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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Computação rima com diversão: crie sua própria dança na Hora do Código da USP São Carlos

Evento gratuito no ICMC mostra que qualquer pessoa, de qualquer idade, pode aprender a lógica da programação de um jeito fácil e divertido; milhões de estudantes e professores em mais de 180 países já participaram da iniciativa

Crianças são muito bem-vindas ao evento: as menores de 10 anos devem vir acompanhadas por um responsável;
haverá monitores para ajudar a realizar as atividades

O corpo segue a batida da música. A coreografia vai nascendo aos poucos, a partir da repetição de uma série de movimentos sequenciais. Note que, até na dança, você pode enxergar como funciona um dos princípios básicos da computação: a programação. Qualquer pessoa pode aprender esses fundamentos da arte de programar realizando atividades simples e divertidas durante 60 minutos: esta é a proposta da Hora do Código

Em São Carlos, a iniciativa acontecerá no próximo sábado, 1º de dezembro, em dois diferentes horários: pela manhã, das 9h30 às 12 horas; e à tarde, das 14h30 às 17 horas, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP. O objetivo não é formar especialistas em computação durante apenas uma hora, mas mostrar que a computação é uma área acessível a todos, independentemente do conhecimento prévio de cada um. Por isso, não é necessário ter nenhuma experiência prévia com programação para participar da Hora do Código, evento em que crianças, jovens, adultos e idosos são bem-vindos. 

O tema escolhido para o evento deste ano não vai deixar ninguém parado: festa dançante. “Uma coreografia nada mais é do que um procedimento que você segue de acordo com o ritmo de uma música”, explica o professor Moacir Ponti, presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC, que é responsável pela realização da iniciativa em São Carlos. 

A relação estabelecida entre dança e computação contribuiu para facilitar a compreensão de vários conceitos, desmistificando a ideia de que os conhecimentos sobre programação são inacessíveis para quem não é especialista no assunto. “A lógica da programação é um conhecimento que está presente no nosso dia a dia. Até para atravessarmos a rua seguimos um procedimento, que pode ser comparado aos algoritmos que usamos para programar o computador”, diz a estudante Ana Fainelo, que cursa Ciências de Computação no ICMC. 

O evento é gratuito e começará no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano com uma breve apresentação que unirá dança e programação. Logo depois, o público será convidado a ocupar dois laboratórios de informática do Instituto, que já estarão preparados para que os participantes possam realizar os exercícios de programação. “Nas atividades práticas, há um passo a passo explicando o que deve ser realizado e nós também disponibilizaremos monitores para ajudar quem tiver qualquer dificuldade”, explica o professor Fernando Osório, do ICMC.

O evento é uma oportunidade para obter conhecimentos lógicos que podem ser utilizados em diversos contextos, como na resolução de problemas e em atividades criativas. 

Quem completar todas as atividades propostas receberá um certificado digital. Crianças menores de 10 anos poderão participar, desde que venham acompanhadas por um responsável. Recomenda-se apenas que os participantes tragam seus próprios fones de ouvido. Quem desejar também poderá trazer seu notebook ou tablet. As inscrições podem ser realizadas, até as 60 vagas disponíveis se esgotarem, por meio do formulário disponível neste link: icmc.usp.br/e/87e42.

No ICMC, a Hora do Código conta com o apoio de três grupos de extensão do Instituto: o grupo de desenvolvimento de jogos Fellowship of the Game (FoG), o Grupo de Estudos para a Maratona de Programação (GEMA) e o Programa de Educação Tutorial (PET-Computação). Estudantes desses três grupos  ajudarão a resolver as dúvidas dos participantes.

Este ano, mais de 157 mil eventos ao redor do mundo já foram cadastrados na plataforma global da Hora do Código, sendo que 254 deles serão no Brasil. A iniciativa acontece anualmente durante a Semana da Educação em Ciência da Computação, realizada anualmente em reconhecimento ao aniversário da pioneira da computação, a almirante Grace Murray Hopper, que nasceu em 9 de dezembro de 1906 em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ela foi uma das primeiras programadoras da história. 

Vale destacar que os tutoriais da Hora do Código ficam disponíveis o ano todo no site https://hourofcode.com/br. Dessa forma, quem desejar tem a chance de experimentar diversas formas de aprendizado e entender conceitos mais avançados de programação.

