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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Além da sala de aula do amanhã: veja as fotos do evento




Como será a sala de aula do amanhã? Que impactos a inteligência artificial trará para a educação? Buscando discutir questões como essas, no 23 de outubro, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, promoveu o seminário Além da sala de aula do amanhã: o impacto da inteligência artificial na educação.

Entre os convidados estiveram presentes Soong Moon Kang, da University College London, do Reino Unido; Paulo Cruvinel, da Embrapa Instrumentação; Eduardo Mendiondo, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC); além de mais três pesquisadores do ICMC: André de Carvalho, Cláudio Toledo e Roseli Romero.

A atividade fez parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e foi promovida em parceria com a Universidade Federal de São Carlos, a Embrapa Instrumentação e a Prefeitura Municipal de São Carlos.


Confira o álbum de fotos no Facebook e no Google Fotos!

Crédito das imagens: Denise Casatti

terça-feira, 25 de junho de 2019

Centro Avançado ICMC para Apoio à Inovação: apresente sua proposta até 4 de julho

Chamada visa estimular alunos, ex-alunos e professores a apresentarem projetos que favoreçam o empreendedorismo e a inovação

Propostas selecionadas poderão usar espaço disponível na área 2 do campus para pré-incubação de empresas

Estimular iniciativas que contribuam para a formação empreendedora dos estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, promovendo uma aproximação com as empresas de base tecnológica e os demais atores que fazem parte do ecossistema de inovação da região. Esses são alguns dos objetivos do Centro Avançado ICMC para Apoio à Inovação

A primeira chamada pública de projetos está com inscrições abertas até dia 4 de julho. Os interessados podem apresentar propostas para estimular a formação empreendedora no ICMC ou elaborar projetos para angariar espaço destinado à pré-incubação de empresas. 

As propostas podem se encaixar em diversas modalidades, tais como: projetos de inovação com parcerias de empresas, institutos de pesquisa e órgãos governamentais para o desenvolvimento de protótipos ou provas de conceito de produtos ou tecnologias criadas no ICMC; projetos de preparação para participar de competições de inovação ou de editais de fomento voltados à incubação ou ao desenvolvimento de tecnologia; projetos para ensino que visem à aplicação de conhecimentos em casos reais. 

Para conhecer detalhadamente quais propostas podem ser apresentadas, acesse o edital completo: icmc.usp.br/e/5326a. Para enviar seu projeto acesse o formulário disponível neste link: icmc.usp.br/e/36919. Pelo menos metade das iniciativas selecionadas deverão contemplar a participação de alunos de graduação. Os resultados serão divulgados até dia 25 de julho e os projetos contemplados terão início em agosto. 

Propostas podem ser enviadas até 4 de julho

Texto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP


Mais informações
Centro Avançado ICMC para Apoio à Inovação (ICMCin): www.icmc.usp.br/institucional/icmcin
Acesse o edital completo: icmc.usp.br/e/5326a 
Formulário para envio das propostas: icmc.usp.br/e/36919 

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Como a robótica desperta o encanto pelo conhecimento

OParticipar da Olimpíada Brasileira de Robótica é uma experiência que promove descobertas não só às crianças e aos jovens, mas que reacende sonhos em professores, pais e voluntários


As participantes mais jovens: Sarah e Valentine participaram no nível zero da competição

Uma tem seis anos e a outra oito. Juntas, correm pelo salão de eventos da USP, em São Carlos, conduzindo nas pequenas mãos um robô neste domingo ensolarado de outono. Ao chegarem à arena de competição, a expressão no rosto das duas se transforma conforme o robô percorre seu caminho: obstáculos superados, lá vêm muitos sorrisos; fugas ou interrupções na pista, tensão nos semblantes. Ao redor delas, os olhares curiosos acompanham a cena: incontáveis smartphones tiram fotos e gravam vídeos. Certo momento, as meninas quase não resistem à tentação, mexem as mãos rapidamente no ar e assopram a pista na vã tentativa de dar uma forcinha na subida da ladeira. Quando o percurso do robô termina, Sarah Palmieri e Valentine Flório Ouchi recebem, orgulhosas, os broches marcando a primeira participação na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). 

A trajetória do robô das garotas chega ao fim depois de passar três vezes nas estradas das arenas, mas é muito provável que a jornada de Sarah e Valentine pela OBR esteja apenas começando. Os pais as inscreveram na etapa regional da OBR em São Carlos no nível zero, que é voltado a estudantes do 1º ao 3º ano do ensino fundamental e foi criado no ano passado para favorecer o contato, cada vez mais cedo, com o mundo da robótica. Nesse caso, não há pontuação e concorrência entre equipes, todos são premiados com broches e medalhas, pois a ideia é incentivar a participação na OBR nos próximos anos.

No nível zero, não há pontuação e concorrência entre equipes, todos são premiados com broches e medalhas

A proposta já está gerando bons resultados: a primeira equipe nível zero que participou de uma OBR no ano passado – formada por Caleb e João – voltou à competição este ano, dessa vez para competir no nível 1, que é voltado a alunos do 1º ao 8º ano do ensino fundamental. Tal como no ano passado, o técnico foi o pai deles, o desenvolvedor de software Jefferson Pereira Cezar, que inscreveu o time na categoria equipe de garagem, destinada à participação de grupos independentes, que não estão vinculados a uma escola.

João e Caleb: primeira equipe a participar da OBR no nível zero voltou à competição este ano no nível 1
(veja o depoimento dos dois na reportagem da EPTV:  icmc.usp.br/e/9bd74)

“Diferente de muitos outros times, nós somos uma equipe de garagem, limitada a um espaço com área de pouco mais de 10 metros quadrados que, nos dias de sol, é quente pra chuchu e, nos dias de chuva, temos que desviar das goteiras. Mas nada disso impede que a gente se reúna todos os sábados para desenvolver alguma coisa que seja útil e divertida”, explica o torneiro mecânico Carlos Renato da Silva. Ele criou o clube de ciências “O mundo das invenções”, em Batatais, no interior de São Paulo, e formou uma equipe que participou da OBR este ano pela primeira vez também na categoria equipe de garagem. Fazem parte do time o filho de Carlos – José Renato Pereira da Silva, 11 anos – e mais três amigos: Henrique Ferreira de Carvalho e Heitor Silva Santana, ambos com 11 anos, e Matheus Henrique Ferrão, 12 anos. 

Sentados em uma mesa no salão de eventos da USP, logo depois que o simpático robô que criaram participa da terceira rodada da OBR, explicam entusiasmados todos os componentes que usaram para construir Simprão, nome que deram ao robô porque ele é simples, mas nem tanto: resultado de um ano de muito trabalho e de aprimoramentos em versões desenvolvidas anteriormente. O que mais chama a atenção em Simprão é uma peça redonda: “Tentamos usar baterias menores, mas não davam conta. Então, compramos uma parafusadeira e retiramos a bateria de lítio de 12 volts para usar no robô”, explica José Renato. “Assim, depois a gente pode desmontar, colocar a bateria de volta na parafusadeira e usá-la normalmente”, completa Henrique.

