quinta-feira, 28 de março de 2019

A ciência da recomendação: curso da USP apresenta os recentes avanços desse campo na computação

Voltado, preferencialmente, para alunos que fazem pós-graduação nas áreas de ciências de computação e afins, curso será ministrado em São Carlos pelo professor Derek Bridge, da University College Cork, da Irlanda

Curso gratuito acontece no dia 5 de abril, sexta-feira, pela manhã e à tarde

O mundo virtual é também o mundo das recomendações. Nas principais redes sociais, a todo o momento pipocam sugestões de páginas para curtir e de novos amigos para adicionar. Recomendações de produtos surgem automaticamente na tela do computador depois que um site de compras é acessado e a partir dos filmes, séries e músicas que você curte, mais filmes, séries e músicas são sugeridos por meio dos serviços de streaming. A ciência que existe nesses sistemas de recomendação será tema de um curso gratuito que acontece dia 5 de abril, sexta-feira, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

O objetivo da iniciativa é apresentar uma visão geral dos algoritmos de sistema de recomendação, apresentando os recentes avanços desse campo do conhecimento, particularmente no contexto de pesquisas realizadas na University College Cork, na Irlanda, sob a responsabilidade do professor Derek Bridge. O professor, que está fazendo uma visita ao ICMC durante um mês, será o ministrante do curso. 

Segundo o professor Marcelo Manzato, que coordena a iniciativa, o público-alvo são, preferencialmente, os alunos que fazem pós-graduação nas áreas de ciências de computação e afins. Se houver vagas remanescentes, também poderão ser ocupadas por alunos de cursos de graduação dessas áreas. Para participar, basta se inscrever no sistema Apolo da USP, até dia 3 de abril ou enquanto houver vagas, por meio deste link: icmc.usp.br/e/91f0a

As atividades acontecerão no auditório Luiz Antonio Favaro, no bloco 4 do ICMC, das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas. Confira o programa completo do curso A Postgraduate Guide to Recommender Systems: icmc.usp.br/e/8a52c

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Imagem: Portal do Bibliotecário

Mais informações 
Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146 
E-mail: ccex@icmc.usp.br

quarta-feira, 27 de março de 2019

Aprendendo a criar jogos: maratona e cursos gratuitos agitam USP São Carlos

No próximo final de semana, acontece uma maratona de desenvolvimento de jogos no ICMC e, em abril, serão oferecidos 15 minicursos para quem deseja adquirir novos conhecimentos na área

Para participar da maratona, não é preciso ter qualquer experiência prévia na área, basta comparecer à abertura do evento

Os jogos eletrônicos serão destaque em uma série de eventos gratuitos que acontecerão no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, durante os próximos três finais de semana. As atividades começam com a Geleia Jam, uma maratona em que os participantes formam equipes e criam um jogo do zero, em apenas 48 horas, a partir do tema revelado na abertura do evento. 

A Geleia Jam é aberta a todos os interessados e os mais diversos talentos são bem-vindos, já que, para criar um jogo, é preciso unir várias habilidades tais como programar, desenhar, compor e escrever histórias. Para participar, não é preciso ter qualquer experiência prévia na área, basta comparecer à abertura da maratona, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC, na próxima sexta-feira, dia 29 de março, a partir das 18 horas. 

As atrações continuam nos dois primeiros finais de semana de abril, quando serão realizados 15 minicursos, sempre das 14 às 18 horas, para ensinar diversas técnicas de desenvolvimento de jogos. Modelagem 3D, arte 2D, arte vetorial, Pixel Art, Voxel Art, composição de trilhas sonoras e gestão de projetos serão alguns dos temas abordados. Como as vagas são limitadas, é necessário realizar a inscrição online nos minicursos, acessando o link de cada um no sistema Apolo da USP. Para localizar a opção desejada e obter informações detalhadas, acesse este link: icmc.usp.br/e/51fcb. As inscrições já estão abertas para as atividades oferecidas nos dias 6 e 7 de abril, já as inscrições para os minicursos de 13 e 14 de abril podem ser realizadas a partir do dia 5. A seguir, confira a relação completa dos 15 minicursos bem como as datas em que cada um será oferecido. 

Tanto a Geleia Jam quanto os minicursos serão promovidos por estudantes que fazem parte do Fellowship of the Game (FoG), grupo de desenvolvimento e divulgação de jogos da USP São Carlos que é vinculado ao ICMC. As ações estão sob coordenação do professor Cláudio Motta Toledo e têm o apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do Instituto. 

Geleia é também o nome de uma área do FoG responsável por organizar as maratonas de desenvolvimento de jogos


15 minicursos para aprender a desenvolver jogos – sempre das 14 às 18 horas 

Quando: 6 de abril, sábado 
Inscrições: até dia 3 de abril ou enquanto houver vagas
Quando: 7 de abril, domingo 
Inscrições: até dia 3 de abril ou enquanto houver vagas
 Quando: 13 de abril, sábado
Inscrições: de 5 a 10 de abril ou enquanto houver vagas 
Quando: 14 de abril, domingo
Inscrições: de 5 a 10 de abril ou enquanto houver vagas 

Geleia Jam – 29 a 31 de março 
Quando: a partir das 18 horas do dia 29 de março até 19 horas do dia 31 de março 
Onde: abertura no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano (sala 6-001) e desenvolvimento de jogos em equipes nas salas 5-101, 5-103 e 5-104 do bloco 5. 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações 
Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146 
E-mail: ccex@icmc.usp.br

terça-feira, 26 de março de 2019

Computação descomplicada: aprenda programação gratuitamente na USP São Carlos

Quem estuda no ensino médio ou em cursos pré-vestibulares pode se inscrever em uma iniciativa gratuita do ICMC e adquirir conhecimentos básicos sobre lógica de programação e resolução de problemas