Esta será a quarta edição da Hora do Código no ICMC


Texto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP 

Hora do Código no ICMC
Página do evento no Facebook: icmc.usp.br/e/4db1b
Formulário para inscrições: icmc.usp.br/e/87e42
Quando: sábado, 1 de dezembro 
Escolha o melhor horário: das 9h30 às 12 horas ou das 14h30 às 17 horas 
Onde: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC (Av. Trabalhador São Carlense, 400, na área I do campus da USP, no centro de São Carlos) 
Mais informações: (16) 3373-9146 / ccex@icmc.usp.br

terça-feira, 5 de junho de 2018

Aprender ficou mais divertido: estudantes da USP ensinam xadrez para alunos do ensino fundamental

O jogo facilita o aprendizado em matemática e ajuda a aumentar a concentração

Cerca de 40 alunos participaram da atividade


A aula de matemática começa em sala, mas logo os alunos se dirigem para a biblioteca. Na aula sobre jogos e números, incomum mesmo é a lousa e o giz serem as ferramentas de aprendizado. Estamos na Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos, no interior de São Paulo. Foi aqui que, enquanto ensinava alguns jogos pedagógicos, a professora de matemática Rosemeire Ribeiro dos Santos percebeu que os alunos se interessavam muito por xadrez.

“Meu filho, que é aluno da USP, me contou que em uma das bibliotecas do campus tinha um encontro de pessoas que jogavam xadrez e que essa atividade era aberta ao público. Então, pedi que me levasse até a USP para conhecer”. Assim, a professora Rosemeire foi apresentada aos alunos João dos Reis Junior, Uirá de Almeida, Felipe Ramos e Vinícius da Silva. Todos eles são estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e fazem parte do projeto Xadrez na biblioteca, que acontece toda terça-feira no terceiro andar da biblioteca Achille Bassi. 

“O xadrez aprimora o raciocínio e a concentração no estudo das jogadas, técnicas essenciais na matemática, por isso convidei os meninos para que fossem à escola levar isso aos meus alunos”, conta a professora. Então, no dia 25 de maio, os estudantes do ICMC visitaram a escola para ensinar xadrez aos 40 alunos do oitavo e do nono ano. E se o objetivo da atividade era incentivar o trabalho em equipe, a colaboração e o respeito, eles cumpriram com sucesso. 

Os alunos ouviam atentos cada explicação do jogo, que conquistou até os que nunca tiveram contato. “Eu nunca joguei xadrez, mas aprendi a jogar hoje. Foi muito legal e divertida essa experiência, espero aprimorar meus conhecimentos para participar de campeonatos. Quero ensinar meus pais e meus amigos a jogar também”, conta entusiasmado Felipe Martins, aluno do oitavo ano. 

“Aprender a jogar xadrez foi uma atividade muito interessante. Percebi que durante o jogo nós estimulamos a memória e também faz a gente raciocinar porque temos que pensar antes de mover as peças. O objetivo é ganhar o jogo, mas o mais importante é aprender”, expõe a aluna Kethely Bernardo de Brito.

Felipe e Kethely se enfrentam em uma partida de xadrez

O saldo positivo também ficou evidente para os alunos do ICMC que ensinaram xadrez. Apesar da maioria dos estudantes do ensino fundamental não saberem jogar, Uirá diz que eles aprenderam muito rápido. João também tem essa opinião e gostaria de participar mais vezes desse tipo de atividade. “Os alunos são iniciantes e o xadrez é muito complexo, é preciso mais aulas para poder ensinar as técnicas do jogo”, explica João.

Uirá também acredita que essa atividade deva ser periódica: “Apesar de ser um hobby para a gente, desenvolver essa atividade com crianças faz com que a concentração seja muito estimulada. A partir do momento em que essa prática se torna frequente, você começa a desenvolver outras aptidões. Durante o jogo, tem que pensar nos movimentos das suas peças e nas do seu adversário, assim você começa a considerar possibilidades. Isso faz com que também comece a refletir sobre as consequências das suas próprias atitudes. É um jogo que traz benefícios para a vida”, revela Uirá.

Alunos jogam uma partida de xadrez cronometrando o tempo das jogadas

A professora Rosemeire também vê os benefícios da visita: “Esta atividade foi muito boa para os alunos, eles ficaram encantados com a presença dos alunos da USP aqui. Muitos já me procuraram querendo aprender xadrez e perguntando se os garotos da USP iriam voltar”.

