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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Alunos do ICMC garantem vaga para competição mundial de programação na Rússia

Estudantes fazem parte de um grupo de estudos que vai oferecer treinamentos e simulações de desafios de programação de 2 a 6 de dezembro 

Time Triple G recebeu medalha de prata na final realizada em Campina Grande, na Paraíba

Cinco horas e 13 problemas de programação. Esse é o resumo do desafio enfrentado pelos estudantes Guilherme Tubone, Gabriel Camargo e Gustavo Soares, que participaram da Maratona Brasileira de Programação. Membros do time Triple G, eles conseguiram medalha de prata e, com isso, se classificaram para a final mundial, que ocorrerá nos dias de 21 a 26 de junho de 2020, em Moscou, Rússia. 

Alunos do curso de bacharelado de Ciências de Computação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, os finalistas fazem parte do Grupo de Estudos para a Maratona de Programação (GEMA). O grupo realiza atividades ao longo de todo o ano para preparar os estudantes para competições de programação e, no início do próximo mês, de 2 a 6 de dezembro, promoverá um Training Camp para os estudantes interessados em treinar e participar de simulações de desafios de programação. 

O objetivo do Training Camp é apresentar o que é programação competitiva e como estudar para a modalidade, com aulas sobre os tópicos mais usualmente abordados nas diversas competições que existem na área. Para se inscrever gratuitamente e conferir a programação do evento, basta acessar este link: http://gema.icmc.usp.br/camp

Tradição no ICMC – “É muito gratificante poder representar o ICMC e conquistar uma medalha em uma competição desse nível”, diz Guilherme Tubone. O time Triple G ficou na 6ª colocação da final da Maratona Brasileira de Programação, realizada em Campina Grande, na Paraíba, de 7 a 9 de novembro. No total, 55 times participaram da iniciativa.

Times de universidade de todo o Brasil participaram do desafio
A competição é muito intensa. Para se ter uma ideia, das 13 perguntas que deveriam ser respondidas pelos times, duas não tiveram resposta de nenhuma equipe. A prova desafia os alunos nos quesitos de criatividade, capacidade de trabalho em equipe, busca de novas soluções de software e habilidade de resolver problemas sob pressão. Por isso, já é considerada um diferencial no currículo. 

Com a conquista da vaga para a final mundial em 2020, o ICMC estará representado no International Collegiate Programming Contest (ICPC pela sexta vez. "Estamos muito felizes com esse resultado. São três anos consecutivos ganhando medalha e com participações em finais mundiais, isso é uma prova da força do nosso grupo de extensão”, afirmou Samuel Ferreira, técnico do time. Ele foi integrante da equipe do ICMC que venceu a competição brasileira em 2018

Como avisa o vitorioso Gabriel Camargo, depois de cinco anos de dedicação ao GEMA, é preciso se esforçar para obter sucesso nas disputas: "A maior lição que tirei da maratona foi ser perseverante, não deixar de encarar desafios pelo medo de errar. Afinal, ninguém começa bom em alguma coisa, isso leva tempo, esforço e muitos tombos no meio do caminho". 

O ICMC foi uma das cinco instituições que conseguiu classificar dois times para a final brasileira. Outra equipe do Instituto, chamada de Um minuto para o fim do coffee, formada pelos alunos Raphael Medeiros, Andre Fakhoury e Frederico Bulhões, conquistou a 12ª posição na final brasileira. Eles também tiveram como técnico o aluno Samuel Ferreira.

O ICMC foi uma das cinco instituições que conseguiu classificar dois times para a final

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC

Mais informações
Site da Maratona de Programação: http://maratona.ime.usp.br/
Grupo de Estudos da Maratona de Programação (GEMA) no Facebook: https://www.facebook.com/groups/gemaicmc/

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

O melhor time de programação da América Latina é da USP São Carlos

Estudantes de Ciências de Computação conquistaram o primeiro lugar na Maratona de Programação 

Campeões da Maratona de Programação: Cezar, Samuel, Lucas e o técnico Danilo (da esquerda para a direita, com camisetas azuis)

Depois de três anos de muita dedicação, três estudantes do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, conquistaram o sonhado primeiro lugar na final brasileira da Maratona de Programação. Formado por Lucas de Oliveira Pacheco, Samuel Santos e Cezar Guimarães, que cursam Ciências de Computação, o time foi comandado pelo técnico Danilo Tedeschi, mestrando do ICMC. 