Inscrições no projeto Codifique podem ser realizadas até dia 3 de abril

Já pensou em cursar computação na USP? Se você estuda no ensino médio ou em cursos pré-vestibulares e gostaria de ter um gostinho do que é programar – até para ter mais segurança sobre qual caminho seguir na futura escolha profissional –, inscreva-se no projeto Codifique. Oferecido por alunos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, o projeto consiste em um curso gratuito que aborda temas relacionados à lógica de programação e resolução de problemas, utilizando a linguagem JavaScript

“Foi uma experiência muito legal e serviu para eu ver se queria seguir uma carreira na área de computação. Mesmo sendo um curso que só fornece uma base de conhecimento, eu consegui ter uma noção mais ampla do que é programar”, explica Marina Nastri, que participou do Codifique em 2016, quando cursava o segundo ano do ensino médio em um colégio particular na cidade de São Carlos. 

Ao participar do projeto, ela não só descobriu que gostava mesmo de computação como também teve a oportunidade de conhecer o ICMC por dentro. “Como eu tive esse contato, gostei muito do ambiente e das pessoas. Por isso, fiz de tudo para entrar aqui”, ressalta a garota de 19 anos que, este ano, tornou-se aluna do curso de Bacharelado em Sistema de Informação do ICMC. Depois de fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no ano passado, Marina conquistou a vaga na USP este ano via Sistema de Seleção Unificada (SiSU).

Por se tratar de um curso de programação básica, não é preciso ter nenhum conhecimento prévio sobre o assunto para participar do Codifique. No total, são oferecidas nove aulas presenciais, que acontecem uma vez por semana, sempre às quartas-feiras, das 16 às 19 horas, iniciando no dia 10 de abril. Todas as aulas são ministradas em um dos laboratórios de informática do ICMC, na área I do campus da USP, no centro de São Carlos. 

Para se inscrever, preencha o formulário online, até dia 3 de abril, disponível neste link: icmc.usp.br/e/5d82d. A inscrição não garante uma das 30 vagas disponibilizadas no projeto: a partir dos dados fornecidos no formulário, os selecionados serão contatados posteriormente e informados sobre o prazo para confirmar a matrícula no curso. Já os que não forem selecionados farão parte de uma lista de espera e poderão ser chamados posteriormente, caso haja alguma vaga remanescente. 

Realizado pelos alunos do ICMC que fazem parte do Programa de Educação Tutorial (PET Computação), o Codifique não é um curso profissionalizante nem ensina informática, apenas apresenta princípios básicos de programação. Os alunos que concluem o curso recebem um certificado oficial da USP.

Marina (à direita) comemora a aprovação na USP


De aluna a professora – Apesar da certeza de computação é a escolha certa, Marina ainda não decidiu se vai continuar cursando Sistemas de Informação. “Estou gostando muito do curso, que é à noite, mas, inicialmente, o plano era ingressar no Bacharelado em Ciências de Computação no ICMC. Por isso, continuo frequentando algumas disciplinas, no cursinho, na área de humanas”. No cursinho, Marina também trabalha desenvolvendo atividades de assistência administrativa e marketing. 

Outra certeza que Marina tem é de que sua história no ICMC está apenas começando: de aluna ela quer se tornar professora no projeto Codifique. Aliás, qualquer pessoa que possua noções de informática e/ou lógica de programação pode contribuir com esse e outros projetos do PET-Computação. Para isso, basta se inscrever no processo seletivo para se tornar um monitor voluntário. As inscrições podem ser realizadas até o próximo domingo, 31 de março, neste link: icmc.usp.br/e/7c0f5.



Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Saiba mais 
Página do Codifique no Facebook: www.facebook.com/pet.codifique
Página do PET no Facebook: www.facebook.com/petcompusp

segunda-feira, 25 de março de 2019

Oportunidade: estágio na área de administração na USP em São Carlos

Com jornada semanal de 20 horas, estagiário receberá bolsa no valor de R$ 682,49, além de auxílio transporte diário 

Estudante selecionado desenvolverá atividades no Serviço de Pós-Graduação do ICMC

Os alunos matriculados em cursos de graduação de administração de empresas e administração pública podem se candidatar a uma vaga de estágio no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. O estagiário vai atuar junto ao Serviço de Pós-Graduação do Instituto e realizará atividades que vão complementar sua formação. 

Para se inscrever, o candidato deve ter completado o 3º semestre do curso. As inscrições podem ser realizadas até dia 5 de abril por meio do envio do currículo e histórico escolar do candidato para este e-mail: sacadem@icmc.usp.br. A remuneração é de R$ 682,49, além de auxílio transporte diário. Já a jornada semanal de atividades é de 20 horas.

O processo seletivo será composto por duas fases. Primeiro, ocorrerá a análise do histórico escolar do candidato (etapa eliminatória), por meio da avaliação do rendimento acadêmico. A seguir, vem a entrevista e a avaliação da trajetória profissional (etapa eliminatória e classificatória). As entrevistas serão agendadas a partir do dia 10 de abril, por e-mail ou telefone.

