Mostrando postagens com marcador segurança. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador segurança. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Curso gratuito no ICMC sobre protocolo de internet recebe inscrições

Iniciativa ocorrerá sábado, 23 de novembro, das 14 às 18 horas



Para que computadores e outros dispositivos eletrônicos ligados à internet consigam se comunicar, é preciso utilizar um mesmo conjunto de regras, o chamado Protocolo de Internet (IP). No futuro próximo, será praticamente inviável para qualquer profissional de computação atuar na área sem um conhecimento básico sobre a versão mais recente desse protocolo, o IPv6. Por isso, um curso sobre o assunto será ministrado no próximo sábado, 23 de novembro, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

A iniciativa ocorrerá das 14 às 18 horas, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até às 12 horas do dia 22, ou enquanto houver vagas, diretamente no Sistema Apolo, pelo link icmc.usp.br/e/a3f47

Realizado pelo Ganesh, grupo de extensão focado em segurança da informação, o curso será ministrado pelo aluno Gabriel de Melo Cruz, que cursa Ciências de Computação no ICMC e lidera a frente de redes do grupo. Durante o curso, os participantes conhecerão conceitos básicos e também desenvolverão atividades práticas, a fim de que tenham mais autonomia para lidar com o IPv6. Veja a descrição completa do programa: icmc.usp.br/e/e72e4.

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

IPv6 - Resolvendo um Problema 
Inscreva-se até às 12 horas do dia 22 ou enquanto houver vagas: icmc.usp.br/e/a3f47
Confira o programa: icmc.usp.br/e/e72e4
Onde será o curso: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC
Endereço: avenida Trabalhador são-carlense, 400
Mais informações: (16) 3373.9146 ou ccex@icmc.usp.br

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Como você pode contribuir para que a região do campus se torne mais segura?

Ao adotar algumas medidas simples de prevenção, é possível aumentar a segurança nas imediações do campus da USP, em São Carlos



Quais atitudes você pode tomar para aumentar a segurança de toda a comunidade que frequenta o campus da USP, em São Carlos? Responder essa pergunta é um dos objetivos de um bate-papo que acontecerá na próxima quarta-feira, 11 de setembro, às 16 horas, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

A atividade é uma iniciativa da direção do ICMC que, diante do recente aumento no número de incidentes nos arredores da área I do campus, entrou em contato com a Polícia Militar solicitando a realização de um evento voltado aos estudantes, professores e funcionários que circulam pela região. Durante o bate-papo, o capitão da 1º Companhia da Polícia Militar em São Carlos, Renato Gonzalez, fornecerá dicas de segurança e também explicará como é feito o planejamento das ações de policiamento. 

Entre os principais desafios enfrentados pelos policiais, por exemplo, está o número baixo de notificações à Polícia Militar. É fato que, se as vítimas não notificam que houve um assalto ou qualquer outro tipo de crime, as atividades de prevenção ficam comprometidas. Por isso, Gonzalez abordará a importância do registro das ocorrências e explicará como funciona o atendimento pelo 190. A atividade é gratuita e aberta a todos os interessados. 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Segurança nas imediações do campus 
Quando: quarta-feira, 11 de setembro, às 16 horas 
Onde: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano (sala 6-001) 
Mais informações: (16) 3373.9622 ou eventos@icmc.usp.br

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Pesquisadores da USP são premiados em desafio para aumentar segurança de carros autônomos

Equipe de São Carlos conquistou prêmio de US$ 17 mil depois de vencer três das quatro categorias em uma disputa internacional que envolveu 211 participantes

Os campeões fazem parte do Laboratório de Robótica Móvel do ICMC: ideia do grupo é que as melhorias testadas na plataforma da competição possam ser implementadas no Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma (CARINA II), possibilitando a locomoção em situações mais complexas
(crédito da imagem: divulgação LRM/ICMC)

Foi preciso percorrer 6.582 quilômetros por mais de 5,7 mil horas para que os 69 carros autônomos dos melhores laboratórios de pesquisa do mundo concluíssem uma competição inédita. São quilômetros mais do que suficientes para cruzar, de carro, a distância que separa o Oiapoque, no extremo norte do Brasil, do Chuí, no extremo sul. A questão é que esses carros não alcançaram a façanha enfrentando estradas pavimentadas ou de terra, mas usando uma plataforma virtual que simula percursos, o Car Learning to Act (CARLA)

Tal como em um rally da vida real, a competição internacional demandava que os veículos criados pelos 211 participantes percorressem rotas virtuais, encarando engarrafamento, chuva, placas de trânsito, semáforos, carros desavisados, pedestres incautos além de outros imprevistos. No entanto, diferentemente dos jogos eletrônicos, nesse caso não havia controle remoto: os participantes da disputa programavam seus veículos diretamente de seus laboratórios de pesquisa, espalhados por vários locais do planeta, e enviavam os códigos para computadores que processavam essas informações. Automaticamente, a plataforma de simulação verificava como cada veículo tinha se comportado e computava os pontos obtidos. Nesse rally virtual, não é quem anda mais rápido que se torna campeão, mas quem comete o menor número de infrações e acumula mais pontos. 

Resultado: o carro autônomo criado por seis alunos de pós-graduação e dois professores da USP obteve o melhor desempenho em três das quatro categorias do Desafio de Direção Autônoma CARLA, que foi patrocinado por empresas líderes na corrida pelo desenvolvimento da tecnologia para veículos autônomos. O time ainda conseguiu o segundo lugar na única categoria que não venceu e conquistou um prêmio total de US$ 17 mil. “A principal motivação dos pesquisadores em direção autônoma é promover segurança. A ideia é, no futuro, ter um nível de automação em que os veículos autônomos sejam capazes de alcançar resultados melhores do que um ser humano”, explica Júnior Rodrigues da Silva, doutorando do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e um dos membros da equipe campeã. 

Coordenada pelos professores Denis Wolf e Fernando Osório, do Laboratório de Robótica Móvel do ICMC, a equipe foi composta por mais cinco pós-graduandos: Angelica Mizuno Nakamura; Iago Pachêco Gomes; Jean Amaro; Tiago Cesar dos Santos e Luis Alberto Rosero. O doutorando Júnior ressalta ainda que, para se tornarem mais competentes que os humanos, os veículos autônomos ainda têm uma longa estrada pela frente. Daí a relevância de participar de desafios de simulação, que possibilitem às máquinas passarem por situações muito próximas às que os motoristas vivenciam no mundo real. 

