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terça-feira, 4 de junho de 2019

Dia Solidário na praça XV: traga suas doações e conheça iniciativas das universidades públicas que fazem a diferença

Idealizado por uma aluna da USP, evento busca aproximar a população das universidades e conseguir o maior número possível de doações para os diversos projetos sociais realizados pelos estudantes, professores e funcionários dessas instituições

Vinculado ao ICMC, PET-Computação é o grupo que está coordenando as atividades do Dia Solidário. Entre as atividades realizadas pelos estudantes está o curso de informática básica para idosos

Você sabia que a cada ano são arrecadas cerca de 40 mil peças de roupas pela Campanha do Agasalho da USP? Já ouviu falar do grupo Risóólis, da UFSCar, que visita hospitais, orfanatos, creches e instituições de longa permanência buscando humanizar o atendimento por meio da arte de fazer sorrir (clown)? Tem ideia de quantas iniciativas existem hoje na USP e na UFSCar com a intenção de levar educação e tecnologia aos jovens de baixa renda da região?

Para que mais pessoas consigam responder essas perguntas, um evento acontecerá no próximo domingo, 9 de junho, na praça XV, das 10 às 17 horas: o Dia Solidário. Mostrar as diversas iniciativas realizadas em prol da comunidade pelas duas universidades públicas sediadas em São Carlos – a USP e a UFSCar – é apenas um dos objetivos da ação, que também visa receber a maior quantidade e variedade possível de doações. Serão arrecadadas roupas, alimentos não perecíveis, materiais escolares, livros, pilhas e outros resíduos eletrônicos, lacres de latinhas, bexigas, ração e medicamentos para animais, produtos de limpeza, de higiene pessoal e de maquiagem.

Todas essas doações serão encaminhadas a entidades por meio dos vários grupos de cunho social ligados às universidades. Além de ter excelência em ensino e pesquisa, a USP e a UFSCar também são referência em extensão, que são todas as atividades realizadas pelos estudantes, professores e funcionários com o objetivo de beneficiar a sociedade, levando conhecimentos novos e a possibilidade de uma melhor qualidade de vida ao público.

“Queremos aproximar a população das universidades e conseguir o maior número possível de doações”, explica a idealizadora da iniciativa, Beatriz Monteiro. Aluna do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, Beatriz coordena atualmente o Programa de Educação Tutorial do Instituto (PET-Computação), iniciativa que desenvolve diversos projetos gratuitos voltados a popularizar conceitos de programação, como o Codifique

Ensinar conceitos básicos de programação para estudantes do ensino médio é o foco do projeto Codifique

“Também vamos trazer à praça XV robôs, jogos e experimentos divertidos para que a comunidade possa conhecer um pouco mais do que é produzido pelas nossas universidades”, acrescenta a estudante. Durante o evento, também haverá uma feira de adoção de cachorros, uma apresentação do grupo Integração Musical da USP e o Grupo de Som do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (GSom) ficará responsável pela música ambiente.

Para contribuir com o Dia Solidário, basta trazer sua doação e curiosidade para conhecer as iniciativas realizadas pelas universidades. O evento é totalmente gratuito, aberto à participação de pessoas de todas as idades e conta com o apoio do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do campus da USP, em São Carlos. Confira os grupos que já confirmaram presença: PET Computação, Campanha do Agasalho, Projeto Semente, Enactus USP São Carlos, Grupo ProAnimal, PET Civil - UFSCar, Rotaract Club de São Carlos - Bandeirantes, Sanca Social, Risóólis UFSCar, Projeto João de Barro, Operação Natal, Semana da Engenharia Ambiental – EES/USP, Warthog Robotics, Projeto Principia – Robôs na Escola e Fellowship of the Game.