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
E-mail: sacadem@icmc.usp.br
Assistência Técnica Acadêmica do ICMC: (16) 3373.8877

quinta-feira, 21 de março de 2019

Vem pra USP São Carlos: dia 12 de abril tem visita monitorada no ICMC

Estudantes, pais, professores e demais interessados podem se inscrever gratuitamente na iniciativa, conhecer a Universidade por dentro e esclarecer todas as dúvidas


Inscrições podem ser realizadas individualmente ou em grupo até dia 8 de abril

Você sabia que não precisa morar em São Paulo para estudar na USP? Sabia que grandes empresas, em especial as da área de tecnologia como Microsoft, Google e Facebook, costumam visitar uma cidade no interior do estado para recrutar os alunos da USP, justamente por causa da qualidade da formação oferecida no campus? 

É exatamente para mostrar os diferenciais de estudar em São Carlos, no campus da USP, que será realizado um evento dia 12 de abril, sexta-feira, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. É quando acontecerá a visita monitorada: estudantes, pais, professores e demais interessados poderão conhecer gratuitamente o Instituto, conhecer os oito cursos de graduação oferecidos e esclarecer as dúvidas com alunos, professores e funcionários da USP. 

Para participar da iniciativa, que é gratuita, basta se inscrever, até dia 8 de abril, individualmente ou em grupo, no formulário disponível neste link: www.icmc.usp.br/e/5ef37. Há 200 vagas disponíveis e as atividades acontecerão das 14h30 às 17 horas. 

Nesse dia, os participantes receberão as boas-vindas no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC. Depois, vão visitar uma mostra tecnológica, em que diversos grupos de pesquisa e extensão do Instituto mostrarão os projetos que desenvolvem, nos quais os futuros alunos da USP poderão se engajar. Além disso, acontecerá também um tour guiado para possibilitar que todos conheçam a infraestrutura existente no ICMC. 

Vale lembrar que a USP é uma universidade pública e gratuita e que você pode ingressar nos cursos de graduação oferecidos fazendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou o vestibular da Fuvest. A visita monitorada faz parte do Programa USP e as Profissões, coordenado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, e é promovida pela Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC.



Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP 


USP e As Profissões - Visita monitorada ao ICMC
Formulário para inscrições: www.icmc.usp.br/e/5ef37.
Quando: 12 de abril, sexta-feira, das 14h30 às 17 horas.
Onde: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC, na área I do campus da USP.
Endereço: avenida Trabalhador São-carlense, 400. Centro (clique para acessar o mapa).
Quem pode participar: estudantes do ensino fundamental e médio, pais, professores e demais interessados.
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/425374048269600

Mais informações - Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146 ou ccex@icmc.usp.br

Espetáculo teatral gratuito acontece na noite de 27 de março na USP São Carlos

Grupo teatral Fora do sériO apresenta “ferramentas da casa quebrada”, espetáculo que aborda temas atuais como a violência contra a mulher e a hipocrisia social



A partir da adaptação do conto “Kótin, o provedor, e Platonida”, do escritor russo Nikolai Leskov, nasceu o espetáculo ferramentas da casa quebrada, do grupo teatral Fora do sériO. O público poderá assistir à peça na próxima quarta-feira, 27 de março, às 19 horas, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos no saguão do auditório uma hora antes do início do evento. Na noite anterior, o grupo fará a apresentação no Teatro Municipal da cidade a partir das 20 horas. 

Após um ano em cartaz com sucesso de público, o espetáculo foi contemplado em um edital do Programa de Ação Cultural (ProAC) Circulação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e será exibido em seis cidades durante o primeiro semestre de 2019. Segundo o grupo, a contundência da narrativa escrita no século XIX por Leskov ainda reverbera nos tempos atuais. Temas como violência contra a mulher e hipocrisia social são trazidos à tona no conto e no espetáculo, que não é recomendado para menores de 14 anos. 

“A arte e o teatro têm a função de agregar socialmente, para que as ideias sejam compartilhadas, experiências coletivas sejam vividas e as pessoas troquem reflexões sobre as questões atuais”, explica Miriam Fontana, atriz e produtora do espetáculo. Na segunda-feira, dia 25, Miriam realizará um encontro artístico com roda de conversa no Senac, às 19 horas. Os interessados podem comparecer no dia, local e hora marcados para participar gratuitamente e conhecer a linha de pesquisa adotada pelo grupo para a criação do espetáculo. 

Com direção de Jonas Golfeto, direção musical do maestro Sergio Alberto de Oliveira e tendo como figurinista Dino Bernardi, a peça conta com a desenvoltura de três atrizes: Isabela Graeff, Míriam Fontana e Renata Martelli. Elas se revezam como narradoras e como personagens, em um jogo teatral instigante aliado à expressão musical e corporal. 

Para que o projeto seja o mais democrático possível e esteja ao alcance de todos os públicos, o grupo oferece um vídeo com a contextualização do espetáculo na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), que pode ser assistido antecipadamente por pessoas com deficiência auditiva, contextualizando-as para vivenciar a apresentação no dia do espetáculo. O vídeo pode ser solicitado por meio de contato nas redes sociais do grupo ou pelo link: http://bit.ly/emlibras



Fora do SériO – Fundado em 1988 na cidade de Campinas, o grupo está sediado em Ribeirão Preto desde 1991 e preza pela ousadia por meio da mescla de linguagens e a presença em espaços variados, tais como palco, teatro de arena, rua, ambientes alternativos, buscando a expressão e a comunicação contemporânea. 

O trabalho do Fora do SériO foi fortificado principalmente pelo estudo da commedia dell’arte – movimento teatral popular apoiado na força do ator, na utilização de máscaras teatrais, na improvisação e interação com o espectador, na presença da música executada ao vivo e na expressividade do corpo. Essas qualidades estão presentes até hoje nos espetáculos do grupo. 

