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terça-feira, 1 de outubro de 2019

MBA em ciências de dados na USP: inscreva-se na nova pós-graduação a distância

Curso, que começa em janeiro do próximo ano, terá disciplinas como aprendizado de máquina, estatística, programação, redes neurais e processamento em paralelo

Inscrições terminam em 31 de outubro ou podem ser encerradas antes, caso seja atingido o limite de 600 inscritos

Preparar profissionais para enfrentarem o desafio de obter informações úteis a partir dos enormes bancos de dados que empresas e instituições têm hoje à disposição. Esse é o principal objetivo do primeiro curso de pós-graduação a distância em ciência de dados lançado pelo Instituto de Ciência Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

“O curso vem para suprir uma demanda de vários segmentos do mercado perante a nova era da informação digital, com bancos de dados imensos e complexos”, explica o coordenador do MBA em ciências de dados, Francisco Louzada, que é professor do ICMC e também diretor do Centro de Matemática e Estatística Aplicadas à Indústria (CeMEAI). 

Planejado para atender às necessidades de quem atua em diferentes empresas e instituições, o curso de um ano é uma pós-graduação lato sensu. Pode se inscrever na especialização qualquer pessoa que queira obter mais conhecimentos em ciência de dados e tenha formação universitária em administração, economia, engenharia, estatística, ciências de computação, sistemas de informação e áreas correlatas. 

“Trata-se de um novo campo de atuação, que demanda profissionais com formação interdisciplinar, capazes de solucionar os diversos problemas com os quais precisarão lidar no universo da ciência de dados”, acrescenta Louzada. Composto por módulos de disciplinas teóricas e práticas que se integram, o curso propicia aos alunos aprenderem os fundamentos da ciência de dados bem como ter contato com tópicos específicos referentes, por exemplo, à captura e tratamento de grandes bancos de dados, a metodologias estatísticas e matemáticas para análise de dados, a técnicas básicas e avançadas em aprendizados de máquina e deep learning

“Além disso, o MBA oferece a oportunidade para os alunos trazerem um problema real da empresa ou instituição em que atuam a fim de que possam solucioná-lo no decorrer do curso. Para isso, contarão, desde o início, com o apoio de tutores com experiência em projetos que aproximam a academia do mercado”, revela o professor. 

Invista em você – Para se inscrever na especialização, basta preencher o formulário e pagar a taxa de inscrição, que é de R$ 501,20, a qual não será devolvida, exceto no caso de concessão de bolsas de estudo. As inscrições terminam em 31 de outubro ou podem ser encerradas antes, caso seja atingido o limite de 600 inscritos. 

Serão selecionados, no máximo, 167 participantes. O processo seletivo consistirá na análise dos documentos enviados e o resultado final será informado via e-mail. Após a divulgação, o candidato aprovado deverá manifestar interesse na vaga, também via e-mail, e efetuar o pagamento da taxa de matrícula e das mensalidades, em até 12 vezes. Os valores variam dependendo se é individual a participação no curso ou em grupo (empresas) e, se o pagamento é à vista, há um desconto de 7,5%. A mensalidade, por exemplo, varia de R$ 1.307,59 a R$ 1.499,90. Para receber a tabela, basta preencher a ficha disponível em: http://cemeai.icmc.usp.br/MBA/#investimento

Serão oferecidas, ainda, bolsas de estudos para alguns alunos matriculados, os quais terão isenção total no pagamento da matrícula e das mensalidades. Todas as informações referentes ao acesso ao ambiente online de aprendizagem serão enviadas aos alunos logo após a confirmação da matrícula. As aulas no ambiente online começarão em janeiro e terminarão em dezembro. Ao final do curso, acontecerão dois encontros presenciais para realização de provas e defesa de monografia. 



Com informações da Assessoria de Comunicação do CeMEAI/USP 

Mais informações 
Telefone: (16) 3373-8159 

terça-feira, 2 de abril de 2019

USP abre inscrições em mestrado profissional com ênfase em ciência de dados


Voltado a profissionais com formação em matemática, estatística ou computação, programa está com inscrições abertas até 30 de abril

Pós-graduado se especializará em extrair conhecimentos a partir de dados disponíveis em áreas como agricultura, saúde, finanças e infraestrutura

Aplicar o conhecimento gerado na Universidade para criar soluções inovadoras em empresas e indústrias. Esse é um dos objetivos do Mestrado Profissional em Matemática, Estatística e Computação Aplicadas à Indústria (MECAI), que está com inscrições abertas para ingresso no segundo semestre de 2019. 

O programa oferece 20 vagas e a ênfase em ciência de dados pode ser voltada a aplicações em agricultura, saúde, finanças e infraestrutura. “O MECAI tem um perfil diferente de um mestrado acadêmico, porque é voltado para profissionais da indústria com formação em estatística, matemática ou computação. A intenção é utilizar a ciência de dados para gerar inovação nas empresas”, afirma o coordenador do mestrado, Antônio Castelo, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

De acordo com Ellen Francine, professora do ICMC e ex-coordenadora do MECAI, um dos principais diferenciais dos mestrados profissionais é possibilitar que quem já está inserido no mercado de trabalho possa voltar para o contexto da universidade e da pesquisa. Dessa forma, surgem oportunidades para o desenvolvimento de projetos destinados a resolver problemas existentes dentro das empresas. “Por isso, um dos requisitos para inscrição no mestrado é escrever um projeto para ser aplicado na indústria, que deve ser compatível com a atividade profissional do candidato”, complementa Castelo. 

Oferecido pelo ICMC, o MECAI é vinculado ao Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP. “O objetivo é que o aluno melhore a qualidade do setor produtivo da empresa em que atua, seja gerando produtos, patentes ou novos processos, por exemplo”, explica Castelo. 

Lançado em 2014, o MECAI formou o primeiro aluno em setembro de 2017. Analista de risco no Itaú-Unibanco, Daniel Rodrigues desenvolveu uma metodologia estatística voltada para cálculos de risco no setor financeiro. No início do programa, a ênfase era oferecida apenas para a área de finanças. Com a expansão da iniciativa, o MECAI passou a incluir na ênfase aplicações nos campos da saúde, agricultura, infraestrutura e políticas públicas. Atualmente, o programa já contabiliza 19 mestres formados. 

As inscrições para o MECAI podem ser realizadas até dia 30 de abril por meio deste link: icmc.usp.br/e/5b617. A divulgação do resultado final está programada para o dia 30 de maio, na página do programa. Para obter mais informações sobre processo seletivo e critérios de avaliação, acesse o edital: icmc.usp.br/e/ed846

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC 

Mais informações
Sistema de inscrição para pós-graduação do ICMC: icmc.usp.br/e/5b617
Conheça os outros programas de pós-graduação do ICMC: icmc.usp.br/e/66a4d
Serviço de pós-graduação do ICMC: (16) 3373.9638 

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Estudantes criam operadora digital de telefonia e representarão Brasil em competição nos EUA

Alunos de três universidades se reuniram para desenvolver a Fluke, startup que traz como prioridade o relacionamento com o cliente; Empresa deve começar a operar no Brasil em 2019

Yuki, Marcos e Matheus (da esquerda para a direita) estudam na USP, em São Carlos, e ajudaram a criar a Fluke

E se sua operadora de celular deixasse de ser um problema? Foi essa a pergunta que motivou um grupo de seis estudantes universitários a criar a Fluke, empresa digital de telefonia móvel que pretende facilitar a vida dos clientes. Desenvolvida por alunos da USP, em São Carlos e São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Paulista (Unip), a nova operadora virtual representará o Brasil, nos dias 10 e 11 de maio, na International Business Model Competition (IBMC), competição que premia o melhor modelo de negócio universitário do mundo.