“Essa primeira edição da competição ajudou a identificar em que patamar estão os trabalhos na área e como os pesquisadores lidam com os principais dilemas nesse campo de pesquisa. A ideia é que a disputa aconteça anualmente para que os cientistas acompanhem a evolução dos estudos”, conta o mestrando Iago Pachêco Gomes. “As estatísticas produzidas durante a competição servem para instigar as equipes a melhorarem seus sistemas. Por exemplo, nenhum time conseguiu, sem cometer qualquer infração, cumprir o trajeto com menor nível de dificuldade”, completa. 



Reduzindo as incertezas – Até recentemente, não havia uma plataforma on-line aberta que possibilitasse realizar simulações com carros autônomos, propiciando uma aproximação razoável do mundo real. Os custos para fazer testes com esses veículos em vias públicas são muito altos, o que restringia a realização de pesquisas. Com o surgimento de uma plataforma como o CARLA, os pesquisadores têm à disposição um meio mais acessível e seguro para os testes. 

“Como um carro autônomo vai agir ao se deparar com uma situação muito inusitada como, por exemplo, um cachorro que surge de repente na pista depois de sair detrás de uma árvore?”, questiona Júnior. Cenários inesperados como esses, que acontecem frequentemente na vida real, estão entre os obstáculos encontrados pelos pesquisadores da área. Afinal de contas, esse tipo de situação é desafiadora até mesmo para os seres humanos: muitas vezes, desviar do cão implicará atropelar uma criança que está do outro lado da rua ou até mesmo causar um acidente grave e colocar em risco a vida de muitas pessoas. 

Note que diversos processos ocorrem nos poucos segundos em que um motorista capta os dados do cenário à frente – por meio dos órgãos de percepção que propiciam, por exemplo, ver e ouvir. A seguir, o condutor deve interpretar essas informações, analisar as opções de que dispõe e tomar, finalmente, uma decisão. Só então, caso necessário, os músculos serão movimentados e vão acionar os dispositivos do carro para desviar ou colidir com o animal. Agora imagine quanto trabalho demanda transformar todos esses processos em um passo a passo (algoritmos) a ser executado rapidamente por um computador. 

“Se você está a 50 quilômetros por hora e vê uma placa com a indicação de 30 quilômetros por hora, precisa interpretar essa informação e, a seguir, tomar a decisão de reduzir a velocidade. No caso do carro autônomo, a nossa função é programá-lo para que, a partir dos dados provenientes dos sensores, as informações do ambiente sejam interpretadas adequadamente e as decisões possam ser tomadas”, explica Júnior. 

Primeiro, é necessário substituir os órgãos perceptivos do motorista por câmeras, sensores a laser e GPS (sistema de posicionamento global). Depois, esses dados captados devem ser transformados em informações úteis para a posterior tomada de decisão. “Para o computador, uma imagem é uma matriz de números. Então, precisamos criar algoritmos que consigam extrair informações relevantes daquela imagem, possibilitando, por exemplo, identificá-la como sendo uma placa, um semáforo ou um ser vivo”, relata a doutoranda Angélica Nakamura. 

A direção autônoma ficará comprometida caso a imagem tenha pouca qualidade e seja interpretada de forma inadequada. É o que acontece com muitos motoristas em dias de chuva. “Dependendo, por exemplo, da qualidade dos sensores de percepção empregados, é possível afirmar, com 90% de certeza, que o sinal está vermelho. Não é 100% porque sempre existe uma possibilidade de erro. Então, os pesquisadores precisam criar um sistema de tomada de decisão que leve em conta esse grau de incerteza”, explica Júnior. 

Por isso, a qualidade do sistema de percepção e de tomada de decisão – desenvolvidos a partir de ferramentas da área de inteligência artificial – é fundamental. Só depois de realizados os processos de percepção, interpretação e tomada de decisão, o carro autônomo de fato partirá para a ação e, caso necessário, serão acionados dispositivos como volante, acelerador e freio. 

O doutorando Júnior revela também que as quatro categorias do Desafio de Direção Autônoma CARLA se diferenciavam devido aos tipos de sensores disponíveis. Em algumas havia menos equipamentos à disposição – apenas câmera e GPS – já em outras era possível captar dados usando sensores a laser, por exemplo. “Em cada categoria, o veículo deveria percorrer várias rotas. E os pontos conseguidos na categoria eram calculados pela média obtida em cada rota”, completa Júnior.

Ilustrações retratam situações de tráfego apresentadas na plataforma de simulação para carros autônomos
(crédito da imagem: site CARLA)

Ampliando os conhecimentos – O carro autônomo campeão, criado pelos seis alunos de pós-graduação e dois professores da USP, é resultado de um trabalho que vem sendo realizado desde 2010 no Laboratório de Robótica Móvel do ICMC. Responsável por promover o primeiro teste de carro autônomo em vias públicas da América Latina em 2013, o Laboratório também criou um caminhão autônomo em parceria com a Scania em 2015. 

“Já tínhamos desenvolvido algoritmos de percepção para o projeto do Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma (CARINA) e para o caminhão. Então, aproveitamos esses algoritmos no desafio internacional, fazendo os ajustes necessários. A ideia, agora, é que essas melhorias testadas na plataforma simulada possam ser implementadas no CARINA II, possibilitando que nosso carro possa se movimentar por cenários mais complexos”, afirma Júnior. 

É fato que os benefícios potenciais dos veículos autônomos são imensos e vão desde a eliminação de acidentes causados por erros humanos até a redução da emissão de dióxido de carbono e o uso mais eficiente de energia e infraestrutura. No entanto, muitas questões tecnológicas permanecem sem resposta, tais como: qual é a melhor combinação de sensores para um carro autônomo? Quais componentes do sistema podem ser aprimorados com os próprios dados obtidos durante os percursos? Em quais situações de tráfego diferentes algoritmos falham? 

Perguntas como essas poderão ser respondidas mais rapidamente com a participação das equipes de pesquisadores em competições como o Desafio de Direção Autônoma CARLA. Os brasileiros largaram na frente, mas estamos ainda no começo da era dos veículos autônomos. A manutenção da liderança depende da valorização da ciência brasileira e de futuros investimentos. 