Simprão e sua bateria proveniente de uma parafusadeira (é o cilindro à direita com a foto do He-Man)


Os garotos contam ainda que a estrutura amarela que sustenta Simprão foi construída em uma impressora 3D que Carlos comprou. “É feita em plástico ABS, que é um derivado do petróleo. Se usássemos um plástico biodegrável, como o PLA, teríamos problemas para fazer os furos e encaixar as peças porque o calor faria o material derreter”, revela José Renato. É assim durante toda a conversa: os garotos vão apresentando os componentes que fazem parte do robô e, quando usam um termo técnico, logo tentam encontrar um jeito de explicá-lo usando comparações de forma que até alguém formado na área de humanas – tal como a jornalista que os ouve – possa compreender. Mal sabem esses garotos quanto conhecimento compartilharam ali, nos poucos minutos que conversamos. Conceitos da área de eletrônica, mecânica, programação e até de sustentabilidade são, para eles, tão básicos quanto quaisquer outros que aprendemos nos primeiros anos do ensino fundamental. 

Aliás, há um aspecto comum que permeia o relato de todas as crianças e jovens que participam da OBR: eles têm habilidades para explicar conceitos científicos de um jeito descomplicado, defendem seus pontos de vista com afinco e carregam nas expressões faciais e no olhar os sinais típicos de quem vibra e se empolga diante das descobertas e da superação de desafios. De fato, entre os maiores legados da OBR está esse potencial para despertar, nas crianças e jovens, o encanto pela busca do conhecimento, levando-os a se divertir nesse processo de uma maneira que jamais vão querer interrompê-lo. Professores, pais, parentes e voluntários que têm o prazer de acompanhar as crianças e jovens nessa jornada sabem o quanto ela é emocionante.

Equipe Mundos das Invenções e o robô Simprão

Uma nova cultura desperta – Adam Moreira é voluntário da OBR desde a primeira edição da etapa regional em São Carlos, em 2014. Naquele ano, 99 equipes de escolas públicas e privadas da região se inscreveram na competição e 70 compareceram ao evento. Na época, Adam fazia mestrado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, e destacava, na reportagem publicada no site do Instituto, que participar da competição ajudava as crianças a desenvolverem o raciocínio lógico. 

Depois de seis anos, Adam conta que as mudanças que viu aconteceram na região vão muito do evidente aprimoramento na organização local do evento e das alterações implantadas nacionalmente, tal como a criação do nível zero, a abertura à participação de equipes de garagem, a inserção de novas regras à competição, incluindo marcadores e desafios surpresa. Para ele, ao longo dos anos houve uma verdadeira transformação cultural: “A robótica deixou de ser um diferencial. Hoje, as escolas da região que não oferecem atividades nessa área estão ficando para trás.” 

Adam diz que a realização da etapa regional da OBR em São Carlos contribuiu muito para o desenvolvimento de uma cultura ligada à robótica na cidade, a qual se espalhou por outros municípios do entorno. A competição se tornou, assim, uma indutora da cultura robótica nas escolas de ensino básico da região. A etapa regional é um evento em que assistimos aos benefícios que podem ser alcançados quando os conhecimentos gerados nas universidades públicas de uma cidade – nesse caso, na USP e na UFSCar – são compartilhados com as escolas públicas e particulares.

Tabela mostra o número de equipes inscritas na OBR desde 2014, quando aconteceu a primeira etapa regional da competição em São Carlos

“Em 2014, quem participava da competição tinha muito pouco conhecimento sobre robótica, não questionava os juízes e não argumentava. Agora, o nível de conhecimento das crianças e jovens é muito maior: eles querem saber tudo, perguntam detalhes técnicos sobre as provas e sabem explicar conceitos muito mais complexos”, conta a professora Roseli Romero, do ICMC, que coordena a etapa regional da OBR em São Carlos desde 2014. 

Atuando como chefe da equipe de juízes da competição em São Carlos, Adam sentiu na pele essa transformação. “Eu tive que me qualificar para poder acompanhar o desenvolvimento das crianças. Em 2014, por exemplo, eu não tinha conhecimentos avançados sobre o kit Arduino. Ao longo dos anos, muitas equipes passaram a usar esse kit e eu precisei estudar mais”, diz o pós-graduando, que está prestes a concluir o doutorado no ICMC. Para poder solucionar todas as dúvidas dos times durante a competição, ele precisou fazer várias reuniões preparatórias com a equipe de juízes, já que, agora, qualquer equívoco no registro dos pontos é questionado, pois muitas crianças leem o manual de regras e instruções da OBR e o carregam debaixo do braço para a arena.

Aprendendo novas estratégias – Repleto de post-its coloridos e frases destacadas com canetas marca-texto fluorescentes amarelas, verdes, laranjas, rosas e azuis, o manual de regras e instruções que Sara Casatti levou à etapa regional da competição em São Carlos é um exemplo do quanto as crianças se esforçam para obter bons resultados. Segundo ela, a conquista do primeiro lugar no nível 1 da competição no domingo, dia 16 de junho, só foi possível por causa da estratégia adotada pela equipe. “Um robô nunca é perfeito. Então, você precisa conhecer no que ele é bom e no que ele é ruim. Assim, você pode pensar nos locais mais estratégicos para colocar os marcadores ao longo da pista”, ensina.

Sara colocando os marcadores estrategicamente na arena

Para quem nunca competiu na OBR, tal como eu, não é simples compreender o que essa garota de 11 anos está explicando. Confesso que fiz muitas perguntas a ela, enquanto comemorávamos a conquista tomando um sorvete, e no dia seguinte, enquanto a levava à escola. Nesses bate-papos, fui entendendo que o robô pode tentar superar um desafio três vezes – como passar por um ponto em que a pista desaparece ou em que há um redutor de velocidade. Se ele não conseguir, pode desistir e continuar andando na pista a partir do ponto em que a equipe colocou a marcação. Cada desafio ultrapassado rende pontos e, ao transpor o local onde a marcação foi colocada, o time ganha 60 pontos automaticamente. 

Então, a equipe de Sara chegava à arena sorteada para competir alguns minutos antes de entrarem em campo. Discutiam juntos onde deveriam colocar os marcadores a fim de maximizar o ganho de pontos. Como o robô já estava programado para identificar a linha a ser percorrida bem como ultrapassar falhas e outros desafios, o grupo optava por inserir os marcadores logo depois de obstáculos que o robô não havia sido programado para superar. Assim, se conseguisse ultrapassar esses pontos críticos, o time ganharia automaticamente 60 pontos. Por outro lado, se não fosse capaz de superá-los, após três tentativas, o grupo podia tocar no robô e colocá-lo depois do obstáculo, no local indicado pelo marcador, de onde era possível continuar a trajetória. 

