quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Prêmio Gutierrez: exposição, coleção digital e vídeos são lançados em homenagem ao matemático

Além da palestra com o vencedor do Prêmio, cerimônia de premiação foi marcada pelo lançamento de exposição, coleção digital e vídeos destacando o legado do professor Carlos Teobaldo Gutierrez Vidalon

Exposição também marca a 10ª edição do Prêmio

 De malas prontas para o pós-doutorado no Korea Institute for Advanced Study (KIAS), em Seul, na Coreia do Sul, o colombiano Plinio Pino Murillo, 28 anos, deixa Brasil com mais uma lembrança inesquecível: foi aplaudido de pé ao concluir sua palestra na cerimônia de entrega do Prêmio Professor Carlos Teobaldo Gutierrez Vidalon 2018, realizada na última segunda-feira, 27 de agosto, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP.

“Falei dos resultados da minha tese, mas também da história para chegar até eles, incluindo momentos difíceis de falta de confiança, motivação e de como é importante o trabalho do orientador também nesse campo pessoal. Tentei que a cerimônia fosse uma oportunidade para motivar alunos mais novos que talvez passem por essas situações, para que tentem lidar com elas e acreditem no que gostam. Espero ter conseguido”, contou Murillo, que defendeu a tese de doutorado no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no ano passado. Ele recebeu um certificado das mãos da diretora do ICMC, Maria Cristina Ferreira de Oliveira, e um prêmio em dinheiro.

A diretora do ICMC com o premiado, Plinio Murillo

Além dos elogios à apresentação, Ali Tahzibi, pesquisador do ICMC, destacou o feito de Murillo, que disputou a premiação com outros 24 trabalhos: “Ele conseguiu sintetizar a tese de forma profunda e com senso de humor. Está de parabéns, assim como o IMPA”. Assim como o colombiano, Tahzibi fez doutorado no IMPA. “Fui orientado por Jacob Palis”, contou, com orgulho.

Durante a cerimônia, o ICMC lançou três iniciativas para ressaltar o legado de Gutierrez: uma exposição sobre a vida e obra do peruano; uma coleção digital com trabalhos dele; e sete vídeos disponibilizados noYoutube, nos quais os principais resultados obtidos pelo pesquisador são destacados por professores da área. A ideia, contou Tahzibi, surgiu quando um de seus alunos perguntou informações básicas sobre o peruano.

“Percebi ali que, dez anos após a criação do prêmio, precisávamos também divulgar o legado de Gutierrez. Tínhamos muito material dele, que estava guardado, com muito zelo, em um armário. O lugar certo é na biblioteca”, relatou Tahzibi, coordenador das homenagens.

Organizada pela equipe da Biblioteca Achille Bassi, do ICMC, a coleção digital Professor Carlos Teobaldo Gutierrez Vidalon está disponível no Repositório Institucional do ICMC e reúne 33 notas de aulas manuscritas sobre Teoria Ergódica e Teoria da Bifurcação, o diploma de doutorado no IMPA, além de outros materiais. Já a exposição estará em cartaz na vitrine da Biblioteca do Instituto, a partir desta segunda-feira, 3 de setembro, onde permanecerá até dia 21. 

A cerimônia de premiação marcou também o início do Workshop de Teses e Dissertações em Matemática do ICMC

O prêmio – Criado em 2009, a distinção homenageia o pesquisador peruano Carlos Gutierrez (1944-2008), que trabalhou no IMPA até 1999. Depois, atuou como professor titular no ICMC, onde contribuiu com a fundação e organização do grupo de pesquisa em Sistemas Dinâmicos. Das dez edições do Gutierrez, que é apoiado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), o IMPA conquistou oito.

Na edição deste ano, Murillo foi reconhecido pelo trabalho On arithmetic manifolds with large systole, sob orientação de Mikhail Belolipetsky. Na tese, foram estudados dois elementos geométricos – os cumprimentos de curvas e o volume – em espaços que têm forte ligação com teoria dos números, chamados variedades aritméticas. “Espero que esse tipo de prêmio sirva para que outras pessoas também se sintam motivadas e apoiadas a continuar seu próprio caminho”, enfatizou, acrescentando que foi atraído pelo mestrado e doutorado no IMPA pela alta formação do corpo científico da instituição e do acesso que se tem à informação. “Esses recursos são muito importantes para uma excelente pesquisa em matemática e, como aluno, pude aproveitar ao máximo”, acrescentou.

Ao ser indagado sobre uma forma de explicar o trabalho para um público não especializado em matemática, Murillo fez analogias com situações e objetos do cotidiano: “Vamos a imaginar, por um momento, que a Terra é como uma bola de futebol, e o Equador é aquele círculo bem no meio da bola. A área da bola e o Equador estão intimamente relacionados. De fato, um determina o outro. Esse é um exemplo de uma relação entre duas quantidades geométricas diferentes. Nós podemos pensar na mesma situação agora com uma rosquinha e relacionar círculos com a sua área. Em minha tese, tratamos essa relação em espaços matemáticos parecidos com a Terra, com a bola de futebol ou com uma rosquinha, mas que, de alguma maneira, são construídos usando aritmética.”

Murillo foi à cerimônia acompanhado da namorada, Vanessa Rodrigues



Texto adaptado de Karine Rodrigues/Assessoria de Comunicação do IMPA
Fotos: Reinaldo Mizutani/ Assessoria de Comunicação do ICMC



Mais informações
Link para acessar o acervo digital: http://repositorio.icmc.usp.br/handle/RIICMC/200
Link para acessar os sete vídeos: icmc.usp.br/e/11afb
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666

ICMC forma mais 48 alunos nas áreas de computação, matemática e estatística

Familiares e amigos dos formandos comemoram a conquista
O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, realizou mais uma cerimônia de colação de grau na última sexta-feira, 24 de agosto. Durante o evento, também houve uma homenagem a Sandro José Colângelo, que trabalhava na cantina do Instituto.

Familiares e amigos de 48 alunos de cinco cursos de graduação do Instituto estiveram no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano para presenciar o instante em que, simbolicamente, esses estudantes tornaram-se profissionais.

Confira as imagens do evento no Flickr e no Facebook!

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Conheça os projetos de iniciação científica em matemática aplicada e estatística do ICMC

Alunos que desejarem apresentar trabalhos devem se inscrever até dia 10 de outubro



No dia 17 de outubro, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, realizará o 3º Workshop de Iniciação Científica do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME). O evento tem como objetivo mostrar os trabalhos de iniciação científica orientados por professores do Departamento em diferentes áreas de pesquisa, tais como otimização, mecânica dos fluidos, redes complexas, processamento visual e geométrico, análise aplicada e estatística.   