Xadrez na biblioteca - João começou a jogar xadrez ainda na escola, no ensino fundamental, assim como essa turma de alunos. Hoje, com 22 anos, considera o xadrez um dos seus hobbies favoritos. Uirá também conta que se apaixonou pelo jogo ainda na infância e fala os porquês de gostar tanto dessa atividade: “Existe uma etiqueta para jogar xadrez e uma das principais regras é respeitar o adversário. É um jogo competitivo, mas é uma competição muito saudável, puramente intelectual. Toda a ritualística da competição envolve respeito, tanto que vários competidores acabam desistindo da partida quando percebem que o jogo já está perdido. Tudo isso pelo respeito ao tempo do outro”.

E para manter esse passatempo tão prazeroso para ambos, eles contam como trouxeram o projeto para a biblioteca. “Jogar xadrez sempre foi uma atividade comum no campus, mas nunca tinha um lugar fixo para a gente jogar e isso atrapalhava muito, porque as pessoas acabavam se dispersando. Então, surgiu a ideia de usar o espaço da biblioteca para facilitar o acesso”, conta João. 

Uma personagem crucial para a efetivação do projeto foi Juliana Moraes, que chefia a biblioteca Achille Bassi. Segundo ela, o apoio para a oficina de xadrez vem ao encontro da mudança no comportamento das pessoas que usam o espaço da biblioteca: “Grande parte dos livros estão disponíveis na internet e todo mundo tem acesso. Então, o acervo de uma biblioteca não pode ser mais o único pilar da instituição. Hoje, a gente entende que a biblioteca é mais do que isso. Ela é o pilar do serviço e do espaço. Porque esse espaço já não é mais super silencioso e cheio de regras, mas sim um lugar de aprendizado".

Juliana explica que a aprendizagem não acontece apenas com leitura e escrita, mas sim com outros tipos de interações, daí a relevância da biblioteca na vida de uma comunidade. "É um espaço de cultura, de convivência, de conversa, do diálogo. Por isso, nós apoiamos o projeto do xadrez, que ilustra essa mudança no uso do espaço da biblioteca”.

O Xadrez na biblioteca é realizado desde março e acontece todas as terças-feiras, das 18 às 22 horas. A atividade é gratuita e aberta ao público.

Quem desejar propor outros projetos ou oficinas para a serem realizados na biblioteca Achille Bassi, basta entrar em contato com Juliana pelo e-mail jumoraes@icmc.usp.br ou biblio@icmc.usp.br. As propostas serão analisadas pela equipe responsável pelo espaço, que aprovará as ideias que possam  contribuir para tornar o ambiente ainda mais propício a diversos aprendizados.

Texto: Talissa Fávero - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Exposição interativa no ICMC: venha descobrir por que a matemática está em tudo

Em exibição nos dias 20 e 21 de fevereiro, a mostra "Matemática interativa" busca aguçar a curiosidade de estudantes do ensino fundamental, médio e do público em geral, além de despertar o encanto pelas ciências exatas

Apenas as visitas de grupos que possuam mais de dez integrantes deverão ser
agendadas previamente pelo e-mail ccex@icmc.usp.br

Que tal interagir com a matemática de um jeito diferente e divertido, resolvendo problemas e desafios, observando como funciona um caleidoscópio e até mesmo criando suas próprias composições artísticas? Você poderá fazer isso nos dias 20 e 21 de fevereiro, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. É quando acontecerá a mostra gratuita Matemática Interativa, que é aberta a todos os interessados, especialmente aos estudantes da educação básica, universitários, professores e pais. 

Durante a mostra, haverá duas salas temáticas interativas em que os visitantes serão desafiados a resolver problemas e testarão suas habilidades de percepção e raciocínio. Na “Sala dos 1001 problemas”, recursos visuais e materiais diversos auxiliarão os visitantes na resolução de divertidos desafios matemáticos. A sala é inspirada no livro O Homem que Calculava, do autor fictício Malba Tahan, um personagem emblemático criado pelo professor brasileiro Julio Cesar de Mello e Sousa. “É um livro que aborda problemas memoráveis e curiosos, os quais merecem ser conhecidos pelas novas gerações”, diz a professora Edna Zuffi, do ICMC, uma das organizadoras da exposição.

Já na segunda sala, a atração é "A matemática dos caleidoscópios”, em que os participantes vão se encantar observando reflexões sucessivas e a formação de imagens em espelhos planos. É aqui que os monitores explicarão os efeitos e as propriedades dos caleidoscópios e os visitantes verão como são montados esses objetos. Quem desejar poderá até mesmo criar suas próprias composições artísticas usando esse artefato.