Fiquei pensando em quanto a estratégia usada pela equipe de Sara estava relacionada com os mecanismos que usamos para ensinar nossos filhos. Eles também não são perfeitos, têm habilidades e limitações como qualquer outro ser humano. Se a gente os estimula a enfrentar novos desafios, eles podem seguir adiante na vida e ganhar muitos novos conhecimentos. Mas não adianta insistir para que ultrapassem obstáculos maiores do que aqueles que são capazes de superar. Se notarmos um grau elevado de dificuldade, podemos pegá-los nas mãos e levá-los até a próxima fase da jornada. De lá, eles prosseguirão pela estrada da vida e vão enfrentar novos desafios. Conhecendo-os bem, seremos capazes de dar as mãos a eles, caso precisem de um apoio para seguir adiante. Está aqui mais um exemplo do quanto a robótica pode despertar em nós novos conhecimentos: ser uma melhor educadora é só um deles.

Este ano, as escolas públicas que tiveram times melhor classificados no nível 1 e 2 da etapa regional da OBR em São Carlos ganharam kits robóticos Arduino, que foram doados pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria e pela EPTV. A escola estadual Antonio Militão de Lima foi uma das contempladas, já que uma das equipes treinadas pela professora Eliane Botta conquistou o oitavo lugar no nível 1 e se classificou para a etapa estadual da competição, que ocorrerá dia 31 de agosto no Centro Universitário da FEI, em São Bernardo do Campo. Os alunos de Eliane Botta participam do evento desde 2014, ano em que um dos times da escola chegou à final nacional da OBR (leia mais).

Leia mais histórias da OBR: 


Veja o álbum de fotos disponível no Facebook e no Google Fotos 

Texto e fotos: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 


Confira as equipes medalhistas na etapa regional da OBR em São Carlos 

Sábado, 15 de junho (veja todos os resultados no site da OBR
Nível 1 
Medalha de ouro: Pull_Down – Yadaa (São Carlos) 
Medalha de prata: O round já começou (Araras) 
Medalha de bronze: Legonel – Yadaa (São Carlos) 

Nível 2 
Medalha de ouro: Iron Robots (Franca) 
Medalha de prata: Tigers Team 1 (Novo Horizonte) 
Medalha de bronze: Duck to Space – Yadaa (São Carlos) 

Domingo, 16 de junho (veja todos os resultados no site da OBR
Nível zero 
Grok Team (Equipe de garagem – São Carlos) 

Nível 1 
Medalha de ouro: Oca Robótica I (São Carlos) 
Medalha de prata: Atomikos Jr. 2 (Limeira) 
Medalha de bronze: Super Genius 1 (Indaiatuba) 

Nível 2 
Medalha de ouro: Orc Alfa (Rio Claro) 
Medalha de prata: Atomikos Jr. (Limeira) 
Medalha de bronze: Akomitos (Limeira) 

Leia todas as reportagens sobre as etapas regionais da OBR em São Carlos 





2014

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Venha torcer pelos robôs: regional da Olimpíada Brasileira de Robótica será na USP São Carlos dias 15 e 16

No próximo fim de semana, além de assistir à competição, você também poderá jogar futebol com robôs, experimentar games criados por estudantes da USP e conhecer iniciativas que buscam atrair mais meninas para a área de ciências exatas

Evento é gratuito, aberto a toda a comunidade e acontece das 8h30 às 18 horas no salão de eventos da USP, em São Carlos

“Em um ambiente hostil, muito perigoso para o ser humano, um robô completamente autônomo, desenvolvido por uma equipe de estudantes, recebe uma tarefa difícil: resgatar vítimas sem interferência humana”. É assim que começa o texto que explica como funciona a modalidade prática da Olimpíada Brasileira de Robótica e você poderá assistir aos robôs realizando essas ações de resgate, ao vivo e gratuitamente, no próximo final de semana, dias 15 e 16 de junho. É quando acontecerá a etapa regional da competição no salão de eventos da USP, em São Carlos, das 8h30 às 18 horas.

Os atletas-robôs entrarão em campo para superar terrenos irregulares, transpor caminhos desconhecidos, desviar de escombros e subir montanhas para conseguir salvar vítimas, nesse caso, bolinhas de isopor prateadas, que precisam ser transportadas para uma região segura nas arenas de madeira. Nesse caso, os atletas foram treinados por equipes de estudantes, compostas por dois a quatro integrantes. 

Em São Carlos, participarão da etapa regional cerca de 200 equipes divididas em dois níveis: o nível 1 é voltado aos alunos do 1º ao 8º ano do ensino fundamental e o nível 2 aos estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental e a todos os alunos do ensino médio ou técnico. Basicamente, o que muda de um nível para outro é o grau de dificuldade a ser enfrentado pelos competidores. Além do desafio de resgatar vítimas, as equipes enfrentam desafios surpresas: tarefas especiais que são sorteadas na hora do evento para possibilitar aos participantes fazer adaptações na programação de seus robôs. 

Coordenada pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, a etapa regional da OBR em São Carlos selecionará as equipes que seguirão para disputar a fase estadual da competição, que ocorrerá dia 31 de agosto, no Centro Universitário FEI, em São Bernardo do Campo. E quem obtiver bons resultados na estadual vai competir na final nacional, que acontecerá na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, de 22 a 26 de outubro. 

Equipes de estudantes são responsáveis por montar e programar os robôs, o que leva ao aprendizado de diversas habilidades relacionadas à resolução de problemas e ao trabalho em equipe 

Atrações adicionais – Quem for ao salão de eventos da USP, em São Carlos, assistir à etapa regional da OBR também poderá jogar futebol com os robôs desenvolvidos por um dos maiores grupos de extensão e pesquisa da USP, o Warthog Robotics; experimentar alguns games criados pelo grupo de desenvolvimento de jogos Fellowship of the Game; e conhecer as iniciativas do Grupo de Alunas de Ciências Exatas (GRACE), que busca atrair mais meninas para a área de ciências exatas. 

Durante os dois dias de competição, esses grupos vão mostrar os projetos que desenvolvem e esclarecer as dúvidas do público. A entrada no evento é gratuita e não demanda inscrições prévias, basta comparecer ao local. Segundo a professora Roseli Romero, que coordena a etapa regional em São Carlos, ao assistir às competições, a comunidade pode compreender como a robótica favorece o desenvolvimento de uma série de habilidades nas crianças e jovens. A OBR também contribui para a popularização da robótica, mostrando a todos que se trata de uma área acessível e que basta dedicação e persistência para obter os aprendizados que possibilitam criar e controlar robôs. 