No total, 746 equipes brasileiras participaram da Maratona Brasileira de Programação, mas apenas 71 foram selecionadas para a etapa final, que aconteceu no dia 10 de novembro, no SENAI Cimatec, em Salvador, na Bahia. Considerando toda América Latina, foram 404 times competindo. Chamado Time do dia 10, a equipe do ICMC conseguiu resolver 10 dos 13 problemas de programação propostos no evento em um tempo menor do que todos os demais times que participaram da disputa em toda a região, o que resultou na conquista do primeiro lugar também entre os times da América Latina. “É sempre uma grande responsabilidade representar o ICMC em uma competição desse nível, estamos muito felizes com o resultado e determinados a continuar treinando para obtermos uma boa colocação no mundial”, conta Samuel. 

É a segunda vez que uma equipe do ICMC é campeã na competição – que está na 23ª edição – e será a quinta vez que um time do Instituto representará o Brasil na final mundial da maratona, o International Collegiate Programming Contest (ICPC), que será realizado na cidade do Porto, em Portugal, de 31 de março a 5 de abril de 2019. “Estamos honrados em poder representar a USP São Carlos no mundial de programação, esperamos manter o alto nível na etapa mundial”, diz Lucas Pacheco. 

71 equipes foram selecionadas para a etapa final da competição

Grupo de Estudos - Todos os participantes da Maratona são membros do Grupo de Estudos para a Maratona de Programação (GEMA), que exerce um papel crucial na preparação dos estudantes, possibilitando que se reúnam frequentemente, adquiram novos conhecimentos e formem equipes com alto grau de afinidade. Nas reuniões do grupo, são discutidos aspectos teóricos e práticos que servirão de base para os estudantes resolverem os desafios de programação. “Gostaria de agradecer aos integrantes do GEMA e aos nossos nossos professores, que foram fundamentais para o nosso desempenho. Espero que esse resultado inspire as próximas gerações de estudantes, como a conquista de 2013 nos inspirou”, ressalta Cézar Guimarães. 

Outro time composto por membros do GEMA também participou da final da Maratona e conquistou o 14º lugar. Composto por Victor Forbes, Guilherme Tubone e Lucas Turci, o time foi comandado pelo técnico Rodrigo Weigert. Todos eles são alunos do curso de Ciências de Computação do ICMC. 

Victor, Lucas, Guilherme e Rodrigo (da esquerda para a direita) conquistaram o 14º lugar

“Esses alunos têm como característica gostar de desafio e isso é um diferencial para as grandes empresas de tecnologia, que sempre estão em busca de profissionais capazes de desenvolver soluções inovadoras e com habilidade para assimilar novos conhecimentos de forma fácil e rápida. Eles têm uma excelente base matemática e uma capacidade de programação excepcional”, destaca o professor João Batista Neto, que coordena o GEMA. 

Como as empresas já perceberam que podem se beneficiar diretamente dessa mão de obra altamente qualificada, muitas têm buscado apoiar a participação dos estudantes nas maratonas de programação. Este ano, por exemplo, a Vtex, multinacional brasileira de tecnologia com foco em cloud commerce, arcou com os custos das passagens aéreas de todos os alunos do ICMC que foram a Salvador. Já os custos da ida a Portugal ficarão sob responsabilidade da TFG, empresa de games mobile

“Meu sonho, agora, é conseguir uma empresa para exercer o papel de investidor-anjo do GEMA. Assim, poderemos ter recursos disponíveis durante todo o ano para viabilizar as viagens e os treinamentos dos alunos”, finaliza o professor. 

O professor João Batista Neto com os times do ICMC selecionados para a final da Maratona

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações 
Sobre a final mundial: https://icpc.baylor.edu/

Contato para esta pauta 
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 
E-mail: comunica@icmc.usp.br

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Programação é com eles: time da USP São Carlos está entre os melhores da América Latina

Uma das equipes do ICMC levou a medalha de ouro na final nacional da Maratona de Programação, o que garantiu a conquista da terceira melhor colocação entre os competidores da América Latina

No total, 72 times participaram da final nacional da Maratona de Programação

Não seria exagero comparar a grandeza da Usina Hidrelétrica de Itaipu com a dos 72 times brasileiros que participaram da final nacional da Maratona de Programação no último final de semana, dias 11 e 12 de novembro. Mergulhados na resolução de 13 desafios de programação, havia ao menos 288 estudantes, levando em conta que cada equipe possui três competidores e um técnico. 

