Com apoio da Superintendência de Gestão Ambiental e da Reitoria, Instituto é
o primeiro a formar uma Brigada de Arboristas na USP para prevenir danos
relacionados à queda de árvores
Treinamento durou três dias e envolveu diversos exercícios práticos |
“Na medida em que você cuida de
árvores, você está cuidando das pessoas”. É assim que o engenheiro agrônomo Joaquim
Cavalcanti Neto começou a explicar o treinamento que realizou no Instituto de
Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), na USP São Carlos, visando à formação
da primeira Brigada de Arboristas da USP. O treinamento foi oferecido a 21 membros
da comunidade universitária durante os dias 25, 26 e 27 de setembro. A ideia é que cada
unidade da USP possa realizar um treinamento similar e formar a própria Brigada
de Arboristas, seguindo os moldes das já existentes Brigadas de Incêndio.
Nessa fase piloto do programa, 10
vagas foram preenchidas por membros do ICMC, que formará a primeira Brigada de
Arboristas, e as demais distribuídas da seguinte maneira: duas para a
Escola de Engenharia de São Carlos; duas para a Prefeitura do Campus da USP de
São Carlos; uma para o Instituto de Física de São Carlos; uma para o Instituto
de Química de São Carlos; uma para o Instituto de Arquitetura e Urbanismo e
mais quatro vagas foram preenchidas por um representante das prefeituras
dos campi de Bauru, Pirassununga, Piracicaba e Ribeirão Preto.
Segundo Cavalcanti Neto, existem
várias ferramentas que possibilitam cuidar das árvores e dar segurança às pessoas.
Essas ferramentas não envolvem apenas a identificação de sinais e sintomas, mas
também a atividade de planejamento e gestão da floresta urbana. Membro da diretoria
da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Cavalcanti Neto possui certificação
da Sociedade Internacional de Arboricultura e acredita que, antes de partir
para as ações práticas, é preciso sensibilizar as pessoas.
“A partir do momento em que percebemos
no nosso ambiente a existência de uma correlação de vida e de respeito com esses
seres vivos, que são as árvores, podemos estender nosso amor a elas. A consequência
disso é passarmos a agir de forma carinhosa. Ao transformarmos isso em ações
técnicas, contribuímos para preservar a saúde das árvores e a segurança das
pessoas”, explicou. Para que essa ação seja sustentável, o engenheiro agrônomo
alerta que é preciso planejar levando em conta os lugares disponíveis para
plantio, as espécies adequadas para aquele ambiente e a forma apropriada de fazê-lo. “Há um modo de cuidar da árvore pequena, um jeito adequado de realizar
a poda para educá-la em seu crescimento, e uma maneira de lidar com a árvore na fase
juvenil. Também é preciso respeitá-la quando se torna uma idosa e seus galhos começam
a cair”, ensinou.
Cavalcanti Neto conta que, depois
da sensibilização e do treinamento, a ideia é que os membros da Brigada de
Arboristas se tornem capazes de compreender e interpretar as informações
transmitidas pelas árvores, atuando na prevenção de possíveis riscos. “Depois
do treinamento, deixa de ser estranho ficar olhando para uma árvore tentando identificar
o que ela tem para nos falar. É o aprendizado de um novo vocabulário, pois a
árvore se comunica conosco”.
A funcionária da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), Sirlene Valim, conta que foi um grande aprendizado participar do treinamento: “Conseguimos verificar que temos bastante trabalho pela frente. Podemos atuar preventivamente, evitando alguns riscos desde o plantio das árvores. Brevemente, o grupo vai se reunir para produzir um relatório, indicando as ações recomendadas e a prioridade das ações". Segundo Valim, a Brigada de Arboristas pode apoiar também o serviço de poda, ensinando a fazê-la de forma correta. "A prevenção é a chave e será 90% do nosso trabalho”, completou.
“O principal aprendizado é que a gente tem que preservar a vida tanto das plantas quanto das pessoas”, disse a funcionária do ICMC Juliana Merlotti. “Eu me surpreendi quando fomos ao jardim observar as árvores. É um local em que eu vou todos os dias para tomar café, mas eu nunca tinha visto daquela forma. Depois que o engenheiro começou a mostrar as árvores, eu percebi que era possível ter um novo olhar sobre aquele local”, contou Merlotti.
Na opinião do professor do ICMC Francisco José Monaco, o treinamento não foi só didático, mas inspirador. Para Marcela Machado Maia, funcionária do Instituto, a palavra-chave que norteou os três dias de treinamento foi convívio harmonioso.
Sensibilização é fundamental segundo Cavalcanti Neto |
Atualmente, considerando-se todos os campi da Universidade, existem mais de 30 mil árvores e praticamente 10% delas estão no campus de São Carlos. “A Brigada de Arboristas é um programa de gerenciamento de risco em função das árvores contidas nos espaços dos campi, criando condições para que membros da comunidade – professores, alunos e funcionários – possam identificar, avaliar e comunicar aos gestores os problemas encontrados”, afirmou o professor José Carlos
Maldonado, diretor do ICMC e também presidente do Conselho Gestor do campus.
Maldonado destaca que essa
ação deve impactar as diretrizes de replantio e de autorização de obras, no
sentido de evitar espécies que promovam mais riscos por terem sido alocadas
muito próximas a edifícios ou em locais de passagem ou permanência de pessoas.
Segundo ele, o próximo passo é desenvolver essa ação com o Projeto Pequeno
Cidadão e com as crianças da creche do Campus da USP de São Carlos.
Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC
Mais informações
Gabinete de Planejamento e Gestão
do ICMC
E-mail: plangest@icmc.usp.br
Telefone: (16) 3373.6605