A etapa regional da OBR em São Carlos é patrocinada pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, pelo Instituto EPTV, pelas escolas Happy Code e Yadaa e pelas empresas Ca and Ma e Pete. Tem, ainda, o apoio do Centro de Robótica de São Carlos e da Escola de Engenharia de São Carlos. Já em âmbito nacional, a competição é coordenada pela professora Tatiana Pazelli, do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 



Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP 


Modalidade prática da Olimpíada Brasileira de Robótica (etapa regional) 
Quando: sábado e domingo, 15 e 16 de junho, das 8h30 às 18 horas 
Local: salão de eventos do campus da USP em São Carlos 
Endereço: rua dos Inconfidentes, 85 - Centro 
Mais informações: (16) 3373.9622 ou eventos@icmc.usp.br

terça-feira, 14 de maio de 2019

Professor da USP cria diário para mostrar como é o dia a dia em uma universidade pública

Ele dá aulas de computação, orienta alunos e desenvolve pesquisas em processamento de imagens, coordena um projeto na área de divulgação científica, canta no Coral da USP, em São Carlos, e decidiu relatar tudo isso em textos e imagens

O diário de um professor da universidade pública brasileira: Moacir Ponti publicou o primeiro texto dia 6 de maio

A balbúrdia tomava conta da web com imagens e textos sendo compartilhados à exaustão: supostamente, todos retratavam o que acontece dentro das universidades públicas brasileiras. Foi então que o professor Moacir Ponti, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, decidiu agir: na segunda-feira, dia 6 de maio, ele começou a escrever O diário de um professor da universidade pública brasileira. Mais de três mil pessoas já acessaram o conteúdo disponibilizado por Moacir na plataforma Medium, em que relatou, durante cinco dias consecutivos, os detalhes de sua rotina. 

“Essa é uma série de posts para desmistificar o dia a dia da universidade pública. Vou registrar minha semana e postar um dia por vez aqui, um tipo de Big Brother. Se você só ouviu falar sobre como é uma universidade pública, aqui vai ter uma boa amostra da realidade. Já fui professor da Universidade Federal de Viçosa também, no Campus de Rio Paranaíba-MG, e posso dizer que a rotina é parecida, guardando as devidas particularidades de cada cidade, região e universidade”. É assim que Moacir anuncia o início de sua empreitada, ressaltando que se trata de uma iniciativa individual e que as opiniões descritas não refletem, necessariamente, as da instituição para a qual trabalha. 

Ao relato, o professor agrega diversas imagens das aulas que ministra, das reuniões com os alunos que orienta e de todos os demais projetos de que participa. Há momentos em que a narrativa traz alento ao leitor, como quando ele conta a primeira ação da segunda-feira: “A primeira atividade é uma reunião na Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI-UFSCar) para discutir parcerias para o Pint of Science 2019, um evento de divulgação e popularização da ciência. A reunião foi um sucesso, e saio de lá com boas perspectivas. É fundamental divulgar a ciência para que todos saibam como a pesquisa científica nos impacta diretamente, estimulando a economia, tornando-nos mais produtivos e fortalecendo o país.” 

Este ano, Moacir é responsável pela coordenação do festival Pint of Science em São Carlos, que acontece nas noites de 20, 21 e 22 de maio. Afinal de contas, as funções de um professor universitário vão além de ensinar e pesquisar, também é preciso promover ações de cultura e extensão universitária: “Não fosse pela arte, cultura e música, não sei se conseguiria manter minha própria sanidade. São esses os principais refúgios para a mente e daí a importância de valorizar ações nessa direção, dentro e fora da universidade”. 

No fim de quarta-feira, 8 de maio, Moacir participa de uma reunião do Clube do Livro, ação promovida pelo Programa de Educação Tutorial (PET-Computação) do ICMC. Pautada pelo romance “A casa dos espíritos”, de Isabel Allende, trama que se passa no contexto do golpe militar chileno, a discussão termina com o grupo apreciando doces em forminhas brancas, vermelhas e azuis, tal como as cores da bandeira do Chile. Encerrando o relato desse dia, o professor desabafa e compartilha sua dor: “Há dias felizes, mas hoje é definitivamente triste. Com tanto potencial na universidade para educar, criar, desenvolver e inovar, constatar que essa não é uma prioridade dos nossos representantes traz desânimo e acaba por deixar amargo esse fim de quarta-feira (apesar dos doces). E esse amargor não parece que vai embora tão cedo. Apesar disso, amanhã há de ser outro dia — estão vindo várias músicas desse tipo na minha cabeça hoje, vai saber o porquê — e terá mais aula, mais trabalho e mais universidade pública resistindo”. 

O livro de Isabel Allende repousa ao lado dos doces em forminhas coloridas


Na sala de aula – Em diversos momentos do diário, Moacir conta o que acontece dentro da sala de aula e confessa o quanto gosta de ministrar disciplinas para alunos do primeiro ano do curso de Ciências de Computação. “Hoje pela manhã fiz os calouros sofrerem um pouco com os detalhes do gerenciamento dinâmico de memória e diferentes representações da informação no computador”, assim começa a narrativa de quinta-feira, 9 de maio. 

Na sequência, o professor explica um relevante conceito da área de computação: “Algumas pessoas já sabem que tudo no computador é, na verdade, armazenado, processado e transmitido em binário. Sim, tudo é codificado usando apenas 0 ou 1, o que chamamos de bit. Essa é a menor parcela de informação — 0 e 1 pode significar, respectivamente “desligado” e “ligado”, “aberto” e “fechado”, “ausente” e “presente”, etc. (tente imaginar algo que retenha menos informação que isso). Quando encadeados em sequência, escrevemos coisas mais complexas. Por exemplo, vamos combinar um código simples de 4 bits, em que: 0001 — significa a letra “A”; 0010 — significa a letra “B”; 0011 — significa a letra “C”; 0101 — significa a letra “E”. Assim, 0010 0101 0011 0001, codifica a palavra 'BECA'. Nos computadores, a codificação padrão para caracteres tem 8 bits. Chamamos 8 bits de 1 byte — e essa palavra você já deve ter ouvido falar.” 

Na lousa, o exemplo do tipo de conhecimento que se dissemina em uma sala de aula de uma universidade pública

O trecho acima é um exemplo do tipo de conhecimento que se dissemina em uma sala de aula de uma universidade pública. Moacir continua o relato completando: “Na aula de hoje usamos a representação ASCII para montar “sequências de letras”. Assim, dá para programar coisas como esse post, que nada mais é do que uma lista em que cada linha é uma sequência de letras e pontuação, formando um texto. Só que, para que a lista tenha textos com tamanhos diferentes (cada parágrafo, por exemplo, é formado por uma quantidade diferente de letras), tem que conhecer bem como funciona a memória e como gerenciá-la. Isso para que os aplicativos de seu celular ou os programas do se computador funcionem certinho, sem ficarem lentos, sem travarem, sem fecharem sozinhos. E isso tudo para permitir codificar texto — sem formatação, imagens e outras coisas que ainda serão abordadas em outras aulas ou matérias do curso.” 

