sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Defesas e qualificações - 2 a 3 de março


 

 Defesa de Mestrado em Ciências de Computação e Matemática Computacional
Quality evaluation model for crisis and emergency management Systems-of-Systems
Aluno: Daniel Soares Santos
Orientadora: Elisa Yumi Nakagawa
Quando: sexta-feira, 3 de março, às 9 horas
Onde: sala 3-002
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Mais informações
Agenda de defesas e qualificações: http://www.icmc.usp.br/eventos/defesas-e-qualificacoes
Serviço de Pós-Graduação do ICMC: (16) 3373.9638

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Recepção aos calouros no ICMC: vamos comemorar juntos!

Uma maratona de atividades de boas-vindas acontecerá no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, durante a Semana de Recepção aos Calouros, que será realizada de 6 a 10 de março em toda a USP.

"Vamos comemorar juntos!" é o mote que vai mobilizar os ingressantes nesse período que marca o fim de uma jornada e o começo da trajetória de cada um deles na Universidade. Entre as diversas atrações que agitarão o ICMC está uma mostra dos grupos de pesquisa e extensão, um tour pelo Instituto, um bate-papo com os pais e responsáveis, além de diversas palestras e atividades culturais e de integração. Confira a programação completa: icmc.usp.br/e/67622.

Para acompanhar tudo o que vai acontecer e conferir as imagens marcantes da Semana, confirme presença na página do evento no Facebook: icmc.usp.br/e/8761b.

Mais informações
Manual dos Calouros da USP: www.usp.br/manualdocalouro
Hotsite do campus da USP em São Carlos: http://sites.usp.br/calourosc/
Serviço de Graduação do ICMC: (16) 3373.9639
E-mail: grad@icmc.usp.br
Disque-trote: 0800.012.1090 ou disquetrote@usp.br

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

ICMC contrata professor temporário na área de matemática

Docente vai ministrar disciplinas de Estágio Supervisionado em Ensino de Matemática I e Didática

O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, recebe, até 3 de março, as inscrições no processo seletivo para contratação de um docente temporário para o Departamento de Matemática. O professor será contratado como Assistente, com jornada de 12 horas semanais e salário de R$ 1.322,41, além de auxílio alimentação no valor de R$ 690,00 e assistência médica.

As inscrições podem ser realizadas presencialmente, pelo candidato ou por um representante legal, na Assistência Acadêmica do ICMC, que fica na Avenida Trabalhador São-carlense, 400, no campus da USP em São Carlos. 

A seleção será realizada por meio de uma prova didática e outra escrita. O contrato terá duração até 31 de julho, podendo ser prorrogado. 

Para mais detalhes sobre prazos, documentações, critérios de seleção e demais informações, acesse o edital completo.

Crédito da imagem: Rejane Goy

Mais informações
Edital ICMC/USP 016/2017: icmc.usp.br/e/636aa
Assistência Acadêmica do ICMC: (16) 3373-8163
E-mail: sacadem@icmc.usp.br

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Programa incentiva pós-graduandos da USP a atuar em licenciaturas

Inscrições acontecem dias 22 e 23 de fevereiro; valor da bolsa é de R$ 1,4 mil

Para se candidatar a uma das duas vagas disponíveis no ICMC,
candidato deve ter concluído Licenciatura em Matemática

Apoiar o desenvolvimento de ações de formação dos estudantes dos cursos de licenciatura é o objetivo do Programa de Formação de Professores da USP. A iniciativa concede bolsas a pós-graduandos da Universidade, com bom rendimento acadêmico, para atuar na promoção e realização de estágios em ambientes escolares junto a instituições de ensino fundamental e médio.

Para se candidatar ao Programa, é preciso ter licenciatura na mesma área em que atuará ou ter formação em pedagogia. O valor da bolsa, que tem vigência de março a dezembro de 2017, é de R$ 1,4 mil. As inscrições devem ser realizadas na próxima quarta e quinta-feira, dias 22 e 23 de fevereiro, pelo Sistema Juno. O edital completo com todas as informações sobre o processo pode ser acessado neste link: icmc.usp.br/e/97be2.

No Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, há duas vagas para monitores-bolsistas, que atuarão sob supervisão da professora Esther Prado em disciplinas de estágio nos cursos de Licenciatura em Matemática e Licenciatura em Ciências Exatas. Para se candidatar a essas vagas, é solicitado que o candidato seja licenciado em matemática.

As atividades envolvem participar do planejamento, desenvolvimento e avaliação dos estágios supervisionados, orientar a produção de materiais pedagógicos, acompanhar os alunos na elaboração dos planos de intervenção e relatórios finais e atuar no fortalecimento da relação da escola pública com a Universidade.

Crédito da foto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Mais informações
Assistência Técnica Acadêmica do ICMC: (16) 3373-8877
E-mail: sacadem@icmc.usp.br

Pesquisa propõe a criação de plataforma de jogos acessíveis para idosos

Proporcionar maior inclusão e qualidade de vida na terceira idade são alguns dos objetivos do projeto

O grupo de pesquisadores estabeleceu uma parceria com a empresa Aptor e o projeto
foi aprovado no Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP

Conforme envelhecemos, vamos perdendo nossa capacidade motora, visual e cognitiva. Idosos convivem com esses problemas diariamente e muitos não têm conhecimento sobre alternativas que possam amenizar esse processo de transformação natural. Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da USP, e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), estão desenvolvendo uma plataforma de jogos digitais para idosos, ferramenta que poderá trazer mais qualidade de vida a esse público.

Dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que existem no país aproximadamente 20 milhões de brasileiros com idade igual ou superior a 60 anos e espera-se que, em 20 anos, esse número triplique. Isso se dá devido a fatores como aumento da expectativa de vida e queda das taxas de fecundidade, natalidade e mortalidade. “Jogos digitais têm sido desenvolvidos especialmente para a população jovem, habituada a essas interações e com aprendizagem mais rápida. Adequar e proporcionar esse tipo de conteúdo aos idosos ainda é um desafio que, se vencido, será um importante instrumento de inclusão social”, explica Leandro do Amaral, que faz doutorado no ICMC.

“Os idosos de hoje já estão inseridos no mundo da tecnologia, mas devemos trazê-los ainda para mais perto dessa nova cultura. Muitos deles já jogavam games quando eram mais novos, mas atualmente não há preocupação da indústria de jogos com essas pessoas. Games não são somente para jovens e crianças”, conta Gabriel Lima, que se formou em Ciências de Computação no ICMC. Hoje, Gabriel trabalha na Aptor Consultoria e Desenvolvimento de Software, empresa parceira dos pesquisadores no projeto Ambiente lúdico adaptativo como ferramenta para proporcionar treinamento cognitivo ao público senescente

Para desenvolver uma ferramenta com jogos acessíveis a quem tem mais de 60 anos, os pesquisadores precisam levar em conta o déficit cognitivo e motor que os idosos costumam apresentar. É recomendado evitar movimentos muito rápidos durante o jogo, excesso de informações na tela e o tamanho das letras deve ser maior do que o tradicionalmente empregado nos games destinados a outros públicos. “A maior dificuldade é entender a necessidade do idoso. Ele não pode se sentir frustrado por não conseguir jogar. Ao mesmo tempo, a experiência não deve ser entediante como acontece em games que não apresentam desafios”, diz Gabriel.