Texto - Assessoria de comunicação do ICMC com informações da assessoria de imprensa Fonte Comunicação

Espetáculo teatral “ferramentas da casa quebrada” 
Página do evento no Facebook: www.facebook.com/events/396057577746419/
Quando: quarta-feira, 27 de março, às 19 horas, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano 
Onde: no bloco 6 do ICMC, na área I do campus da USP, no centro de São Carlos 
Endereço: avenida Trabalhador São Carlense, 400 
Mais informações: (16) 3373.9146

sexta-feira, 15 de março de 2019

Biblioteca do ICMC recebe Taça São Carlos de Damas

Atividade acontecerá domingo, 24 de março, a partir das 14 horas, no hall da Biblioteca do ICMC




As damas vão tomar conta da USP, em São Carlos, na tarde de 24 de março, domingo. É quando acontecerá a Taça São Carlos de Damas no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). O evento é aberto a todos os fãs desse jogo que coloca frente a frente dois competidores diante de um tabuleiro quadrado de 64 casas.

A atividade acontecerá a partir das 14 horas no Hiperespaço Gilberto Loibel, no hall da Biblioteca do ICMC. Haverá premiações aos melhores colocados nas categorias feminino, sub-12, sub-21, livre e acima de 60 anos. Para participar, é preciso preencher o formulário de inscrição e pagar uma taxa de R$ 10 conforme as instruções que constam neste link: icmc.usp.br/e/c7561.

A iniciativa é promovida pelos criadores da Revista Brasileira de Jogo de Damas (RBJD) e conta com o apoio da Biblioteca Achille Bassi e da Prefeitura Municipal de São Carlos. “A ideia da criação da RBJD se deu no intuito de motivar e mobilizar damistas que já possuem um conhecimento teórico e prático razoável a publicarem material que agregasse à literatura já existente, integrando os praticantes e valorizando a iniciativa dos estudos desse esporte, que também pode ser considerado uma ciência e uma arte”, explica Raphael Leite de Almeida, um dos coordenadores do evento. Damista, Raphael é funcionário da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e aluno do curso de Licenciatura em Ciências Exatas da USP, que é oferecido pelo ICMC em parceria com o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e com o Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC


Taça São Carlos de Damas
Formulário de inscrição e informações sobre como efetuar o pagamento da taxa: icmc.usp.br/e/c7561
Quando: 24 de março, domingo, a partir das 14 horas 
Onde: Hiperespaço Gilberto Loibel, no hall da Biblioteca do ICMC, na área I do campus da USP, no centro de São Carlos
Como chegar: https://www.openstreetmap.org/#map=19/-22.00722/-47.89430 
Mais informações: biblioteca Achille Bassi: (16) 3373.8116 ou revistabrasileiradejogodedamas@gmail.com

quinta-feira, 14 de março de 2019

Mutirão para instalar Linux acontece dia 23 no ICMC


Para ajudar a comunidade a conhecer e instalar o Sistema Operacional Linux, acontecerá a Linux Installfest no dia 23 de março, sábado, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. O evento, que é gratuito e não demanda inscrições prévias, será realizado das 10 às 18 horas, na sala 4-001, no bloco 4 do Instituto. 

“O Linux é um sistema operacional livre e alternativo ao Windows ou OS X. Ao contrário do que geralmente se diz, há uma gama enorme de software e jogos para o sistema. Sem falar que você pode atualizá-lo quando quiser e não precisar ficar parado esperando uma atualização acontecer nos horários mais inconvenientes”, explica um dos coordenadores do evento, João Guilherme Madeira Araújo, que estuda Ciências de Computação no ICMC. 

Além disso, a instalação e uso do Linux são, na maioria dos casos, mais simples do que nos demais sistemas, além de contar com maior segurança e privacidade. Os organizadores recomendam que os participantes façam o backup de seus arquivos e a desfragmentação do disco de seus computadores antes de iniciarem a instalação. Também solicitam que todos tragam um pendrive vazio. 

Confira as condições para participar do evento neste link: https://demo.codimd.org/s/HJJk-x5rN#. A iniciativa é promovida pelo São Carlos Area Linux User Group (sancaLUG). 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Linux Installfest no ICMC
Página do evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/393163788115359/
Quando: 23 de março (sábado), das 10 às 16 horas 
Onde: sala 4-001 do ICMC, na área I do campus da USP, no centro de São Carlos 

terça-feira, 12 de março de 2019

Departamento de Sistemas de Computação do ICMC oferece bolsas de monitoria


Estão abertas, até 22 de março, as inscrições para bolsas de monitoria no departamento de Sistemas de Computação (SSC) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

A monitoria é para o período de abril a junho deste ano, o valor mensal das bolsas é de R$ 300,00 e a carga horária é de oito horas semanais, dedicadas ao exercício da monitoria, incluindo nesse tempo a orientação.

Podem se candidatar alunos de graduação e pós-graduação da USP, desde que não possuam outras bolsas e tenham cursado a disciplina da qual serão monitores ou uma disciplina equivalente. 

Os interessados deverão se inscrever por meio de formulário eletrônico no link: icmc.usp.br/e/8a7db onde está disponível a lista das disciplinas com vagas para monitoria.


Mais informações
Secretaria do SSC (16) 3373.9655 / ssc@icmc.usp.br

Será que é possível prever o futuro de um projeto de lei?