Pelo conteúdo abordado nesse exemplo, já é possível perceber que uma parcela do tempo de um professor de uma universidade pública deve ser dedicada à preparação das aulas: “As aulas que eu estou ministrando esse semestre já estão na sua quarta ou quinta edição. Ainda assim, eu gasto cerca de duas a três horas de preparação por hora de aula dada. Quando é uma disciplina completamente nova, eu chego a gastar de cinco a seis horas de preparação por cada hora em sala de aula.” 

Moacir na reunião com seus orientandos de iniciação científica, mestrado e doutorado

No grupo de pesquisa – Nas tardes de quarta-feira, acontecem as reuniões com os estudantes que são orientados por Moacir para desenvolver pesquisas de iniciação científica, mestrado e doutorado. A cada semana, um desses estudantes fica responsável por apresentar, durante cerca de 20 minutos, um seminário aos demais, abordando um novo assunto ou falando sobre algum artigo ou conceito científico que poderá interessar aos demais. Depois, todos compartilham o andamento de seus projetos para que um possa contribuir com o trabalho do outro. Afinal de contas, hoje em dia não se faz ciência sozinho, não é mesmo Moacir? 

“A ciência de hoje usa o mecanismo chamado revisão por pares. Não basta para um cientista obter conclusões sozinho, é preciso passar pela avaliação de outros pesquisadores (pares), de outras universidades e mesmo outros países.” Note que, para que um estudo científico tenha validade, é preciso divulgá-lo em publicações especializadas naquela área de conhecimento – são os chamados artigos científicos ou papers. É então que entra em cena a revisão por pares: os artigos que Moacir e seus orientandos escrevem são avaliados por outros pesquisadores antes de serem publicados, assim como Moacir avalia os artigos de outros pesquisadores. “Idealmente esse processo é anônimo (chamamos de revisão “cega”), diminuindo seu viés”, explica o professor. Por isso, em vários trechos do diário, surgem notícias sobre a revisão, a publicação, a submissão, a aprovação ou a reprovação de artigos, pois isso faz parte da rotina da vida de qualquer pesquisador. 

Entre os diversos projetos que são citados nos posts do professor, há desde trabalhos que analisam imagens de plantações – uma tecnologia que tem potencial para ajudar a diminuir o volume de agrotóxicos e herbicidas no campo –, até a recuperação de imagens relacionando conteúdos visuais distintos, algo que pode ser relevante em aplicações médicas, facilitando, por exemplo, a localização de exames de pacientes que apresentem características similares. A área de pesquisa em que Moacir atua pode, ainda, trazer relevantes contribuições para alertar sobre o risco de queda em idosos, fornecendo subsídios para que sejam efetuadas intervenções preventivas, e até mesmo auxiliar na adoção de melhores políticas públicas por meio da identificação do nível de fragilidade de idosos que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Na imagem, podemos ver os sinais captados por um acelerômetro: aparelho mensurou a marcha de idosos

Exemplos de espectrogramas gerados a partir dos sinais de aceleração: nesse caso, o sinal captado pelo acelerômetro se transforma em uma imagem, o que pode facilitar a análise dos dados obtidos e contribuir para alertar sobre o risco de queda em idosos

No fim do diário, Moacir diz que seguirá, enquanto puder, “recebendo alunos para orientar e tirar dúvidas, preparando e ministrando aulas, pensando em novas ideias e as colocando em prática, levando o conhecimento para fora da universidade, nessa lida sem fim do professor e pesquisador”. Na opinião dele, sempre haverá “um problema para ser resolvido, e alguma coisa nova para pesquisar, sempre existirão pessoas querendo aprender, e a humanidade sempre precisará de avanços: nas exatas, humanas, biológicas e outras, porque não se constrói conhecimento isolado, os maiores impactos vêm dos estudos envolvendo todas as áreas”. Antes do ponto final, o professor conclui: “a universidade pública vai continuar necessária e relevante para uma sociedade com menos desigualdade, mais educada e preparada para os desafios de hoje e do futuro”. 

Leia o diário completo desse professor universitário: https://medium.com/@m.a.ponti

Cartaz mostra a programação do Pint of Science em São Carlos: na cidade, o evento é coordenado pelo professor Moacir Ponti

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência: inscrições abertas

Alunos podem se inscrever no cadastro reserva do Programa até dia 28 de janeiro

Bolsistas PIBID participaram de evento de lançamento do Programa no ICMC em setembro

Quem está cursando Licenciatura em Matemática ou Licenciatura em Ciências Exatas (núcleo geral ou habilitação em Matemática e/ou Física) na USP em São Carlos, com até 60% do curso concluído, pode se inscrever no cadastro reserva do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).

Quem efetuar o cadastro poderá participar dos futuros processos de seleção, caso haja vagas remanescentes no Programa. Para os licenciandos, o PIBID oferece uma bolsa mensal no valor de R$ 400,00 e, durante o período de sua vigência, o bolsista deve se dedicar, no mínimo, 32 horas mensais às atividades. O processo de seleção dos candidatos será baseado em critérios classificatórios que envolvem análise de carta de motivação e entrevista. 

Alunos podem se inscrever no processo até dia 28 de janeiro. Os interessados devem seguir os procedimentos especificados no edital disponível neste link: icmc.usp.br/e/c463d.

Sobre o PIBID - O Programa é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. São concedidas bolsas a alunos de licenciatura participantes de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por Instituições de Educação Superior em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino. Os projetos devem promover a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola. 

Texto: Assessoria de Comunicação ICMC/USP 

Mais informações 
Edital para licenciandos: icmc.usp.br/e/c463d
E-mail: 2018pibidsc@gmail.com 
Telefone: (16) 3373.9153

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Na sala de aula do futuro, somos todos inteligentes

Personalizar o ensino, propiciar um acompanhamento constante e contribuir para a formação de grupos capazes de gerar mais aprendizados. Esses são apenas alguns benefícios que as ferramentas de inteligência artificial podem trazer para a área da educação

Especialistas da USP discutem os impactos da inteligência artificial na educação: confira o que diz Seiji, André e Cláudio
(crédito da imagem: Reinaldo Mizutani)

Uma sala de aula sem fronteiras, em que os novos conhecimentos chegam aos alunos respeitando o tempo de aprender de cada um. Quando há uma dificuldade, o apoio vem de maneira oportuna por meio de uma intervenção que auxilia o aluno a superar os desafios da aprendizagem ou redireciona o caminho do aprendizado, tentando encontrar a abordagem mais adequada para a construção do conhecimento. Quando não há mais dúvidas, conteúdos avançados se apresentam para desafiar o aprendiz. O avanço do estudante em suas descobertas é avaliado em tempo real, à medida que interage com os demais alunos e vai construindo o próprio conhecimento com as pequenas conquistas do dia a dia. O professor acompanha de perto a evolução e vai ajustando, de acordo com as características daquele ser humano, o conteúdo que ensina e a forma como ensina.