A iniciativa é uma oportunidade para que alunos do ICMC, de outras unidades de ensino da USP e de outras instituições conheçam quem desenvolve esses projetos, já que são os próprios estudantes de graduação que farão as apresentações ao público. “Para muitos deles, essa é a primeira oportunidade que têm para falar sobre o trabalho que estão realizando. Além de ser um estímulo, o workshop promove uma maior integração entre os alunos que fazem iniciação científica”, explica a professora Cynthia Ferreira, uma das organizadoras do evento. De acordo com a professora, outro objetivo do workshop é despertar o interesse pela pesquisa nos estudantes que nunca desenvolveram um projeto de iniciação científica.

O Workshop é aberto ao público e ocorrerá no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, a partir das 14 horas. Os alunos que forem apresentar os trabalhos devem se inscrever até dia 10 de outubro. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas por meio do formulário eletrônico disponível neste link: www.icmc.usp.br/e/06f7a. As melhores apresentações serão premiadas.

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Seção de Eventos do ICMC: (16) 3373-9622
E-mail: eventos@icmc.usp.br

Startup desenvolve recursos computacionais para tecnologias de fala

Sistema é voltado para empresas de serviços baseados em tecnologias de fala, como e-commerce, e-learning e e-banking
(crédito da imagem: espectograma da voz humana/Dvortygirl, Mysid/Wikimedia Commons)

Quando Vanessa Marquiafável Serrani ingressou no curso de Licenciatura em Letras na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em 2000, seu futuro profissional já parecia definido: seria professora de inglês. Mas sua trajetória mudou ainda na graduação durante um projeto de iniciação científica, quando conheceu o Núcleo Interinstitucional de Linguística Computacional (NILC), sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Acabou trocando a carreira acadêmica pelo empreendedorismo.

Hoje Vanessa Serrani é sócia-proprietária da empresa SpeechTera Desenvolvimento de Programas para Computadores e desenvolve, com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, um projeto de criação de recursos computacionais para tecnologias de fala voltadas ao português no Brasil. O projeto já passou pela fase 1 do PIPE – teste de viabilidade -– em 2016 e está na fase 2 – que compreende o desenvolvimento da iniciativa propriamente dita –, com término previsto para 2019, quando a SpeechTera espera colocar no mercado recursos computacionais essenciais ao desenvolvimento de sistemas para síntese e reconhecimento de fala.

A linguista explica que existem diversas aplicações para esse ramo da tecnologia: criação de comandos de voz para dispositivos eletrônicos, aperfeiçoamento de pronúncia na área do ensino de idiomas, tradutores automáticos, sistemas terapêuticos para pessoas com patologias de fala, inclusão digital de pessoas com deficiências visuais ou motoras, entre outras. Para pessoas que sofrem de distúrbios da fala é possível até criar vozes personalizadas. “A voz constitui traço identitário de um indivíduo”, diz Vanessa. No entanto, por causa do alto custo dos sistemas de síntese de voz desenvolvidos no exterior, as empresas de tecnologia tendem a criar poucos tipos de vozes sintéticas – o que pode causar insatisfação e até rejeição por parte do usuário.

O desenvolvimento de uma tecnologia nacional, reduzindo os custos, pode trazer novas alternativas de vozes customizadas masculinas, femininas e infantis. “É possível, inclusive, extrair traços acústicos de pequenas amostras de fala para construir uma voz sintética personalizada para indivíduos que, dadas as dificuldades motoras, conseguem articular apenas algumas palavras ou até mesmo algumas poucas vogais”, acrescenta a pesquisadora.

Segundo Serrani, o modelo de negócios da SpeechTera será, sobretudo, business-to-business, tendo como clientes empresas desenvolvedoras de serviços baseados em tecnologias de fala, como e-commerce, e-learning e e-banking, além de hospitais, clínicas e centros de saúde. A empresa está investindo em quatro diferentes produtos: corpora de fala, modelos acústicos, modelos de pronúncia e conversores grafema-fonema. A linguista explica que os corpora (plural do latim corpus, conjunto) são as bases de dados de voz utilizadas pelos sintetizadores. “Coletamos vozes de pessoas entre 18 e 65 anos, de diversos perfis e sotaques brasileiros. Assim, quanto maior a variabilidade, melhor poderá ser o desempenho de um reconhecedor de fala.”

Já os modelos acústicos são responsáveis por determinar as características acústicas dos fonemas da língua. E os modelos de pronúncia são os dicionários fonéticos, listas de palavras às quais são associadas suas respectivas pronúncias, de acordo com um alfabeto fonético legível pelo computador. “Esses dicionários são transcritos conforme 13 diferentes sotaques brasileiros que elegemos dentre a enorme variedade existente no país”, explica Serrani.

Há, ainda, o conversor grafema-fonema: o algoritmo que transforma o texto de entrada que está no formato ortográfico convencional numa sequência de símbolos fonéticos tratáveis por computador. Segundo a pesquisadora, esses produtos poderão ser comercializados de forma individual ou separadamente.

Coleção de vozes - “Essa é uma área relativamente nova, ainda bastante carente de pesquisas. Quando descobri essa vertente fiquei muito motivada a trabalhar com tecnologia de voz”, diz Serrani. Segundo a linguista, o NILC concentra o maior grupo de pesquisa em linguística computacional no país, reunindo uma equipe multidisciplinar que inclui linguistas e cientistas da computação.

Foram pesquisadores desse laboratório que desenvolveram o corretor ortográfico do Word, processador de texto da Microsoft, num amplo projeto que contou com investimento da empresa Itautec e da FAPESP, por meio de apoio do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), projeto desenvolvido entre 1997 e 1998 (leia mais em http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/08/22/id%C3%A9ia-ou-ideia/). Mais tarde, no ano de 2000, a Microsoft comprou os direitos de usar a ferramenta desenvolvida pelo laboratório, adicionando-a ao pacote Office.

O primeiro contato de Serrani com a linguística computacional foi na graduação. Depois, no intervalo entre o mestrado (concluído em 2007) e o doutorado (iniciado em 2011), a linguista teve a oportunidade de trabalhar em um projeto PIPE do engenheiro eletricista Luis Felipe Uebel, que visava ao desenvolvimento de um navegador de internet com reconhecimento e síntese de fala. “Desenvolvi um dicionário fonético para esse projeto. Eu precisava abordar pessoas na USP de São Carlos pedindo para gravar suas vozes.”

Graças a esse trabalho, Serrani adquiriu experiências que lhe foram bastante úteis quando decidiu abrir a SpeechTera em abril de 2015. Coletar vozes, por exemplo, ficou bem mais fácil: em vez de sair abordando pessoas para coletar gravações, a empresa desenvolveu um aplicativo para gravação e envio das vozes pelo smartphone.