A exposição é dividida em sessões de 30 minutos cada e acontecerá das 9 às 12 horas e das 13h30 às 18 horas nos dias 20 e 21 de fevereiro. Além de participar das atividades interativas nas duas salas, os participantes serão convidados a conhecer o Museu de Computação Odelar Leite Linhares, do ICMC.

As visitas de grupos que possuam mais de dez integrantes deverão ser agendadas previamente pelo e-mail ccex@icmc.usp.br. Já grupos menores e visitas individuais não demandam inscrições prévias. Vale ressaltar que não será disponibilizado transporte para os participantes.

A mostra Matemática Interativa é resultado de uma parceria entre o ICMC e o Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, em São Paulo. O projeto é coordenado pela professora Ana Paula Jahn, do IME, e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As atividades das duas salas já foram apresentadas durante a Semana USP de Ciência e Tecnologia, em outubro de 2017. Os materiais que serão expostos no ICMC fazem parte dos acervos do Centro de Aperfeiçoamento do Ensino em Matemática do IME e do Laboratório de Ensino em Matemática do ICMC.


Participantes interagindo com caleidoscópios durante a Semana de Ciência e Tecnologia da USP

Texto: Alexandre Wolf - Assessoria de Comunicação do ICMC
Crédito das fotos: IME/USP

Exposição Matemática Interativa

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/357433194732780/
Quando: 20 e 21 de fevereiro, das 9 às 12 horas e das 13h30 às 18 horas.

Onde: salas 3-011, 3-012 e Museu de Computação do ICMC.
Endereço: avenida Trabalhador São-carlense 400, na área I do campus da USP, em São Carlos.
Inscrições para visitas em grupos (mais de 10 pessoas): ccex@icmc.usp.br
Mais informações: (16) 3373.9146

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Na Hora do Código, programar é uma diversão

O evento contou com a participação de crianças, adultos e idosos

Na última sexta-feira, 9 de dezembro, pessoas de todas as idades experimentaram o que é programar de uma forma prática, fácil e divertida. Elas participaram da Hora do Código no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

A iniciativa fez parte de um movimento global que aconteceu em 180 países, cujo objetivo é mostrar que todos podem aprender os fundamentos básicos da computação. A atividade contou com o apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx) do ICMC. 



Confira o álbum de fotos no Flickr e no Facebook!

Acesse a página da Hora do Código e divirta-se com os tutoriais: https://br.code.org/

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Games, cinema e matemática: venha curtir 24 horas de muita ciência no ICMC

Atividades são gratuitas e fazem parte da Virada Científica da USP, evento que começa dia 17 de outubro

Quem curte games vai poder aprender na prática como um jogo é desenvolvido

Sábado, 17 de outubro, é dia de se divertir programando games, assistindo filmes e participando de um Seminário de Coisas Legais no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Todas as atividades são gratuitas, não demandam inscrição prévia e fazem parte da Virada Científica da USP, um grande evento que vai mobilizar unidades de ensino e pesquisa da Universidade durante 24 horas.

Os que curtem games terão a oportunidade de experimentar como é desenvolver jogos durante a atividade coordenada pelo grupo Fellowship of the Game e pelo professor Fernando Osório. A ideia é que os participantes permaneçam no laboratório 1-004 do ICMC, no bloco 1, durante cerca de uma hora dedicando-se a resolver alguns desafios propostos pela Hora do Código. Para participar, não é necessário ter qualquer conhecimento prévio sobre programação, mas é preciso ter mais de 16 anos. O público poderá, ainda, escolher a hora mais adequada para realizar essa atividade, que começará a partir das 9 horas do dia 17 e vai acontecer ininterruptamente até as 9 horas do dia 18. 

Agora responda: você já viu uma moeda que não seja redonda? Aliás, existe um motivo para que elas sejam redondas? Já viu uma bicicleta com rodas quadradas ou uma broca que faça um furo quadrado? E a lei do impedimento, você sabe o que é? Essas são algumas perguntas que o professor Leandro Aurichi pretende responder no Seminário de Coisas Legais, edição especial Figuras Estranhas, que acontecerá às 13h13 no auditório Fernão Stella Rodrigues, no bloco 6 do ICMC, dia 17. 