Laboratório também criou um caminhão autônomo em parceria com a Scania em 2015
(crédito da imagem: Paulo Arias)

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 
Com apuração de Marília Calábria 

Mais informações
Assista ao vídeo sobre o projeto campeão: https://youtu.be/b56LuqEvTKE
Site do Laboratório de Robótica Móvel do ICMC: www.lrm.icmc.usp.br
Site do Desafio de Direção Autônoma CARLA: https://carlachallenge.org/ 
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 
E-mail: comunica@icmc.usp.br

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Evento na USP São Carlos estimula crianças a desenvolverem soluções na área de tecnologia

Voltado para quem tem de 7 a 12 anos, desafio busca incentivar novos talentos criativos na área digital; inscrições gratuitas estão abertas até dia 26 de junho

A ideia da competição é que os pequenos criem o projeto de um aplicativo, em grupos com 2 a 4 participantes

Um desafio de tecnologia para crianças de 7 a 12 anos acontecerá no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, no dia 29 de junho, sábado. Não se espante: nessa idade as crianças já são capazes de pensar em soluções criativas. Além disso, os pequenos precisam, cada vez mais cedo, ter acesso a informações relevantes sobre segurança digital, um assunto que costuma preocupar pais e responsáveis. 

Pois o objetivo do desafio do dia 29 é exatamente possibilitar que as crianças conversem sobre esse tema e criem projetos de aplicativos para resolver problemas de segurança digital. Organizada pela Happy Code São Carlos em parceria com o ICMC, a etapa local do desafio está com inscrições abertas até dia 26, ou enquanto uma das 180 vagas ainda estiver disponível. Para participar, basta se inscrever gratuitamente neste link: icmc.usp.br/e/ee9f0

Além de São Carlos, diversas outras cidades brasileiras vão realizar a iniciativa – chamada de Hackathon Authentic Games. Na abertura do evento, em âmbito nacional, o youtuber Marco Túlio, o Authentic Games, vai revelar exatamente qual a questão de segurança digital que deverá ser atacada pelas crianças. A ideia da competição é que os pequenos criem o projeto de um aplicativo, em grupos com 2 a 4 participantes, para resolver um problema. Eles só precisam pensar na proposta do aplicativo, não é necessário que desenvolvam a parte técnica do projeto. Por isso, não é preciso ter qualquer conhecimento prévio sobre computação ou programação para participar do evento. 

Vale lembrar que, enquanto as crianças estiverem trabalhando no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC, os pais e responsáveis serão convidados a fazer um tour pelo Instituto e a assistir palestras sobre educação digital. O evento acontecerá das 8 às 18 horas. Das 12 às 14 horas, crianças e pais terão horário livre para almoçar, já que os organizadores não oferecerão refeições no local. 

Como o desafio é em grupo, as crianças podem se inscrever junto com suas equipes ou buscar estabelecer parcerias com colegas que também estão sem equipe. Para isso, o ICMC organizará um encontro entre as crianças na tarde do dia 26 de junho, das 16 às 18 horas, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano. Quem não puder comparecer, poderá acompanhar virtualmente o encontro via Facebook neste link: icmc.usp.br/e/f513e

Além disso, todos que desejarem se inscrever no desafio e esclarecer dúvidas poderão ir ao salão de eventos da USP, em São Carlos, no próximo final de semana, dias 15 e 16. É quando acontecerá a etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica no local e haverá um estande da Happy Code no primeiro andar para atender a todos os interessados das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas. Inclusive, as equipes de estudantes que têm de 7 a 12 anos e estiverem participando da OBR poderão aproveitar a oportunidade para se inscrever no desafio. 

Prêmios - As crianças contarão com o apoio de mentores que ajudarão a organizar as ideias do grupo e a apresentar os projetos. Ao final do evento, os projetos serão avaliados por uma banca de jurados que analisará a qualidade da solução proposta. A equipe que ficar em 1º lugar em São Carlos estará habilitada a participar da avaliação nacional e concorrerá a diversos prêmios. Além disso, cada integrante da equipe vencedora poderá participar de uma colônia de férias na Happy Code São Carlos. 

Já cada participante da equipe vencedora em âmbito nacional ganhará um X Box One e conhecerá pessoalmente o youtuber Marco Túlio. Para conhecer todas as regras da competição, basta acessar o regulamento, que está disponível no site do Hackathon Authentic Games



Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações 
Faça sua inscrição: icmc.usp.br/e/ee9f0 
Assista ao vídeo: https://youtu.be/UMR5X89FVsI
Dúvidas: (16) 3419.2294

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Os cientistas explicam como as urnas eletrônicas podem ser mais seguras

Garantir o registro do voto em papel, além de eletronicamente, é apenas o primeiro passo rumo à adoção de novas tecnologias para aumentar a segurança nos processos eleitorais

O professor Mario Gazziro durante demonstração de um protótipo de urna eletrônica de terceira geração
 
O Brasil já se orgulhou de estar na vanguarda das tecnologias eleitorais. Quando, pela primeira vez, um terço dos eleitores do país escolheu os candidatos por meio da urna eletrônica, em 1996, a novidade do sistema de votação informatizado se tornou notícia no mundo. Naquele tempo, poucos brasileiros tinham familiaridade com o computador e a internet comercial sequer tinha chegado ao Brasil.

Depois de 22 anos, não é preciso ser um especialista para imaginar quantas novas tecnologias já foram desenvolvidas a fim de aprimorar a segurança – física e digital – dos processos eleitorais em todo mundo. Mas será que o Brasil continua na vanguarda da área sendo o único país em que os votos são registrados apenas eletronicamente?

A voz dos pesquisadores – Para o professor Mário Gazziro, pós-doutorando do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, resistir à implantação do voto impresso deixa o país parado no tempo. “Por que o registro em papel é um avanço? Porque é a única forma de garantir que os votos sejam auditados caso haja algum problema no registro eletrônico”, explica Mário, que faz parte de um grupo de cientistas brasileiros que pesquisa tecnologias eleitorais. 