“Nosso cliente poderá contratar serviços da forma mais personalizada possível. Ele vai escolher o pacote que desejar, sem passar por intermediários, e não será obrigado a comprar planos extras que não utilizaria como forma de obter descontos em seu produto de interesse. Os valores de cada serviço ainda estão sendo estipulados”, explica Marcos de Oliveira Junior, aluno do curso de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP e um dos idealizadores da startup fundada em junho do ano passado.

O processo para contratação de serviços da Fluke será rápido, transparente e intuitivo, bastando apenas o interessado acessar o aplicativo da empresa e selecionar o que deseja. Dentro do app, será possível trocar de plano, alterar os dados pessoais, acompanhar o consumo em tempo real, contratar o acesso a redes sociais, minutos de ligações, SMS, internet, além de solicitar ajuda pelo chat ou diretamente pelo telefone. A melhor notícia é que tudo isso poderá ser solicitado sem precisar se aborrecer com músicas intermináveis durante as chamadas e desgastantes transferências de ligação entre os atendentes de telemarketing.

Priorizar o bom relacionamento com os clientes é uma das principais vantagens das operadoras digitais de telefonia. Diferentemente das empresas físicas, as virtuais não precisam se preocupar, por exemplo, com responsabilidades como suporte técnico e infraestrutura de rede, já que alugam a mesma plataforma utilizada por uma operadora convencional.

Além de se beneficiarem financeiramente, as companhias tradicionais ainda podem reduzir a ociosidade de suas redes, pois muitas delas não operam em sua capacidade máxima. Assim, essas operadoras terão os mesmos gastos mensais, mas com uma receita maior. Os planos de ligação, internet, SMS e demais serviços serão comprados das empresas físicas pela Fluke em uma espécie de “atacado” e, posteriormente, disponibilizados ao consumidor final. Pensando no custo mensal para a manutenção da startup universitária, também deve ser contabilizado, além do aluguel pago às operadoras convencionais, os gastos com contratação e manutenção de softwares e os custos com os setores jurídico e de marketing.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), o Brasil possui mais de 235 milhões de linhas móveis ativas, o que torna o país o 5º maior mercado do mundo na área. As operadoras Vivo, Claro, TIM e Oi contemplam mais de 98% das escolhas dos clientes e a falta de alternativas a essas quatro opções, muitas vezes, faz com que o usuário sinta-se refém dessas empresas.

“As grandes operadoras de telefonia possuem uma base enorme de clientes, tornando o mercado oligopolizado. Porém, muitos consumidores contestam a qualidade dos serviços prestados e, frequentemente, as reclamações desencadeiam problemas jurídicos às empresas. Foi por isso que escolhemos o caminho das operadoras virtuais, pois assim conseguimos focar em uma relação de excelência com os clientes”, afirma Yuki Watanabe, aluno do curso de Engenharia Elétrica – Ênfase em eletrônica da EESC.

Tratando-se apenas de chips móveis pré-pagos, o número de clientes que trocam de operadora por ano gira em torno de 60 milhões. “Falta transparência às operadoras. Algumas pessoas mal sabem o valor exato que irá pagar na fatura do mês seguinte ou se o serviço está realmente sendo entregue, por exemplo. Para piorar, a comunicação com as empresas físicas é difícil e muitos clientes até deixam de mudar de operadora por pensar que na concorrente o serviço também será ruim”, explica Matheus Uema, aluno do curso de Engenharia de Computação, oferecido pela EESC em parceria com o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), também da USP em São Carlos.

Durante a graduação, os jovens estudaram algumas disciplinas que contribuíram na elaboração da startup. Oficinas de inovação e matérias sobre empreendedorismo universitário fizeram parte da grade dos alunos. “Durante as disciplinas, eu tive a oportunidade de assistir a palestras com referências na área, além de participar de dinâmicas em grupo com alunos de todos os campi da USP sobre o mercado empreendedor”, conta Marcos.

O foco da Fluke é o público jovem, e a escolha por São Carlos para desenvolver o projeto foi estratégica: “É uma população mais adepta a inovações digitais e que está inserida no campo da tecnologia. Muitos estudantes se mudam para São Carlos a fim de estudar e acabam trocando de operadora para falar com os pais. Pode ser um momento oportuno para nós”, diz Yuki.

Na Fluke, será possível contratar planos personalizados

Reconhecimento – A ideia empreendedora dos jovens já trouxe grandes resultados, tanto que a Fluke venceu a seletiva nacional da International Business Model Competitions (IBMC) 2018. Agora, eles serão os responsáveis por representar o Brasil na etapa mundial da competição que contará com outros 39 países e será realizada na cidade de Provo, em Utah, nos Estados Unidos. O evento é organizado pela Universidade Brigham Young.

Só que para viajarem ao país norte-americano os jovens estão realizando uma campanha de financiamento coletivo na internet. Quem puder contribuir pode acessar o seguinte link. Os estudantes precisam de pouco mais de R$ 30 mil para arcar com todos os gastos da viagem, e as contribuições podem ser feitas online até o dia 24 de abril. No momento, os integrantes da Fluke já estão negociando com algumas operadoras e em busca de investidores para a empresa. A previsão é de que a startup de São Carlos comece a operar em 2019.

Além de Marcos, Yuki e Matheus, também fazem parte da equipe Vinícius Ito, estudante do curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, Leonardo Santos, aluno de administração da FGV e Augusto Pinheiro, que estuda Ciências de Computação na Unip.

Texto e fotos: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL

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Assessoria de Comunicação do SEL
Telefone: (16) 3373-8740
E-mail: comunica.sel@usp.br

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Matemática, estatística e computação consolidam-se como ferramentas fundamentais para melhorar as práticas do setor produtivo

Um programa de pós-graduação pioneiro da USP, em São Carlos, mostra que é possível aproximar a Universidade do setor produtivo; primeiro formando aprimorou modelo utilizado no mercado financeiro

Daniel (último à frente e à direita): primeiro mestre em
Matemática, Estatística e Computação Aplicadas à Indústria do ICMC

É a segunda vez que Daniel Rodrigues vem ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Embora esteja concluindo um percurso de três anos como aluno de pós-graduação do Instituto, ele só esteve aqui quando entregou a cópia impressa de sua dissertação de mestrado e agora, no momento em que faz a defesa oral de seu projeto. 

Analista de risco no Itaú-Unibanco, Daniel sonhava com a possibilidade de realizar um programa de mestrado de alta qualidade desde que ingressou no banco, em julho de 2010: “Mas era difícil encontrar uma opção em que fosse possível conciliar a pesada carga horária de trabalho com o curso, de modo que pudesse me dedicar às duas atividades”. 

Por isso, quando surgiu a oportunidade de ingressar na primeira turma do Mestrado Profissional em Matemática, Estatística e Computação Aplicadas à Indústria (MECAI), em 2014, Daniel não pensou duas vezes. “Com as aulas sendo ministradas em São Paulo, casou exatamente com o que eu buscava”, revela o recém-mestre. “Foi uma surpresa muito boa para mim a abordagem que o programa teve, com os professores da USP direcionando o curso para um lado bem acadêmico e, sem perder a identidade da proposta, fazendo uma conexão com as necessidades atuais da indústria”, completa.

Daniel foi o primeiro a passar pela etapa final da jornada pelo MECAI. Ele apresentou a dissertação de mestrado na manhã do dia 22 de setembro. Depois dele, outros seis pós-graduandos do programa submeteram seus projetos à avaliação e, junto com Daniel, formam o grupo dos primeiros formados pelo MECAI.