Leandro explica também que, no Brasil, não há muitos jogos para idosos e os que existem não se preocupam com acessibilidade. Outro fator importante que deve ser levado em conta no momento de criar um game para essas pessoas é que o projeto precisa se relacionar com o universo cultural de quem tem mais de 60 anos. Por isso, foi realizada uma pesquisa prévia com 50 idosos para obter mais informações sobre as características desse público a fim de propor jogos com uma temática atrativa.

Ao criar a plataforma, também será possível, segundo os pesquisadores, contribuir com a evolução das habilidades e técnicas cognitivas dessa população, retardando uma série de declínios, como, por exemplo, o comprometimento da memória. De acordo com Leandro, pesquisas sobre o desenvolvimento motor dessa população têm ganhado destaque, tendo em vista as transformações já esperadas durante as fases do envelhecimento e por ser um nicho de mercado que deverá ser cada vez mais explorado. 

“É uma área de pesquisa muito promissora e que está se desenvolvendo não só no Brasil como no mundo todo. Os idosos são muito atuantes e desejam participar”, conta Renata Pontin, professora do ICMC e orientadora de Leandro. 

Nos jogos para idosos, o tamanho das letras deve ser maior do que o
tradicionalmente empregado nos games voltados a outros públicos

Importância reconhecida – Para viabilizar a criação da plataforma, os pesquisadores estabeleceram uma parceria com a Aptor e apresentaram uma proposta para o Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), criado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O projeto foi aprovado pela agência de fomento e receberá até R$ 200 mil nos primeiros nove meses de pesquisa (chamados de fase 1). Ao final do período, os pesquisadores apresentarão um relatório técnico sobre o andamento do projeto. Caso obtenham resultados satisfatórios, o financiamento pode ser renovado por mais dois anos (fase 2), com a garantia de que um produto final seja entregue ao final do prazo. 

“É muito importante receber esse recurso da FAPESP, que nos possibilita arriscar. Hoje em dia, com o atual cenário econômico do país, talvez não fosse possível produzirmos esse trabalho”, diz Leandro. O projeto está sendo realizado em parceria com Marcos Hortes e Paula Castro, professores do Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e com os alunos de pós-graduação Lucas de Carvalho e Francine Golghetto, ambos da UFSCar. A iniciativa recebe, ainda, a contribuição de Thiago Bittar, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), regional Catalão. Além de Gabriel, o projeto conta com a participação de mais três desenvolvedores da Aptor: Marcelo Petrucelli e Felipe Padula, ex-alunos do ICMC, e Janaina Pertile, aluna do curso de graduação em Imagem e Som da UFSCar. 

Segundo Renata, essa pesquisa possibilita o envolvimento dos jovens com os idosos, um aspecto fundamental não somente para o crescimento profissional dos estudantes, mas também por outros fatores: “Do ponto de vista acadêmico, os alunos formados em computação saem do curso falando apenas com a máquina. Agora, eles estão começando a ter contato com as pessoas e entender as necessidades do ser humano. Isso trará muitos benefícios e humanizará os cursos da área”. 

Empolgado com o projeto, Gabriel confirma o que diz a professora: “Quando você vê que está preenchendo uma lacuna e fazendo alguém se sentir melhor, isso faz diferença e se torna uma grande recompensa”, finaliza.

Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Créditos das fotos: imagem do grupo de pesquisadores - Reinaldo Mizutani/Assessoria de Comunicação ICMC/USP;
imagem de idoso manipulando tablete - Marcos Santos - USP Imagens

Mais informações
Site da FAPESP:
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Idosos podem se inscrever em 30 disciplinas oferecidas pelo ICMC

Iniciativa faz parte do programa Universidade Aberta à Terceira Idade, que é realizado em toda a USP e oferece mais de 4,6 mil vagas em 569 cursos, que acontecerão em São Carlos, São Paulo, Bauru, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e Santos

Inscrições podem ser realizadas até dia 3 de março

Se você tem 60 anos ou mais e deseja voltar à sala de aula pode se inscrever em uma das 30 disciplinas que serão oferecidas neste semestre pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. A iniciativa faz parte do programa Universidade Aberta à Terceira Idade, que oferece 4.691 vagas em toda a USP, divididas em disciplinas de graduação e em atividades complementares, englobando cursos, palestras, excursões, práticas esportivas e didático-culturais.

Vale ressaltar que não se tratam de aulas de informática, em que os idosos aprenderão, por exemplo, a utilizar os recursos do computador, mas sim de disciplinas acadêmicas ministradas regularmente aos alunos matriculados nos oito cursos de graduação do Instituto. Por isso, recomenda-se a participação para aqueles que desejam aprofundar os conhecimentos nas áreas de matemática, estatística e computação, além de trocar informações e experiências com os jovens.

As aulas começam na semana do dia 6 de março e há três vagas disponíveis em cada uma das 30 disciplinas oferecidas (confira a relação completa no final do texto). As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pessoalmente, até 3 de março ou enquanto houver vagas, na secretaria da Comissão de Cultura e Extensão do ICMC. Para participar, é preciso ter, no mínimo, 60 anos e ensino médio completo. Os alunos que cumprirem as exigências da disciplina têm direito a um comprovante de participação emitido pela USP. 

Como parte do programa, o ICMC também oferecerá duas novas turmas do curso Práticas com Tablets e Celulares. No entanto, as vagas para esse curso já se esgotaram e novas turmas estão previstas para o segundo semestre de 2017.

Todas as informações sobre as atividades podem ser obtidas no catálogo, que está disponível neste link: http://prceu.usp.br/3idade/sao-carlos. O programa é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária e é realizada pelo Núcleo de Direitos da USP.

Texto e foto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Onde se inscrever
Secretaria da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146.
Endereço: avenida Trabalhador São-carlense, 400, campus I da USP, centro de São Carlos (sala 3001).
Quanto: até 3 de março (não haverá atendimento entre os dias 27 de fevereiro e 1 de março por conta do Carnaval).
Horário: das 9 às 11 horas e das 14 às 17 horas.

Disciplinas do ICMC disponíveis para inscrição no primeiro semestre de 2017

  • Álgebra Matricial Aplicada à Estatística
  • Análise de Dados Categorizados
  • Análise de Sobrevivência e Confiabilidade
  • Análise Exploratória de Dados
  • Bioestatística
  • Cálculo I
  • Computadores e Sociedade
  • Empreendedores em Informática
  • Engenharia de Software
  • Equações Diferenciais Ordinárias
  • Estatística Computacional
  • Evolução Histórica da Computação e Aplicações
  • Fundamentos para Matemática do Ensino Superior
  • Gestão da Qualidade
  • Inferência Estatística
  • Introdução à Inferência Estatística
  • Introdução à Modelagem Matemática
  • Introdução à Programação de Computadores
  • Introdução a Sistemas de Informação
  • Introdução aos Estudos da Educação
  • Matrizes, Vetores e Geometria Analítica
  • Mecânica dos Fluidos Computacionais I
  • Metodologia Científica I
  • Métodos do Cálculo Numérico II
  • Mineração Estatística de Dados
  • Seminários em Computação I, II, III
  • Seminários em Computação II
  • Técnicas de Amostragem
  • Tópicos de Matemática Aplicada I
  • Tópicos Especiais em Estatística Aplicada II

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Robótica e computação: professores podem se inscrever em cursos gratuitos na USP em São Carlos

Em um dos cursos, os participantes terão oportunidade de conhecer os componentes que constituem um robô móvel e manipular um kit robótico; no outro, aprenderão noções básicas para programação de computadores

Em um dos cursos, haverá atividades práticas usando um kit robótico

Estão abertas as inscrições para dois cursos gratuitos que serão oferecidos pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Um deles será sobre computação e o outro sobre robótica. O público-alvo são os professores do ensino médio da rede pública, mas a participação é aberta a todos os interessados.