Texto – Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Confirme presença no Facebook: www.facebook.com/events/2344296615639638/
Fale com o PET-Computação ICMC: (16) 3373-9703 ou pet-comp@icmc.usp.br

terça-feira, 14 de maio de 2019

Professor da USP cria diário para mostrar como é o dia a dia em uma universidade pública

Ele dá aulas de computação, orienta alunos e desenvolve pesquisas em processamento de imagens, coordena um projeto na área de divulgação científica, canta no Coral da USP, em São Carlos, e decidiu relatar tudo isso em textos e imagens

O diário de um professor da universidade pública brasileira: Moacir Ponti publicou o primeiro texto dia 6 de maio

A balbúrdia tomava conta da web com imagens e textos sendo compartilhados à exaustão: supostamente, todos retratavam o que acontece dentro das universidades públicas brasileiras. Foi então que o professor Moacir Ponti, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, decidiu agir: na segunda-feira, dia 6 de maio, ele começou a escrever O diário de um professor da universidade pública brasileira. Mais de três mil pessoas já acessaram o conteúdo disponibilizado por Moacir na plataforma Medium, em que relatou, durante cinco dias consecutivos, os detalhes de sua rotina. 

“Essa é uma série de posts para desmistificar o dia a dia da universidade pública. Vou registrar minha semana e postar um dia por vez aqui, um tipo de Big Brother. Se você só ouviu falar sobre como é uma universidade pública, aqui vai ter uma boa amostra da realidade. Já fui professor da Universidade Federal de Viçosa também, no Campus de Rio Paranaíba-MG, e posso dizer que a rotina é parecida, guardando as devidas particularidades de cada cidade, região e universidade”. É assim que Moacir anuncia o início de sua empreitada, ressaltando que se trata de uma iniciativa individual e que as opiniões descritas não refletem, necessariamente, as da instituição para a qual trabalha. 

Ao relato, o professor agrega diversas imagens das aulas que ministra, das reuniões com os alunos que orienta e de todos os demais projetos de que participa. Há momentos em que a narrativa traz alento ao leitor, como quando ele conta a primeira ação da segunda-feira: “A primeira atividade é uma reunião na Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI-UFSCar) para discutir parcerias para o Pint of Science 2019, um evento de divulgação e popularização da ciência. A reunião foi um sucesso, e saio de lá com boas perspectivas. É fundamental divulgar a ciência para que todos saibam como a pesquisa científica nos impacta diretamente, estimulando a economia, tornando-nos mais produtivos e fortalecendo o país.” 

Este ano, Moacir é responsável pela coordenação do festival Pint of Science em São Carlos, que acontece nas noites de 20, 21 e 22 de maio. Afinal de contas, as funções de um professor universitário vão além de ensinar e pesquisar, também é preciso promover ações de cultura e extensão universitária: “Não fosse pela arte, cultura e música, não sei se conseguiria manter minha própria sanidade. São esses os principais refúgios para a mente e daí a importância de valorizar ações nessa direção, dentro e fora da universidade”. 

No fim de quarta-feira, 8 de maio, Moacir participa de uma reunião do Clube do Livro, ação promovida pelo Programa de Educação Tutorial (PET-Computação) do ICMC. Pautada pelo romance “A casa dos espíritos”, de Isabel Allende, trama que se passa no contexto do golpe militar chileno, a discussão termina com o grupo apreciando doces em forminhas brancas, vermelhas e azuis, tal como as cores da bandeira do Chile. Encerrando o relato desse dia, o professor desabafa e compartilha sua dor: “Há dias felizes, mas hoje é definitivamente triste. Com tanto potencial na universidade para educar, criar, desenvolver e inovar, constatar que essa não é uma prioridade dos nossos representantes traz desânimo e acaba por deixar amargo esse fim de quarta-feira (apesar dos doces). E esse amargor não parece que vai embora tão cedo. Apesar disso, amanhã há de ser outro dia — estão vindo várias músicas desse tipo na minha cabeça hoje, vai saber o porquê — e terá mais aula, mais trabalho e mais universidade pública resistindo”. 

O livro de Isabel Allende repousa ao lado dos doces em forminhas coloridas


Na sala de aula – Em diversos momentos do diário, Moacir conta o que acontece dentro da sala de aula e confessa o quanto gosta de ministrar disciplinas para alunos do primeiro ano do curso de Ciências de Computação. “Hoje pela manhã fiz os calouros sofrerem um pouco com os detalhes do gerenciamento dinâmico de memória e diferentes representações da informação no computador”, assim começa a narrativa de quinta-feira, 9 de maio. 