Começo dos desafios – Do lado oposto ao projetor em que Daniel expõe a pesquisa que desenvolveu ao longo desses três anos, na ampla sala onde se reúne a Congregação do Instituto, estão os quatro pesquisadores que avaliarão o projeto, diante de uma ampla mesa. Entre eles, está Francisco Louzada, professor do ICMC que orientou Daniel e, antes da defesa começar, diz emocionado: “É a primeira vez que participo de uma banca formada apenas por meus ex-alunos”. A seu lado estão Adriano Suzuki e Katiane Conceição, ambos professores do ICMC, e José Augusto Fiorucci, que é pós-doutorando do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, no campus de São José do Rio Preto. 

Depois da apresentação de Daniel, Louzada diz que se sente orgulhoso por perceber que seus alunos evoluíram ao longo do tempo, mas que não deixaram de lado os ensinamentos que receberam, pois continuam pesquisando e publicando. Ao que tudo indica, Daniel dará continuidade a essa tradição porque também pretende continuar os estudos. “Espero que surja uma oportunidade de doutorado parecida com o MECAI. Estou envolvido em iniciativas para tentar aproximar a indústria das universidades e pretendo conversar bastante com o pessoal do programa, pois percebi que esse sentimento é mútuo”.

De fato, aproximar a USP do setor produtivo é um dos principais desafios que motivaram a criação do programa, tanto que a iniciativa está ligada ao Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), sediado no ICMC. “Houve sempre uma dificuldade em promover esse diálogo entre as instituições acadêmicas e as empresas”, explica a professora Ellen Francine, que foi coordenadora do MECAI até novembro.

Segundo Ellen, um dos principais diferenciais dos mestrados profissionais é, exatamente, possibilitar que quem já está inserido no mercado de trabalho possa voltar para o contexto da universidade e da pesquisa. Dessa forma, surgem oportunidades para o desenvolvimento de projetos voltados a resolver problemas existentes dentro das empresas, por meio da realização de pesquisas aplicadas aos locais em que os profissionais atuam.

Louzada (ao centro) e seus ex-alunos:
Adriano e Daniel à esquerda; José Augusto e Katiane, à direita


Reduzindo riscos – O projeto de Daniel – intitulado Aplicação de medidas de causalidade na geração de cenários de Monte Carlo como alternativa para precificação de contratos de opções – é um exemplo das contribuições que o campo da estatística pode trazer ao mercado financeiro. O professor Louzada conta que modelos estatísticos tradicionais empregados atualmente na área de finanças podem ser inadequados para estimar o valor futuro de ativos, o que aumenta, consequentemente, o risco de prejuízos. “O projeto de Daniel mostra o quanto é relevante buscarmos novos modelos estatísticos, que sejam alternativas para os modelos tradicionais, levando em consideração as relações entre diferentes ativos”, diz Louzada.

Grosso modo, a pesquisa realizada por Daniel apresenta uma metodologia estatística para a obtenção de projeções futuras aplicadas a um ativo financeiro, nesse caso trata-se da precificação de opções. Ele acredita que o estudo abre possibilidades para que a instituição em que trabalha, o Itaú Unibanco, evolua nos cálculos de risco: “Esses cálculos fornecem informações cruciais para a administração da empresa e também podem viabilizar operações que, sem essas estimativas, o Banco não faria”.

Ao mostrar que é possível promover evolução das técnicas que o mercado usa atualmente e projetar cenários futuros que forneçam um embasamento adequado para a tomada de decisões de negócios, a pesquisa de Daniel reforça quanto aproximar a Universidade do setor produtivo pode trazer vantagens para todos. 

Além das finanças – A professora Ellen explica que a primeira ênfase oferecida aos alunos do MECAI foi voltada à área financeira. Porém, ao longo dos quatro anos de existência, o programa evoluiu e verificou-se a necessidade de propiciar uma formação mais abrangente. Por isso, para as turmas seguintes foi oferecida a ênfase em ciência de dados, que possibilitou abarcar a área médica, o agronegócio e a governança empresarial.

Além disso, as aulas da primeira turma foram ministradas na cidade de São Paulo, mas as demais turmas cursaram as disciplinas no ICMC. “Agora, os alunos têm aulas em São Carlos às sextas-feiras. Temos alunos que vêm de São Paulo, Ribeirão Preto e notamos uma grande demanda na região, o que não nos impede de eventualmente oferecer novas turmas com aulas na capital”, afirma Ellen.

Ela ressalta que, independentemente de onde as aulas são ministradas, há um esforço dos professores e dos alunos para concentrar as demandas em um único dia da semana, já que todos os estudantes trabalham. Mas isso não implica dizer que o nível de dificuldade é menor do que em um mestrado acadêmico.

Ao analisar os primeiros anos do MECAI, a professora destaca que a experiência tem sido muito positiva: “Houve uma evolução nas disciplinas oferecidas e no escopo de professores orientadores, pois agora temos mais pesquisadores de outras instituições, como a UFSCar e a Embrapa. Mas ainda estamos aprendendo com a experiência e queremos estabelecer parcerias mais efetivas com o setor produtivo”. A julgar pelos resultados alcançados nos primeiros quatro anos, não é preciso ser um estatístico para estimar os impactos positivos que o MECAI terá.

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Mais informações
Seção de Pós-Graduação do ICMC: (16) 3373-8881 ou mecai@icmc.usp.br


Contato para esta pauta
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Mais suor e menos glamour: venha conhecer os desafios da jornada das startups

Em um bate-papo na USP, em São Carlos, os empreendedores vão revelar os desafios que enfrentam durante o desenvolvimento de uma startup; a atividade é parte das comemorações dos 45 anos do ICMC


Ser um empreendedor, criar uma startup de sucesso e ganhar muito dinheiro. Esse é o sonho vislumbrado por milhares de jovens que, inspirados por histórias de sucesso, não conhecem os desafios que envolvem a criação de um modelo de negócio repetível e escalável, em um ambiente de extrema incerteza.

Trazer ao público a dimensão real (e algumas vezes sombria) desse cenário é o objetivo do bate-papo Mais suor e menos glamour: os desafios da jornada das startups, que será realizado na próxima quarta-feira, 19 de outubro, às 19h30, no campus da USP em São Carlos. 

A atividade faz parte das comemorações dos 45 anos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) e acontecerá no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano. O evento é gratuito, aberto a todos os interessados e não demanda inscrição prévia.

Entre os participantes do bate-papo estão empreendedores que fundaram startups de destaque no mercado e, antes disso, passaram por algumas experiências mal sucedidas ao longo da jornada. Confira, a seguir, o nome e a trajetória de cada um dos participantes.


Danilo Oliveira - Sócio-fundador do SigaLei, solução para busca e acompanhamento da tramitação dos projetos de lei no Congresso Nacional e nas Assembleias Estaduais. O SigaLei utiliza mineração de dados e técnicas de aprendizado de máquina para realizar análises descritivas e preditivas dos cenários políticos. Engenheiro da Computação formado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 2012, é especialista em ficar em silêncio nos debates políticos travados nas Redes Sociais. Danilo acredita que o verdadeiro amadurecimento político do brasileiro passa pelo debate saudável e democrático entre as diferentes partes. 