Se você acredita que essa discussão sobre a necessidade do voto impresso é recente e só veio à tona nas vésperas das eleições de 2018, caiu em mais uma notícia falsa. No meio científico, o debate sobre a segurança das urnas existe desde 1996 e ganhou força a partir da realização dos testes públicos de segurança e da realização de eventos que acontecem desde 2013, quando Gazziro organizou o 1º Fórum Nacional de Segurança em Urnas Eletrônicas no ICMC (clique e assista ao vídeo do evento na íntegra). Desde aquele momento, os cientistas alertam para as diversas vulnerabilidades encontradas no sistema eleitoral brasileiro. 

“Não estou dizendo que a urna já foi fraudada. Durante todos esses anos eu nunca vi provas convincentes deste tipo de fraude no Brasil, o que não quer dizer que não houve. Este é exatamente o problema: a urna sofre de uma falta de transparência muito séria. É tão mal concebida que a sua segurança não pode ser comprovada”, escreve o professor Jeroen van de Graaf, do departamento de Computação da Universidade Federal de Minas Gerais, no livro O mito da urna eletrônica – desvendando a (in)segurança da urna eletrônica

“Permitir a conferência do registro de voto do eleitor por meio da impressão em papel não é um retrocesso porque não significa inutilizar o voto eletrônico ou retornar à forma antiga de apuração manual”, garante Gazziro, que também é professor na Universidade Federal do ABC (UFABC). “O voto impresso permite ao eleitor saber se o voto gravado eletronicamente corresponde, de fato, ao voto dado”, adiciona o especialista. Ele diz ainda que, com a impressão, os votos podem ser auditados: “Isso não quer dizer que todos os votos impressos serão contados manualmente como fazíamos no passado, mas assegura que é possível sortear algumas urnas para auditar estatisticamente o resultado”. 

No artigo As urnas brasileiras são vulneráveis, publicado no Jornal da USP em maio deste ano, Walter Del Picchia, professor aposentado da Escola Politécnica da USP escreve: “O fato é que as urnas eletrônicas brasileiras são as mais atrasadas dentre as usadas na dezena de nações que praticam a eleição eletrônica. Elas não permitem saber se o voto gravado corresponde ao voto dado e não possibilitam auditoria”. 

Del Picchia explica detalhadamente, no texto, a evolução nos modelos das urnas eletrônicas utilizadas no mundo. As brasileiras fazem parte da primeira geração desse tipo de equipamento, são as chamadas DRE (Direct Recording Electronic ou Gravação Eletrônica Direta). Nesse caso, como diz o próprio nome, o voto é gravado apenas eletronicamente e a confiabilidade do resultado depende totalmente dos programas instalados no equipamento. 

“Há muita ênfase na possibilidade de danificarem a urna, mas acho que essa não é a principal ameaça. O problema não são apenas eventos acidentais, mas especialmente propositais, como a adulteração maliciosa do software. Por isso, o voto impresso não deve ser visto apenas como um backup, mas uma forma do sistema provar ao eleitor que está funcionando corretamente”, diz Diego Aranha, um dos maiores especialistas no assunto. 

Depois do Fórum de 2013, os pesquisadores da área voltaram a se reunir em 2014, no primeiro Workshop de Tecnologia Eleitoral. Duas outras edições do evento aconteceram em 2015 e 2017, todas coordenadas por Aranha. Seguindo o exemplo de muitos outros pesquisadores do país, ele se desvinculou do Instituto de Computação da Unicamp em junho deste ano e se mudou para a Dinamarca, onde é docente na Universidade de Aarhus. 

No dia 6 de junho, Aranha registrou assim sua despedida no Twitter: “Hoje marca um final triste de 6 anos de trabalho duro para provar que nosso sistema de votação é inseguro. Decidi me tornar um cientista com a firme convicção de que a ciência pode mudar e melhorar a sociedade e o mundo ao nosso redor, mas talvez eu fosse ingênuo demais para pensar que isso era possível no Brasil”. 

Diego Aranha no bate-papo "Posso confiar nas urnas eletrônicas?", realizado em São Carlos, durante o Pint of Science

A ilusão do sigilo – Um dos argumentos utilizados este ano pela Procuradoria Geral da República para contestar a implantação do mecanismo de impressão destaca que a mudança coloca em risco o sigilo do voto. Porém, Gazziro explica que o registro em papel não significa que o eleitor será identificado. “Independentemente do sistema eleitoral adotado, precisamos garantir que a autoria do voto seja mantida em sigilo e o conteúdo torne-se público. O problema é que, atualmente, a urna eletrônica brasileira não garante sequer o sigilo da autoria”. 

O professor revela que mesmo os votos sendo anônimos e embaralhados na urna eletrônica, ainda podem ser relacionados com o número do título de cada eleitor, que é digitado pelos mesários antes do cidadão ingressar na cabine eleitoral. “Veja que há um cabo unindo o terminal em que os mesários registram o número do título e a urna eletrônica. É esse cordão umbilical que permite relacionar o voto digitado sigilosamente na urna com o número registrado no terminal. Esse mecanismo faz com que apenas camadas de software internas da urna evitem que os votos sejam desembaralhados. O ideal seria eliminarmos esse elo”, conta Gazziro. 

Aranha acrescenta que o cabo de ligação não é a única ameaça ao sigilo do voto. Ele e sua equipe já participaram de vários testes públicos de segurança, que são realizados periodicamente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Normalmente, participam da atividade cientistas, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, representantes de partidos políticos e de órgãos da sociedade civil. O objetivo desses testes, que são realizados com vários entraves e limitação de tempo, é identificar as vulnerabilidades do sistema. Nos quatro testes já efetuados (2009, 2012, 2016 e 2017), os profissionais da área de computação encontraram problemas que, na medida do possível, o TSE tenta eliminar. 

Em 2012, por exemplo, acessando a urna e o Registro Digital do Voto (RDV), que é uma lista emitida depois de todo o processo de votação e apuração dos votos, Aranha e sua equipe conseguiram quebrar o sigilo dos votos. Eles demonstraram, assim, que era possível reordenar os votos e recuperar a informação de como votou o primeiro eleitor, o segundo, o terceiro e, assim, sucessivamente. 

