um estagiário. Fernão logo falou sobre Cristina. Do outro da linha, o representante da empresa frisou que queria a indicação de um homem. Fernão não hesitou e respondeu: “Ela é o melhor homem que eu tenho aqui.” Resultado: Cristina conseguiu o estágio e trabalhou na empresa durante os últimos seis meses do curso, em 1985. 

Mas ela já havia sido capturada pela magia da ciência antes, quando conquistou uma bolsa da FAPESP para desenvolver seu projeto iniciação científica. Lembra-se que essa foi a primeira vez que obteve alguma renda. A iniciação científica despertou em Cristina o desejo de prosseguir na carreira acadêmica e fazer mestrado. O que não imaginava é que, apenas dois meses depois de se formar, ela se tornaria professora no ICMC. “Naquele tempo, a pós-graduação em computação estava começando, havia pouca gente no Instituto e não era preciso fazer concurso para ingressar como docente. Bastava ser aprovado no processo seletivo e se comprometer em ingressar no mestrado”, explica. Foi assim que Cristina e uma colega de sua turma, Rosane Minghim, que também é professora no ICMC até hoje, tornaram-se docentes da USP em fevereiro de 1986. 

O primeiro computador pessoal a gente nunca esquece: em São Carlos, Cristina disputava um dos poucos terminais existentes com outros professores e alunos, foi na Universidade de Wales que teve seu primeiro PC
(crédito: Arquivo pessoal)

Amor e doutorado – “Ninguém teve que pedir mais a mão de uma mulher em casamente do que eu”, brinca Osvaldo Novais de Oliveira Jr, que é casado com Cristina há 31 anos. Professor no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Osvaldo é mais conhecido como “Chu”, apelido carinhoso que ganhou na adolescência, tempo em que a expressão “Chuchu beleza” era moda. Chu explica que, além de receber o “sim” de Cristina, precisou do aval de muito mais gente: primeiro do senhor Walter, pai da moça; depois foi a vez do então departamento de Ciências de Computação e Estatística do ICMC, que precisou liberar a professora recém-contratada para estudar no exterior; a seguir, foi necessário o aceite da Universidade de Wales, no Reino Unido, onde Cristina fez o doutorado; por último, até a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) entrou na dança do “sim”, já que a ida do casal ao Reino Unido só aconteceu porque houve apoio financeiro da instituição, que concedeu uma bolsa de doutorado à Cristina. 

Com a permissão de todas as instâncias cabíveis, Chu e Cristina se casaram no dia 14 de março de 1987. Nem tiveram tempo de curtir a lua de mel. No dia seguinte, embarcaram no voo rumo a Bangor, no Reino Unido, onde Chu já estava fazendo o doutorado desde setembro de 1986 na Universidade de Wales. “Eu nunca tinha viajado para fora do país e meu medo era que estudar lá não desse certo”, conta a professora que, para aproveitar a oportunidade no exterior, precisou abandonar o mestrado que havia começado no IFSC. Deu tão certo que ela fez o doutorado direto antes do tempo previsto, que costuma ser de quatro anos.  

Recém-casados, Chu e Cristina  partiram para o Reino Unido em busca do doutorado
(crédito: Arquivo pessoal)

Em julho de 1990, Cristina e o marido voltaram ao Brasil. Um ano e dois meses depois, nasceu Ligia. Dois anos e quatro meses depois, chegou Tiago. “Eu tenho muito orgulho da minha mãe e dos meus avós. Eu sei que eles insistiram muito para que as filhas estudassem. Ela é um exemplo de retidão, muito responsável e muito correta com tudo”, disse Ligia, emocionada, no fim da cerimônia de posse da mãe como diretora do ICMC. Formada em Direito pela USP, ela mora em São Paulo e diz que se identifica muito com Cristina. 

Como não poderia deixar de ser, o ICMC tem papel relevante nessa história de amor e doutorado. Foi em uma festa promovida por Edson Moreira, hoje professor aposentado do ICMC, que eles se conheceram. Ele já tinha visto a moça algumas vezes, porque ela descia em um ponto de ônibus próximo da república em que Chu morava: “Mas eu nunca teria coragem de me aproximar dela, porque no começo dos anos 80 os estudantes eram muito mal vistos pelos são-carlenses. Não havia qualquer esperança”. Nas festas do Centro Acadêmico Armando Sales de Oliveira (CAASO), a desigualdade de gênero não favorecia qualquer aproximação, em média havia uns 500 homens e umas 5 mulheres. 

Amigo de Edson, Chu estava saindo da festa quando Cristina chegou com algumas amigas. Uma delas, Mônica, era filha do professor Fernão e amiga de Edson. Então, naquele universo tão escasso de mulheres, Edson insistiu para que o amigo não fosse embora. Deu certo: Chu tomou coragem e chamou Cristina para dançar. Na noite seguinte, domingo, ele a convidou para ir à pizzaria. Ela aceitou. Pronto: o casal nunca mais se separou. Era agosto de 1985 e Chu já estava preparando as malas para embarcar no doutorado. O que ele nem Cristina imaginavam é que o amor construído até setembro de 1986 se fortaleceria ainda mais durante os seis meses que permaneceram a um oceano de distância. 

Tiago, Cristina e Ligia logo após a posse da mãe como diretora do ICMC

As trajetórias científicas dos dois às vezes também se cruzam e fazem brotar projetos e artigos. No pós-doutorado, optaram por um local em que ambos pudessem desenvolver seus projetos e foram, carregando os dois filhos, para a Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, em 2000, onde ficaram por um ano. Chu conta que a esposa é uma líder nata e diz que sua gestão no ICMC “será muito bem feita, porque tudo o que ela faz é muito bem feito”. 

Para Cristina, o Instituto precisa formar cientistas, bacharéis, engenheiros e licenciados com habilidades para desempenhar suas missões não apenas com competência, mas com sabedoria e ética. “À busca por formar recursos humanos de alto nível, gerar e transferir conhecimento para a sociedade, precisamos agregar nossa luta por uma educação de qualidade também nos níveis de ensino fundamental e médio para todo o país. Eu acredito que o acesso à educação de qualidade é a forma mais ampla e mais justa de oferecer igualdade de oportunidades de acesso ao ensino superior àqueles que assim desejarem. Eu e minhas irmãs, aqui presentes, somos um exemplo”, declarou a diretora no seu discurso de posse. 

“Desde o ensino fundamental até a universidade, tive o privilégio de contar com a sabedoria, o apoio e o entusiasmo de muitos professores genuínos, pessoas bem formadas, competentes, exigentes, dedicadas, comprometidas com sua missão e com disposição para apresentar aos alunos um mundo de possibilidades”, completou Cristina, agradecendo a todos os professores que a estimularam a seguir sua carreira. 

Que a história dessa primeira mulher a assumir a diretoria do ICMC seja também um estímulo para as garotas enxergarem o mundo das ciências exatas como uma possibilidade. Só assim a história de Cristina deixará de ser uma exceção. 

Para Cristina, o acesso à educação de qualidade é a forma mais ampla e mais justa de oferecer igualdade de oportunidades de acesso ao ensino superior|
(crédito: Denise Casatti)

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 


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