Filipe Grillo - Bacharel e mestre em Ciências da Computação pelo ICMC com especialização em sistemas Web e multimídia interativos. Teve um projeto reconhecido no prêmio nacional de acessibilidade em 2013, organizado pela W3C Brasil e NIC.br. Em sua carreira, já atuou como analista de sistemas e como gerente de projetos de tecnologia no ramo de mobile payment em São Paulo durante 2 anos. É sócio da RunWeb desenvolvimento de sistemas, onde foi diretor de tecnologia durante 5 anos. Na startup Arquivei, é co-fundador e CIO, onde é responsável, no time de engenharia, pelas equipes de qualidade de software e de operações. 



Marcio Galli - Ex-aluno do ICMC e especialista em tecnologias Web, trabalhando com tecnologias para comunicação há mais de duas décadas. Mudou-se para o Vale do Silício em 2000, quando trabalhou como evangelista de tecnologia e em projetos de inovação para empresas como Netscape, Yahoo! e, ao voltar ao Brasil, na MozillaHoje é empreendedor e, atualmente, trabalha para a SlideQuest, uma startup que oferece um canal de comunicação e de cocriação de conteúdo, permitindo a distribuição de apresentações animadas para WebTVs, dispositivos móveis, desktops, além da geração automática de vídeo trailers.



Rafael Libardi - Especialista em segurança digital com projetos nos setores de privacidade de dados e segurança da informação. É formado em Sistemas de Informação e possui mestrado em armazenamento seguro de dados na nuvem pelo ICMC. Seu objetivo de vida é aprimorar a privacidade e a segurança da internet. É membro global da Internet Defense League, Internet Society, IEEE e ACM. É fundador e CEO da Ukkobox, que foi nomeada uma das seis FinTech Startups a se observar pela Visa em 2015; acelerada pela Cyber London; e em 2016 foi premiada pela SC Magazine como melhor startup de cybersegurança da Europa.



Rafael Meireles - Gestor de projetos na Bridge, primeira aceleradora de startups da cidade de São Carlos, e responsável pela Builder, braço da Bridge que tem como foco receber projetos de investidores que buscam diminuir o risco de investimento através de uma equipe preparada para criar e testar modelos de negócio e levar ao mercado empresas com alta capacidade de retorno. É bacharel em design gráfico formado pelo Centro Universitário SENAC em São Paulo, com cursos em Estratégia Empresarial e Gestão de Marketing (Ibmec-SP) e MBA em Gestão Estratégica (USP - Ribeirão Preto). 



Ricardo Agostinho - Empreendedor na área de TI, co-fundador do PISO (Polo Industrial de Software de Ribeirão Preto), co-idealizador do MOVER (Movimento Empreende Ribeirão), co-organizador do Startup Weekend Ribeirão Preto e OpenCoffee Empreendedorismo, colaborador no SUPERA Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, colaborador no processo de criação do SUPERA International Office, investidor em startups de base tecnológica, co-diretor do Founder Institute capítulo Ribeirão Preto e CEO da aceleradora de startups SEVNA Seed.




Serviço
O que: Mais suor e menos glamour: os desafios da jornada das startups
Quando: 19 de outubro, quarta-feira, às 19h30
Onde: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano do ICMC (USP São Carlos)
Evento gratuito, sem necessidade de inscrição prévia
Página do evento: www.facebook.com/events/313659439005502/

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Participe do encontro de experiências em estágios e projetos do curso de Estatística do ICMC

Aberto a todos os interessados, evento gratuito acontecerá dia 16 de abril, das 8 às 12 horas

Primeiro encontro aconteceu dia 5 de dezembro do ano passado

Proporcionar a troca de experiências entre alunos, egressos e professores sobre a realização de estágios e projetos na área de estatística. Esse é o objetivo do Encontro de experiências em estágio e projetos – EEEP Best 2016, evento que acontecerá no dia 16 de abril, sábado, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. As inscrições, que são gratuitas, podem ser realizadas até o dia do encontro por meio deste link: icmc.usp.br/e/00777

Organizado pela coordenação do Bacharelado em Estatística, o evento começará com uma palestra do professor Adriano Suzuki, do ICMC, e prosseguirá com vários bate-papos com estudantes do curso de Estatística que estão estagiando em empresas sediadas em São Carlos e na região, em instituições financeiras em São Paulo e também realizando pesquisas no ICMC. Haverá, ainda, uma palestra com dois egressos do curso: Marco Oliveira, que trabalha no Hospital do Câncer de Barretos, e Gabriela Passos, que trabalha na Natura. Confira a programação completa na página do evento no Facebook.

O coordenador do curso de Estatística, Jorge Luis Bazan, está organizando o evento juntamento com os alunos das disciplinas de Estágio Supervisionado I e II. O encontro acontecerá no auditório Luiz Antonio Favaro do ICMC (sala 4-111), das 8 às 12 horas, e possibilitará que os estudantes relatem suas experiências para os alunos de outras turmas e demais interessados.

Mais informações
Inscrições: icmc.usp.br/e/00777
Página do evento no Facebook:
Seção de eventos do ICMC: (16) 3373.9622
E-mail: fernandakazawa@gmail.com

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Identificação da síndrome do olho seco poderá ser mais fácil e barata com o uso de técnicas computacionais

Em parceria com empresa, pesquisador do ICMC desenvolverá projeto na área de processamento de imagens e vídeos: objetivo é criar protótipo de baixo custo para simplificar o diagnóstico da doença

Trojahn explica que há vários desafios computacionais a serem enfrentados
Sensação de areia nos olhos, incômodo, irritabilidade, ardor, vermelhidão, dificuldade para permanecer em frente ao computador, em ambientes com ar condicionado e para realizar tarefas rotineiras como leitura prolongada. Se você está sentindo esses sintomas, é possível que seja mais um dos cerca de 18 milhões de brasileiros que sofrem com a síndrome do olho seco, a segunda maior causa de atendimento nos consultórios de acordo com o oftlmologista e presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Claudio Lottenberg. Tornar o diagnóstico dessa doença mais fácil e barato é o desafio que está mobilizando um pesquisador do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

“A ideia do projeto é desenvolver um método não invasivo. Vamos construir um protótipo: serão óculos com microcâmeras acopladas e diodos emissores de luz (LEDs). Por meio da análise das imagens captadas e de outros recursos, poderemos identificar se a pessoa possui a síndrome”, explica Tiago Trojahn, doutorando do ICMC e professor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), campus São Carlos. A proposta parece muito simples, no entanto, computacionalmente, há vários obstáculos a serem enfrentados para que seja possível disponibilizar o produto no mercado.

O potencial da iniciativa foi reconhecido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): o projeto está entre os 46 selecionados no 3º ciclo do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). Nos próximos nove meses, Trojahn trabalhará com os pesquisadores da empresa de tecnologia e equipamentos médicos WaveTek, sediada em São Carlos, para comprovar a viabilidade técnico-científica do projeto e terá à disposição até 120 mil reais (fase 1 do PIPE). Para isso, contará com o apoio de mais quatro profissionais com bolsas FAPESP: dois destinados a solucionar os desafios computacionais e dois voltados para o desenvolvimento do protótipo em si (aspectos ópticos, mecânicos e eletrônicos). Se a pesquisa for bem-sucedida nessa primeira etapa, os pesquisadores podem solicitar mais recursos para o Programa em busca de consolidar a proposta (fase 2). A FAPESP poderá, ainda, em uma etapa posterior (fase 3), apoiar o desenvolvimento comercial e industrial do produto.