“Basta eu enviar o link, que a pessoa pode baixar no celular para fazer a gravação”, explica. “Coletamos as vozes de 400 pessoas. Cada uma gravou um áudio de 100 frases curtas e ganhou uma ajuda de custo de R$ 30. Esse investimento (R$ 12 mil no total) foi menor do que o que gastaríamos com o pagamento de profissionais e deslocamentos no trabalho presencial e ainda economizou tempo.”

Para o desenvolvimento dos recursos computacionais, a empresa conta com uma equipe multidisciplinar que, além de linguistas, inclui profissionais de Engenharia Elétrica e Ciências da Computação.

A SpeechTera é uma startup em estruturação: não tem uma sede própria – a equipe de seis pessoas trabalha em esquema de home office, nos municípios paulistas de Araras, Hortolândia, São Carlos e Araraquara – e o site da empresa ainda não está no ar. Totalmente focada no desenvolvimento dos produtos, a empresa ainda não tem receita, além do apoio da FAPESP. E mesmo antes de ter adotado qualquer estratégia de divulgação (está elaborando agora um projeto de marketing), a empresa já recebeu contatos de duas grandes empresas interessadas em adquirir recursos para o desenvolvimento de tecnologias de fala. Por isso, as expectativas são muito positivas: “Estamos cumprindo o cronograma e os objetivos propostos inicialmente para o projeto, graças à excelente equipe multidisciplinar que conseguimos construir ao longo dessa caminhada.”

No dia 4 de maio, um workshop marcou a comemoração dos 25 anos do NILC

Texto adaptado de Suzel Tunes, publicado originalmente no boletim FAPESP Pesquisa para a Inovação.


Saiba mais sobre o NILC
Site do Núcleo: http://www.nilc.icmc.usp.br/nilc/index.php
Lei mais: Ancestrais da inteligência artificial: rastros de uma história que está em construção 

Contato para esta pauta
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

Estudantes da região podem conhecer laboratório de robótica da USP

O grupo Warthog Robotics, que desenvolve robôs, estará de portas abertas para receber os estudantes nos dias 20 de setembro e 22 de novembro
Grupo Warthog Robotics reúne estudantes de todo o campus da USP, em São Carlos


Como funciona um robô? Quais conhecimentos você precisa ter para desenvolver e programar os robôs? Perguntas como essas atiçam a curiosidade de quem não conhece o universo dessas criações que, a cada dia, têm nos surpreendido pelo potencial para realizar tarefas até então restritas aos seres humanos. Mostrar para a população que a área da robótica não é nenhum bicho de sete cabeças é um dos principais objetivos de uma iniciativa gratuita que acontece na USP em São Carlos: o Conexão Warthog. 

O evento é destinado a todas os estudantes da região que desejam conhecer como funciona o Warthog Robotics, um dos maiores grupos de extensão e pesquisa da USP. O grupo desenvolve robôs autônomos para participar de competições de futebol e de combates, nas quais já conquistou diversas premiações no Brasil e no exterior. Ligado a duas unidades de ensino e pesquisa da USP, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o Warthog reúne alunos de graduação e de pós-graduação de todo o campus. 

Durante o Conexão Warthog, os estudantes podem visitar o grupo para assistir a apresentações de robôs, conhecer o laboratório em que eles trabalham e os projetos que estão sendo desenvolvidos. O evento acontece nos dias 20 de setembro e 22 de novembro, pela manhã e à tarde. 

Para participar da visita, basta o responsável pela escola ou um professor preencher o formulário online disponível neste link: icmc.usp.br/e/5f612. Cada sessão de visita dura 1h30. É aconselhável que o número de alunos não seja superior a 25 por visita, mas caso aconteça da escola trazer um número maior de estudantes, é possível dividi-los em duas turmas: enquanto uma conhece o laboratório, outra visita o campus da Universidade. 

Ao abrir as portas do laboratório para a comunidade, a intenção do grupo é aproximar a Universidade e a robótica das crianças e dos adolescentes. “Nas visitas, nós pretendemos relacionar o conteúdo pedagógico da escola com o conhecimento da academia. Vários dos princípios básicos da física e da matemática que nós usamos nos robôs são ensinados no ensino médio, por exemplo”, explica o doutorando Adam Moreira, do ICMC, que é diretor de pesquisa do Warthog

Conexão Warthog
Quando: 20 de setembro e 22 de novembro, em quatro horários: das 9 às 10h30; das 10h30 às 12 horas; das 14 às 15h30; e das 15h30 às 17 horas.
Local: laboratório do Warthog Robotics, na área I do campus da USP, em São Carlos
Endereço: avenida Trabalhador são-carlense, 400 – Centro
Evento gratuito e aberto à participação de todas as escolas interessadas mediante inscrição prévia: icmc.usp.br/e/5f612


Contato com a imprensa 
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Desenho e ilustração digital para jogos: inscreva-se no curso gratuito da USP

Iniciativa acontecerá na tarde de sábado, 1º de setembro, e as inscrições devem ser realizadas até 30 de agosto ou enquanto houver vagas 

Participantes vão realizar as atividades usando um software de ilustração gratuito chamado Krita

O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, está com inscrições abertas para o curso Fundamentos do Desenho. O objetivo é apresentar conceitos, técnicas e ferramentas sobre desenho e ilustração, como formas, perspectiva, luz e sombra, usando o Krita, um software de ilustração gratuito.

O curso é gratuito, destinado a todos os interessados e acontecerá no sábado, 1º de setembro, das 14 às 18 horas, na sala 4-001 do ICMC. Há 40 vagas disponíveis e os alunos devem se inscrever até dia 30 de agosto ou enquanto houver vaga pelo Sistema Apolo, no seguinte link: icmc.usp.br/e/2aca3. Os interessados devem levar pelo menos um dos seguintes materiais: mesa digitalizadora, notebook ou folha de papel e lápis 6B. 

Sob coordenação do professor Cláudio Toledo, a atividade é uma iniciativa do grupo de extensão Fellowship of the Game (FoG), que é voltado ao estudo e desenvolvimento de jogos digitais. O curso será ministrado pelo aluno Leonardo Pizani, que atua no grupo desde 2016. Leonardo tem experiência no desenvolvimento de jogos, incluindo a participação em projetos junto ao FoG e também experiência no uso de diversas ferramentas de edição de imagens para games. Confira, a seguir, os conteúdos que serão abordados durante o curso: 
  • Forma; 
  • Luz e sombra ;
  • Perspectiva;
  • Proporção;
  • Anatomia básica 
Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP


Curso Fundamentos do Desenho 

Inscrições: até 30 de agosto ou enquanto houver vagas por meio do link: icmc.usp.br/e/2aca3
Quando: 1º de setembro, sábado, das 14 às 18 horas 
Local: sala 4-001 no bloco 4 do ICMC. O endereço é avenida Trabalhador são-carlense, 400, na área I do campus da USP em São Carlos. 
Mais informações: (16) 3373.9146 ou ccex@icmc.usp.br

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

ICMC oferece curso de robótica para professores

Inscrições podem ser realizadas até dia 30 de agosto

Iniciativa oferecerá aos participantes conhecimentos avançados de programação


O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, está com inscrições abertas para o curso Robótica II. Direcionado para professores da rede de ensino básico, o curso será realizado de 1º a 29 de setembro, aos sábados, das 9 às 12 horas, na sala 6-305 do ICMC. 