Os dois cursos acontecerão de 4 de março a 27 de maio, aos sábados. O curso Computação I será oferecido das 8 às 12 horas e tem como objetivo apresentar ao aluno conceitos de programação, mostrando estruturas de construção de algoritmos e de linguagens de programação. Para se inscrever, basta acessar o Sistema Apolo da USP por meio deste link: icmc.usp.br/e/550ad.

Já o curso Robótica I ocorrerá das 14 às 18 horas e vai explicar como é a estrutura básica de um robô, apresentando os vários componentes que o compõe, como sensores e atuadores. Os participantes também aprenderão conceitos de montagem e programação de robôs, com atividades práticas usando um kit robótico. As inscrições também devem ser efetuadas por meio do Sistema Apolo no seguinte link: icmc.usp.br/e/98852.

Em cada curso há 40 vagas disponíveis e as inscrições podem ser realizadas até 1 de março ou enquanto houver vagas. “Faça sua inscrição de forma consciente. Quando uma pessoa se inscreve e não comparece às atividades, está ocupando a vaga de alguém que poderia aproveitar essa oportunidade”, lembra Maria Fernanda Marreta, secretária da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC.

Os dois cursos estão sob a coordenação da professora Roseli Romero, do ICMC, e as aulas acontecerão na sala 6-303, no bloco 6 do Instituto, localizado no campus I da USP em São Carlos, na Avenida do Trabalhado são-carlense, 400. Os professores Fernando Osório e Kalinka Castelo Branco também contribuirão ministrando aulas. A iniciativa conta, ainda, com o apoio da Diretoria de Ensino da Região de São Carlos.

Conceitos de programação, de construção de algoritmos e de linguagens
de programação será o tema do curso Computação I
Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Mais informações
Inscrições para o curso Computação I: icmc.usp.br/e/550ad
Inscrições para o curso Robótica I: icmc.usp.br/e/98852
Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Um festival de divulgação científica sem fronteiras

Os cientistas vão invadir bares e restaurantes de 22 cidades brasileiras, conectados a um dos maiores eventos de divulgação científica do mundo, que acontecerá simultaneamente em mais 10 países



Divulgar a ciência para o público em geral é o fio condutor de uma iniciativa que vai unir Brasil, Alemanha, Austrália, Áustria, Canadá, Espanha, França, Irlanda, Itália e Reino Unido. Mais de 100 cidades espalhadas por esses 10 países realizarão simultaneamente, nos dias 15, 16 e 17 de maio, um dos maiores festivais de divulgação científica do mundo: o Pint of Science.

“Este ano, o evento se expandiu e alcançará 22 cidades em todo o Brasil”, revela a coordenadora nacional da iniciativa, Natalia Pasternak. O Pint of Science pode ser comparado a um grande festival de música, em que os artistas se apresentam simultaneamente em vários palcos a cada noite. Só que, nesse caso, em vez de artistas, há pesquisadores conversando com o público em restaurantes, cafés e bares. No lugar da música, a melodia que será ouvida nesses palcos está relacionada a biologia, computação, engenharia, estatística, filosofia, física, história, matemática, química, sociologia e muito mais. 

“O Brasil é o primeiro país sul-americano a fazer parte do festival e o sucesso estrondoso de 2016 mostra que os brasileiros amam ciência e querem realmente matar sua sede de conhecimento”, destaca Michael Motskin, diretor e fundador do Pint of Science. O festival nasceu em 2013 na Inglaterra e chegou ao país em 2015, quando o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP realizou o evento em São Carlos, no interior paulista, colocando o Brasil no mapa do Pint of Science.

Em 2016, a faísca da divulgação científica se espalhou por sete municípios brasileiros e, este ano, atingirá 10 cidades paulistas: Araraquara, Botucatu, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Caetano do Sul, São Paulo, São Carlos e Sorocaba. Além disso, a iniciativa chegará a municípios brasileiros localizados no Sul, no Nordeste e no Centro-Oeste: Belo Horizonte (MG), Blumenau (SC), Brasília (DF), Curitiba (PR), Dourados (MS), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Teresina (PI).

Em 2016, o evento contabilizou um público de aproximadamente 7,3 mil pessoas no Brasil

O evento é gratuito no Brasil e as pessoas só pagarão o que consumirem nos locais em que acontecerão os bate-papos científicos. “A ciência brasileira enfrenta uma de suas maiores crises de financiamento e credibilidade. Por isso, divulgá-la nunca foi tão importante e tão urgente quanto agora”, explica a coordenadora nacional, que é doutora em genética molecular pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Rede de voluntários – Em cada uma das 22 cidades brasileiras que realizarão o Pint of Science, existe um grupo de voluntários trabalhando para organizar os diversos bate-papos com os pesquisadores. Há um coordenador em cada cidade, bem como coordenadores regionais. O desafio deles é levar o conhecimento científico à população, de uma forma descomplicada, possibilitando que as pessoas esclareçam suas dúvidas diretamente com quem faz ciência. “Restaurantes, cafés e bares também são lugares adequados para os cientistas divulgarem suas pesquisas. Nosso objetivo é mostrar que, sem ciência, tecnologia e inovação, não existe desenvolvimento”, acrescenta Natalia.

Em 2016, o festival mobilizou 118 especialistas brasileiros e 110 voluntários

De acordo com a coordenadora, o Pint of Science possibilita, ainda, que a população conheça como é o trabalho de um pesquisador, uma jornada repleta de encantos e desencantos, tal como a trajetória de qualquer outro profissional. Dessa forma, cria-se a oportunidade para o estabelecimento de uma comunicação mais informal, descontraída e humana entre os cientistas e a população: “É um momento para nos unirmos e fazermos um brinde à ciência, rompendo todas as fronteiras”. 

A programação dos bate-papos que acontecerão nas 22 cidades brasileiras será disponibilizada no site do evento a partir do dia 27 de março. O Pint of Science conta com o apoio de várias instituições e já confirmaram patrocínio em âmbito nacional a Elsevier, a empresa Galoá e três Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria; o Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades; e o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros.

Programação das cidades será divulgada a partir de 27 de março


Texto: Denise Casatti
Coordenadora da Assessoria de Comunicação do Pint of Science Brasil e Analista de Comunicação no ICMC/USP

Fotos: equipe Pint Ribeirão Preto

Mais informações
Página no Facebook: www.facebook.com/pintbrasil
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Como a FAPESP ajudou São Paulo a se tornar uma referência em ciência, tecnologia e inovação

Pesquisadores da USP das áreas de matemática, estatística e computação explicam de que forma a  agência de fomento contribuiu para o desenvolvimento do Estado e mostram que ela continua sendo um agente fundamental nesse processo

A professora Maria Aparecida Ruas explica que São Carlos faz parte dos primórdios da história da FAPESP

Qual a importância da FAPESP para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação no Estado de São Paulo? Para responder à pergunta, a professora Maria Aparecida Ruas, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, recorre ao livro “Crônicas subversivas de um cientista”. Ela abre na página 148, onde sublinhou um pequeno trecho à lápis, e começa a ler: “a verdadeira revolução paulista aconteceu em 1960, com a criação da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Foi com a FAPESP que São Paulo saiu da Idade Média, que a universidade deixou de ser um clube onde se reuniam ilustres médicos, engenheiros e advogados para trocar ideias, que a indústria e a agricultura paulista encontraram apoio e base para um desenvolvimento tecnológico autossustentável, que a Economia, as Ciências Humanas e as Letras foram reconhecidas como atividades válidas e úteis, que, enfim, a pesquisa nas Ciências, nas Técnicas e nas Atividades Culturais foi reconhecida como elemento-chave para o progresso da sociedade”.