De olho no olho – São as lágrimas que lubrificam a superfície dos nossos olhos, tornando-a homogênea e criando o que os especialistas chamam de filme lacrimal. A síndrome do olho seco surge quando há uma diminuição da produção das lágrimas ou uma deficiência em alguns de seus componentes. Entre os métodos mais comuns utilizados atualmente para diagnosticar a doença estão dois testes. Um deles consiste na colocação de uma tira de papel de filtro no olho do paciente (teste de Schirmer) e, após cinco minutos, mede-se a quantidade de umidade da tira. O outro método (teste de Rosa Bengala) é feito por meio da colocação de um colírio com propriedades corantes e da análise da resposta do olho: se houver pontos secos, eles irão absorver diferentemente o corante, delimitando a área afetada. 



Tornar esse diagnóstico muito mais rápido e confortável para os pacientes, além de barateá-lo, é a principal meta do estudo coordenado por Trojahn. O protótipo possuirá LEDs acoplados, que serão as fontes emissoras de luzes para os olhos, bem como microcâmeras para registrar tudo o que acontece com os pacientes. Um programa de computador será criado para analisar automaticamente os vídeos que serão gerados, pois será preciso avaliar todos os momentos em que houve uma perturbação no fluxo da luz, seja porque ocorreu uma ruptura no filme lacrimal ou porque a pessoa piscou. 

“Primeiro, é necessário selecionar as imagens significativas que devem ser analisadas. Quando gravamos o que está acontecendo no olho da pessoa, captamos também a imagem da pálpebra, dos cílios, além das perturbações que ocorrem quando a pessoa se mexe. Será preciso excluir todas essas informações das imagens”, explica Trojahn. Selecionar apenas o que é relevante é fundamental nesse trabalho, pois um vídeo contém uma imensa quantidade de dados (big data) e quanto mais informações temos, mais tempo levamos para avaliá-las. 

Outro aspecto que facilita o trabalho de análise é dividir as imagens em diferentes partes (segmentação). “Se a pessoa piscar o olho, podemos separar as imagens entre o que aconteceu antes e depois, por exemplo. Assim, consigo verificar quanto tempo se passou desde a última vez que ela piscou”, conta o doutorando. Segundo ele, o protótipo também permitirá identificar onde está acontecendo a ruptura do filme lacrimal, o que torna mais fácil averiguar se há alterações em uma das glândulas lacrimais.

Para Trojahn, os conhecimentos adquiridos no ICMC estão sendo essenciais para o desenvolvimento do projeto: “Fiz uma disciplina sobre processamento digital de imagens que será de grande utilidade no projeto. Embora meus objetivos no doutorado sejam diferentes, o objeto que analiso é o mesmo: vídeos”.

Como o projeto nasceu – A ideia surgiu quando o fundador da empresa Wavetek, Luis Alberto de Carvalho, desenvolvia seu pós-doutorado nos Estados Unidos, na University of Rochester New York, durante os anos de 2005 e 2006. “Havia um professor no laboratório em que eu atuava que estava tentando simplificar o diagnóstico da síndrome do olho seco. Ele possuía um equipamento enorme e muito caro, que era inviável comercialmente e, por isso, nunca se tornou um produto disponível no mercado”, conta Carvalho. Quando esse professor notou que o pós-doutorando brasileiro às vezes ficava com os olhos vermelhos, convido-o a ser um dos voluntários em sua pesquisa. Resultado: Carvalho descobriu que tinha a síndrome do olho seco, mas em um grau leve. 

“Desde aquele tempo, a tecnologia evoluiu muito e, no ano passado, resolvi buscar parceiros na área de processamento de imagens para tentar desenvolver um produto voltado ao diagnóstico da síndrome”, afirma Carvalho, que é pesquisador colaborador do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), sediado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), e também professor de pós-graduação na Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo. Ele chegou a Trojahn por indicação de uma de suas estagiárias,  Miriam Numajiri, que é aluna da Universidade Federal de São Carlos e colaboradora do projeto.

Possíveis aplicações – Ver o equipamento que ajudará a criar disponível nos consultórios de oftalmologistas e em farmácias é o que motiva Carvalho e Trojahn. Mas o doutorando do ICMC adianta que, se as técnicas computacionais que está pesquisando forem eficientes na detecção da síndrome do olho seco, poderão ser aplicadas para outras finalidades: “Se der certo, começa a se tornar possível identificarmos outras enfermidades como deformações no globo ocular, pressão no olho e poderemos até evitar derrames oculares, um problema bem mais sério que causa cegueira”.

Outra possível utilidade da pesquisa é a realização de diagnósticos em massa. Isso é necessário, por exemplo, em casos de desastres químicos, tal como o vazamento de gás que aconteceu no Porto de Santos no último dia 14 de janeiro e liberou uma nuvem tóxica sobre a região atingida. “Caso muitas pessoas apresentem sintomas de irritação nos olhos, poderemos usar nosso equipamento para identificar o problema rapidamente”, afirma Trojahn. 

No futuro, o doutorando acredita que também vai se beneficiar de seu próprio estudo: “Como fico muito tempo no computador e esse é um dos fatores ambientais de risco para o desenvolvimento da síndrome do olho seco, tenho quase certeza de que sou um forte candidato a adquirir a doença”. Sair do consultório do oftalmologista com o diagnóstico, sem precisar colocar uma fita no olho ou pingar um colírio, será a grande vitória de Trojahn.

Texto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP
Créditos das imagens: Reinaldo Mizutani (foto de Trojahn) e National Eye Institute

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Ex-aluno do ICMC abre empresa na Inglaterra especializada em proteção de dados na nuvem

Ao espalhar informações pelo mundo, sistema oferece segurança e privacidade aos usuários que desejam armazenar seus arquivos na internet

Libardi é formado em Sistemas de Informação no ICMC

Ele saiu do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, para empreender em terras inglesas. Rafael Libardi está, desde dezembro, empenhado em desenvolver sua startup, a UkkoBox, cuja sede está instalada em uma incubadora de empresas e aceleradora europeia especializada em cybersegurança, situada em Londres, na Inglaterra.

A ideia de desenvolver a ferramenta surgiu durante o mestrado do ex-aluno no ICMC, quando foi orientado pelo professor Julio Cesar Estrella, do Laboratório de Sistemas Distribuídos e Programação Concorrente (LaSDPC). Ao longo de sua pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Libardi estudou questões de segurança na internet, enxergou que a área tinha potencial e poderia gerar um novo negócio. Foi isso que levou à UkkoBox, uma startup que Libardi criou junto com dois sócios: Paul Ngum, que cuida da parte de negócios da empresa, e Edgard Regolão, publicitário e designer. A startup também conta com dois programadores.

Libardi (à esquerda) e o sócio Edgard Regolão na sede da empresa, em Londres

Segundo Libardi, o principal objetivo da UkkoBox é assegurar segurança e privacidade aos usuários que desejam armazenar seus arquivos na internet. O ex-aluno, que se formou em Sistemas de Informação no ICMC, conta que a empresa se diferencia da maioria dos serviços de proteção de dados na internet disponíveis no mercado, os quais só criptografam os documentos, transformando-os em códigos: “Nós dividimos os arquivos em partes e as enviamos para diferentes provedores. Eles podem até mesmo ficar em países distintos”. Libardi diz que a vantagem de utilizar esse processo de dispersão é que, se um hacker conseguir acessar um desses pedaços dos arquivos, não haverá qualquer risco de obter as informações ali contidas. 

“Com certeza, a formação que obtive no ICMC contribuiu para o desenvolvimento da minha empresa, não só pelo conhecimento técnico que adquiri, mas também pelas iniciativas de fomento ao empreendedorismo dentro da universidade, como por exemplo o Clube de Empreendedorismo da USP”, revela o ex-aluno. Outra oportunidade que surgiu para Libardi enquanto estudava no Instituto foi a possibilidade de participar do primeiro programa de aceleração de startups realizado dentro da USP, o Disrupt: Transformando ciência em negócios tecnológicos, que aconteceu em junho do ano passado. Dos 117 projetos inscritos no programa, apenas 15 foram escolhidos e entre eles estava a UkkoBox.