Haverá, ainda, uma programação especial para os amantes da sétima arte. Serão duas sessões de cinema no dia 17: uma com o filme Ex-machina, às 14h30, e outra com o filme Dimensions, às 17 horas. Depois da exibição de cada filme, haverá um debate coordenador por professores do ICMC. Após Ex-machina, o bate-papo coordenado pelo professor Francisco Rodrigues abordará a questão dos robôs, da inteligência artificial e do Teste de Turing. Já depois de Dimensions, o foco da conversa coordenada pela professora Márcia Federson será a matemática. As seções de cinema também são gratuitas e abertas a todos os interessados, mas o filme Ex-machina não é recomendado para menores de 14 anos.

“É papel da Universidade pública levar aquilo que ela produz e pesquisa para todos, e um evento como esse permite que isso seja feito de maneira informal, divertida e interativa, o que só ajuda a aumentar o interesse e o entendimento das pessoas sobre o tema”, diz a Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda.

A Vira Científica da USP contará com mais de 150 atividades e marca também a participação da Universidade na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e que agrega programações especiais de popularização da ciência em todo o Brasil. A programação completa pode ser consultada no site http://www.viradacientifica.prceu.usp.br/ e também na página do evento no Facebook


Texto e foto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Mais informações
Confira a programação do ICMC: www.icmc.usp.br/e/ade26
Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146
E-mail: comunica@icmc.usp.br

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Três noites de muita diversão e ciência: festival reúne mais de 400 participantes em São Carlos

Realizado pela primeira vez em uma cidade da América Latina, Pint of Science é sucesso de público; último dia do evento contou com discussões sobre robótica e sobre inovação em ciências matemáticas


Interação com o público marcou debate sobre robótica no último dia do festival

Os robôs dominarão o mundo? Precisamos ter medo deles? Eles roubarão nossos empregos ou vão salvar o mundo? As perguntas lançadas pelo professor Fernando Osório, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, incitavam a plateia que lotava as mesas de um restaurante na rua Sete de Setembro, em São Carlos, no último dia do festival de divulgação científica Pint of Science.

Enquanto isso, outra discussão científica era travada a menos de um quilômetro dali, em frente à praça XV de Novembro. "Inovação é gerar novas ideias, invenções e avanços tecnológicos. Além disso, esse conceito também está ligado à ideia de promovermos a melhoria de processos, de produtos e de serviços”, explicava o professor Francisco Louzada, do ICMC, no debate sobre inovação e ciências matemáticas.

Louzada (ao centro) com os convidados para o debate sobre inovação e ciências matemáticas

Permitir que a ciência se misture a esse ambiente descontraído das mesas de bares e restaurantes e provoque novos questionamentos, emoções e reações imprevisíveis. Esse é o principal objetivo do festival internacional Pint of Science. O primeiro laboratório da América Latina para a realização dessa experiência coletiva foi a cidade de São Carlos. Entre as descobertas ocorridas nesse processo, registradas no campo “críticas e sugestões” do folheto de avaliação do evento, um comentário prevalece: o público quer mais iniciativas como essas. 

O doutorando da UFSCar Cesar Antonio Alves da Rocha aprovou o festival. Ele já tinha ouvido falar sobre o Pint of Science, pois tem um amigo que estuda no exterior e que participou de edições anteriores do evento. “Quando fiquei sabendo que ia acontecer em São Carlos, quis logo participar para ver como seria”, contou. “Uma das sugestões que fiz é de convidar pesquisadores de áreas diferentes do conhecimento, com visões mais díspares, pois quanto mais dissenso, melhor para fazer o público refletir”, concluiu.

Já o pós-doutorando Rodrigo Miranda, da USP em Ribeirão de Preto, comentou que não conhecia o evento e gostou muito do fato de São Carlos ser a primeira cidade da América Latina a sediá-lo: “Adorei a parte em que aconteceu o debate entre o público e os convidados”.

O papo é robótica e sociedade – No debate sobre os impactos da robótica na sociedade, Osório admitiu: “Eu tenho medo de robô mal programado. Se um braço robótico industrial me acertar em uma fábrica, ele sequer vai saber que me atacou”. Ele completou: “Quem conhece um robô que respeita uma bandeira branca? A câmera térmica de um robô não é capaz de reconhecer isso. Ou seja, os humanos estão criando robôs incapazes de respeitar o direito de rendição em uma guerra”.