O livro é de autoria de Luiz Hildebrando, professor-emérito da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade Federal de Rondônia, que foi um dos mais respeitados especialistas em doenças tropicais do mundo. Na obra, ele relata uma curiosa história que está na gênese da FAPESP: era março de 1960 quando recebeu um telefonema de seu cunhado pedindo auxílio para o matemático italiano Jaurès Pacifico Cecconi. Convidado a vir ao Brasil pelo também matemático italiano Achille Bassi, Cecconi foi um dos pioneiros do Departamento de Matemática da Escola de Engenharia de São Carlos, que iniciou suas atividades em 1953 e, anos depois, deu origem ao ICMC. A vinda de Cecconi ao país foi custeada pela USP e, ao conquistar uma vaga no Istituto Matematico Universitá di Genova em 1960, ele decidiu pedir que a Universidade arcasse com os custos de transporte para que pudesse retornar à terra natal. No entanto, o Conselho Universitário da USP não aprovou a liberação dos recursos. Por isso, Luiz Hildebrando foi acionado, na esperança de que conseguisse uma solução. O fato é que, depois de algumas conversas, a situação chegou ao conhecimento do Governador do Estado, Carvalho Pinto. Ele forneceu os recursos para Cecconi, pediu desculpas pelo ocorrido e agradeceu pelos serviços prestados ao Brasil. 

“Na verdade, em certo sentido, esse problema do professor Cecconi acirrou as discussões sobre a necessidade de se criar uma fundação para o fomento à pesquisa e contribuiu para o surgimento da FAPESP. Tudo ocorreu em uma época em que estava sendo debatida a eleição para o novo reitor da USP. O grupo de Luiz Hildebrando conseguiu articular a indicação de um reitor que apoiava a criação da Fundação”, explica a professora Maria Aparecida. “É claro que a FAPESP não foi projeto de uma única pessoa, porque ninguém faz um grande projeto sozinho. Em geral, isso costuma ser o resultado do trabalho de muita gente, mas São Carlos faz parte dessa história”, completa.

Na verdade, muitos especialistas ressaltam que o embrião da FAPESP já estava se formando desde a Constituição Estadual de 1947, quando foi incluído um artigo atribuindo 0,5% da receita do Estado de São Paulo à pesquisa científica. Mas a lei que criou a FAPESP só foi promulgada em 18 de outubro de 1960 por Carvalho Pinto. Quase 30 anos depois, em 1989, o artigo da Constituição foi alterado e atribuiu-se o mínimo de 1% da receita tributária do Estado para aplicação em desenvolvimento científico e tecnológico.

“O fato de ter recursos assegurados é o que faz a diferença em São Paulo, porque você tem continuidade e pode planejar. Como construir um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), que necessita de investimentos de longo prazo, se você não sabe se terá esses recursos à disposição?”, diz o professor José Alberto Cuminato, do ICMC, que coordena o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um dos 17 CEPIDs apoiados atualmente pela FAPESP. 

Os CEPIDs são uma iniciativa que a agência de fomento lançou em 2000, com a missão de realizar pesquisa fundamental ou aplicada, com impacto comercial e social relevante, contribuindo para a inovação. Cada Centro pode ser apoiado por um período de até 11 anos. Aprovado em 2011 pela FAPESP, o CeMEAI começou suas atividades em junho de 2013 e o valor concedido para o Centro em seus primeiros cinco anos chegará a R$ 13 milhões. 

Criando redes de colaboração – Dos 17 CEPIDs financiados pela FAPESP, nove deles estão localizados no interior. Apenas na cidade de São Carlos existem quatro Centros: além do CeMEAI, há o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica; o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros; e o Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos. Segundo o professor José Carlos Maldonado, do ICMC, esse é um dos diferenciais de São Paulo: os investimentos em ciência, tecnologia e inovação não estão concentrados apenas na capital do Estado. 

Em São Carlos, quando são comparados os recursos repassados pela USP ao ICMC com os auxílios fornecidos pela FAPESP, o impacto da agência de fomento fica ainda mais evidente. No período de 2013 a 2016, o ICMC recebeu R$ 21,3 milhões da FAPESP, sem contabilizar as 375 bolsas concedidas nesses quatro anos pela agência. Isso representa mais que o dobro do valor repassado pela USP para custeio das atividades do Instituto, que totalizou, aproximadamente, R$ 9,5 milhões no período (veja gráfico e tabela). 

Observações: No orçamento repassado pela USP ao ICMC, não estão contabilizados os valores dos 
contratos terceirizados de limpeza e vigilância. Para os valores recebidos da FAPESP em dólares, 
foi utilizada a cotação de 8/2/2017. Fonte: Área Financeira do ICMC. 


Fonte: Serviço de Bolsas, Convênios e Auxílios do ICMC

Maldonado destaca que a distribuição de competências, habilidades e investimentos em todas as regiões do Estado também é observada no caso dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCTs). O programa foi criado com o intuito de articular grupos em campos na fronteira do conhecimento e em áreas estratégicas para o país, sendo coordenado pelo CNPq em cooperação com entidades que aportam recursos financeiros ao programa, tal como a FAPESP. De acordo com Maldonado, em função dos recursos fornecidos pela fundação, São Paulo é o Estado que sedia o maior número de INCTs, cerca de 30% do total, abarcando as sete áreas do conhecimento propostas pelo programa: “É interessante observar que mais de 50% desses INCTs estão localizados no interior”.

O professor coordenou, de 2008 a 2014, o INCT-Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), que deu origem a uma rede de pesquisa na área, composta por 347 integrantes e por 30 laboratórios, além de contar com a participação de diversos parceiros empresariais. Ao unir academia e indústria, essa rede apoiou o desenvolvimento de diversas soluções e aplicações para áreas estratégicas como meio ambiente, segurança, defesa nacional e agricultura. Um exemplo dos resultados obtidos foi o desenvolvimento do primeiro carro autônomo que circulou pelas ruas de uma cidade da América Latina, o Carina II.

O professor revela que, em função da atuação da FAPESP, São Paulo é o único estado brasileiro em que os investimentos estaduais em ciência, tecnologia e inovação são comparáveis aos investimentos federais. “Todas as áreas de pesquisa, inclusive a de computação, na qual atuo, não estariam no estágio de desenvolvimento e maturidade que estão se não fossem os investimentos contínuos e de qualidade da FAPESP, em consonância com investimentos de outras agências de fomento do Brasil e do exterior”, afirma Maldonado, que redigiu um artigo sobre o assunto.