Ao participar do Programa, a empresa recebeu instruções da aceleradora Startup Farm: “Eles nos ofereceram espaço, aulas de negócio, técnicas de relacionamento com clientes, além de mentorias com grandes investidores e empresários de multinacionais”. Libardi diz ainda que foi muito importante ter recebido essas orientações, pois além de fazer muitos contatos, pôde entender como sua pesquisa poderia ser aplicada ao mercado.

Em setembro de 2015, a UkkoBox foi uma das seis finalistas na competição Visa Innovation Exchange, que ocorreu em Tel-Aviv (Israel). Durante o evento, Libardi foi convidado por Howard Elsey, gerente da Visa Europe Collab, para receber uma nova aceleração para sua empresa, desta vez na Cyber London. Após cerca de um mês trabalhando na Inglaterra, uma versão de testes do serviço já está disponível gratuitamente no site da UkkoBox. Basta o usuário se cadastrar, fazer o download do programa que, automaticamente, uma pasta será criada no computador, onde todos os arquivos poderão ser armazenados. 

O ex-aluno finaliza com uma mensagem para os estudantes que sonham um dia em abrir o próprio negócio: “Não pense no que vocês querem ser quando terminarem a faculdade, mas sim em quais problemas desejam resolver”.

Mensagem no site da empresa destaca a questão da segurança dos dados

Texto: Denise Casatti e Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação ICMC/USP


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Site da UkkoBox: http://www.ukkobox.com/
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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Do ICMC para o mundo dos games: jovens criam seus primeiros jogos e abrem o próprio negócio

Paixão que vem de infância acompanha criadores de jogos que, em 2016, planejam lançar produtos em um mercado que deve movimentar, este ano, US$ 1,45 bilhão no Brasil

Julio é o criador do jogo Run, que será lançado no próximo ano

Mario Bros, Donkey Kong, Counter Strike, Mortal Kombat são alguns nomes que fazem parte do mundo dos amantes de jogos eletrônicos. Desde cedo, eles mergulham na atmosfera dos games e, a cada jogo terminado, a ansiedade aumenta para que uma nova aventura comece. Agora imagine se, um dia, esses jogadores criassem o próprio jogo com a história que desejassem. Esse cenário está se tornando realidade para alunos e ex-alunos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, que estão trabalhando no desenvolvimento de jogos tanto para smartphones quanto para consoles de videogame, obtendo destaque no mercado.

Um exemplo bem-sucedido é o ex-aluno Tales Sampaio. Ele foi estudante de Sistemas de Informação do Instituto e, desde cedo, gostava de jogos eletrônicos. A possibilidade de ter uma formação sólida para poder criar o próprio game foi o que motivou o ex-aluno a ingressar no ICMC. Inspirado nos jogos de tiro Time Crisis e Virtual Cop, o artista 3D está desenvolvendo o game Grand Shooter para tablets e smartphones, que conta a história de Joan, uma ex-militar que sofreu um trauma muito grande em sua última participação no exército e vive enfrentando flashes do passado. Agora, ela deve enfrentar inimigos para encontrar e salvar a namorada que foi sequestrada, uma policial com a qual tinha um caso secreto. O roteiro foi idealizado pela empresa carioca Fableware.

Em desenvolvimento há cerca de dez meses, o jogo fez parte de um dos trabalhos de conclusão de curso do ex-aluno e está em fase final de produção, com previsão de lançamento para o início de 2016. “Nossas prioridades são saber se o game está rodando bem e se as animações estão legais. Esperamos que o primeiro capítulo esteja finalizado até dezembro”, conta Sampaio. O jogo terá quatro capítulos, com cinco fases cada e o nível de dificuldade aumentado assim que o usuário passar por cada uma delas. Para baixar a versão de teste do jogo, clique aqui.

Em Grand Shooter, a personagem principal deve enfrentar inimigos para salvar sua namorada que foi sequestrada

Inicialmente, o jogo estará disponível nas plataformas Android e IOS e será gratuito. “A base fornecida pelo ICMC foi o grande diferencial que propiciou que nosso jogo conseguisse rodar em plataformas móveis com alto desempenho em seu processamento”, conta Sampaio. Ano passado, o protótipo do jogo foi levado ao 13º Simpósio Brasileiro de Games e, segundo o ex-aluno, agradou tanto adultos quanto crianças.

O jogo também oferecerá uma opção para os jogadores que desejarem comprar a moeda oficial do game, a qual permitirá adquirir novas armas e personalizar o personagem. Além disso, outra forma de ganhar moedas é clicar em um ícone e assistir a uma propaganda com duração de 30 segundos. Dois ex-alunos da UFSCar, que são formados em Imagem e Som, ajudam Sampaio no desenvolvimento do jogo: Lucas Fonseca atua na parte de programação e game design; já Luiz Gustavo Marquetti trabalha com a modelagem 3D do cenário e dos objetos do jogo, além de atuar na questão lógica do game.

A ideia de desenvolver seu próprio game possibilitou a Sampaio abrir uma startup, empresa iniciante no ramo de tecnologia. A empresa, que recebeu o nome de Grumpy Panda Studios, foi criada depois de uma conversa que ele teve com Victor Stabile, diretor da Sanca Ventures, organização responsável por transformar novas ideias em startups, com sede em São Carlos.

Tales, Lucas e Luiz (da esquerda para a direita) são os desenvolvedores do Grand Shooter

Mercado aquecido – “Hoje, os jogos não fazem parte de um nicho, são produzidos para atender a públicos diversos e com propósitos diferentes. Por isso, diversas empresas de tecnologia possuem setores responsáveis por desenvolver jogos e frequentemente recrutam alunos do ICMC para esse fim”, explica o professor Moacir Ponti. Segundo ele, os cursos de computação do Instituto dão um bom embasamento para a formação desse profissional. “No ICMC, os estudantes também podem fazer parte do grupo Fellowship of the Game (FoG), cujo objetivo é reunir alunos com diversas habilidades como programação, arte, multimídia e roteiro para aprender a desenvolver jogos”, completa. 

Recente pesquisa realizada pela consultoria especializada no ramo de jogos Newzoo revela que o mercado brasileiro de games é o primeiro em faturamento de toda a América Latina e o 11º no mundo. Segundo a empresa, o Brasil tem uma estimativa de receita para 2015 de US$ 1,45 bilhão. 

Quem também está apostando nesse mercado em franca expansão é Julio Trasferetti, aluno de Ciências de Computação do ICMC, outro fã de videogames desde criança: “Quando era pequeno, eu já jogava, assistia a desenhos e ficava imaginando com tudo aquilo era feito, como funcionava”. Hoje, aos 21 anos, ele entende esses mecanismos muito bem e está desenvolvendo o jogo Run, que será lançado no primeiro semestre de 2016 para Playstation 4, Xbox One e PC.

O game, que foi inspirado na série japonesa de jogos Metal Gear, conta a história de Isaac Wain, um ex-agente diagnosticado com esquizofrenia que foi preso acusado de matar a esposa. Ao mesmo tempo em que convive com a doença, o personagem deve se desdobrar para conseguir fugir da prisão onde foi levado. “Eu estava de férias e um dia acordei com essa história na cabeça, até os nomes dos personagens vieram junto”, conta Trasferetti, que programa desde os 12 anos.