Será assim a sala de aula do futuro, dizem os especialistas em inteligência artificial. Mas olhando para a situação presente do sistema educacional brasileiro, parece que essa é uma utopia inalcançável até mesmo em longo prazo. É realmente viável empregar as novas tecnologias para criar um ensino mais personalizado, flexível, inclusivo e motivador? 

De acordo com o professor Seiji Isotani, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, as ferramentas da área de inteligência artificial permitem amplificar a inteligência humana: “A gente já consegue verificar, por exemplo, para conjuntos de milhares de alunos, abordagens de ensino que tem maior potencial de auxiliar a aprendizagem e, assim, apoiar o professor na tomada de decisão pedagógica”. Mas como essas ferramentas são construídas para se tornarem capazes de identificar qual a melhor metodologia de ensino? 

Aprendendo a aprender – Em primeiro lugar, é preciso entender o que é inteligência artificial, uma área de pesquisa que não é tão nova quanto muitos imaginam. “O termo foi criado oficialmente há mais de 60 anos, pelo cientista da computação norte-americano John McCarthy”, revela o professor André de Carvalho, vice-diretor do ICMC. Ele conta que, em 1956, a ideia foi lançada em um workshop de verão que acontecia no Dartmouth College, em Hanover, nos Estados Unidos. “Alguns professores fizeram uma proposta, baseados na ideia de que toda característica da inteligência humana ou aspecto de aprendizado pode, a princípio, ser tão precisamente descrito que é viável construir uma máquina para simular essa característica ou aspecto”, explica André. 

O professor conta, ainda, que a área já era investigada anteriormente, apesar do termo nunca ter sido usado até 1956. Por exemplo, em uma palestra na Sociedade de Matemática de Londres, em 1947, o matemático britânico Alan Turing falou publicamente, pela primeira vez, sobre a possibilidade de criar uma máquina que aprendesse a partir de suas próprias experiências. “Quando um comportamento é realizado, mas não somos capazes de afirmar se está sendo gerado por uma máquina ou pelas mãos de um ser humano, podemos dizer que há inteligência artificial”, completa o professor Cláudio Toledo, do ICMC, fazendo referência ao famoso Teste de Turing, que já foi tema de diversos filmes como X-Machina (2015), por exemplo. 

André explica que o termo inteligência artificial foi criado oficialmente há mais de 60 anos

Criado para você – É hora de visitar novamente a sala de aula do futuro. O fato é que continuaremos sem condições de disponibilizar um professor para cada aluno, mas poderemos simular essa realidade com as ferramentas da inteligência artificial, criando ambientes de ensino e aprendizado personalizados para cada aluno. “Plataformas que empregam tecnologias como a dos sistemas tutores inteligentes já são capazes de fazer isso”, diz Seiji, que coordena um novo curso de especialização em computação aplicada à educação, cujas inscrições foram prorrogadas até dia 10 de outubro. 

Ele explica que, para criar um sistema tutor inteligente, é necessário construir um passo a passo (algoritmos) para ensinar o computador a lidar com informações provenientes de três diferentes fontes: o conteúdo que será ensinado (modelo do domínio); o modo como aquele conteúdo será ensinado (modelo pedagógico); e os conhecimentos que o estudante já possui (modelo do aluno). Essas informações iniciais são os modelos que vão nutrir o sistema computacional (veja o infográfico a seguir)

Infográfico desenvolvido pela doutoranda Paula Toledo Palomino, do ICMC, a partir de imagem disponibilizada no livro Intelligence Unleashed: An argument for AI in Education

Quando o estudante começa a interagir com a plataforma de ensino e acessa os conteúdos iniciais que foram disponibilizados, os dados dessa interação estabelecida com o sistema, com o conteúdo, com os demais alunos e com o professor vão sendo capturados. “A partir de todas as interações do aluno com o ambiente de ensino, o próprio sistema atualiza os modelos. Com essas novas informações, é possível identificar o que aquele aluno já sabe e o que ainda não sabe sobre um determinado domínio do conhecimento, quais suas principais dificuldades e é viável até mesmo prever qual será a próxima resposta que o estudante dará em um exercício”, completa Seiji. 

Imagine, agora, a quantidade enorme de dados que são gerados em uma plataforma educacional acessada por milhares de alunos. Para extrair as informações relevantes dessa infinidade de dados (chamada Big Data), é preciso usar ferramentas da área de inteligência artificial como aprendizado de máquina, por exemplo. 

“Com essas informações, as plataformas não só podem se adaptar às necessidades dos estudantes, mas também ajudar o professor a entender o comportamento dos alunos, oferecendo a ele potenciais recomendações de como amenizar ou reduzir as dificuldades encontradas pelos educandos, o que pode evitar a evasão”, ressalta Seiji. O professor completa: “A inteligência artificial não é algo que surgiu apenas para tornar as máquinas mais inteligentes, mas também pode ajudar a gente a ser mais inteligente. Nesse caso, é possível contribuir para que o professor tome decisões mais assertivas na hora de apoiar a aprendizagem do aluno”. 

Muitas pesquisas têm sido realizadas nesse campo a fim de ampliar a compreensão sobre o comportamento dos alunos durante a aprendizagem, utilizando interfaces capazes de reconhecer palavras, captar gestos, verificar o movimento dos olhos e de diversos indicadores fisiológicos (tais como batimentos cardíacos e tensão muscular). Quanto mais dados os pesquisadores conseguirem obter para inserir nos sistemas tutores inteligentes, maior será a probabilidade de que essas plataformas de ensino se tornem cada vez mais personalizadas e capazes de motivar e atrair a atenção dos usuários. 

Para o professor Claudio, no futuro, as plataformas de ensino funcionarão como jogos: “Ou seja, para manter o aluno engajado, se o jogo/atividade for muito difícil e o jogador/aluno não estiver ganhando/acompanhando nada, o próprio sistema reduzirá o nível de dificuldade para que ele não perca o interesse. Agora se o jogo/atividade estiver muito fácil e o jogador/aluno começar a ganhar sempre, o nível de dificuldade vai aumentar para que ele se sinta desafiado". Segundo o professor, esse processo, muito comum nos games, mantém os jogadores motivados, interessados e contribui para que desenvolvam diversas habilidades sociais, cognitivas e motoras. Para ele, tanto os jogos educacionais quanto a gamificação são campos muito promissores. 