O professor ressalta que a continuidade dos investimentos foi essencial para a consolidação de interações entre os pesquisadores: “Em ciência, sem redes de colaboração você não consegue solucionar problemas complexos e multidisciplinares”. Maldonado salienta, ainda, que a FAPESP tem uma infraestrutura de avaliação muito eficiente, comparável às melhores agências de fomento internacionais. “O tempo de análise de mérito pelos pares encontra-se entre os melhores do mundo, com retorno em prazos muito razoáveis. Esse aspecto é indispensável para a aplicação de recursos de forma efetiva e com resultados de excelência”, explica.

Os projetos na área de ciência e engenharia da computação receberam  R$ 26 milhões em 2015,
o que correspondeu a 2,2% do desembolso total da agência. Fonte: Relatório de Atividades 2015

A riqueza que vem da matemática – No simpósio Desafios para a Ciência e Tecnologia no Brasil, realizado no ano passado, Cuminato foi convidado para falar sobre o estado da arte e as perspectivas para a área de ciências matemáticas no país. “Talvez muitos de vocês não acreditem que a matemática pode ser útil como geradora de riquezas”, declarou o professor no evento. Logo depois, apresentou os resultados de um estudo realizado na Inglaterra mostrando que as ciências matemáticas são responsáveis por gerar 16% do Produto Interno Bruto (PIB) inglês. Uma pesquisa similar conduzida na Holanda mostrou que 9,5% do PIB holandês corresponde à riqueza produzida pela área. “A matemática pode ser e é um gerador de riqueza nos países desenvolvidos. Infelizmente, o Brasil ainda não se deu conta disso”, ressaltou o professor na ocasião (assista ao vídeo).

Para Cuminato, é preciso continuar investindo na matemática pura, mas também é necessário valorizar a matemática que se dedica a solucionar problemas práticos: “Por meio do CeMEAI, temos a oportunidade de promover a matemática industrial no país. Mas ainda é uma gota no oceano. Não basta ter um CEPID, precisamos mudar o academicismo de nossas pós-graduações. Nossos alunos não podem ser formados apenas para se tornarem professores em universidades, eles devem ter contato com os problemas da indústria. É necessário promover uma mudança na nossa cultura.”

Além de propiciar a criação de um mestrado profissional em matemática, estatística e computação aplicadas à indústria (MECAI), o CeMEAI também propôs a realização de um workshop dentro do Programa de Pós-graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional do ICMC com o intuito de aproximar o universo da academia e o mundo das empresas. O professor conta que a ideia do workshop é trazer empresas para apresentarem alguns problemas complexos que enfrentam a fim de promover o surgimento de projetos de mestrado e doutorado voltados a superar esses desafios. “Já fazemos workshops desse tipo no CeMEAI para resolver questões mais pontuais. Nos Estados Unidos, na Inglaterra e na Alemanha é muito comum esse tipo de workshop. Porém, lá, as empresas investem mais em inovação e estão dispostas a arcar com os custos desses projetos. No Brasil, ainda não temos essa cultura e, se não houver o apoio de agências de fomento, tal como a FAPESP, muito pouco poderá ser feito”.


O total de recursos destinados à área de matemática e estatística foi de 17,5 milhões,
,5% do total desembolsado pela FAPESP em 2015. Fonte: Relatório de Atividades 2015
Da universidade para a sociedade – De acordo com o professor Francisco Louzada, do ICMC, o financiamento da FAPESP possibilita acelerar o processo de transferência de uma tecnologia criada dentro da Universidade para a sociedade. “O poder público exerce um papel essencial nesse aspecto, pois dá a oportunidade para nós, pesquisadores, aprendermos a captar um problema industrial e teorizar esse problema, gerando produtos acadêmicos – como teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigos, livros – e também produtos tecnológicos”, diz o professor, que é coordenador de transferência de tecnologia do CeMEAI.

Entre os exemplos de produtos tecnológicos produzidos pelo Centro ele cita softwares e estudos específicos sobre linha de produção e sobre controle de qualidade. “Isso faz a gente levar a academia para dentro das indústrias, promovendo esse processo de transferência tecnológica e inovação”, completa.

Para Louzada, é relevante levar a academia para dentro das indústrias

Na opinião de Louzada, analisando a área de estatística, sem a FAPESP não seria possível o Estado alcançar o atual patamar científico. “A estatística tem um processo de interação muito grande com disciplinas de outras áreas e, nesse contexto, precisamos criar novas metodologias para suprir as necessidades dessas áreas”, explica o professor. Assim, conforme vão surgindo novos bancos de dados, com estruturas diferenciadas e novas pesquisas nos diversos campos do conhecimento, a estatística passa por um processo adaptativo e sequencial de desenvolvimento. 

Tal como a estatística, a matemática também precisa de recursos para continuar sua trajetória. “A matemática pura promove a evolução do conhecimento que, depois, vai ser aplicado em diversas áreas. Não investir em ciência básica é dar um tiro no pé, porque ela é o alicerce do desenvolvimento”, ressalta Maria Aparecida. “A FAPESP tem a tradição de ser uma agência de fomento muito eficiente, comparável às agências de fomento de outros países. Não é possível propor a modificação de um projeto que foi realizado com tanto sucesso”, finaliza a professora.

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Site da FAPESP: www.fapesp.br
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

Oportunidade: estágio em jornalismo na USP em São Carlos

Estagiário selecionado receberá bolsa de R$ 682,49 para 20 horas semanais de atividades, além de auxílio transporte; inscrições vão até 1 de março


Uma das funções do estagiário é atender às solicitações de imprensa e
contribuir para a divulgação dos projetos do ICMC

Alunos matriculados em cursos de graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, podem se candidatar a uma vaga de estágio no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Para se inscrever, o candidato deve ter completado, no máximo, sete semestres do curso. 

O edital completo está disponível no site do ICMC (icmc.usp.br/e/41597). As inscrições estão abertas e vão até 1 de março, devendo ser realizadas por meio do link disponível aqui: icmc.usp.br/e/cb09a. A remuneração é uma bolsa no valor de R$ 682,49, além de auxílio transporte diário no valor de R$ 7,60. A jornada semanal de atividades é de 20 horas. 

O estagiário selecionado apoiará a divulgação das atividades realizadas pelo ICMC, atuando especialmente na área de divulgação científica. Também dará suporte ao atendimento de jornalistas e veículos de comunicação e à cobertura de eventos. Por isso, os candidatos deverão ter conhecimentos em técnicas de redação jornalística, fotografia e inglês em nível intermediário.

O processo seletivo será composto por duas fases: uma prova dissertativa e uma avaliação do rendimento acadêmico e da trajetória profissional do candidato. A primeira prova será realizada no dia 5 de março, domingo, às 10 horas, na sala 4-001 no ICMC, no campus I da USP em São Carlos, localizado na Avenida do Trabalhado são-carlense, 400. Já a segunda prova acontecerá em data, horário e local a serem divulgados oportunamente no site www.icmc.usp.br.

Mais informações
Formulário para inscrições: icmc.usp.br/e/cb09a
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

ICMC seleciona professor temporário para área de otimização e cálculo numérico


O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, recebe, até o dia 22 de fevereiro, as inscrições no processo seletivo para a contratação de um docente temporário para o Departamento de Matemática Aplicada e Estatística. A função é de Professor Contratado Nível III (Doutor), com jornada de 12 horas semanais e salário de R$ 1.849,66, além de auxílio-alimentação no valor de R$ 690,00 e assistência médica.