Na sequência, o professor explica um relevante conceito da área de computação: “Algumas pessoas já sabem que tudo no computador é, na verdade, armazenado, processado e transmitido em binário. Sim, tudo é codificado usando apenas 0 ou 1, o que chamamos de bit. Essa é a menor parcela de informação — 0 e 1 pode significar, respectivamente “desligado” e “ligado”, “aberto” e “fechado”, “ausente” e “presente”, etc. (tente imaginar algo que retenha menos informação que isso). Quando encadeados em sequência, escrevemos coisas mais complexas. Por exemplo, vamos combinar um código simples de 4 bits, em que: 0001 — significa a letra “A”; 0010 — significa a letra “B”; 0011 — significa a letra “C”; 0101 — significa a letra “E”. Assim, 0010 0101 0011 0001, codifica a palavra 'BECA'. Nos computadores, a codificação padrão para caracteres tem 8 bits. Chamamos 8 bits de 1 byte — e essa palavra você já deve ter ouvido falar.” 

Na lousa, o exemplo do tipo de conhecimento que se dissemina em uma sala de aula de uma universidade pública

O trecho acima é um exemplo do tipo de conhecimento que se dissemina em uma sala de aula de uma universidade pública. Moacir continua o relato completando: “Na aula de hoje usamos a representação ASCII para montar “sequências de letras”. Assim, dá para programar coisas como esse post, que nada mais é do que uma lista em que cada linha é uma sequência de letras e pontuação, formando um texto. Só que, para que a lista tenha textos com tamanhos diferentes (cada parágrafo, por exemplo, é formado por uma quantidade diferente de letras), tem que conhecer bem como funciona a memória e como gerenciá-la. Isso para que os aplicativos de seu celular ou os programas do se computador funcionem certinho, sem ficarem lentos, sem travarem, sem fecharem sozinhos. E isso tudo para permitir codificar texto — sem formatação, imagens e outras coisas que ainda serão abordadas em outras aulas ou matérias do curso.” 

Pelo conteúdo abordado nesse exemplo, já é possível perceber que uma parcela do tempo de um professor de uma universidade pública deve ser dedicada à preparação das aulas: “As aulas que eu estou ministrando esse semestre já estão na sua quarta ou quinta edição. Ainda assim, eu gasto cerca de duas a três horas de preparação por hora de aula dada. Quando é uma disciplina completamente nova, eu chego a gastar de cinco a seis horas de preparação por cada hora em sala de aula.” 

Moacir na reunião com seus orientandos de iniciação científica, mestrado e doutorado

No grupo de pesquisa – Nas tardes de quarta-feira, acontecem as reuniões com os estudantes que são orientados por Moacir para desenvolver pesquisas de iniciação científica, mestrado e doutorado. A cada semana, um desses estudantes fica responsável por apresentar, durante cerca de 20 minutos, um seminário aos demais, abordando um novo assunto ou falando sobre algum artigo ou conceito científico que poderá interessar aos demais. Depois, todos compartilham o andamento de seus projetos para que um possa contribuir com o trabalho do outro. Afinal de contas, hoje em dia não se faz ciência sozinho, não é mesmo Moacir? 

“A ciência de hoje usa o mecanismo chamado revisão por pares. Não basta para um cientista obter conclusões sozinho, é preciso passar pela avaliação de outros pesquisadores (pares), de outras universidades e mesmo outros países.” Note que, para que um estudo científico tenha validade, é preciso divulgá-lo em publicações especializadas naquela área de conhecimento – são os chamados artigos científicos ou papers. É então que entra em cena a revisão por pares: os artigos que Moacir e seus orientandos escrevem são avaliados por outros pesquisadores antes de serem publicados, assim como Moacir avalia os artigos de outros pesquisadores. “Idealmente esse processo é anônimo (chamamos de revisão “cega”), diminuindo seu viés”, explica o professor. Por isso, em vários trechos do diário, surgem notícias sobre a revisão, a publicação, a submissão, a aprovação ou a reprovação de artigos, pois isso faz parte da rotina da vida de qualquer pesquisador. 