Quem já participou da primeira edição da iniciativa, Robótica I, terá prioridade no processo seletivo, uma vez que essa edição abordará conceitos mais avançados. Mas professores que já possuam alguma experiência com kits robóticos também poderão se inscrever na iniciativa. O objetivo é complementar os conhecimentos adquiridos na primeira edição do curso, além de fornecer aos participantes recursos de programação mais avançados, que podem ser utilizados nos kits robóticos. 

Há 40 vagas disponíveis e as inscrições devem ser realizadas até dia 30 de agosto ou enquanto houver vagas, por meio do formulário eletrônico disponível neste link: icmc.usp.br/e/bdd0a. A taxa de inscrição é de R$ 30,00 e deve ser paga, via boleto bancário, que será gerado pelo sistema de inscrição. Para garantir sua vaga, o participante deve enviar o comprovante de pagamento para o e-mail ccex@icmc.usp.br até 30 de agosto. 

A aplicação de tecnologias e conhecimentos técnicos em robótica envolvendo todas as áreas do conhecimento vem galgando posição relevante tanto no segmento educacional quanto industrial, com significativa expressão econômica, atraindo diversos talentos para o campo das ciências exatas. Confira, a seguir, os tópicos que serão abordados durante o curso: 

• Variáveis e constantes; 
• Sub-rotinas; 
• Sensores adicionais: bateria e botão enter; 
• Bibliotecas próprias; 
• Servomotor e movimentação da garra. 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 
Foto: Denise Casatti

Curso Robótica II 
Inscrições: até 30 de agosto ou enquanto houver vagas, por meio do link: icmc.usp.br/e/bdd0a 
Confirme a inscrição: envie o comprovante de pagamento para o e-mail ccex@icmc.usp.br 
Quando: de 1 a 29 de setembro, aos sábados, das 9 às 12 horas, na sala 6-305 do ICMC 
Local: avenida Trabalhador são-carlense, 400, na área I do campus da USP, no centro de São Carlos. 
Mais informações: (16) 3373.9146 ou ccex@icmc.usp.br

Conheça os novos coordenadores das comissões do ICMC

Eleições aconteceram durante a reunião da Congregação do Instituto



No dia 10 de agosto, sexta-feira, novas eleições foram realizadas para definir a coordenação das comissões regimentais e da Comissão de Relações Internacionais do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Os presidentes e vice-presidentes eleitos durante a reunião da Congregação cumprirão seus mandatos até julho de 2020. Confira, a seguir, quem foram os eleitos:

Comissão de Graduação
Presidente: professor Thiago Pardo
Vice-presidente: professora Sarita Bruschi

Comissão de Pós-Graduação 
Presidente: professor Adenilso Simão
Vice-presidente: professor Nivaldo Grulha Júnior

Comissão de Pesquisa
Presidente: professora Regilene Delazari dos Santos Oliveira e
Vice-presidente: professor Everaldo de Mello Bonotto

Comissão de Cultura e Extensão
Presidente: professor Moacir Ponti
Vice-presidente: professor Julio Cezar Estrella

Comissão de Relações Internacionais
Presidente: professor Jó Ueyama
Vice-presidente: professor Fabrício Simeoni

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informaçõesSeção de Eventos do ICMC: (16) 3373-9622
E-mail: eventos@icmc.usp.br

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Oportunidade de estágio na USP em São Carlos

Vagas estão abertas para alunos de ciências contábeis e administração de empresas; inscrições vão até 24 de agosto



Alunos matriculados em cursos de Ciências Contábeis e Administração de Empresas podem se candidatar a uma vaga de estágio no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Para se inscrever, o candidato deve ter completado o 3º semestre do curso.

O estagiário vai atuar junto ao Serviço de Convênios, Bolsas e Auxílios do Instituto e realizará atividades práticas que vão complementar sua formação. As inscrições estão abertas até a próxima sexta-feira, 24 de agosto, e devem realizadas por meio do envio do currículo e histórico escolar do candidato parao e-mail tati@icmc.usp.br. A remuneração é de R$ 682,49, além de auxílio transporte diário. Já a jornada semanal de atividades é de 20 horas, no período da manhã.

O processo seletivo será composto por duas fases. Primeiro, ocorrerá a análise do histórico escolar do candidato (etapa eliminatória), por meio da avaliação do rendimento acadêmico. A seguir, vem a entrevista e a avaliação da trajetória profissional (etapa eliminatória e classificatória). As entrevistas serão agendadas a partir de segunda-feira, dia 27, por e-mail ou telefone.

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

Confira as fotos do Workshop sobre biologia e controle do Aedes aegypti: pesquisa e prática



Workshop sobre biologia e controle do Aedes aegypti: pesquisa e prática foi realizado na sexta-feira, 10 de agosto, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

Durante o evento, seis pesquisadores puderam apresentar diversos projetos desenvolvidos na área, que ajudam a entender a evolução das pesquisas relacionados ao mosquito Aedes aegypti. Eles também destacaram como os estudos têm contribuído para o controle populacional dessa espécie.

Confira as imagens do evento no Flick e no Facebook!

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Venha aprender a jogar Go na Biblioteca do ICMC

Atividades acontecem nos dias 23 e 30 de agosto e são abertas ao público


Os jogos, sobretudo os de tabuleiro, além de divertidos, ainda podem ser usados como instrumentos de aprendizagem, já que eles estimulam o raciocínio e a memória. Alguns deles têm forte relação com conceitos matemáticos. “Imagine que o tabuleiro é um terreno a ser conquistado. Ganha quem, ao final, tiver o maior território cercado por suas peças, sem deixar que o adversário invada sua terra”. Essa é uma breve explicação sobre o Go, um jogo de tabuleiro chinês, muito semelhante ao xadrez.

Se você quiser aprender a jogar Go, nos próximos dias 23 e 30, das 19 às 21 horas, haverá uma oficina sobre o jogo no terceiro andar da Biblioteca Achille Bassi, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Nesses dias, os participantes poderão aprender as regras, os movimentos das peças e algumas táticas, além de poder disputar partidas. A atividade é gratuita e aberta ao público.