Entre eles estavam dois times do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, que cruzaram os mais de 900 quilômetros que separam o município do interior paulista da cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, onde ocorreu a competição. Um desses times regressou da jornada com uma recompensa luminosa no peito: a medalha de ouro por ter conquistado o segundo lugar entre as equipes brasileiras, o que assegurou também a obtenção da terceira melhor colocação entre os competidores da América Latina.

O resultado garantiu, ainda, o direito de participar da final mundial da competição em Beijing, na China, de 15 a 20 de abril do próximo ano. “Estamos honrados por poder representar o ICMC e o Brasil nessa importante competição. Faremos nosso melhor para obter um bom resultado", diz Samuel Ferreira, um dos membros do time de ouro.

Além de Samuel, fazem parte do time – chamado de Trei Linha – Lucas Pacheco e Rodrigo Weigert, todos eles estudantes do curso de Ciências de Computação e membros do Grupo de Estudos para a Maratona de Programação (GEMA) do ICMC. "Gostaria de ressaltar a importância do ICMC, dos nossos professores e do GEMA para o nosso desempenho. Entramos na universidade com pouquíssimo conhecimento em computação e através do incentivo e excelência deles, pudemos obter tal resultado”, ressalta Samuel.

Time de ouro do ICMC que vai participar da final mundial da competição em Beijing

Os dois técnicos que orientaram a equipe também são do GEMA: Bruno Sanches e Danilo Tedeschi, alunos de mestrado do Instituto. Eles conhecem bem a trajetória de um maratonista-programador ou de um programador-maratonista, pois conquistaram a medalha de ouro na Maratona de Programação em 2015 e já participaram de uma final mundial da competição, realizada na ilha de Phuket, na Tailândia, em maio de 2016. 

“A estratégia de passar o conhecimento obtido nas competições de uma geração de estudantes para outra tem sido muito bem-sucedida, conforme mostram os excelentes resultados alcançados nos últimos anos pelo Instituto”, explica o professor João Batista, que coordena o GEMA. “É um ciclo virtuoso que precisamos manter: os ex-competidores treinam os atuais participantes. Em termos técnicos, os ex-competidores conhecem mais sobre os desafios de programação do que os professores e sabem quais lacunas precisam ser eliminadas para que os estudantes possam seguir adiante”, revela João, que acompanhou os alunos durante o desafio em Foz do Iguaçu. A prova ocorreu no Cine Teatro Barrageiros, que ficou todo colorido por balões porque, a cada problema resolvido durante a competição, a equipe ganha um balão.

Os balões coloridos tomaram conta do Cine Teatro Barragieros

Estímulo para ir além – Outro time formado por membros do GEMA, o Tô Nem Vendo, conquistou o 18º lugar entre as 72 equipes brasileiras da Maratona. Composto por Cezar Guimarães, Guilherme Tubone e Victor Forbes, todos estudantes de Ciências de Computação do ICMC, o time teve como técnico o mestrando Nicolas Oe. 

O sobrenome de Nicolas já é conhecido pela comunidade do ICMC. A irmã dele, Bianca Oe, fez parte do time que trouxe para o ICMC, pela primeira vez, a medalha de ouro da Maratona Brasileira de Programação em 2013. Além de Bianca, participaram da equipe Bruno Adami e Luís Dorelli de Abreu. Atualmente, Bianca está trabalhado na Microsoft, no Canadá, e Luiz, no Google, em Londres. 

“Participar da Maratona de Programação contribui para que os estudantes se preparem melhor para os processos seletivos dessas grandes companhias”, garante o professor João. O técnico Bruno Sanches vai finalizar seu mestrado no ICMC em dezembro e também partirá para a Microsoft, no Canadá. Um dos estudantes que ganharam medalha de ouro este ano, Rodrigo Weigert, começará seu estágio em Belo Horizonte, no Google, já no próximo semestre. Não é à toa que, desde que o GEMA foi criado, em 2007, os estudantes se interessam cada vez mais em fazer parte do grupo.

“O apoio do ICMC tem sido fundamental para o alcance de todas essas conquistas”, finaliza João. A viagem dos times a Foz do Iguaçu foi patrocinada pela diretoria do ICMC e pelo Itaú Unibanco.