O primeiro passo rumo ao seu sonho aconteceu ano passado. Ele abriu a microempresa Torch Games em Indaiatuba, no interior de São Paulo, sua cidade natal. Com o roteiro de Run pronto, começou a recrutar pessoas do mundo todo para que o ajudassem no projeto. Atualmente, ele conta com oito colaboradores no total, distribuídos entre Brasil, Marrocos, Hungria, França, Grécia e Estados Unidos.

O pontapé inicial para a abertura de seu próprio negócio foi a atuação de Trasferetti com o software de desenvolvimentos de games Unreal Engine, quando fez testes de plataformas, criando vários jogos a fim de encontrar algum possível problema mecânico no funcionamento dos softwares: “Foi a partir desse trabalho que percebi que conseguiria abrir minha empresa”.

Com o Run idealizado, o projeto do jogo foi submetido à Sony e à Microsoft. As empresas possuem programas que aceitam propostas de novos games de qualquer desenvolvedor do mundo e o do estudante do ICMC foi aprovado. A versão pré-oficial (beta) do game foi exibida em grandes feiras americanas do ramo como a Game Developers Conference (GDC) e a Eletronic Entertainment Expo (E3). Segundo o aluno, a proposta obteve uma boa aceitação do público.

No game Run, ex-agente que sofre de esquizofrenia deve fugir da prisão

Trasferetti também foi membro do FoG e conta que tenta passar sua experiência para os membros do grupo. “Eu quis trazer minhas conquistas para eles, mostrar esse caminho paralelo à Universidade que eu tracei. Muitos têm vontade de criar seu jogo, mas não sabem exatamente para onde seguir”, revela. Ainda sobre o FoG, o estudante destacou a relevância do trabalho coletivo para o desenvolvimento de games: “Esse trabalho em grupo e o fato deles aprenderem a lidar com pessoas diferentes são as coisas mais importantes”.


Texto: Henrique Fontes - Assessoria de Comunicação do ICMC
Crédito das imagens: Reinaldo Mizutani (foto de Julio Trasferetti) e Henrique Fontes (foto de Tales, Lucas e Luiz)

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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Combinação entre matemática, computação e estatística diferencia profissionais formados no curso de matemática aplicada do ICMC

Atuando no mercado ou no meio acadêmico, eles vieram de Brasília, do Rio de Janeiro, de São Paulo e de diversas outras cidades para compartilharem suas experiências durante encontro de ex-alunos

Evento possibilitou que ex-alunos, atuais estudantes e professores compartilhassem suas histórias

Eles têm um pouco de computação, de matemática e de estatística percorrendo suas veias: uma combinação especial que os diferencia no mercado de trabalho. Essa foi uma das conclusões a que chegaram os ex-alunos do curso de Matemática Aplicada e Computação Científica do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, durante o encontro realizado no último sábado, 19 de setembro.

Reunidos para compartilharem histórias, trocar experiências, rever os amigos e estreitar os laços entre a Universidade e o mercado de trabalho, eles participaram do 3º Encontro de Egressos do Bacharelado em Matemática Aplicada e Computação Científica do Instituto. 

“A gente aprende no curso a unir conhecimentos de diferentes áreas e nos tornamos multidisciplinares. É isso que o mercado procura e precisa”, ressaltou o ex-aluno Leandro Mattiolli, que é assessor de unidade estratégica na Diretoria de Reestruturação de Ativos Operacionais do Banco do Brasil, em Brasília, e se formou em 2009. 

Quem também compartilha da opinião de Mattiolli é o analista sênior de risco de mercado do Banco PAN, Alan de Sousa: “O mercado tem muita carência de ferramentas de matemática e de computação capazes de resolver seus problemas.” Sousa também se formou em 2009 e diz que um dos diferenciais do curso é formar alunos com poder de abstração. “Nunca tive dificuldade para arrumar emprego e já mudei cinco vezes de trabalho, sempre em busca de melhores oportunidades”, disse o ex-aluno, que já atuou no Banco Votorantim, no Itaú Unibanco e na Serasa Experian.

“O curso é um ótimo caminho para quem deseja ter um perfil interdisciplinar. Grande parte da base da minha formação foi construída aqui”, revelou Cristiane de Faria, que é professora no Instituto de Matemática e Estatística da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Cristiane concluiu sua graduação no ICMC em 2004 e fez parte da primeira turma de formandos do curso.

Cristiane, que está na UERJ, fez parte da primeira turma de formando dos curso

Para Rafael Lima de Melo, que é analista de riscos na Unicred do Brasil, em São Paulo, o curso vale muito a pena exatamente por fornecer uma forte base em computação e matemática: “A computação já era minha paixão. Mas a matemática me abriu muito a mente, até para eu entender melhor o mundo”.

Já a recém-formada Camila Antunes, que é analista no Itaú Unibanco, em São Paulo, recomendou aos atuais estudantes que se envolvam no maior número de atividades extracurriculares que conseguirem para enriquecerem a formação. Ela fez iniciação científica e também participou da Secretária Acadêmica do ICMC (Sacim). “O aluno USP tem esse diferencial: se você der um abacaxi no colo dele, ele consegue descascar no dente”, contou Camila.

Recém-formada, Camila está trabalhando no Itaú Unibanco

Descoberta – Cibele Russo estava decidida a se inscrever no Bacharelado em Matemática em 2011 quando, ao ler o manual de inscrições para o vestibular da FUVEST, descobriu que existia um curso de Matemática Aplicada e Computação Científica. Achou interessante a possibilidade de unir conhecimentos e resolveu arriscar. Hoje, é professora no ICMC e foi uma das coordenadoras do 3º Encontro de Egressos.

“Estudar no ICMC possibilita que a gente reúna uma caixa de ferramentas. Ao sairmos daqui, somos capazes de identificar ou desenvolver as ferramentas mais adequadas para resolver os problemas específicos que encontramos no dia a dia de trabalho”, destacou Cibele, que atuou no banco Itaú antes de optar pela carreira acadêmica. 

“Os depoimentos dos ex-alunos nos mostraram que há muito mercado de trabalho para quem se forma no curso. Como somos muito exigentes, os alunos que conseguem concluir a formação estão prontos para se dar bem em qualquer lugar”, disse o coordenador do curso, professor Leandro de Souza, que também ajudou a coordenar o 3º Encontro de Egressos.

“As oportunidades de atuação para os formandos só tendem a aumentar”, finalizou o professor Paulo da Veiga, que ajudou a criar o curso no ICMC, em 1999, e foi seu segundo coordenador.

Foram formadas duas mesas de debate durante o evento:
uma com os ex-alunos que atuam no meio acadêmico
 e outra com quem está trabalhando no mercado

Texto e fotos: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Semana de Computação do ICMC registra recorde de participantes

Feira de recrutamento e palestras sobre aplicativos, jogos eletrônicos e Facebook são exemplos das 40 atrações que tomaram conta do Instituto


Sempre cheio: auditório Fernão Stella Rodrigues Germano ficou pequeno para acomodar todos os participantes

Uma verdadeira maratona de atividades agitou os estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, durante a 18ª edição da Semana da Computação (SemComp). O evento registrou alguns recordes: 900 estudantes se inscreveram no site da Semcomp, sendo que 366 deles participaram também de pelo menos um dos 22 minicursos oferecidos.

“Considerando-se as universidades de referência, nossa semana é uma das mais antigas e uma das que, atualmente, oferece o maior número de atividades e agrega a maior quantidade de participantes”, disse o coordenador do evento, Moacir Ponti. Segundo ele, a comissão responsável levou cerca de 10 meses para organizar a Semcomp, buscando trazer conteúdos atraentes e relevantes para os estudantes da área de computação.