Claudio diz que, no futuro, as plataformas de ensino funcionarão como jogos

Companhia para aprender – Os quatro professores autores do estudo Intelligence Unleashed: An argument for AI in Education, trazem um interessante relato à tona: “É dito que, na China antiga, cada príncipe real estudava com a companhia de um professor real. Talvez os imperadores chineses já soubessem que seus filhos aprenderiam mais efetivamente na presença de outra pessoa”. A seguir, os autores escrevem que a inteligência artificial deu uma nova vida a essa antiga história por meio do desenvolvimento dos sistemas “companheiros de aprendizagem”. Eles seriam como os professores dos príncipes chineses, mas em versão eletrônica, é claro. 

Por não serem mortais, esses companheiros inteligentes de aprendizagem (ou agentes inteligentes) estariam presentes durante toda a trajetória de vida de um ser humano, auxiliando-o na obtenção de novos conhecimentos. Diferentemente dos sistemas tutores inteligentes, que já são uma realidade, ainda há muitas pesquisas para serem realizadas antes que esses companheiros possam dividir a vida com a gente. Os especialistas da área estimam que isso levará cerca de 10 anos. 

Já os estudos sobre formação de grupos de alto desempenho estão bem mais avançados. Foram criados vários modelos computacionais que possibilitam, a partir da inserção de dados sobre os estudantes que compõem uma turma, criar grupos que têm maior potencial para trabalharem em grupo de forma produtiva. 

O estudo Intelligence Unleashed: An argument for AI in Education destaca que, ao longo das décadas, vários pesquisadores têm mostrado que o aprendizado colaborativo costuma gerar melhores resultados do que o aprendizado solitário. Isso porque o aprendizado colaborativo encoraja os participantes a articularem de forma mais adequada o que pensam, a justificarem as ideias, a refletirem sobre suas explicações, a resolverem as diferenças por meio de um diálogo construtivo e a construírem conhecimentos e novos significados de maneira compartilhada. Se as ferramentas da inteligência artificial forem realmente capazes de estimular esse tipo de aprendizado, talvez as salas de aula do futuro sejam, de fato, ambientes muito mais motivadores e atraentes, onde um novo mundo poderá surgir. 

Inscrições no novo curso de especialização oferecido pelo ICMC podem ser realizadas até 10 de outubro

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações 
Site do curso de especialização em computação aplicada à educação: http://especializacao.icmc.usp.br/index.php
Link para ler o estudo Intelligence Unleashed: An argument for AI in Education:

Contato para esta pauta 
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 
E-mail: comunica@icmc.usp.br

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Inscrições abertas para o Simpósio de Matemática para a Graduação

Evento acontece de 20 a 24 de agosto no ICMC; submissão de trabalhos pode ser realizada até a próxima quarta-feira, 1 de agosto



O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da USP, em São Carlos, promove o 21º Simpósio de Matemática para a Graduação (SiM) de 20 a 24 de agosto. O evento tem como objetivo promover a formação global do aluno de graduação, despertando nele o interesse pela pesquisa através de discussões multidisciplinares e contatos com pesquisadores do Instituto e de outras instituições. A iniciativa possibilita também que os alunos apresentem seus projetos e conheçam trabalhos de outros alunos que realizam iniciação científica em diferentes áreas da matemática.

São convidados a participar do SiM alunos de graduação, professores e docentes do nível superior que tenham interesse em matemática. As inscrições podem ser feitas até dia 20 de agosto no site do evento e os valores da inscrição variam de R$ 15 a R$ 55. Já os que tiverem interesse em submeter trabalhos devem se inscrever até a próxima quarta-feira, dia 1 de agosto. Os resumos serão publicados em um livro eletrônico, com ISBN.

Programação – “A mesa-redonda de ex-alunos do ICMC é um ponto forte da programação, em que egressos de vários cursos de matemática fornecem depoimentos sobre suas carreiras profissionais, seus sucessos e os desafios enfrentados”, comenta uma das coordenadoras do evento, a professora Edna Zuffi. Além disso, ela explica que a novidade desta edição é um bate-papo sobre possibilidades profissionais com o Banco Safra e também uma palestra com tour guiado até o Laboratório de Ensino de Matemática do ICMC. A programação completa estará disponível no site do evento a partir do dia 13 de agosto.

O SiM é promovido conjuntamente pelos Departamentos de Matemática (SMA) e de Matemática Aplicada e Estatística (SME) do ICMC. O evento, que faz parte de um programa de valorização do ensino na graduação e das suas relações com atividades de extensão, também foca na divulgação da área de matemática no Brasil, especificamente, na região central do Estado de São Paulo.

Texto: Talissa Fávero - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Site do evento: http://sim.icmc.usp.br/sim2018/
Telefones: (16) 3373-9703 e 3373-6601
E-mail: sim@icmc.usp.br

ICMC oferece capacitação para alunos da USP contribuírem com curso voltado a idosos


Atividade ocorrerá na próxima quarta-feira, 1 de agosto, das 14 às 18 horas; inscrições são gratuitas e devem ser realizadas até dia 30 de julho

Capacitação propiciará que alunos ajudem os idosos em sala de aula

 Quer se tornar monitor ou professor em um curso que ensina idosos a usarem dispositivos móveis? Então, basta se inscrever na atividade que ocorrerá na próxima quarta-feira, 1 de agosto, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, das 14 às 18 horas. É quando ocorrerá a Capacitação para docência e monitoria em curso de letramento digital para idosos, destinada a alunos da USP de graduação e de pós-graduação interessados em atuar como docentes ou monitores no curso Práticas com Tablets e Smartphones para idosos.

Oferecido semestralmente no ICMC desde 2015, o curso para idosos recebe, a cada semestre, um maior contingente de interessados. A fim de que seja oferecida atenção individualizada aos idosos e o curso mantenha sua qualidade, é necessário capacitar um maior número de professores e monitores para atuarem em sala de aula. Além disso, desde o segundo semestre de 2017, um sistema computacional denominado ESPIM é usado como uma espécie de ajudante digital no curso, proporcionando o monitoramento da realização de atividades de reforço de conteúdo em casa e estimulando o engajamento no uso dos dispositivos fora da sala de aula. Esse é mais um motivo que motivou a realização da capacitação.

Coordenada pela professora Maria da Graça Pimentel, a atividade será ministrada pelas pós-doutorandas Isabela Zaine e Kamila Rodrigues, ambas do ICMC. Elas participaram da criação e do desenvolvimento do sistema ESPIM desde o início e também têm atuado como professoras nas aulas para os idosos. Durante a capacitação, as pós-doutorandas apresentarão os objetivos práticos do curso para a população idosa; discutirão as especificidades relacionadas à aprendizagem do uso de tecnologias por idosos (por exemplo: ritmo de aprendizagem, principais dificuldades e resistências; mostrarão as estratégias de ensino utilizadas e promoverão o treinamento com o sistema ESPIM.