As inscrições podem ser realizadas presencialmente ou por procuração na Assistência Acadêmica do ICMC, que fica na Avenida Trabalhador São-carlense, 400, no campus da USP em São Carlos. A seleção será realizada por meio de uma prova didática e outra escrita. O contrato terá duração até 31 de julho de 2017, mas poderá ser prorrogado. Para mais detalhes sobre prazos, documentações, critérios de seleção e demais informações, acesse o edital completo.

Mais informações
Link do edital: icmc.usp.br/e/8cdb8
Assistência Acadêmica do ICMC: (16) 3373-8163
E-mail: sacadem@icmc.usp.br

Alunos de graduação da USP podem concorrer a bolsas de monitoria

As inscrições devem ser realizadas até 17 de fevereiro; no ICMC serão oferecidas 12 bolsas

Para participar, aluno deve ter cursado a disciplina para a qual está se candidatando ou uma equivalente

Incentivar os alunos da graduação a aperfeiçoarem seus estudos em uma área de conhecimento de maior interesse, por meio do desenvolvimento de atividades supervisionadas de ensino. Esse é o objetivo do Programa de Estímulo ao Ensino e Graduação (PEEG) da USP, também conhecido como Bolsa de Monitoria, que está com inscrições abertas até 17 de fevereiro.

As bolsas estão disponíveis para todos os estudantes da USP. Mas o aluno deverá ter cursado a disciplina para a qual está se candidatando como monitor ou uma equivalente. Na seleção, é levado em conta o destaque do aluno na disciplina escolhida e seu bom rendimento escolar em geral. A monitoria é desenvolvida com a supervisão de um docente.

Em toda a USP, serão oferecidas 450 bolsas no valor de R$ 1.600,00, dividido em quatro parcelas correspondentes aos meses de colaboração (R$ 400,00 mensais). No Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, há 12 bolsas disponíveis e os estudantes podem se candidatar em um dos projetos listados neste arquivo: icmc.usp.br/e/8c319. As inscrições devem ser realizadas pela plataforma JúpiterWeb (Programa de Bolsas, Bolsa PEEG – Monitoria).

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC com informações do Jornal da USP
Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Mais informações
Edital do Programa: icmc.usp.br/e/c93e7
Lista das disciplinas e projetos do ICMC: icmc.usp.br/e/8c319
Seção de Graduação do ICMC: (16) 3373.9639

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Manual do Calouro ajuda alunos a dar seus primeiros passos na USP

Site orienta os novos estudantes sobre serviços e informações importantes para sua vivência na Universidade



Nas próximas semanas, mais de 10 mil novos estudantes passam a fazer parte da comunidade USP. Mesmo para aqueles que já conhecem a Universidade, o início pode ser difícil: são vários os procedimentos que envolvem a vida acadêmica, desde a matrícula até a definição das disciplinas, a inscrição em bolsas e benefícios, o acesso a serviços de saúde e transporte, entre outras demandas importantes relacionadas à rotina do aluno.

Para dar as boas-vindas aos ingressantes e ajudá-los nesse período de adaptação à nova rotina, a USP organiza todo ano o Manual do Calouro, um guia com as principais informações para quem está chegando à Universidade. A iniciativa é coordenada pela Pró-Reitoria de Graduação em parceria com a Superintendência de Comunicação Social (SCS).

O manual se tornou on-line em 2016, com a proposta de facilitar seu acesso e tornar a divulgação mais dinâmica. Em 2017, além da inclusão e atualização de dados e serviços que a instituição oferece, o Manual do Calouro traz uma linguagem completamente nova, mais jovem e clara, e com um layout que simplifica o acesso às informações.

A produção do Manual do Calouro 2017 contou com a participação dos próprios alunos da USP, estagiários da SCS, que criaram os ícones e ilustrações e ajudaram a planejar a organização do material. Voltado aos ingressantes da Universidade, o site dá destaque aos aplicativos para celular úteis ao dia a dia do aluno e aos principais serviços de que ele precisará durante sua graduação.

Direitos humanos - Uma das novidades no Manual do Calouro 2017 é uma seção destinada a informar os estudantes sobre a questão dos direitos humanos na USP, que envolve casos de assédio, violência e discriminação. Além de uma comissão para tratar do tema, a Universidade tem programas como o USP Mulheres, criado para enfrentar o machismo e a violência contra a mulher e desenvolver projetos para promover a igualdade de gênero.

Outra iniciativa divulgada nesta seção é o USP Diversidade, programa que tem como um dos principais compromissos implantar medidas preventivas contra a discriminação, abuso e violência na Semana de Recepção aos Calouros. Desde 2000 a Universidade mantém o Disque-Trote, disponível pelo telefone 0800-0121090, pelo e-mail disquetrote@usp.br e pelo chat. No ano passado, o serviço recebeu mais de 400 contatos – a maioria, no entanto, para solicitar informações sobre a Universidade. Foram recebidas apenas quatro denúncias, o menor número desde a criação do serviço. As reclamações foram sobre consumo de bebidas alcoólicas e atividades consideradas abusivas, como raspar o cabelo, sujar roupas e pintar o corpo.

A iniciativa surgiu com a proibição do trote na USP, em 1999, a partir de uma portaria instituindo que todas as manifestações de recepção aos ingressantes deveriam estar integradas à Semana de Recepção aos Calouros, um período em que as aulas regulares são substituídas por palestras, oficinas, conversas com os egressos, campanhas educativas e ações sociais.

Institucionalizada na USP em 1998, a Semana de Recepção aos Calouros é organizada pelas Comissões de Graduação das unidades, por seus Centros Acadêmicos e Atléticas, com o objetivo de promover a integração entre os novos alunos e os veteranos, e para transmitir os valores cultivados pela Universidade: humanismo, excelência, universalismo e solidariedade.

Texto: Jornal da USP, com informações da Assessoria de Imprensa da USP

Atenção:
A programação da Semana de Recepção aos calouros do ICMC, que acontecerá de 6 a 10 de março, será divulgada em breve. Já foi criada uma página do evento no Facebook para facilitar a comunicação com os alunos ingressantes:


Mais informações
Manual do Calouro: www.usp.br/manualdocalouro/ 
Seção de Graduação do ICMC: (16) 3373.9639

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Pesquisa sobre monitoramento postural realiza experimento nesta sexta-feira

Participantes do experimento utilizarão um suporte torácico para smartphone

Monitorar a postura de pacientes afetados por acidentes vasculares cerebrais e alertá-los quando eles não estiverem na posição correta: esse é um dos objetivos de um aplicativo para smartphones que está sendo desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da USP, e cuja validação será realizada pelo projeto de pesquisa denominado Validação de aplicativo de identificação e correção postural.

Desenvolvida com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), essa pesquisa foi premiada como a segunda melhor apresentação oral durante o XXV Congresso Brasileiro de Medicina Física e Reabilitação, realizado em São José do Rio Preto, em agosto do último ano.

Na próxima sexta-feira, 10 de fevereiro, todos os interessados são convidados a participar do trabalho premiado: será realizado um experimento em que cada voluntário usará um suporte torácico para smartphone como o da figura da imagem, devendo permanecer sentado, realizando atividades cotidianas, e responderá a dois questionários ao final da utilização. Durante o dia haverá três oportunidades para participar: às 14 horas, às 15h30 e às 17 horas, e a duração será de aproximadamente duas horas. As atividades ocorrerão na biblioteca Achille Bassi, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, na sala de treinamento, que se localiza no terceiro piso.