Para o diretor do ICMC, Alexandre Nolasco de Carvalho, a Semcomp tornou-se essencial para a formação dos alunos, promovendo atividades extracurriculares e a integração com profissionais da área que atuam no mercado de trabalho. “A evolução da Semcomp desde 1997, quando ela começou a ser realizada, é impressionante, assim como a evolução no número de vagas oferecidas pelo ICMC nos cursos da área de computação, que em 1997 contava com 40 vagas e hoje são 190. Nesse período, a Semcomp mais que quintuplicou o número de participantes e ampliou consideravelmente a quantidade de atividades realizadas”, contou o diretor. Essa evolução é o foco da exposição Semcomp fazendo história, que está em cartaz no Museu Odelar Leite Linhares, do ICMC, até o final de novembro.

Comissão organizadora da 18ª Semcomp
Além dos 22 minicursos, o evento contou com uma Feira de Recrutamento – patrocinada por 15 empresas –, 10 palestras, um painel de ex-alunos, um workshop, uma jornada para o desenvolvimento de games (GameJam), uma noite de jogos (Gamenight) e diversas atividades culturais como sessão de cinema, luau, sarau e feira de livros.

Aplicativos, Facebook e muito mais – Conhecer o público consumidor antes de lançar um aplicativo, buscar desenvolver algo com grande impacto na sociedade e se preocupar com fatores culturais. Essas foram algumas dicas dadas por Neto Marin, desenvolvedor executivo do Google em São Paulo, na palestra O seu aplicativo Android em todas as telas. “Não temos que pensar no dispositivo que as pessoas vão utilizar e sim nos serviços que iremos oferecer”, disse o palestrante. Segundo ele, o design de um aplicativo faz toda a diferença quando o produto vai para o mercado: “A interface difícil pode fazer o usuário parar de usar seu aplicativo”.

Já a rotina dos desenvolvedores de software no Facebook foi um dos tópicos abordados por Arthur Souza. Atuando como engenheiro de soluções do Facebook para a América Latina, Souza revelou que os desenvolvedores devem ser eficazes quando um problema precisa ser corrigido e ousados na hora da criação: “Nós temos que andar rápido e não podemos nos acomodar, se a gente não reinventar, alguém reinventa a gente”. O palestrante revelou que a empresa chega até a remunerar pesquisadores que encontram falhas no sistema da rede social. 

E quem são as mulheres na área da computação? Para responder a essa pergunta, o grupo PyLadies São Carlos realizou uma apresentação destacando alguns nomes de grandes programadoras da história como Ada Lovelace, criadora do primeiro algoritmo; Hedy Lamarr, lembrada como a “mãe do celular”; e Grace Hopper, desenvolvedora de um compilador que foi o precursor de uma das linguagens de computação mais conhecidas, o Cobol. O PyLadies é um grupo que existe em diversos países e busca ajudar as mulheres a se tornarem participantes ativas e líderes de comunidades Python de código aberto. 

Houve, ainda, palestras abordando empreendedorismo, inovação, realidade virtual e realidade aumentada, big data, inteligência artificial e a relação entre os jogos e a evolução da humanidade.

Grupo PyLadies São Carlos conta, atualmente, com 20 membros

Feira, Workshop, painel e reconhecimento – Participaram da Feira de Recrutamento, realizada no dia 19 de agosto, 13 empresas do ramo de tecnologia da informação interessadas em contratar alunos do ICMC ou em recrutá-los para estágio. Cintia Alvarenga, analista de recursos humanos da empresa Eldorado, contou de que forma o aluno escolhido para fazer parte da equipe pode crescer profissionalmente: “Buscamos propiciar o crescimento do estudante através de treinamentos, especializações, plano de carreira e a oportunidade de trabalhar em projetos desafiantes que são tendência no mercado”. 

A área de desenvolvimento de softwares foi a mais procurada pelos estudantes que passaram pelos estantes das empresas, montados no saguão da Biblioteca Achille Bassi. O aluno de Ciências da Computação do ICMC, Guilherme Piva, está estagiando há seis meses em uma empresa do ramo de TI na área de desenvolvimento de aplicativos para o sistema IOS. Ele contou como está sendo a experiência: “É muito legal ter esse contato, em pouco tempo já aprendi muita coisa e a sensação de sair da Universidade e ir para o mercado de trabalho é ótima, um desafio atrás do outro”.

Também realizado no saguão da Biblioteca Achille Bassi, o Workshop de Iniciação Científica, Tecnológica e Projetos Independentes (WICTPi) contabilizou 16 projetos expostos na manhã do dia 21 de agosto. Na tarde do mesmo dia, aconteceu o painel com seis ex-alunos do ICMC. “O fato de sermos muito cobrados quando estamos estudando aqui pode ser considerando um treinamento para o mercado de trabalho. Isso faz muita diferença no momento em que estivermos no mercado e formos cobrados por resultados”, revelou a gerente de projetos do grupo segurador Bando do Brasil e Mapfre, Alesssandra Cota Mantovani, que se formou no Bacharelado em Sistemas de Informação do ICMC em 2008. “Aproveitem as oportunidades únicas que vocês têm enquanto são estudantes. Aqui há um universo de coisas para fazer: estágio, iniciação científica, participar da ICMC Junior, do Programa de Educação Tutorial (PET)”, recomendou Jorge Cutigi, que também cursou Sistemas de Informação no ICMC. 

O encerramento da Semcomp foi marcado pelo reconhecimento aos alunos que obtiveram as maiores médias nos três cursos de computação oferecidos pelo Instituto: Ciências de Computação, Engenharia de Computação e Sistemas de Informação. “Hoje, temos 932 alunos nos nossos cursos de computação e estamos reconhecendo o esforço de cerca de 10 estudantes de cada curso”, explicou o professor Thiago Pardo, coordenador do curso de Ciências de Computação.

Ex-alunos compartilharam suas experiências no painel
Confira, a seguir, a lista dos estudantes que obtiveram o melhor desempenho acadêmico.

Texto: Denise Casatti e Henrique Fontes - Assessoria de Comunicação ICMC/USP

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Site da 18ª Semcomp: https://semcomp.icmc.usp.br/18/
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Melhor desempenho acadêmico

Bacharelado em Ciências de ComputaçãoAndre Bannwart Perina
Andre Sa de Mello
Bruno Augusto dos Santos
Edesio Pinto de Souza Alcobaça Neto
Elisa Saltori Trujillo
Guilherme Zanardo Borduchi
Matheus Giovanni Soares Beleboni
Rodrigo de Andrade Santos Weigert
Sady Sell Neto
Samuel Ferreira Guimarães Santos
Tiago de Miranda Leite

Bacharelado em Sistemas de InformaçãoAndreia de Barros Carpi
Andrew Kenji Hanasiro
Bruno Henrique Rasteiro
Gabriel Biscaro Cavallari
Hicaro Rodrigues Adriano
Luis Fernando da Silva Goncalves
Rafael dos Santos Pereira
Thomás Michelena Santos
Victor Nogueira da Silva

Engenharia de ComputaçãoBruna Yukari Fujii Yoshida
Gabriel Dantas Lopes
Giuliano Barbosa Prado
Henrique de Almeida Machado da Silveira
Henrique Stramandinoli Guimarães
Iago Dantas Figueirêdo
Joao Victor Almeida de Aguiar
Luiza Vilas Boas de Oliveira
Matheus Araujo Jorge
Moisés Botarro Ferraz Silva
Rodrigo Martins Racanicci