1º Fórum Nacional de Segurança em Urnas Eletrônicas aconteceu no ICMC em 2013

Mais vulnerabilidades – Outro problema identificado nos testes que parece não ter sido resolvido: todas as urnas eletrônicas brasileiras são protegidas por um mesmo código, um segredo criptográfico que impede o acesso de pessoas não autorizadas aos dados registrados. Ou seja, se uma urna é furtada e o criminoso descobre qual é seu segredo, terá em mãos o código que abre o acesso ao sistema de todas as urnas do país. “Qualquer pessoa que tenha acesso físico a uma urna eletrônica brasileira pode danificá-la. Por isso, os especialistas têm alertado que não basta manter a urna desconectada da internet para impedir um ataque hacker”, diz Mário. 

O professor alerta que, além dos furtos de urnas, há várias situações de risco que possibilitam a realização de fraudes. Antes da eleição, por exemplo, funcionários terceirizados são contratados para inserir os softwares nas urnas. O próprio momento de votação é crítico: nos poucos segundos em que o eleitor fica sozinho na cabine pode acontecer uma tentativa de danificar a urna. Se a fraude foi bem ou mal-sucedida é que será difícil descobrir. 

Também será impossível recuperar qualquer dado perdido, o que pode acontecer devido a uma fraude no equipamento ou simplesmente por causa de um problema técnico – lembrando que qualquer máquina está sujeita a mau funcionamento. Como não existem votos impressos para a checagem, tudo o que foi registrado naquela urna se perderá. “Eliminando os dados de duas urnas eletrônicas, algo em torno de 500 votos, é possível até mesmo mudar o resultado de uma eleição para vereador em cidades com menos de 200 mil eleitores. Nesses locais, é preciso cerca de 2 mil votos para eleger um vereador”, ressalta Mário. 

Público testou a urna eletrônica de terceira geração durante o Pint of Science

O futuro da urna – Para enfrentar as vulnerabilidades presentes nas urnas de primeira geração, pesquisadores de todo o mundo têm buscado soluções. Em 2000, surgiu a segunda geração, as chamadas urnas VVPAT (em português: Auditoria Conferível em Papel). “Nesses equipamentos pode-se conferir os votos através do voto impresso, tornando-os independentes do software”, escreve o professor Walter Del Picchia. 

“A partir de 2008, surgiram sistemas eleitorais independentes do software e que facilitam a auditoria. A Argentina (2010) criou uma cédula com um chip de radiofrequência embutido, em que, num só documento, estão presentes o registro digital e o registro impresso do voto. Há muita facilidade para se conferir o registro do voto, a apuração e a transmissão dos resultados”, acrescenta Del Picchia. 

No Brasil, o professor Gazziro também criou um protótipo de urna eletrônica de terceira geração. Apresentado durante o Simpósio Brasileiro em Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais (SBSeg), realizado em 2017 em Brasília, o protótipo foi uma das atrações do bate-papo Posso confiar nas urnas eletrônicas?, realizado em maio, durante o festival de divulgação Pint of Science, em São Carlos. 

No evento, Gazziro simulou um processo eleitoral e convidou a plateia para registrar o voto na urna eletrônica. À medida que cada um terminava de digitar, era possível ver o papel sendo impresso. Nele, aparecia um código de barras e o nome do candidato escolhido, sem nenhuma identificação do eleitor. Essa é a grande novidade das urnas de terceira geração: possibilitar que o registro digital e impresso andem juntos, acoplados em um único meio físico, tornando o processo eleitoral independente de qualquer software, passível de auditoria e sigiloso. 

Diante de tantos avanços tecnológicos, pode soar contraditório os cientistas de computação dizerem que ainda é fundamental usarmos papel nos nossos processos eleitorais. No entanto, a aparente contradição deixa de existir quando compreendemos por que esses cientistas desistiram de buscar a segurança total dos sistemas computacionais: eles sabem que é impossível garantir 100% de segurança na área em que atuam. Eles lutam, agora, para que a segurança dos softwares por eles construídos ou por quaisquer outros especialistas seja tão passível de verificação quanto o voto de cada brasileiro. 

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Saiba mais 
Vídeo com a íntegra do bate-papo “Posso confiar nas urnas eletrônicas?”: 

Vídeo com a íntegra do 1º Fórum Nacional de Segurança em Urnas Eletrônicas: https://www.youtube.com/watch?v=4_706EoJMjU

Livro “O mito da urna eletrônica – desvendando a (in)segurança da urna eletrônica”: 

Artigo de Diego Aranha publicado no Jornal O Globo: 

Artigo do professor Walter Del Picchia publicado no Jornal da USP: 

Artigo do presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais publicado no Jornal O Estado de S. Paulo: 

Reportagem do portal Olhar Digital: 

The Return of Software Vulnerabilities in the Brazilian Voting Machine:


Contato com a imprensa 
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 

terça-feira, 20 de março de 2018

Veja como foi a Escola Regional de Informática

Iniciativa ocorreu em três cidades simultaneamente e abordou três temas: presença das mulheres na área de computação, deep learning e segurança



Nos dias 12, 13 e 14 de março foi realizada a 9ª Escola Regional de Informática (ERI) em três cidades simultaneamente: São Carlos, Presidente Prudente e Marília. Em São Carlos, o evento aconteceu no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e foi coordenado pela professora Kalinka Castelo Branco.

Organizada pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), a Escola abordou um tema diferente a cada dia do evento, por meio de minicursos e palestras. Um dos dias foi dedicado a debater a participação das mulheres na computação. A estudante Sabrina Tridico, que cursa Ciências de Computação no ICMC, falou sobre sua experiência no Grace Hopper Celebration 2017, um congresso internacional de mulheres que atuam na área e explicou como as garotas podem participar da iniciativa. 

Além disso, a doutoranda Daniela Ridel falou sobre o programa Technovation, que também tem buscado incluir mulheres na computação. Houve, ainda, duas palestras sobre o programa Meninas Digitais, da SBC, que visa estimular meninas do ensino fundamental e médio a conhecerem o universo da computação. 

Os outros dois dias do evento foram dedicados a abordar temas que estão sendo amplamente debatidos na área: segurança e deep learning.