Entre os diversos projetos que são citados nos posts do professor, há desde trabalhos que analisam imagens de plantações – uma tecnologia que tem potencial para ajudar a diminuir o volume de agrotóxicos e herbicidas no campo –, até a recuperação de imagens relacionando conteúdos visuais distintos, algo que pode ser relevante em aplicações médicas, facilitando, por exemplo, a localização de exames de pacientes que apresentem características similares. A área de pesquisa em que Moacir atua pode, ainda, trazer relevantes contribuições para alertar sobre o risco de queda em idosos, fornecendo subsídios para que sejam efetuadas intervenções preventivas, e até mesmo auxiliar na adoção de melhores políticas públicas por meio da identificação do nível de fragilidade de idosos que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Na imagem, podemos ver os sinais captados por um acelerômetro: aparelho mensurou a marcha de idosos

Exemplos de espectrogramas gerados a partir dos sinais de aceleração: nesse caso, o sinal captado pelo acelerômetro se transforma em uma imagem, o que pode facilitar a análise dos dados obtidos e contribuir para alertar sobre o risco de queda em idosos

No fim do diário, Moacir diz que seguirá, enquanto puder, “recebendo alunos para orientar e tirar dúvidas, preparando e ministrando aulas, pensando em novas ideias e as colocando em prática, levando o conhecimento para fora da universidade, nessa lida sem fim do professor e pesquisador”. Na opinião dele, sempre haverá “um problema para ser resolvido, e alguma coisa nova para pesquisar, sempre existirão pessoas querendo aprender, e a humanidade sempre precisará de avanços: nas exatas, humanas, biológicas e outras, porque não se constrói conhecimento isolado, os maiores impactos vêm dos estudos envolvendo todas as áreas”. Antes do ponto final, o professor conclui: “a universidade pública vai continuar necessária e relevante para uma sociedade com menos desigualdade, mais educada e preparada para os desafios de hoje e do futuro”. 

Leia o diário completo desse professor universitário: https://medium.com/@m.a.ponti

Cartaz mostra a programação do Pint of Science em São Carlos: na cidade, o evento é coordenado pelo professor Moacir Ponti

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Por que poucos alunos de escolas públicas de São Carlos estão na USP?

Estudo realizado pelo ICMC em duas escolas mostra que adolescentes ainda não acreditam que podem cursar uma universidade pública

Gabriela, aluna de Estatística do ICMC, realizou a pesquisa sob orientação da professora Cynthia

“É difícil”. “Não tenho dinheiro”. “Não tenho capacidade”. “Prefiro fazer curso técnico”. Essas afirmações são de estudantes de duas escolas públicas de São Carlos e mostram a percepção que eles têm da universidade. Realizada pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, a pesquisa demonstra que existe uma separação entre a universidade pública e o aluno do ensino básico gratuito.

A estudante Gabriela Dall’Agnol, que faz Estatística no ICMC, ouviu, ao todo, 744 alunos do ensino médio – 423 da Escola Estadual Álvaro Guião e 321 da Escola Técnica Estadual (ETEC) Paulino Botelho. Orientada pela professora Cynthia Ferreira, Gabriela explica que um dos objetivos do projeto é apresentar aos estudantes as oportunidades existentes na USP: “Essas escolas estão próximas à faculdade, mas os alunos não estão aqui dentro. Temos que entender o porquê e trazer esse público para cá”. Elas contaram com o apoio dos professores Mário de Castro e Juliana Cobre, do ICMC, para a elaboração dos questionários aplicados nas escolas.

Gabriela estou em escola pública e sabe das dificuldades enfrentadas pelos estudantes: “o principal ponto é que eles sabem que, quando saírem do ensino médio, vão ter que trabalhar. Então, fazer um curso diurno é inviável. Eles não sabem que podem ter auxílios ou bolsas. Alguns até acham que precisa pagar. Muitos acreditam que não têm capacidade de passar no vestibular”. 

Para esclarecer que a USP é uma universidade gratuita, o ICMC produziu o vídeo Você sabe quanto custa estudar na USP?, destacando que até quem não tem recursos financeiros para estudar pode ter acesso a diversas oportunidades e conquistar um diploma. 

Nuvem de palavras com os motivos apontados pelos alunos da Álvaro Guião
para justificar a falta de interesse em fazer faculdade

Os resultados - A pesquisa indicou que a maioria dos estudantes da Álvaro Guião (66%) e da ETEC (82%) pretende fazer faculdade ao terminar o ensino médio. O estudo buscou, ainda, entender os motivos da falta de interesse daqueles que não almejam ir para o ensino superior. Foi então que surgiram as respostas: “é difícil”; “não tenho dinheiro”; “não tenho capacidade”; “prefiro fazer curso técnico”. De acordo com Gabriela, essas afirmações demonstram como a falta de informação ainda é muito presente nas escolas da rede pública.