A dissertação de Danilo Oliveira, que concluiu o mestrado em janeiro no ICMC, mostra como a inteligência artificial pode contribuir para aumentar a transparência do processo legislativo

Danilo Oliveira (à direita) e seu orientador, o professor Alexandre Delbem (ao centro), após a apresentação da dissertação no dia 28 de janeiro, no ICMC

A democracia só é realmente efetiva quando existe a participação do povo em todos os processos políticos. Dessa forma, a sociedade se torna forte, crítica e menos desigual. Mas você já pensou em como a computação, mais especificamente as ferramentas da área de inteligência artificial, podem se tornar aliadas da democracia, contribuindo para aumentar a participação popular? 

Preocupado com a falta de transparência dos processos que tramitam no Congresso Nacional, Danilo Oliveira criou o sigalei, uma ferramenta de monitoramento legislativo desenvolvida no início de 2015, na versão de aplicativo. Diante dos desafios que surgiram a partir da criação da iniciativa, o empreendedor decidiu desenvolver um projeto de pesquisa para aperfeiçoar a ferramenta. Resultado: em janeiro, com a apresentação do trabalho Compreendendo e prevendo o processo legislativo via ciência de dados, Danilo conquistou o título de mestre pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

O começo - No início, o app sigalei tinha algumas limitações e o monitoramento dos projetos era bastante restrito. Apesar disso, a ideia era tão inédita que ganhou o Prêmio Nacional de Inovação INOVAPPS em 2015, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

“Eu imaginei que, se pudesse facilitar o acesso do cidadão à informação, o engajamento político poderia aumentar”, explica Danilo. Dessa forma, a ideia inicial era fazer um aplicativo destinado ao cidadão comum. Entretanto, ele percebeu que o app era utilizado, na maioria das vezes, por pessoas que estavam em Brasília e em São Paulo. Considerando esse público, o nível de engajamento político já era extremamente alto. É por isso que, hoje, o sigalei tem como público-alvo os chamados grupos de pressão (empresas, associações, sindicatos, ONGs e instituições), pois é esse segmento que mais precisa acompanhar automaticamente as atividades do poder público.

“Para essas pessoas, é muito mais fácil quando existe um mecanismo em que você pode encontrar todas as informações do seu interesse em um só lugar, sem que você precise entrar em diversos sites para achar o que procura”, explica Danilo. 

Então, o app deu origem a uma startup, sediada em São Carlos, que tem como objetivo analisar dados de diversas fontes públicas, de maneira que os grupos de pressão possam fazer um monitoramento automático dos projetos de lei em andamento e influenciar o poder legislativo em nível federal, estadual e municipal. Para isso, um software monitora e interpreta dados de 19 sites legislativos no País entre assembleias estaduais, câmaras municipais, Câmara dos Deputados e Senado Federal.


O avanço - Para aperfeiçoar o sigalei, Danilo desenvolveu um projeto de pesquisa utilizando técnicas estatísticas e de inteligência artificial, em especial da área de aprendizado de máquina, já que era necessário analisar uma grande quantidade de dados. Algoritmos foram empregados para coletar os dados e “aprender” com eles. Assim, o sistema computacional se tornou capaz de selecionar o que é relevante para determinado grupo de pressão.

Dessa forma, Danilo conseguiu que a plataforma sigalei fosse capaz de fazer um prognóstico sobre os projetos de lei. Com base no histórico de outros projetos de lei, que versam sobre temáticas similares, a plataforma identifica a trajetória futura mais provável. “Dessa forma, os grupos de pressão que estão cadastrados no nosso site podem acompanhar quais são os projetos do seu interesse que estão sendo debatidos, como eles podem afetar o grupo e, dependendo do prognóstico, quais estratégias poderiam ser adotadas”. 

Outro exemplo do uso da inteligência artificial em prol da democracia é o projeto Operação Serenata de Amor, que usa ciência de dados para fiscalizar gastos públicos e compartilhar informações de forma acessível a qualquer pessoa. A ferramenta foi criada em 2016 pelo cientista de dados Irio Musskopf. A ideia, segundo ele, era usar inteligência artificial para auditar contas públicas e auxiliar no controle social, de forma que as pessoas pudessem participar ativamente do processo democrático, fiscalizando os gastos públicos.

A busca por aprimorar a transparência na gestão dos recursos públicos motivou, ainda, a criação do portal Repasse, desenvolvido em parceira por pesquisadores do ICMC e da Universidade Federal do ABC (UFABC). Ao acessar a plataforma, é possível ver detalhadamente onde foram aplicados os recursos repassados pelo governo federal a cada município, mês a mês. Por meio de gráficos coloridos e dinâmicos, o cidadão consegue verificar quanto foi investido em cada área (saúde, educação, saneamento, cultura, etc.), subárea, programa e ação, além de identificar quem foi favorecido e quanto recebeu. Projetos como esses mostram como a computação pode, de fato, se tornar uma aliada da democracia. 

Texto: Denise Casatti e Talissa Fávero - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações
Site do sigalei: https://sigalei.com.br
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

segunda-feira, 11 de março de 2019

ICMC abre concurso para professor na área de geometria computacional

Professor selecionado terá salário inicial de R$ 10.830,94, além de auxílio alimentação, refeição e assistência médica

Inscrições devem ser realizadas até dia 9 de maio via internet

Estão abertas, até dia 9 de maio, as inscrições no concurso público para o cargo de professor doutor no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. O docente atuará junto ao Departamento de Ciências de Computação do Instituto, na especialidade geometria computacional.