São oferecidas 25 vagas e as inscrições, que são gratuitas, devem ser realizadas até a próxima segunda-feira, dia 30, pelo sistema Apolo da USP, por meio deste link: icmc.usp.br/e/f0937. A capacitação ocorrerá na sala 3-012, no bloco 3 do ICMC.

Texto - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146

terça-feira, 5 de junho de 2018

Aprender ficou mais divertido: estudantes da USP ensinam xadrez para alunos do ensino fundamental

O jogo facilita o aprendizado em matemática e ajuda a aumentar a concentração

Cerca de 40 alunos participaram da atividade


A aula de matemática começa em sala, mas logo os alunos se dirigem para a biblioteca. Na aula sobre jogos e números, incomum mesmo é a lousa e o giz serem as ferramentas de aprendizado. Estamos na Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos, no interior de São Paulo. Foi aqui que, enquanto ensinava alguns jogos pedagógicos, a professora de matemática Rosemeire Ribeiro dos Santos percebeu que os alunos se interessavam muito por xadrez.

“Meu filho, que é aluno da USP, me contou que em uma das bibliotecas do campus tinha um encontro de pessoas que jogavam xadrez e que essa atividade era aberta ao público. Então, pedi que me levasse até a USP para conhecer”. Assim, a professora Rosemeire foi apresentada aos alunos João dos Reis Junior, Uirá de Almeida, Felipe Ramos e Vinícius da Silva. Todos eles são estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e fazem parte do projeto Xadrez na biblioteca, que acontece toda terça-feira no terceiro andar da biblioteca Achille Bassi. 

“O xadrez aprimora o raciocínio e a concentração no estudo das jogadas, técnicas essenciais na matemática, por isso convidei os meninos para que fossem à escola levar isso aos meus alunos”, conta a professora. Então, no dia 25 de maio, os estudantes do ICMC visitaram a escola para ensinar xadrez aos 40 alunos do oitavo e do nono ano. E se o objetivo da atividade era incentivar o trabalho em equipe, a colaboração e o respeito, eles cumpriram com sucesso. 

Os alunos ouviam atentos cada explicação do jogo, que conquistou até os que nunca tiveram contato. “Eu nunca joguei xadrez, mas aprendi a jogar hoje. Foi muito legal e divertida essa experiência, espero aprimorar meus conhecimentos para participar de campeonatos. Quero ensinar meus pais e meus amigos a jogar também”, conta entusiasmado Felipe Martins, aluno do oitavo ano. 

“Aprender a jogar xadrez foi uma atividade muito interessante. Percebi que durante o jogo nós estimulamos a memória e também faz a gente raciocinar porque temos que pensar antes de mover as peças. O objetivo é ganhar o jogo, mas o mais importante é aprender”, expõe a aluna Kethely Bernardo de Brito.

Felipe e Kethely se enfrentam em uma partida de xadrez

O saldo positivo também ficou evidente para os alunos do ICMC que ensinaram xadrez. Apesar da maioria dos estudantes do ensino fundamental não saberem jogar, Uirá diz que eles aprenderam muito rápido. João também tem essa opinião e gostaria de participar mais vezes desse tipo de atividade. “Os alunos são iniciantes e o xadrez é muito complexo, é preciso mais aulas para poder ensinar as técnicas do jogo”, explica João.

Uirá também acredita que essa atividade deva ser periódica: “Apesar de ser um hobby para a gente, desenvolver essa atividade com crianças faz com que a concentração seja muito estimulada. A partir do momento em que essa prática se torna frequente, você começa a desenvolver outras aptidões. Durante o jogo, tem que pensar nos movimentos das suas peças e nas do seu adversário, assim você começa a considerar possibilidades. Isso faz com que também comece a refletir sobre as consequências das suas próprias atitudes. É um jogo que traz benefícios para a vida”, revela Uirá.

Alunos jogam uma partida de xadrez cronometrando o tempo das jogadas

A professora Rosemeire também vê os benefícios da visita: “Esta atividade foi muito boa para os alunos, eles ficaram encantados com a presença dos alunos da USP aqui. Muitos já me procuraram querendo aprender xadrez e perguntando se os garotos da USP iriam voltar”.

Xadrez na biblioteca - João começou a jogar xadrez ainda na escola, no ensino fundamental, assim como essa turma de alunos. Hoje, com 22 anos, considera o xadrez um dos seus hobbies favoritos. Uirá também conta que se apaixonou pelo jogo ainda na infância e fala os porquês de gostar tanto dessa atividade: “Existe uma etiqueta para jogar xadrez e uma das principais regras é respeitar o adversário. É um jogo competitivo, mas é uma competição muito saudável, puramente intelectual. Toda a ritualística da competição envolve respeito, tanto que vários competidores acabam desistindo da partida quando percebem que o jogo já está perdido. Tudo isso pelo respeito ao tempo do outro”.

E para manter esse passatempo tão prazeroso para ambos, eles contam como trouxeram o projeto para a biblioteca. “Jogar xadrez sempre foi uma atividade comum no campus, mas nunca tinha um lugar fixo para a gente jogar e isso atrapalhava muito, porque as pessoas acabavam se dispersando. Então, surgiu a ideia de usar o espaço da biblioteca para facilitar o acesso”, conta João. 

Uma personagem crucial para a efetivação do projeto foi Juliana Moraes, que chefia a biblioteca Achille Bassi. Segundo ela, o apoio para a oficina de xadrez vem ao encontro da mudança no comportamento das pessoas que usam o espaço da biblioteca: “Grande parte dos livros estão disponíveis na internet e todo mundo tem acesso. Então, o acervo de uma biblioteca não pode ser mais o único pilar da instituição. Hoje, a gente entende que a biblioteca é mais do que isso. Ela é o pilar do serviço e do espaço. Porque esse espaço já não é mais super silencioso e cheio de regras, mas sim um lugar de aprendizado".

Juliana explica que a aprendizagem não acontece apenas com leitura e escrita, mas sim com outros tipos de interações, daí a relevância da biblioteca na vida de uma comunidade. "É um espaço de cultura, de convivência, de conversa, do diálogo. Por isso, nós apoiamos o projeto do xadrez, que ilustra essa mudança no uso do espaço da biblioteca”.

O Xadrez na biblioteca é realizado desde março e acontece todas as terças-feiras, das 18 às 22 horas. A atividade é gratuita e aberta ao público.

Quem desejar propor outros projetos ou oficinas para a serem realizados na biblioteca Achille Bassi, basta entrar em contato com Juliana pelo e-mail jumoraes@icmc.usp.br ou biblio@icmc.usp.br. As propostas serão analisadas pela equipe responsável pelo espaço, que aprovará as ideias que possam  contribuir para tornar o ambiente ainda mais propício a diversos aprendizados.

Texto: Talissa Fávero - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br