A oficina faz parte de um conjunto de iniciativas da Biblioteca para aproximação com a comunidade. Juliana Moraes, chefe técnica da biblioteca, explica que a aprendizagem não acontece apenas com leitura e escrita, mas sim com outros tipos de interações, daí a relevância da biblioteca na vida de uma comunidade. “É um espaço de cultura, de convivência, de conversa, do diálogo. Por isso, nós apoiamos esse projeto assim como as oficinas de xadrez que acontecem às terças, pois ilustra essa mudança no uso do espaço da Biblioteca”, conclui.


Texto: Talissa Fávero - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Oficina de Go
Quando: dias 23 e 30 de agosto, das 19 às 21 horas
Onde: Biblioteca Achille Bassi, no ICMC, na área I do campus da USP, em São Carlos
Endereço: avenida Trabalhador são-carlense, 400, no centro da cidade
A atividade é gratuita, aberta a todos os interessados e não demanda inscrições prévias
Mais informações:
Biblioteca Achille Bassi: (16) 3373-9634
E-mail: biblio@icmc.usp.br

Uma mulher à frente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP

Esta é a primeira vez, em 46 anos, que o Instituto está sob direção de uma mulher; filha de um taxista e de uma dona de casa que também era costureira, Cristina sempre estudou em escolas públicas e se tornou professora, tal como as quatro irmãs, em uma universidade pública

Cristina (segunda à esquerda)  logo após a cerimônia de posse como diretora do ICMC:
as quatro irmãs são professoras em universidades públicas brasileiras
(crédito: Denise Casatti)

Este texto não existiria se a história de Maria Cristina Ferreira de Oliveira não fosse uma exceção. O ineditismo é um dos aspectos que mais chamam a atenção na trajetória dessa professora da USP que se tornou a primeira mulher a assumir a direção do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), umas das cinco unidades de ensino e pesquisa do campus da Universidade, em São Carlos. 

Aliás, é provável que Cristina só tenha aceitado o desafio de relatar o percurso de sua vida porque compreendeu o quanto compartilhá-lo pode ensejar reflexões e até inspirar outras jornadas. Para quem tem uma personalidade reservada como ela, o autoelogio é uma impossibilidade. Talvez seja por isso que a professora se sinta incomodada em expor sua vida, embora esteja tão acostumada a estar diante de plateias em salas de aula e encontros científicos. 

Mesmo com a timidez característica de Cristina nunca saindo de cena, depois de alguns momentos de bate-papo, o diálogo flui espontaneamente e de forma descontraída. Aos poucos, ela se revela com franqueza para o interlocutor, especialmente quando vai detalhando as escolhas que fez ao longo do caminho e a tornaram quem ela é hoje. “Eu tenho muito orgulho de ter feito escola pública e estar aqui. Eu gostaria de ver mais gente com essa história entrando na USP”, diz a professora no início da noite de 18 de junho. 

Cristina discursa na cerimônia de posse: na mesa de honra, ela era a única mulher entre 11 homens
(crédito:Denise Casatti)

Acomodada em uma das mesas no espaço coberto adjacente à lanchonete do Instituto, usando jeans e blusa de malha, ela relata de forma objetiva os princípios e valores que a motivam: “O que muda a vida de uma pessoa é conseguir estudar, fazer um curso de graduação e se sair bem. Assim, ela tem uma opção de vida. É uma oportunidade única. Sou muito agradecida porque eu e minhas quatro irmãs tivemos a oportunidade de estudar. Hoje, a vida que temos é incomparável à vida que meus pais tiveram”. Na fala de Cristina, está a essência do que significa o conhecimento para ela: transformação. 

Cristina e suas quatro irmãs são doutoras e docentes em universidades públicas brasileiras. Nascidas em São Carlos, as cinco irmãs estudaram em escolas públicas durante todo o ensino básico e superior. Taxista, o pai transportava pessoas e mercadorias para cidades vizinhas em sua perua Kombi. Para reforçar a renda da família, a mãe, dona de casa, também costurava. Habilidosa, fez o próprio vestido de casamento e tentou – sem muito sucesso – ensinar o ofício às filhas e iniciá-las na arte do crochê, do bordado e da pintura em tecido. Mas o desejo profundo daquela mãe era expresso em uma frase que dona Diomar repetia à exaustão para as garotas: “Mulher tem que estudar e ter carreira para não depender do marido”. Ela não queria ver as meninas presas a casamentos infelizes por falta de opção, algo bastante comum nos anos 60 e 70 do século passado. 

Descendente de lavradores italianos, dona Diomar só teve oportunidade de cursar até a 4ª série do fundamental. Por isso, mesmo com o orçamento apertado, resistiu à ideia que predominava naquele tempo e não quis que as filhas começassem a trabalhar em uma fábrica assim que concluíssem o ensino médio. Ela e o marido sabiam que, em São Carlos, as meninas tinham a oportunidade de estudar em uma das duas universidades públicas (USP e UFSCar) e, dessa forma, poderiam arcar com o sustento da família até todas se formarem. 

As gêmeas – Cristina e sua irmã gêmea, Maria do Carmo, são as mais velhas do quinteto e as boas notas conquistadas na infância e na adolescência deixaram um legado para a posteridade e um fardo para as caçulas da família. Se as mais novas tiravam nota baixa, os professores logo as lembravam de que era preciso seguir o exemplo das “gêmeas”. Até o sétimo ano do fundamental, as duas permaneceram na Escola Estadual Bispo Dom Gastão, na Vila Prado. Depois, seguiram para a Escola Estadual Professor Arlindo Bittencourt. Foi lá que a professora de matemática Regina Tancredi sugeriu que Cristina poderia cursar matemática, mas que computação também era uma interessante opção para quem gostava de ciências exatas. 

Diomar com as gêmeas Maria Cristina e Maria do Carmo
(crédito: Arquivo pessoal)

Ao concluírem o ensino fundamental, as gêmeas prestaram uma espécie de “vestibulinho” e foram aprovadas – Maria do Carmo em primeiro lugar e Cristina em terceiro – para cursar o ensino médio na Escola Estadual Doutor Álvaro Guião. Inseparáveis até então, a trajetória das duas só deixou de caminhar em paralelo no cursinho, quando Maria do Carmo foi aprovada em Engenharia Química na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no meio de 1981 e Cristina amargou a frustração de não passar em Engenharia de Materiais. Ela permaneceu no cursinho por mais seis meses sem sua gêmea. Sorte do ICMC que, no início de 1982, conquistaria uma nova aluna: Cristina começou a fazer Ciências de Computação. 

“O bom de ter uma irmã gêmea é que você tem, desde pequenininha, uma pessoa que sempre vai dividir, mais ou menos, as mesmas coisas com você. Quando começa a ir à escola, você não começa sozinha. Quando vai prestar vestibular, tem alguém na mesma direção”, diz Maria do Carmo, a irmã gêmea de Cristina, logo depois da cerimônia de posse da nova diretora, na noite de 17 de agosto. 