O candidato aprovado será nomeado em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa, com salário inicial de R$ 10.830,94, além de auxílio alimentação, refeição e assistência médica. 

As inscrições devem ser realizadas exclusivamente via internet até as 17 horas do dia 9 de maio (horário oficial de Brasília/DF) por meio deste link: https://uspdigital.usp.br/gr/admissao. Para obter mais detalhes sobre prazos, provas e documentações, acesse o edital completo. 

Mais informações 
Edital ATAc/ICMC/USP nº 007/2019: icmc.usp.br/e/4be39
Assistência Acadêmica do ICMC: (16) 3373-8163 
E-mail: sacadem@icmc.usp.br

sexta-feira, 8 de março de 2019

Dia Internacional da Mulher: elas celebram as exatas com todas as suas singularidades

As mulheres ainda são uma minoria nas ciências exatas, mas têm se unido para romper a invisibilidade e inspirar futuras cientistas





São muitos os substantivos femininos contidos nas ciências exatas: tem a matemática, a computação e a estatística, por exemplo. Mas a diversidade abarcada nas palavras e pesquisas realizadas na área ainda não se faz presente quando o assunto é a quantidade de mulheres que atuam nesse mundo exato, ainda tão predominantemente masculino. 

Na matemática, por exemplo, em todo o mundo, elas são aproximadamente 30% dos estudantes no início de carreira, mas, aos poucos, vão ficando pelo caminho: ocupam apenas cerca de 10% dos cargos de liderança nesse campo profissional. No Brasil, menos de 45% dos ingressantes em cursos de graduação em matemática são mulheres. Conforme subimos os degraus da carreira científica, o percentual vai diminuindo e se reduz a 15% quando a análise leva em conta os bolsistas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

O que faz essa trajetória tomar a forma de um funil e a equação não fechar? Se é fato que elas não se interessam por ciências exatas por que, em menos de 24 horas, esgotaram-se as 200 vagas de uma escola de verão destinada a meninas que desejam desenvolver aplicativos? Oferecida pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, a escola atraiu garotas de 10 a 18 anos vindas de todo o Estado de São Paulo: há pais que estão encarando o desafio de, durante cinco sábados, percorrer quatro horas de viagem de ida e de volta apenas para possibilitar que suas filhas participem do evento. Meninas que não conseguiram uma das disputadas vagas enviavam mensagens pedindo para que fossem incluídas na iniciativa e lotaram as caixas de e-mail do Grupo de Alunas de Ciências Exatas (GRACE) do ICMC, que coordena o evento. 

A demanda urge por ser atendida: sim, as mulheres são de exatas, assim como são de humanas e de biológicas. Mas não é preciso ser versado em matemática para imaginar o que ocorre no meio do caminho que era para ser exato: tem muitas pedras, como diria Carlos Drummond de Andrade. Alivia saber que tem também poesia na jornada, pois as histórias singulares das mulheres que desbravaram esse terreno mostram que é possível superar os inúmeros percalços. São histórias para inspirar as meninas de hoje a se tornarem as pesquisadoras do amanhã em matemática, computação, estatística ou em qualquer outra área do conhecimento que elas quiserem. 

Carolina Araújo foi uma das quatro matemáticas brasileiras convidadas para ministrar uma palestra no Congresso Internacional de Matemáticos, realizado em agosto de 2018 no Rio de Janeiro
(crédito da imagem: Marcos Arcoverde/ICM 2018)

Percepção singular – “Eu não entendia, muitas vezes, o porquê das discussões sobre gênero que aconteciam especialmente nos Estados Unidos, onde havia esses debates sobre as mulheres na ciência. Até que eu comecei a estudar, a olhar os dados, a ler sobre o assunto, a ver as estatísticas e a perceber que havia algo errado”, diz a matemática Carolina Araújo. Até este ano, ela era a única mulher a fazer parte do time de cerca de 50 pesquisadores do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro, que está efetuando a contratação de mais uma mulher. 

Mas foi só nos últimos cinco anos que Carolina começou a compreender a relevância da percepção feminina: “Todas nós somos singulares e temos que aceitar a nossa singularidade porque é daí que vai vir a inovação, a criatividade”. O ponto crucial na mudança de percepção de Carolina está localizado no princípio da linha do tempo de 2015, quando ela recebeu o convite para fazer parte do Comitê para Mulheres em Matemática da União Internacional Matemática. 

Nesse tempo, a pesquisadora já estava engajada no comitê organizador do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), que aconteceu pela primeira vez no Brasil de 1 a 9 de agosto de 2018. Por isso, o Comitê convidou Carolina para estabelecer um elo com os responsáveis pelo ICM. “Foi então que comecei a estudar e a desenvolver outra percepção sobre a questão de gênero. Passei a conversar com outras mulheres e fui ganhando consciência, em um processo que se desenvolveu junto com a organização do Encontro Mundial para Mulheres em Matemática (WM)2.” 

Realizado dia 31 de julho, um dia antes do início do ICM, o Encontro reuniu 350 mulheres de mais de 60 países. Na quinta-feira, 9 de agosto, minutos depois da cerimônia de encerramento do ICM, Carolina estava exausta, mas irradiava felicidade enquanto contava sua história sentada em uma das muitas mesas das lanchonetes instaladas no Riocentro para atender aos 3.018 congressistas de 114 países que conviveram nesse espaço nos dias do Congresso. 