Na opinião do professor do ICMC, que é coordenador da Comissão Especial de Robótica da Sociedade Brasileira de Computação, é preciso criar condições e leis que tornem possível à sociedade responsabilizar os culpados pelas ações dos robôs. “No caso de um acidente com um carro autônomo (que se locomove sem motorista), os sensores presentes no veículo devem ser capazes de identificar se a pessoa se jogou na frente do carro intencionalmente ou se foi o freio que não foi acionado por um defeito de fabricação”, exemplificou Osório.

Entre os diversos convidados para o bate-papo estava o professor Fábio Ramos, da Universidade de Sydney, na Austrália. “A robótica está revolucionando a medicina. Em breve, vamos engolir robôs em formato de pílulas que vão se mexer dentro da gente e nos filmar para ver o que está acontecendo lá dentro. Só não me pergunte como eles serão recuperados”, brincou Ramos.

Entre as questões polêmicas debatidas estava o impacto da automação e o possível aumento do desemprego. “Há vários aspectos que não são levados em conta quando discutimos essa questão. Não dá para negar que, com o avanço da robótica e da automação, há um deslocamento do emprego. Mas também precisamos levar em conta que a automação está salvando o mundo em relação à produção de alimentos”, ponderou.

Para o pesquisador Heber de Carvalho, que é professor do Centro Universitário de Araraquara (UNIARA) e da Universidade Anhanguera, a tecnologia poderá tornar o mundo mais sustentável e reduzir o impacto do consumo. “Com as impressoras 3D entraremos em um processo de customização em massa. Não vamos mais depender de uma linha de produção para fabricarmos os produtos de que necessitamos. Se precisarmos de camisetas, elas serão feitas sob medida, sem defeitos, e na quantidade exata, sem desperdício”, disse Carvalho. 

A professora do ICMC Roseli Romero lembrou ainda o papel fundamental dos robôs na realização de atividades perigosas para os humanos e a busca pelo desenvolvimento de robôs capazes de interagir de modo cada vez mais natural com as pessoas. Roseli é vice-coordenadora do Centro de Robótica de São Carlos (CROB), que é sediado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).

Osório (terceiro da esquerda para a direira) com os convidados para o debate sobre robótica e sociedade

O papo é inovação em ciências matemáticas – "As ciências matemáticas estão presentes em diversas tarefas do nosso dia a dia e não é diferente no cotidiano das empresas. Um levantamento mostrou que as companhias que alcançaram altos níveis de desenvolvimento tecnológico promovem a aplicação das ciências matemáticas como ferramenta e estão localizadas nos países mais desenvolvidos", contou o professor Louzada no debate sobre a inovação em ciências matemáticas. 

Louzada é coordenador de transferência tecnológica do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP. Durante o bate-papo, ele apresentou alguns dos cerca de 50 projetos que estão sendo realizados pelo Centro em parceira com mais de 30 empresas.

“Ninguém se lembra de que o celular só funciona porque existem alguns teoremas e que a maioria das inter-relações de seguros e empréstimos só funcionam porque existem as ciências matemáticas. Aliás, nenhuma sociedade se desenvolveu sem levar isso em conta. Para sermos um país em desenvolvimento, teremos que passar pela matemática como uma ferramenta de produção”, defendeu o professor José Alberto Cuminato, que é professor do ICMC e presidente do CeMEAI.

O sócio e diretor científico da empresa DNA Consult Genética e Biotecnologia, Euclides Matheucci Junior, deu o próprio exemplo para ilustrar a relevância da matemática. “Eu trabalho com uma tecnologia nova, que é genômica. Alguns anos atrás, eu tirava o sangue, tratava os dados e emitia um laudo. Hoje é impossível fazer isso porque muitos dados são gerados. Por isso, preciso de uma matemática robusta para me ajudar”, finalizou.

Sobre o Pint of Science – No Brasil, o Pint of Science foi realizado pelo ICMC e contou com o apoio dos restaurantes Mosaico e Espaço Sete, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), do Núcleo de Apoio ao Software Livre (NAPSoL), do CeMEAI, do projeto Contribuinte da Cultura e da Oz Produtora.


Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Com o apoio de Keite Marques (Assessoria de Comunicação da EESC/USP) e Carla Monte Rey (Assessoria CeMEAI)

Fotos: Reinaldo Mizutani (inovação e ciências matemáticas) e Paulo Arias (robótica e sociedade)


Mais informações
Site do evento: www.pintofscience.com.br
Veja o álbum de fotos no Facebook: www.facebook.com.br/pintofsciencebrasil
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br