Orgulhosa da irmã, Maria do Carmo revela que a cerimônia tem um significado especial: “É uma data marcante para a gente. Amanhã, se meu pai estivesse vivo, faria 86 anos e, com certeza, estaria muito orgulhoso”. Professora no Departamento de Engenharia Química da UFSCar, onde fez a graduação em Engenharia Química, Maria do Carmo conta que a ligação forte com a irmã permanece: “Somos muito companheiras e sempre nos demos muito bem. Só nós duas moramos em São Carlos e dividimos os cuidados com a minha mãe, que está com 83 anos.” 

Aliás, as outras três irmãs também seguiram carreira na área de Química, tal como Maria do Carmo, mas optaram pela graduação na USP, tal como Cristina. Marysilvia, que nasceu cerca de dois anos depois das gêmeas, é hoje professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro; cinco anos adiante, chegou Marystela, que atualmente é professora na Universidade Federal de São Carlos em Sorocaba; a caçula, Mariselma, veio uma década depois das gêmeas e, hoje, é professora na Universidade Federal do ABC. 

Cristina (de vermelho, ao centro) com sua turma durante a formatura em Ciências de Computação no ICMC

Mulheres na USP – Ao ingressar em uma das primeiras turmas de Computação do ICMC, curso oficialmente reconhecido pelo Ministério da Educação em 1981, Cristina encontrou uma sala de aula bastante equilibrada: cerca de 50% dos estudantes eram homens e 50% mulheres. Essa informação pode causar surpresa, já que a área de tecnologia atualmente é ocupada, majoritariamente, por homens. Entre as décadas de 1970 e 1980, houve uma grande inversão nos gêneros da área de tecnologia no mundo todo, mesma época em que surgiu o computador pessoal. 

Nos últimos cinco anos, por exemplo, apenas 9% dos alunos formados no curso de Ciências de Computação do ICMC eram mulheres; no Bacharelado em Sistemas de Informação, o índice chegou a 10% e em Engenharia de Computação, 6%. A diferença começa antes do ingresso na Universidade, já que as carreiras da área de computação são pouco procuradas pelas garotas, uma situação que vem gerando preocupação dentro da academia e estimulado o surgimento de diversas iniciativas destinadas a atrair mais mulheres para as ciências exatas. 

Cristina sabe quanto sua ascensão à diretoria do ICMC é simbólica nesse momento em que a busca pela igualdade de gênero ganha mais relevância a cada dia. Entre as 42 unidades de ensino e pesquisa que compõem a USP, 15 delas (35,71%) têm mulheres na direção atualmente. Mas somente duas dessas 15 unidades são da área de ciências exatas: o ICMC e a Escola Politécnica. “A Universidade como um todo, em média, está bem equilibrada na questão de gênero. Mas algumas áreas ainda têm problemas muito sérios, especialmente devido a aspectos culturais. Aqui em São Carlos, em que há o predomínio das ciências exatas e tecnológicas, temos um problema localizado. Mas, felizmente, pouco a pouco isso está sendo modificado. A posse de uma primeira diretora no ICMC já é um bom sinal. É um marco importante e isso vai ajudar, certamente, esse campus de São Carlos a ter uma alteração, uma renovação”, afirmou o reitor da USP, professor Vahan Agopyan, na noite da posse de Cristina. 

Tornar-se a primeira mulher a ocupar esse cargo de direção não foi algo que Cristina planejou, simplesmente aconteceu de forma natural, especialmente a partir do momento em que foi convidada para ser vice-diretora do Instituto pelo professor Alexandre Nolasco de Carvalho na gestão anterior (2015-2018). O ICMC mantém uma tradição de continuidade e, ao longo dos anos, a tendência é de que quem ocupa a vice-diretoria assuma a direção na gestão seguinte. 

Apesar de destacar que nunca teve dificuldades na carreira por ser mulher, uma situação embaraçosa aconteceu quando Cristina foi indicada para fazer seu primeiro estágio, antes mesmo de se formar. O professor Fernão Stella de Rodrigues Germano, docente do ICMC que já faleceu e dá nome ao maior auditório do Instituto, recebeu certo dia o telefonema de uma grande empresa que atuava em São Carlos e estava em busca da indicação de um estagiário. Fernão logo falou sobre Cristina. Do outro da linha, o representante da empresa frisou que queria a indicação de um homem. Fernão não hesitou e respondeu: “Ela é o melhor homem que eu tenho aqui.” Resultado: Cristina conseguiu o estágio e trabalhou na empresa durante os últimos seis meses do curso, em 1985. 

Mas ela já havia sido capturada pela magia da ciência antes, quando conquistou uma bolsa da FAPESP para desenvolver seu projeto iniciação científica. Lembra-se que essa foi a primeira vez que obteve alguma renda. A iniciação científica despertou em Cristina o desejo de prosseguir na carreira acadêmica e fazer mestrado. O que não imaginava é que, apenas dois meses depois de se formar, ela se tornaria professora no ICMC. “Naquele tempo, a pós-graduação em computação estava começando, havia pouca gente no Instituto e não era preciso fazer concurso para ingressar como docente. Bastava ser aprovado no processo seletivo e se comprometer em ingressar no mestrado”, explica. Foi assim que Cristina e uma colega de sua turma, Rosane Minghim, que também é professora no ICMC até hoje, tornaram-se docentes da USP em fevereiro de 1986. 

O primeiro computador pessoal a gente nunca esquece: em São Carlos, Cristina disputava um dos poucos terminais existentes com outros professores e alunos, foi na Universidade de Wales que teve seu primeiro PC
(crédito: Arquivo pessoal)

Amor e doutorado – “Ninguém teve que pedir mais a mão de uma mulher em casamente do que eu”, brinca Osvaldo Novais de Oliveira Jr, que é casado com Cristina há 31 anos. Professor no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Osvaldo é mais conhecido como “Chu”, apelido carinhoso que ganhou na adolescência, tempo em que a expressão “Chuchu beleza” era moda. Chu explica que, além de receber o “sim” de Cristina, precisou do aval de muito mais gente: primeiro do senhor Walter, pai da moça; depois foi a vez do então departamento de Ciências de Computação e Estatística do ICMC, que precisou liberar a professora recém-contratada para estudar no exterior; a seguir, foi necessário o aceite da Universidade de Wales, no Reino Unido, onde Cristina fez o doutorado; por último, até a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) entrou na dança do “sim”, já que a ida do casal ao Reino Unido só aconteceu porque houve apoio financeiro da instituição, que concedeu uma bolsa de doutorado à Cristina. 