Resume em uma frase a descoberta que mais a surpreendeu ao longo da construção de sua nova perspectiva de gênero na matemática: “As mulheres não percebem o quão forte elas são”. Carolina conta que, quando há uma oferta de emprego com as qualificações necessárias explícitas, se uma mulher não souber fazer metade do que está listado, normalmente não se candidata à vaga. Por outro lado, se um homem nota que pode fazer metade do que é solicitado, é natural que decida se candidatar. “Mesmo tendo consciência, às vezes caio na armadilha e me pego tomando esse tipo de atitude: dizendo que não vou conseguir, que não vou tentar. Por isso, tenho incentivado muito minhas colegas e alunas a se candidatarem a bolsas e prêmios. É algo em que posso atuar e consigo transformar”. 

Outra descoberta de Carolina é sobre a relevância das mulheres criarem redes informais de apoio para compartilharem experiências, ideias e afetos. “Muitas questões que nós achamos que são pessoais, na verdade, permeiam a vida de todas nós. Esse ganho de consciência é empoderador”, revela a pesquisadora, que tem incentivado a formação de redes locais para unir as matemáticas. 

Outro importante aprendizado da singular jornada de Carolina é a maternidade. Mãe de Iago, de três anos, Carolina diz que, ao vivenciar a maternidade, passou a compreender que é preciso criar políticas públicas para que as mulheres não abandonem a ciência para cuidar de seus filhos. Defende a necessidade das universidades disponibilizarem creches e da academia avaliar de forma diferenciada a produção científica das mulheres durante os primeiros anos da maternidade ou da adoção de um filho. “É natural que a produção caia. Mas o impacto pode ser maior ou menor dependendo de cada mulher e da rede de apoio que ela tem. Existe até uma proposta para que seja disponibilizado um espaço na Plataforma Lattes em que a mulher possa inserir os dados do nascimento ou da adoção de filhos”. 

Carolina Araújo com Iago: destaque em um dos painéis da exposição Elas, expressões de matemáticas brasileiras
(crédito da imagem: Rafael Meireles Barroso)

Vídeo para despertar – A matemática Christina Brech também se lembra do ponto crucial para sua mudança de percepção em relação a gênero: foi em 2012, quando já era professora no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, em São Paulo. “No dia do lançamento do vídeo Science it´s a girl thing, uma iniciativa da União Europeia, eu acessei a plataforma e assisti. Era catastrófico. Foi tirado do ar em menos de 24 horas. Fiquei chocada. Comecei a ver as discussões que estavam acontecendo na internet a respeito do assunto e aí comecei a pensar mais nessa questão”. 

O vídeo é de assustar: para mostrar que “a ciência é uma coisa de menina”, a área é, literalmente, toda pintada de cor-de-rosa. As meninas andam com seus saltos altos e minissaias por um laboratório de química, repleto de batons e produtos de maquiagem. 

O incômodo mobilizou Christina. Ela começou a pensar que, em todo processo de produção daquele vídeo, havia um viés repleto de estereótipos de gênero e as mulheres não podiam deixar isso acontecer. Não por acaso, Christina participou ativamente do processo de elaboração do documentário Jornadas de Mulheres na Matemática (Journey of Women in Mathematics). Produzido pelo Comitê para Mulheres em Matemática da União Matemática Internacional em parceria com a Simons Foundation, a primeira parte do filme conta a trajetória de três matemáticas: a brasileira Carolina Araújo e as matemáticas Neela Nataraj, da Índia, e Aminatou Pecha, de Camarões. Já a segunda etapa do documentário, filmada durante o (WM)², deu voz a outras seis matemáticas presentes no evento. 

Quando as gravações do documentário foram realizadas no Rio de Janeiro, Christina acompanhou tudo de perto. Para ela, o vídeo tem dois objetivos principais: mostrar que há pesquisadoras na área que podem inspirar meninas e destacar, para a própria comunidade de matemáticos, que essas mulheres existem. “A gente é invisibilizada. Talvez, muitos pensem que não existe pesquisa em matemática em Camarões, menos ainda uma mulher atuando na área. Mas há e ela está fazendo matemática apesar de todas as dificuldades”. 

Entre as inúmeras iniciativas que Christina ajudou a realizar no Brasil em prol de uma maior mobilização das matemáticas está a participação no comitê organizador do primeiro Encontro Paulista de Mulheres na Matemática, realizado em 2016 na Universidade Estadual de Campinas e do ciclo de debates Matemática: substantivo feminino, que aconteceu entre agosto de 2017 e junho de 2018 em 13 universidades de diferentes regiões do país. Ela também participou da equipe responsável pela exposição Ela está em tudo, que retratou 14 mulheres (estudantes e profissionais) que têm em comum o amor pela matemática. Além disso, Christina teve papel importante em prol da criação de uma comissão institucional para acolhimento da mulher no IME e participa de dois coletivos de mulheres na USP em São Paulo.

Christina participou ativamente do processo de elaboração do documentário Journey of Women in Mathematics
(crédito da imagem: arquivo pessoal)

Empatia é fundamental – “Posso adicionar você na rede Quem cala, consente?” Essa pergunta marca um ponto crucial na história da professora Thaís Jordão, do ICMC. Quando respondeu “sim” ao convite feito por Christina Brech por e-mail, no dia 1º de junho de 2015, e passou a fazer parte da rede para tratar de casos de assédio e violência sexual, Thaís começou a mudar sua perspectiva em relação à questão de gênero. “Muitos acontecimentos ao longo da minha carreira e comentários que havia ouvido até ali tinham passado despercebidos, eu não sabia nomear aquelas atitudes como assédio ou discriminação”, conta a professora. 