Confira as imagens da Escola no Flickr e no Facebook!

quarta-feira, 10 de maio de 2017

A cientista que nos protege

Conheça a história de Kalinka Castelo Branco, professora da USP que desenvolve pesquisas para aprimorar a segurança na internet. Durante o festival de divulgação científica Pint of Science, o público terá a oportunidade de conhecer mais sobre os estudos realizados nessa área e verificar o quanto ainda estamos vulneráveis

A professora Kalinka (à esquerda) e alguns de seus orientandos realizam testes usando drones

Ela acorda todos os dias para entrar na “montanha russa” que é a sua rotina. Diante dos altos e baixos dessa aventura, a passageira Kalinka Castelo Branco dedica todo seu trabalho como cientista para ajudar a nos proteger de criminosos virtuais. Os desafios diários desse campo de atuação é o que mais a motiva na empreitada: “Não existe nada desenvolvido com 100% de segurança. É uma área que exige muita criatividade e que a gente tente imaginar o que os outros estão tramando. Sempre terá alguém propondo um novo ataque virtual e isso estimula a pesquisa, pois a torna contínua”.

Desde muito pequena, Kalinka foi apaixonada pelos estudos e, talvez por isso, a opção pela carreira acadêmica não tenha sido tão difícil de ser escolhida. Ela se graduou em Tecnologia em Processamento de Dados pela Fundação Paulista de Tecnologia e Educação (FPTE), em Lins, no interior do Estado de São Paulo. Durante a pós-graduação, especializou-se em Ciências de Computação no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, onde é professora desde 2008. 

Para Kalinka, o ensino é um complemento à atuação como cientista. “Quando estamos em sala de aula, conseguimos respirar e ter mais ideias, pois os alunos nos trazem novos questionamentos. É um ciclo que se completa ao levarmos essas dúvidas às atividades de pesquisa e, posteriormente, trazer os resultados de volta aos estudantes”, ensina a professora-cientista. “Esperamos que nossos alunos sejam melhores do que a gente”, completa.

Já são 22 anos de contribuições científicas que, se depender de Kalinka, estão longe de terminar. Há uma década trabalha com segurança e sistemas embarcados críticos, área de pesquisa que estuda as vulnerabilidades de sistemas ligados à internet. Dessa forma, é possível propor meios de impedir possíveis invasões de criminosos virtuais. 

Para Kalinka, sensibilidade e dedicação são primordiais para um pesquisador. A rotina é dinâmica, não existe feriado ou finais de semana e uma nova ideia pode surgir nas situações mais imprevisíveis. “Um dia estava em casa com minha filha na piscina e passou um avião com sistema de som fazendo propaganda de um circo. Achei curioso e resolvi testar aquele sistema em um drone para propor uma possível campanha de marketing. Isso é ciência”, relata Kalinka. 

Em sua área de pesquisa, a professora começou a investigar uma nova vertente chamada internet das coisas voadoras: “Imagine que drones, por exemplo, estejam conectados à internet. Se essa rede não for segura, qualquer um pode ter acesso e fazer um grande estrago”. A cientista explica que, antigamente, não se dava muita importância à segurança virtual, mas, de alguns anos para cá, com as pessoas cada vez mais conectadas, a área passou a ser enxergada como essencial e inovadora. 

Aliás Socorro: fui hackeado e o drone sumiu é o título de um dos bate-papos que acontecerão durante o festival de divulgação científica Pint of Science, no dia 17 de maio, em São Carlos. Além da professora Kalinka, participarão da conversa a doutoranda Natássya da Silva e o aluno de graduação Marcelo da Silva, ambos do ICMC, e o advogado Guilherme Guimarães. “Vamos dar uma dimensão do quanto todos nós estamos sem privacidade e vulneráveis. Também vamos mostrar que, nas universidades, existem pessoas trabalhando para diminuir os problemas que isso acarreta”, diz Kalinka.

Nova regulamentação da ANAC para drones foi aprovada dia 2 de maio

Regulamentação – Uma nova regulamentação aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) no último dia 2 de maio evita o uso indiscriminado dos drones, delimitando o escopo de uso comercial e recreativo dessas e de outras aeronaves não tripuladas, incluindo aeromodelos. Na opinião da professora, a regulamentação é positiva, já que, quando são estabelecidas regras onde antes não havia, isso contribuiu para que a sociedade olhe para o setor de forma mais cuidadosa. 

“Antes, as pessoas compravam um drone, não importa de que tamanho, e podiam usar para filmar uma multidão em uma passeata ou em um casamento, por exemplo. Agora, isso é crime se for realizado com uma aeronave que pesa mais de 250 gramas sem cadastro prévio na ANAC”, explica a especialista. 

Além de demandar cadastro na ANAC, aeronaves que pesam mais de 250 gramas devem respeitar os 30 metros horizontais de distância das pessoas não envolvidas com a operação ou que não autorizaram aquela ação. Os drones também só podem ser pilotados por maiores de 18 anos: “Com a regulamentação, os pais não podem mais comprar um drone sem se importar com seu tamanho e dá-lo de presente para uma criança como se fosse um simples brinquedo, sem se preocupar com as consequências”.

De qualquer forma, a professora ressalta que o regulamento é apenas um primeiro passo em prol da promoção do desenvolvimento sustentável e seguro do setor. Há, por exemplo, dúvidas em relação ao tipo de curso que a ANAC exigirá dos pilotos. Mas Kalinka ressalta que as novas regras contribuem para preservar a segurança das pessoas.

Sobre o Pint of Science – Na opinião da professora, ainda há uma grande distância separando a sociedade e a ciência. Para ela, eventos como o festival Pint of Science podem ser importantes ferramentas de aproximação. Como nos dias de hoje a maioria das pessoas possuem um celular, promover uma conversa com especialistas que darão dicas para as pessoas aumentaram a segurança ao navegarem em seus dispositivos eletrônicos também pode contribuir para promover essa aproximação.

Este ano, o festival acontecerá em 22 cidades brasileiras nas noites de 15, 16 e 17 de maio. Diversos pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento estarão à disposição para conversar com o público nos bares e restaurantes onde a iniciativa ocorrerá. A participação no evento é gratuita e os interessados só pagarão o que consumirem nos locais. 

Em São Carlos, o evento é realizado pelo ICMC e conta com o apoio de diversas instituições como a Embrapa, a regional do interior paulista da Sociedade Brasileira de Química, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a rádio UFSCar e o Laboratório de Aprendizagem Humana Multimídia Interativa e Ensino Informatizado (LAHMIEI) da UFSCar.