Com a permissão de todas as instâncias cabíveis, Chu e Cristina se casaram no dia 14 de março de 1987. Nem tiveram tempo de curtir a lua de mel. No dia seguinte, embarcaram no voo rumo a Bangor, no Reino Unido, onde Chu já estava fazendo o doutorado desde setembro de 1986 na Universidade de Wales. “Eu nunca tinha viajado para fora do país e meu medo era que estudar lá não desse certo”, conta a professora que, para aproveitar a oportunidade no exterior, precisou abandonar o mestrado que havia começado no IFSC. Deu tão certo que ela fez o doutorado direto antes do tempo previsto, que costuma ser de quatro anos.  

Recém-casados, Chu e Cristina  partiram para o Reino Unido em busca do doutorado
(crédito: Arquivo pessoal)

Em julho de 1990, Cristina e o marido voltaram ao Brasil. Um ano e dois meses depois, nasceu Ligia. Dois anos e quatro meses depois, chegou Tiago. “Eu tenho muito orgulho da minha mãe e dos meus avós. Eu sei que eles insistiram muito para que as filhas estudassem. Ela é um exemplo de retidão, muito responsável e muito correta com tudo”, disse Ligia, emocionada, no fim da cerimônia de posse da mãe como diretora do ICMC. Formada em Direito pela USP, ela mora em São Paulo e diz que se identifica muito com Cristina. 

Como não poderia deixar de ser, o ICMC tem papel relevante nessa história de amor e doutorado. Foi em uma festa promovida por Edson Moreira, hoje professor aposentado do ICMC, que eles se conheceram. Ele já tinha visto a moça algumas vezes, porque ela descia em um ponto de ônibus próximo da república em que Chu morava: “Mas eu nunca teria coragem de me aproximar dela, porque no começo dos anos 80 os estudantes eram muito mal vistos pelos são-carlenses. Não havia qualquer esperança”. Nas festas do Centro Acadêmico Armando Sales de Oliveira (CAASO), a desigualdade de gênero não favorecia qualquer aproximação, em média havia uns 500 homens e umas 5 mulheres. 

Amigo de Edson, Chu estava saindo da festa quando Cristina chegou com algumas amigas. Uma delas, Mônica, era filha do professor Fernão e amiga de Edson. Então, naquele universo tão escasso de mulheres, Edson insistiu para que o amigo não fosse embora. Deu certo: Chu tomou coragem e chamou Cristina para dançar. Na noite seguinte, domingo, ele a convidou para ir à pizzaria. Ela aceitou. Pronto: o casal nunca mais se separou. Era agosto de 1985 e Chu já estava preparando as malas para embarcar no doutorado. O que ele nem Cristina imaginavam é que o amor construído até setembro de 1986 se fortaleceria ainda mais durante os seis meses que permaneceram a um oceano de distância. 

Tiago, Cristina e Ligia logo após a posse da mãe como diretora do ICMC

As trajetórias científicas dos dois às vezes também se cruzam e fazem brotar projetos e artigos. No pós-doutorado, optaram por um local em que ambos pudessem desenvolver seus projetos e foram, carregando os dois filhos, para a Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, em 2000, onde ficaram por um ano. Chu conta que a esposa é uma líder nata e diz que sua gestão no ICMC “será muito bem feita, porque tudo o que ela faz é muito bem feito”. 

Para Cristina, o Instituto precisa formar cientistas, bacharéis, engenheiros e licenciados com habilidades para desempenhar suas missões não apenas com competência, mas com sabedoria e ética. “À busca por formar recursos humanos de alto nível, gerar e transferir conhecimento para a sociedade, precisamos agregar nossa luta por uma educação de qualidade também nos níveis de ensino fundamental e médio para todo o país. Eu acredito que o acesso à educação de qualidade é a forma mais ampla e mais justa de oferecer igualdade de oportunidades de acesso ao ensino superior àqueles que assim desejarem. Eu e minhas irmãs, aqui presentes, somos um exemplo”, declarou a diretora no seu discurso de posse. 

“Desde o ensino fundamental até a universidade, tive o privilégio de contar com a sabedoria, o apoio e o entusiasmo de muitos professores genuínos, pessoas bem formadas, competentes, exigentes, dedicadas, comprometidas com sua missão e com disposição para apresentar aos alunos um mundo de possibilidades”, completou Cristina, agradecendo a todos os professores que a estimularam a seguir sua carreira. 

Que a história dessa primeira mulher a assumir a diretoria do ICMC seja também um estímulo para as garotas enxergarem o mundo das ciências exatas como uma possibilidade. Só assim a história de Cristina deixará de ser uma exceção. 

Para Cristina, o acesso à educação de qualidade é a forma mais ampla e mais justa de oferecer igualdade de oportunidades de acesso ao ensino superior|
(crédito: Denise Casatti)

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 


Mais informações 
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 
E-mail: comunica@icmc.usp.br

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

PET-Computação: inscreva-se no processo seletivo ou seja um monitor voluntário

Ao participar do Programa, estudantes têm a oportunidade de realizar diversas atividades extracurriculares e complementar a formação

Participar da iniciativa ajuda a desenvolver a habilidade de trabalhar em equipe

Participar de um Programa de Educação Tutorial (PET) pode ser uma excelente oportunidade para desenvolver diversas habilidades.  O PET-Computação, que é vinculado ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, está com inscrições abertas para quem desejar se tornar membro do grupo e também para aqueles que querem ser monitores voluntários.

Um dos principais objetivos do PET é propiciar aos alunos, sob a orientação de um professor tutor, condições para a realização de atividades extracurriculares, que complementem a formação acadêmica. Para se tornar um membro, você deve estar cursando Ciências de Computação no ICMC e fazer sua inscrição até 23 de agosto.

Para Juliana Crivelli, membro do PET Computação há um ano e meio, o programa ajuda a desenvolver cidadania e consciência social, pois os participantes vivem experiências que propiciam o trabalho em grupo, a interdisciplinaridade e a integração entre a universidade e a comunidade: "É muito gratificante notar, ao longo desse trabalho, um crescimento pessoal muito forte, seja em comunicação, quanto em gerenciamento de tempo e diversas outras habilidades. São coisas importantes, que apenas a prática ensina”.

Para se inscrever no processo seletivo que selecionará os próximos membros do PET, é preciso preencher o formulário eletrônico disponível no site do Programa. É pré-requisito ser aluno do curso de Ciências de Computação do ICMC e ter média ponderada limpa (desconsiderando-se as reprovações) maior ou igual a 6,0. No caso dos estudantes ingressantes, basta apresentarem a lista de disciplinas que estão cursando. Para isso, acesse o Sistema JúpiterWeb e faça o download do resumo escolar. 