Para participar, basta preencher o formulário disponível neste link – no qual também podem ser encontradas outras informações e orientações – e enviá-lo para o endereço amandapolin@gmail.com. A pesquisa é desenvolvida pela mestranda Amanda Peracini, no âmbito do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia, que é oferecido em conjunto pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC). Também participam dos trabalhos o doutorando do ICMC, Olibário Machado Neto; a professora Maria da Graça Pimentel, do ICMC, que o orienta; e a professora Valeria Elui, da FMRP, orientadora de Amanda.

Por Assessoria de Comunicação da EESC com informações da Assessoria de Comunicação do ICMC
Foto: divulgação



Mais informações
Link para acessar o formulário: icmc.usp.br/e/64650
Confira reportagem sobre o projeto: icmc.usp.br/e/6dc1b
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373-9666

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Álgebra Linear: um livro para facilitar a compreensão de uma das áreas fundamentais das ciências exatas

“Escrevi o livro como se estivesse dando aula”, revela a autora Neide Franco, professora aposentada do ICMC

Linguagem didática é um dos diferenciais do livro escrito pela professora aposentada do ICMC

Graduação. Época de muito esforço dos estudantes que enfrentam um ritmo alucinante de estudos. Nos cursos de exatas, em específico, os alunos precisam passar por uma disciplina primordial para seguir o caminho rumo à formação: Álgebra Linear. Considerada difícil, a matéria, que serve como base para muitas outras, pode se tornar um obstáculo na trilha do ensino superior caso não seja estudada de forma correta. Diante disso, como se preparar da melhor maneira para esse desafio? A professora aposentada Neide Franco, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, escreveu um livro sobre a disciplina que promete ajudar os estudantes nessa missão.

“Para a grande maioria dos alunos, os livros de matemática servem apenas como fonte de exercícios. Por isso, procurei utilizar no meu livro uma linguagem simples, acompanhada de ilustrações e exemplos resolvidos, a fim de motivá-los a se aprofundarem na teoria”, conta Neide, que também é autora de um livro sobre Cálculo Numérico, publicado em 2006. Ela explica que não adianta apenas decorar fórmulas, deve-se saber quando e como usá-las, interpretando as respostas das questões.

A ideia de escrever o livro Álgebra Linear surgiu quando Neide, após se aposentar pelo ICMC, foi ministrar aulas da disciplina em uma faculdade particular, em Ribeirão Preto. No entanto, não encontrou nenhum livro sobre o tema que lhe agradasse por completo, o que poderia atrapalhar o desejo de presenciar seus estudantes aprendendo, de fato, o que é “espaço vetorial”, por exemplo, um dos conteúdos centrais da área. “Eu escrevi o livro como se estivesse dando aula. Temos que explicar o porquê daquilo e de onde saiu toda a teoria”, revela. 

A obra levou oito anos para ser escrita

A obra, que foi produzida pela editora Pearson, é composta por 362 páginas e seis capítulos. Nos três primeiros (matrizes, vetores e espaço linear) são apresentados alguns conceitos básicos, muitos deles já conhecidos pelo leitor, mas que poderão facilitar a compreensão do restante do livro. “Se o aluno já possui um bom domínio desses conteúdos, ele pode começar seus estudos a partir do quarto capítulo”, conta Neide, que preparou uma lista com centenas de exercícios ao final de cada um. Com o objetivo de estimular os estudantes a desenvolverem a resolução das questões, é fornecido apenas o resultado final de cada pergunta.

Voltado para alunos de graduação e recém-formados, o livro levou oito anos para ser escrito e foi preparado tanto para aqueles que não tenham conhecimento algum sobre o tema, quanto para quem já domina parte da área. “Acredito que um dos maiores diferenciais do livro é que ele está bem mais didático do que todos que já vi”, celebra a professora. 

Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 
                           Foto: Reinaldo Mizutani - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP                                                   
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Link para aquisição do livro: icmc.usp.br/e/7d085
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E-mail: comunica@icmc.usp.br

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Palestras da semana - 6 a 13 de fevereiro



Palestras do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME)
Spectral tau method for nonlinear integro-differential problems
Palestrante: Paulo Vasconcelos - Faculdade de Economia do Porto - Universidade do Porto - Portugal
Quando: segunda-feira, 6 de fevereiro, às 16 horas
Onde: 3-011
Clique aqui para ver o resumo
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Palestras do Programa de Verão em Matemática
Algumas consequências da equação de Codazzi
Palestrante: João Paulo dos Santos (UnB)
Quando: terça-feira, 7 de fevereiro, às 13h15
Onde: 3-010
Clique aqui para ver o resumo
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Palestras do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME)
Extension of the method for partial differential equations
Palestrante: Jose Matos - Faculdade de Economia do Porto - Universidade do Porto - Portugal
Quando: quarta-feira, 8 de fevereiro, às 16 horas
Onde: 3-011
Clique aqui para ver o resumo
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Palestras do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME)
Computing the Bidiagonal SVD through an Associated Tridiagonal Eigenproblem
Palestrante: Osni Marques - Lawrence Berkeley National Laboratory
Quando: sexta-feira, 10 de fevereiro, às 10 horas
Onde: 3-009
Clique aqui para ver o resumo
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Mais informações
Seção de Eventos: (16) 3373.9622
E-mail: eventos@icmc.usp.br

De aluno a diretor: na engenharia ele descobriu que amava a matemática

Como um menino do interior do Espírito Santo chegou às salas aulas de aula da USP, em São Carlos, e se tornou diretor de um dos 42 institutos de ensino e pesquisa da Universidade

Nolasco durante a cerimônia de posse como diretor do ICMC, no dia 19 de novembro de 2014

O jeito manso de falar e a maneira calma como vai contando os rumos que a vida tomou para trazê-lo ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, evidenciam a origem desse homem que só se descobriu matemático depois de ingressar no curso de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Ele é o terceiro na sequência dos oito filhos que seus pais trouxeram ao mundo lá no antigo distrito de Imbuí, hoje município de Divino São Lourenço, no Espírito Santo. A família do fazendeiro morava a cerca de 23 quilômetros do Pico da Bandeira, junto com apenas mais três mil habitantes.

Mas a crise atingiu a família no final dos anos 1960, o pai vendeu a fazenda e eles se mudaram para a cidade de Guaçuí. Lá, o adolescente Alexandre Nolasco de Carvalho conciliava a escola com seu primeiro emprego: vendedor em uma loja de autopeças. Depois, os donos do comércio transferiram o garoto para trabalhar em outra loja, agora de tintas. Ele controlava o estoque, emitia notas fiscais e até fez um curso de datilografia para melhor exercer suas atividades no trabalho. “Mas minha mãe queria uma vida melhor para os filhos”, conta Nolasco.

Então, quando ele estava terminando o ensino fundamental, em 1976, ela articulou, secretamente, junto com o filho mais velho, a inscrição de Nolasco no processo seletivo para o curso de Eletrotécnica na Escola Técnica Federal do Espírito Santo, em Vitória, onde o mais velho já morava.

“Meu pai ficou muito bravo. Porque ele era muito tradicionalista e achava que filho tinha que ficar em casa. Por outro lado, gostava muito de ler e herdei a paixão dele por colecionar sonetos. Sempre nos incentivava a gostar de aprender, tínhamos até uma boa enciclopédia em casa”. Vitória ficava a 240 quilômetros de Guaçuí. Diante do impasse, Nolasco foi ter uma conversa reservada com o pai:

– O que eu faço pai? É para passar na prova da escola ou não?