Em âmbito nacional, o festival é patrocinado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, eScience Unicamp, Verakis e por quatro Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): o Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria; o Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos; o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros; e o Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades. Confira a programação completa no site www.pintofscience.com.br.

Convidados do bate-papo Socorro: fui hackeado e o drone sumiu, que acontece dia 17 em São Carlos

Texto: Denise Casatti e Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do Pint of Science Brasil


Mais informações
Confira a entrevista da pesquisadora na Rádio UFSCar: icmc.usp.br/e/8f9a1
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Aplicativo poderá agilizar atendimento a vítimas de trânsito e contribuir para a prevenção de acidentes


Utilizar tecnologia para preservar a vida. Foi com esse propósito que três estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) e da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), ambos da USP, uniram-se para desenvolver um aplicativo gratuito para smartphones, o Safety, capaz de automaticamente identificar colisões veiculares e realizar chamadas de emergência com agilidade e eficácia.

Quando acontece uma colisão e o usuário do veículo está com o Safety ativado em seu smatphone, o aplicativo utiliza uma tecnologia interligada a uma plataforma web capaz de informar as coordenadas geográficas exatas da localização do acidente, previsão de gravidade da ocorrência e os dados do histórico médico das vítimas. Além disso, o sistema capta anonimamente o comportamento dos usuários para ajudar os gestores a identificar pontos críticos das vias.

O aplicativo foi criado pelo grupo Safe Ride Brasil, do qual fazem parte os estudantes Murilo Pratavieira e Cristiano José dos Santos, do curso de Engenharia de Computação, oferecido conjuntamente pela EESC e pelo ICMC, e pelo ex-aluno da EESC Bruno Milaré Granzo, que fez Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas de Energia e Automação. Eles receberam apoio do Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCIn) e destacaram, em especial, a colaboração dos professores Daniel Capaldo Amaral e Sergio Persival Baroncini Proença, da servidora Rosane Aranda e do colaborador Paulo Lopes.

Reconhecimento - Três meses após tirar a ideia do papel, com um protótipo funcional em validação, o aplicativo foi selecionado em três processos de aceleração: o primeiro do BraziLab, que busca inovações de impacto para o setor público; o segundo do Instituto Innovaction, uma iniciativa da Microsoft que visa facilitar a viabilização de startups de impacto; e o mais recente do MobiLab, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Transportes da Prefeitura de São Paulo.

O projeto agora está na fase de validação e expansão e o objetivo é mantê-lo gratuito para usuários e para os serviços públicos de urgência, como o SAMU e o Corpo de Bombeiros. Para isso, a equipe lançou um financiamento coletivo na plataforma Catarse a fim de captar os recursos necessários para a segunda fase de desenvolvimento.

Texto: Assessoria de Comunicação da EESC

Mais informações
Safe Ride Brasil: (11) 9.9843-0333 e (16) 9.9372-1878

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Ex-aluno do ICMC abre empresa na Inglaterra especializada em proteção de dados na nuvem

Ao espalhar informações pelo mundo, sistema oferece segurança e privacidade aos usuários que desejam armazenar seus arquivos na internet

Libardi é formado em Sistemas de Informação no ICMC

Ele saiu do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, para empreender em terras inglesas. Rafael Libardi está, desde dezembro, empenhado em desenvolver sua startup, a UkkoBox, cuja sede está instalada em uma incubadora de empresas e aceleradora europeia especializada em cybersegurança, situada em Londres, na Inglaterra.

A ideia de desenvolver a ferramenta surgiu durante o mestrado do ex-aluno no ICMC, quando foi orientado pelo professor Julio Cesar Estrella, do Laboratório de Sistemas Distribuídos e Programação Concorrente (LaSDPC). Ao longo de sua pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Libardi estudou questões de segurança na internet, enxergou que a área tinha potencial e poderia gerar um novo negócio. Foi isso que levou à UkkoBox, uma startup que Libardi criou junto com dois sócios: Paul Ngum, que cuida da parte de negócios da empresa, e Edgard Regolão, publicitário e designer. A startup também conta com dois programadores.

Libardi (à esquerda) e o sócio Edgard Regolão na sede da empresa, em Londres

Segundo Libardi, o principal objetivo da UkkoBox é assegurar segurança e privacidade aos usuários que desejam armazenar seus arquivos na internet. O ex-aluno, que se formou em Sistemas de Informação no ICMC, conta que a empresa se diferencia da maioria dos serviços de proteção de dados na internet disponíveis no mercado, os quais só criptografam os documentos, transformando-os em códigos: “Nós dividimos os arquivos em partes e as enviamos para diferentes provedores. Eles podem até mesmo ficar em países distintos”. Libardi diz que a vantagem de utilizar esse processo de dispersão é que, se um hacker conseguir acessar um desses pedaços dos arquivos, não haverá qualquer risco de obter as informações ali contidas. 

“Com certeza, a formação que obtive no ICMC contribuiu para o desenvolvimento da minha empresa, não só pelo conhecimento técnico que adquiri, mas também pelas iniciativas de fomento ao empreendedorismo dentro da universidade, como por exemplo o Clube de Empreendedorismo da USP”, revela o ex-aluno. Outra oportunidade que surgiu para Libardi enquanto estudava no Instituto foi a possibilidade de participar do primeiro programa de aceleração de startups realizado dentro da USP, o Disrupt: Transformando ciência em negócios tecnológicos, que aconteceu em junho do ano passado. Dos 117 projetos inscritos no programa, apenas 15 foram escolhidos e entre eles estava a UkkoBox.

Ao participar do Programa, a empresa recebeu instruções da aceleradora Startup Farm: “Eles nos ofereceram espaço, aulas de negócio, técnicas de relacionamento com clientes, além de mentorias com grandes investidores e empresários de multinacionais”. Libardi diz ainda que foi muito importante ter recebido essas orientações, pois além de fazer muitos contatos, pôde entender como sua pesquisa poderia ser aplicada ao mercado.

Em setembro de 2015, a UkkoBox foi uma das seis finalistas na competição Visa Innovation Exchange, que ocorreu em Tel-Aviv (Israel). Durante o evento, Libardi foi convidado por Howard Elsey, gerente da Visa Europe Collab, para receber uma nova aceleração para sua empresa, desta vez na Cyber London. Após cerca de um mês trabalhando na Inglaterra, uma versão de testes do serviço já está disponível gratuitamente no site da UkkoBox. Basta o usuário se cadastrar, fazer o download do programa que, automaticamente, uma pasta será criada no computador, onde todos os arquivos poderão ser armazenados. 