Com o aumento da conscientização, ela passou a compreender o quanto é fundamental colocar em pauta a discussão sobre a participação das mulheres nas ciências exatas. Quanto mais Thaís se envolve com a questão, mais garotas a procuram para compartilhar suas histórias, desabafar, solicitar um apoio ou apenas buscar um ouvido atento para seus relatos. “Algumas chegam reclamando das dificuldades que enfrentam no curso, comparando-se com algum garoto, que é considerado o gênio da turma. Então, eu tento mostrar que elas são tão capazes quanto os rapazes. Às vezes, só precisam de um toque para aumentar a autoestima e seguir adiante”. 

Um das cenas mais marcantes que a professora vivenciou foi em sala de aula, em um dia de avaliação da disciplina Cálculo III em uma turma de estudantes de Engenharia Aeronáutica. Uma das poucas garotas presentes na sala começou a chorar diante da prova, desesperada. A professora simplesmente acolheu a garota e a acalmou. Gestos simples e empáticos como esse, para Thaís, são tão relevantes e transformadores quanto iniciativas mais formais como a criação, no ano passado, de um grupo de extensão para apoiar as estudantes do ICMC e estimular que mais garotas ingressem em carreiras nas áreas de ciências exatas, o GRACE. Coordenado pela professora Kalinka Castelo Branco, Thaís também faz parte da iniciativa e já tem no currículo duas exposições de sucesso: Elas: expressões de matemáticas brasileiras, que já foi exibida em nove espaços, e Remember Maryam Mirzakhani, uma homenagem à única mulher a ganhar a Medalha Fields, a maior honraria da Matemática. 

A exposição em homenagem a Maryam foi um dos destaques do (WM)2. No encontro surgiu a ideia de criar o Dia da Mulher na Matemática. A data escolhida não poderia ser melhor: 12 de maio, dia do nascimento de Maryam. Nessa data, a mostra em homenagem à única mulher a ganhar a Medalha Fields será exibida em São Carlos, pela primeira vez, no ICMC. Não há dúvida de que a exposição será fonte de inspiração para meninas e mulheres e, talvez, até mesmo um ponto crucial na história de muitas delas.

A professora Thaís Jordão foi a curadora da exposição Remember Maryam Mirzakhani, uma homenagem à única mulher a ganhar a Medalha Fields, a maior honraria da Matemática
(crédito da imagem: Denise Casatti)

Mais histórias de mulheres do ICMC – Você pode ler mais histórias motivadoras conhecendo a trajetória de algumas mulheres que fazem parte do ICMC: como a de Maria Cristina Ferreira de Oliveira, a primeira mulher a assumir a direção do ICMC; ou de Kalinka Castelo Branco, coordenadora do GRACE; ou da professora Solange Rezende; ou da professora Maria Carolina Monard; da estudante Sabrina Tridico, que despertou com o encanto da computação; ou da funcionária e artesã Marília Marino (na página 26 desta edição da revista ICMCotidi@no). Confira também a entrevista com as professoras Maria Aparecida Ruas, a primeira mulher a chefiar o Departamento de Matemática do ICMC, e com a professora Sueli Aki, uma das professoras pioneiras do ICMC 

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Para saber mais 
Documentário Journey of Women in Mathematics: https://youtu.be/uNJ7riiPHOY
Projeto Pioneiras da Ciência no Brasil – http://cnpq.br/pioneiras-da-ciencia-do-brasil
Sobre o ciclo de debates Matemática: substantivo feminino – https://matematicasf.wordpress.com/
Sobre a exposição Ela Está em Tudo – http://elaestaemtudo.ime.usp.br
Comitê para Mulheres em Matemática – https://www.mathunion.org/cwm

sexta-feira, 1 de março de 2019

Chega mais: veja as imagens que marcaram a chegada dos calouros ao ICMC



Feira de oportunidades, aulas especiais, palestras, noite de jogos, reunião com familiares, atividades sociais e culturais foram algumas das 18 atrações da Semana de Recepção aos Calouros no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Os ingressantes puderam, ainda, se divertir com o jogo cooperativo BixoQuest, disponibilizado na web por meio de um aplicativo. 

As atividades começaram na segunda-feira, 18 de fevereiro, e se estenderam até sexta-feira, dia 22. As boas-vindas aos mais de mil novos alunos de graduação do campus tiveram início no salão de eventos da Universidade, em uma cerimônia que contou com a presença de dirigentes da USP, pais e familiares. A abertura conjunta é um diferencial da USP em São Carlos e reúne calouros de todas as cinco unidades de ensino e pesquisa do campus, marcando o início da Semana de Recepção aos Calouros. No evento, a música entoada pelo Coral da USP São Carlos encantou a plateia. 

Durante toda a semana os novos alunos receberam palavras de incentivo e informações sobre infraestrutura bem como sobre oportunidades acadêmicas, científicas, sociais e culturais a que terão acesso. Mas as boas-vindas ainda não terminaram: muitas outras iniciativas serão realizadas ao longo do ano com o objetivo de acolher os calouros. 

No próximo dia 12 de março, por exemplo, os calouros de todo o campus estão convidados para participar da palestra Quem não se comunica, se trumbica! Chega mais, calouro. Promovida pelo grupo permanente de comunicação do campus, a atividade é gratuita, aberta a todos os interessados, não demanda inscrições prévias e será realizado no anfiteatro Jorge Caron, na Escola de Engenharia de São Carlos, a partir das 18 horas. 



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Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC, com informações de Suzana Xavier, da Assessoria de Comunicação da Prefeitura do Campus 

Fotos: Reinaldo Mizutani