Outro objetivo da pesquisa é identificar quanto os alunos da rede pública conhecem sobre a universidade – em especial sobre o ICMC e o curso de Estatística e o de Matemática Aplicada e Computação Científica. Entre as oito graduações oferecidas pelo Instituto, o trabalho analisou essas duas carreiras, que são as mais novas e com a menor relação candidato/vaga. Foi identificado que quase todos os alunos conhecem a USP em São Carlos, mas poucos sabem sobre os dois cursos em questão.

“Nós percebemos que o curso de Estatística é pouquíssimo conhecido pelos alunos, menos que Matemática Aplicada. Talvez porque, quando falamos de matemática, eles associam com a disciplina da escola, então é mais fácil. Mas estatística poucos sabem o que é”, afirma Gabriela.

A falta de conhecimento é ainda maior sobre os campos de atuação das duas áreas. A maioria dos estudantes não sabe que um matemático aplicado pode atuar em, basicamente, qualquer área: indústrias, empresas de software, bancos ou centros de pesquisa, que se beneficiam do conhecimento desse profissional para solucionar problemas reais utilizando modelos matemáticos e computação.


Poucos também sabem que um estatístico pode atuar nas áreas de marketing, finanças, saúde e comunicação, por exemplo, transformando dados brutos em informações importantes para esses setores. Com o objetivo de possibilitar aos futuros universitários saber o que é ensinado em cada curso de graduação oferecido pelo ICMC e onde poderão trabalhar depois de formados, o Instituto disponibiliza o Guia Faça Parte do Futuro.



O Guia foi um dos materiais utilizados pelas pesquisadoras para levar informações a respeito do ICMC e da USP aos estudantes. Como parte do projeto foram realizadas, ainda, palestras e rodas de discussão com os alunos. “Nós levamos o professor Mário de Castro e ele falou um pouco sobre o que um estatístico faz, mostramos alguns vídeos do ICMC e falamos sobre as bolsas. Quando fomos apresentar os resultados da pesquisa já levamos uma divulgação do ICMC para lá”, explica Gabriela. O projeto da estudante foi reconhecido como um dos melhores trabalhos apresentados durante a VII Semana da Estatística, que aconteceu de 6 a 9 de junho, em São Carlos.

“Como somos uma escola central, acreditamos que os alunos queiram estudar na USP ou pelo menos saibam o que tem lá. Eu estou há 12 anos na Álvaro Guião e me surpreendi com os resultados da pesquisa”, diz a professora de matemática da escola, Maria Laura Trindade. Segundo ela, o projeto foi muito benéfico para os estudantes: “isso é muito importante, porque a universidade parece uma coisa muito distante, eles acham que não vão conseguir passar no vestibular”.

Professora de matemática na Álvaro Guião, Maria Laura acompanhou a aplicação das pesquisas

Ela acredita que o conteúdo dessa pesquisa vai ajudar a escola a entender melhor os estudantes: “Podemos identificar o perfil dos alunos e trabalhar no interesse deles pela Universidade”. De acordo com a professora Cynthia, orientadora do projeto, entre os candidatos aprovados no vestibular, o número de jovens originários de São Carlos é bastante reduzido, comparado à quantidade de vagas oferecidas. Sendo assim, é importante despertar vocações e descobrir talentos entre os estudantes da região.

A intenção de Cynthia é dar continuidade à análise e coleta de dados com alunos de ensino médio, pré-vestibulandos e ingressantes no ICMC: “pretendemos realizar uma série de pesquisas para entendermos desde como e onde o jovem busca informação, até o que os motiva a escolher uma determinada carreira”. Os dados coletados servirão para subsidiar possíveis alterações nas grades curriculares dos cursos e contribuir com a divulgação das áreas de saber do ICMC. “Por meio da identificação das necessidades desse público, o Instituto será capaz de planejar ações estratégicas de marketing e comunicação para suprir essas demandas”, conclui.

Texto e fotos: Alexandre Wolf - Assessoria de Comunicação do ICMC

Mais informações
Guia Faça Parte do Futuroicmc.usp.br/e/c9f86
Assessoria de Comunicação: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br