A seleção acontecerá em duas fases: a primeira será realizada dia 23 de agosto, quinta-feira, às 19 horas; e no sábado, 25 de agosto, em horário a ser definido. O PET-Computação é composto por um total de 18 alunos, sendo que 12 deles são bolsistas. 

Além disso, o PET Computação tem vagas para monitores voluntários, que podem ser alunos de qualquer curso de graduação ou pós-graduação, desde que tenham conhecimentos básicos de informática para o curso de Informática para Idosos e de programação para o Codifique (curso de programação para ensino médio e pré-vestibular) e o Codifikids (curso de programação para ensino fundamental). As inscrições para monitores vão até dia 31 de agosto e a participação garante a obtenção de certificados, que podem ser utilizados para preencher a carga horária complementar da graduação. 

Com o objetivo de esclarecer as possíveis dúvidas dos interessados em participar dos processos seletivos e mostrar mais detalhadamente como funciona o Programa, será ministrada uma palestra dia 21 de agosto, às 18 horas, na sala 3-102. A palestra é aberta a todos os interessados e não demanda inscrições prévias.

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP


Mais informaçõesInscrições para processo seletivo: icmc.usp.br/e/8e20e
Inscrições para monitoria voluntária: icmc.usp.br/e/e4658
Site do PET: http://pet.icmc.usp.br/
E-mail: petcomp@icmc.usp.br

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Esclareça suas dúvidas sobre três diferentes cursos de computação

Mesmo com um núcleo de disciplinas em comum, há características que distinguem Ciências de Computação, Engenharia de Computação e Sistemas de Informação





Ciências de Computação, Engenharia de Computação ou Sistemas de Informação? Essa dúvida costuma atormentar os estudantes que querem ingressar em um curso na área de computação. Para ajudar a compreender as características que distinguem esses três cursos, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, elaborou um vídeo, que está disponível no Youtube, e também um infográfico (veja a seguir).

O professor Thiago Pardo, do ICMC, explicar que, nos três cursos, os alunos conhecerão um pouco sobre todas as áreas da computação e terão uma sólida base matemática. Vão estudar programação, banco de dados, eletrônica, redes de computadores, inteligência artificial, etc.  A diferença é que, depois desse núcleo de disciplinas em comum, cada curso direciona o aluno para um caminho diferente.

Nas Ciências de Computação, a trilha é software. Caso escolha esse curso, você conhecerá a fundo os fundamentos e as teorias de computação, terá mais disciplinas voltadas para programação avançada, bancos de dados, internet, desenvolvimento de software. É uma opção indicada para quem pretende desenvolver jogos, entender como funcionam os aplicativos e criar suas próprias soluções.

Já a estrada da Engenharia de Computação é hardware: estuda-se mais a fundo a parte de elétrica e eletrônica, de placas e circuitos. Há mais química e mais física que nos outros cursos. É indicado para quem deseja atuar no campo da robótica, dos carros inteligentes e da internet das coisas.

Por outro lado, na jornada pelos Sistemas de Informação, o enfoque é a gestão de processos, projetos e pessoas. O objetivo é formar um profissional capaz de projetar e desenvolver os sistemas que controlam os negócios de uma empresa. A indicação vai para quem pretende desenvolver aplicativos ou iniciar o próprio negócio. 

O professor Thiago Pardo usa o exemplo de um smartphone para explicar as diferenças: “Se você gosta de instalar aplicativos no aparelho e adoraria desenvolver seus próprios aplicativos, há indícios de que Ciências de Computação é o seu caminho. Mas se a sua vontade é desmontar o aparelho, entender e pesquisar o que tem lá dentro, então, considere Engenharia de Computação. Agora, se você gosta de lidar com pessoas, de gerenciar grupos de conversa e processos, Sistemas de Informação pode ser uma boa opção”.

Acesse também o vídeo no Youtube: https://youtu.be/QPEM31n-el4


Feira USP e as Profissões – Os estudantes que quiserem conversar diretamente com os professores, alunos e funcionários do ICMC e das demais unidades de ensino e pesquisa da USP podem participar, a partir desta quinta-feira, 16 de agosto, da 12ª edição da Feira USP e as Profissões Capital, que acontece até sábado, dia 18. A iniciativa gratuita da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da Universidade acontece no Parque de Ciência e Tecnologia da USP (Parque CienTec), na zona sul da capital paulista. Para controlar o fluxo de visitantes, é sugerido que os interessados façam inscrição prévia no site do evento. A expectativa é de que 80 mil pessoas participem da Feira ao longo dos três dias.

Outra opção para quem deseja esclarecer as dúvidas é participar da 16ª Feira USP e as Profissões Interior, que será realizada nos dias 30 e 31 de agosto em Bauru, no Recinto Mello Moraes. Nessa oportunidade, os estudantes poderão conhecer os 67 cursos oferecidos por seis campi da USP localizados no interior do Estado. A entrada é franca, mas também é recomendável a realização de inscrições prévias no site do evento.  

As feiras são, ainda, um meio para que os jovens obtenham informações sobre o ingresso na Universidade, que pode ser feito a partir do SISU ou do vestibular da Fuvest, que está com inscrições abertas até dia 11 de setembro. Nas feiras, os estudantes também podem conhecer os programas de apoio à permanência estudantil oferecidos pela USP (moradia, alimentação etc.) e participar de atividades culturais e palestras, além de conferir as atrações de cada estande. No caso do ICMC, por exemplo, os participantes podem interagir com robôs, jogos eletrônicos e objetos matemáticos.

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Com informações da Assessoria de Comunicação da PRCEU e da Assessoria de Comunicação da Prefeitura da USP do campus de Bauru

Infográfico: Fernando Mazzola

Mais informações
12ª Feira USP e as Profissões – Edição Capital
Quando: 16, 17 e 18 de agosto de 2018, das 9 às 17 horas
Onde: Parque de Ciência e Tecnologia da USP (Parque CienTec) – Av. Miguel Stéfano, 4.200, Água Funda (em frente ao Zoológico de São Paulo)
Dúvidas e informações: (11) 3091-3511 / 3091-3348 / 3091-3513
Inscrições: http://prceu.usp.br/uspprofissoes/12feirauspcapital/

16ª Feira USP e as Profissões – Edição Interior
Quando: 30 e 31 de agosto de 2018, das 9 às 17 horas
Onde: Recinto Mello Moraes – Av. Comendador José da Silva Martha, 5868 – Jardim Ouro Verde,  Bauru – SP (vias de acesso: pela Rua Moisés Fidélis da Motta ou Av. Comendador José da Silva Martha)
Dúvidas e informações: (14) 3235-8437 ou pelo e-mail feiraprofissoes@usp.br
Inscrições: http://prceu.usp.br/uspprofissoes/16fepusp/

Contato para esta pauta
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br