O ex-aluno finaliza com uma mensagem para os estudantes que sonham um dia em abrir o próprio negócio: “Não pense no que vocês querem ser quando terminarem a faculdade, mas sim em quais problemas desejam resolver”.

Mensagem no site da empresa destaca a questão da segurança dos dados

Texto: Denise Casatti e Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação ICMC/USP


Mais informações
Site da UkkoBox: http://www.ukkobox.com/
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Brigada de arboristas: treinamento no ICMC ensina a cuidar das árvores e das pessoas

Com apoio da Superintendência de Gestão Ambiental e da Reitoria, Instituto é o primeiro a formar uma Brigada de Arboristas na USP para prevenir danos relacionados à queda de árvores

Treinamento durou três dias e envolveu diversos exercícios práticos
“Na medida em que você cuida de árvores, você está cuidando das pessoas”. É assim que o engenheiro agrônomo Joaquim Cavalcanti Neto começou a explicar o treinamento que realizou no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), na USP São Carlos, visando à formação da primeira Brigada de Arboristas da USP. O treinamento foi oferecido a 21 membros da comunidade universitária durante os dias 25, 26 e 27 de setembro. A ideia é que cada unidade da USP possa realizar um treinamento similar e formar a própria Brigada de Arboristas, seguindo os moldes das já existentes Brigadas de Incêndio.

Nessa fase piloto do programa, 10 vagas foram preenchidas por membros do ICMC, que formará a primeira Brigada de Arboristas, e as demais distribuídas da seguinte maneira: duas para a Escola de Engenharia de São Carlos; duas para a Prefeitura do Campus da USP de São Carlos; uma para o Instituto de Física de São Carlos; uma para o Instituto de Química de São Carlos; uma para o Instituto de Arquitetura e Urbanismo e mais quatro vagas foram preenchidas por um representante das prefeituras dos campi de Bauru, Pirassununga, Piracicaba e Ribeirão Preto.

Segundo Cavalcanti Neto, existem várias ferramentas que possibilitam cuidar das árvores e dar segurança às pessoas. Essas ferramentas não envolvem apenas a identificação de sinais e sintomas, mas também a atividade de planejamento e gestão da floresta urbana. Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Cavalcanti Neto possui certificação da Sociedade Internacional de Arboricultura e acredita que, antes de partir para as ações práticas, é preciso sensibilizar as pessoas.

“A partir do momento em que percebemos no nosso ambiente a existência de uma correlação de vida e de respeito com esses seres vivos, que são as árvores, podemos estender nosso amor a elas. A consequência disso é passarmos a agir de forma carinhosa. Ao transformarmos isso em ações técnicas, contribuímos para preservar a saúde das árvores e a segurança das pessoas”, explicou. Para que essa ação seja sustentável, o engenheiro agrônomo alerta que é preciso planejar levando em conta os lugares disponíveis para plantio, as espécies adequadas para aquele ambiente e a forma apropriada de fazê-lo. “Há um modo de cuidar da árvore pequena, um jeito adequado de realizar a poda para educá-la em seu crescimento, e uma maneira de lidar com a árvore na fase juvenil. Também é preciso respeitá-la quando se torna uma idosa e seus galhos começam a cair”, ensinou.

Cavalcanti Neto conta que, depois da sensibilização e do treinamento, a ideia é que os membros da Brigada de Arboristas se tornem capazes de compreender e interpretar as informações transmitidas pelas árvores, atuando na prevenção de possíveis riscos. “Depois do treinamento, deixa de ser estranho ficar olhando para uma árvore tentando identificar o que ela tem para nos falar. É o aprendizado de um novo vocabulário, pois a árvore se comunica conosco”. 

A funcionária da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), Sirlene Valim, conta que foi um grande aprendizado participar do treinamento: “Conseguimos verificar que temos bastante trabalho pela frente. Podemos atuar preventivamente, evitando alguns riscos desde o plantio das árvores. Brevemente, o grupo vai se reunir para produzir um relatório, indicando as ações recomendadas e a prioridade das ações". Segundo Valim, a Brigada de Arboristas pode apoiar também o serviço de poda, ensinando a fazê-la de forma correta. "A prevenção é a chave e será 90% do nosso trabalho”, completou.

“O principal aprendizado é que a gente tem que preservar a vida tanto das plantas quanto das pessoas”, disse a funcionária do ICMC Juliana Merlotti. “Eu me surpreendi quando fomos ao jardim observar as árvores. É um local em que eu vou todos os dias para tomar café, mas eu nunca tinha visto daquela forma. Depois que o engenheiro começou a mostrar as árvores, eu percebi que era possível ter um novo olhar sobre aquele local”, contou Merlotti.

Na opinião do professor do ICMC Francisco José Monaco, o treinamento não foi só didático, mas inspirador. Para Marcela Machado Maia, funcionária do Instituto, a palavra-chave que norteou os três dias de treinamento foi convívio harmonioso. 

Sensibilização é fundamental segundo Cavalcanti Neto
Atualmente, considerando-se todos os campi da Universidade, existem mais de 30 mil árvores e praticamente 10% delas estão no campus de São Carlos. “A Brigada de Arboristas é um programa de gerenciamento de risco em função das árvores contidas nos espaços dos campi, criando condições para que membros da comunidade – professores, alunos e funcionários – possam identificar, avaliar e comunicar aos gestores os problemas encontrados”, afirmou o professor José Carlos Maldonado, diretor do ICMC e também presidente do Conselho Gestor do campus.

Maldonado destaca que essa ação deve impactar as diretrizes de replantio e de autorização de obras, no sentido de evitar espécies que promovam mais riscos por terem sido alocadas muito próximas a edifícios ou em locais de passagem ou permanência de pessoas. Segundo ele, o próximo passo é desenvolver essa ação com o Projeto Pequeno Cidadão e com as crianças da creche do Campus da USP de São Carlos.

Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC

Mais informações
Gabinete de Planejamento e Gestão do ICMC
E-mail: plangest@icmc.usp.br
Telefone: (16) 3373.6605