– Já que é para fazer, é para passar – respondeu o pai resignado.

Em Vitória, a escola técnica era em tempo integral e, no primeiro ano, os jovens não podiam ser reprovados em nenhuma disciplina, do contrário, perderiam a vaga. Quando estava no último ano do curso, Nolasco descobriu que o colégio Salesianos oferecia um cursinho com bolsas para alunos que ficassem bem classificados no exame de seleção. Ele foi fazer a prova com mais 3,6 mil candidatos e conseguiu uma das 29 bolsas que ofereciam desconto de 100% na mensalidade. Nesse tempo, aprendeu que era possível estudar em três períodos. Enquanto ele seguia o rumo natural da vida, tal como os demais estudantes, e procurava estágios, sua mãe lhe dizia: você tem que fazer um curso superior! De novo, ela tirou Nolasco do eixo: dessa vez, articulou tudo com a irmã mais velha, que morava em São Paulo e enviaram a ele o manual de inscrições para a Fuvest.

Receptivo às novas ideias, Nolasco viu no manual que o curso de Engenharia Elétrica na EESC oferecia menos vagas do que o da Escola Politécnica (Poli). Logo, deduziu: “Se tem menos vagas, é mais seletivo, deve ser melhor”. Assinalou essa como sua primeira opção. Foi fazer o vestibular em São Paulo, onde ficou hospedado na casa da irmã, crente de que, se fosse aprovado, poderia morar com ela. Somente no momento da matrícula, ele se deu conta de que a EESC ficava em São Carlos e não em São Paulo. Então, viajou os 240 quilômetros que separam a capital do Estado e o município do interior decidido a remanejar o curso para o campus da USP em São Paulo. No entanto, no interior, informaram que isso não era possível, já que ele havia assinalado a EESC como sua primeira opção. Virou as costas e retornou os mesmos 240 quilômetros sem fazer a matrícula. De novo, a mãe, a irmã, o irmão e, agora, até o pai, o convenceram a seguir adiante.

No outro dia, o jovem pegou a estrada de novo e quase não chegou a tempo de se matricular. “Foi a melhor coisa que podia acontecer. Eu me adaptei bem à cidade, tinha só 90 mil habitantes na época. Fui bem recebido pelo pessoal do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO), fiquei no alojamento e logo consegui bolsa alimentação”.

No dia 7 de maio de 2013, durante cerimônia no Rio de Janeiro,
Nolasco tomou posse como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC)

Da engenharia para a matemática - Tempos depois, seu colega de alojamento e companheiro nos jogos de basquete, Paulo Hideshi Ogata, comentou que tinha cursando uma disciplina optativa no ICMC: Elementos de cálculos de variações e complementos de análise. “Ele gostava de matemática tanto quanto eu e me contou um pouco da disciplina, emprestou o caderno dele e me falou sobre um assunto que tinha estudado: o problema da Braquistócrona”, relembra Nolasco. “É um problema simples: você tem um corpo que vai cair do ponto A para o ponto B e ele está só sob o efeito da gravidade. Qual é a trajetória que minimiza o tempo de percurso? Quando ele me contou isso, eu falei: é a reta. Mas é claro que não é a reta, aí ele me explicou que era um arco de ciclóide”, completa.

Intrigado com aquela história, Nolasco fez a disciplina assim que ela foi oferecida novamente no ICMC. O professor era José Gaspar Ruas Filho, seu futuro orientador na iniciação científica e no mestrado. “Foi aí que comecei a ampliar minha formação em matemática. Fiz muitas disciplinas optativas, aprendi mais sobre álgebra, análise e geometria”.

Quando estava terminando a graduação, ele foi procurar estágio, mas todos eram em São Paulo. “Isso me assustou. Sou um matuto mesmo, do interiorzão. Gosto de lugar pequeno, onde conheço as pessoas, onde consigo andar a pé para todo o lado. É isso que define um caboclo do interior: o alcance dele é o alcance das pernas.”

Esse medo da cidade grande e o amor à matemática fizeram Nolasco continuar no ICMC e ingressar no mestrado. “Jovem não faz muito plano de futuro, você vai levando a vida. Em 1986, me falaram que havia uma oportunidade de trabalho no ICMC. Como eu já tinha um filho, decidi me inscrever. Mas para ter alguma chance, tinha que colocar em meu currículo que faria doutorado no exterior.” Foi assim que o mestrando Nolasco se tornou professor no ICMC e as pernas do caboclo precisaram dar passos mais largos, rumo aos Estados Unidos, inicialmente na Brown University e, depois, na School of Mathematics da Georgia Institute of Technology, onde foi orientado por Jack Hale no doutorado.

“A formação que recebi e o acolhimento que tive no ICMC foram fundamentais”, revela Nolasco. “Eu recebi uma formação de altíssimo nível, muito superior à dos meus colegas do exterior, isso me ajudou a me estabelecer como um pesquisador lá.” O acolhimento também fez toda a diferença: “Aqui, tive pessoas que me ajudaram a fazer todo o caminho: fui aceito como docente, incentivado a ir para o exterior, me apresentaram as pessoas importantes para poder ir para lá e até me emprestaram dinheiro”.

Em 2001, na cerimônia de premiação dos melhores alunos de graduação,
quando Nolasco era chefe do Departamento de Matemática do ICMC

Visão arrojada - Desde 1986 até hoje, Nolasco viu o ICMC crescer muito. O Instituto mais do que duplicou de tamanho, considerando o número de alunos, professores, infraestrutura e reconhecimento internacional. “Mas tudo isso já estava plantado lá atrás. Porque essa ação de que, para ser contratado como docente, você precisava ter o compromisso de fazer doutorado no exterior foi a primeira iniciativa de internacionalização da qual tomei conhecimento. Essa visão arrojada, de que precisávamos nos inserir no mundo, transformou o ICMC no que ele é hoje.”

Como diretor do Instituto, Nolasco acredita que seu papel é entender o projeto da unidade e tentar aprimorá-lo. “O ICMC cresceu e evoluiu porque procurou planejar e construir sempre. Nunca trabalhamos com a desmontagem do que os outros fizeram, sempre trabalhamos com um processo de construção a partir do que os outros fizeram”. Ele cita uma frase de Isaac Newton para dizer como enxerga sua função na direção do Instituto: If I have seen further it is by standing on the shoulders of Giants (Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes). E explica: “Você deve se apoiar no trabalho que todos fizeram até aqui e dar um passo um pouco adiante”.

Para Nolasco, a tarefa de formar é prevalente em relação à produção de conhecimento novo, embora essas duas atividades andem juntas. “Eu sinto que preciso estar em sintonia com o que há de mais avançado na minha área de pesquisa para poder continuar ajudando meus alunos a se formarem da maneira adequada”, diz. Pois foi na arte de ensinar que esse professor descobriu uma forma de lidar com a efemeridade da vida: “O que você faz como indivíduo, sozinho, é muito pouco. Sua contribuição só será realmente relevante se você deixar um rastro e o rastro são as pessoas que você ajudou a formar. Essas pessoas farão seu rastro aparecer porque elas continuarão realizando algo, que pode ser diferente do que você ajudou a construir. Mas isso é o que nos perpetua.”

Denise Casatti / Assessoria de Comunicação do ICMC
Fotos: Divulgação ICMC


Leia mais no especial "Um instituto e suas infinitas histórias"

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