Final nacional reuniu times de todos os estados brasileiros, com exceção do Amapá

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

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terça-feira, 13 de junho de 2017

O potencial transformador da robótica

Professores, alunos e pais relatam que participar da Olimpíada Brasileira de Robótica pode contribuir para tornar as aulas mais atraentes e participativas, favorecendo o desenvolvimento da autonomia dos estudantes e o processo de ensino e de aprendizado

Para participar da competição, é fundamental o trabalho em equipe e a colaboração

A medalha de bronze se destaca no peito de quatro estudantes que comemoram a conquista alcançada na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). É início da noite de sábado, 10 de junho, e a alegria de Eduardo Fernandes, Guilherme da Luz, Matheus Barbirato e Richard Fowler invade o palco do salão de eventos da USP, em São Carlos. Alunos do sétimo ano da escola estadual Coronel Franco, de Pirassununga, esses estudantes só estão aqui hoje por causa de uma história que começou três anos atrás.

Naquele tempo, a robótica não tinha invadido a escola. Mas a coordenadora pedagógica Kátia Schimidt enxergou que participar da OBR era uma oportunidade imperdível: conseguiu um kit emprestado com a professora Roseli Romero, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Era 2014 e a escola conseguiu, pela primeira vez, participar da competição. Kátia se lembra das lágrimas invadindo o rosto no momento em que assistiu aos estudantes da Coronel Franco conquistando medalhas de prata e de bronze. 

De lá para cá, muita coisa mudou. Em 2015, a robótica tomou conta da escola de vez. Com a obtenção de 57 kits, por meio de doações, as aulas de “Tecnologia e Sociedade”, ministradas pela professora Flávia de Oliveira, alcançaram 300 crianças. O trabalho começa no sexto ano, quando os alunos têm aulas de programação com jogos. No ano seguinte, começam a montar os próprios robôs e a programá-los. “O projeto transformou a escola. Professores de diferentes áreas do conhecimento aprenderam a fazer robôs. Muitos deles enfrentaram dificuldades e, a partir dessa experiência, passaram a enxergar os alunos de outra forma”, explica Kátia. “Geralmente, o aluno que é indisciplinado tem, na verdade, dificuldade de aprendizagem. Quando ele é estimulado a desenvolver suas habilidades e competências, tal como nos projetos de robótica, acaba se engajando no aprendizado e a indisciplina diminui”, completa a coordenadora pedagógica. 

Kátia ressalta também que, ao estimular os alunos a colocarem a mão na massa e buscarem novos conhecimentos para superarem os desafios que surgem ao montar e programar os robôs, existe um ganho adicional: o protagonismo dos estudantes passa a ser valorizado. “Aconteceu uma mudança pedagógica. Hoje, muitos estudantes me procuram para apresentar seus projetos e ver como podem colocá-los em prática dentro da escola”, conta a coordenadora. Os resultados impactaram o Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp), um dos principais parâmetros para avaliar a qualidade do ensino na rede estadual paulista. Criado em 2007, o índice estabelece metas que as escolas devem alcançar ano a ano. Desde que a robótica invadiu a Coronel Franco, essas metas são superadas. 

“Meu interesse pela robótica nasceu depois que eu comecei a ver o pessoal montando os robôs. Eu sempre gostei de montar e desmontar coisas e quis participar”, diz Eduardo Fernandes. “Tem que ter calma com o robô. Ele vai obedecer o que você mandou ele fazer. Então, precisa programar à risca”, ensina o estudante. Antes de saber que conquistaria uma medalha de bronze, ele confirmou que voltará à OBR: “Gostei muito de participar. Eu não sabia que era tão tenso colocar o robô na pista”.

Eduardo Fernandes (à esquerda) com sua equipe da escola estadual Coronel Franco, de Pirassununga 

A robótica surpreende – No primeiro andar do salão de eventos da USP, em São Carlos, a mãe de Luiz Henrique da Silva acompanha atenta o desempenho do filho, que tem 15 anos. Lá embaixo, Luiz e sua colega de equipe estão sentados na mesa fazendo ajustes no robô. “Ele ficou muito nervoso porque não deu nada certo na primeira rodada da competição”, conta Lucimara Ferrante da Silva.

Toda a família veio acompanhar a estreia de Luiz na OBR: a mãe, o pai e os irmãos Mateus da Silva, de 10 anos, e Gisele da Silva, de 5 anos. “Foi a primeira vez que eu não precisei cobrar o Luiz para estudar. Ele me surpreendeu muito”, revela Lucimara. Ela conta que o filho sempre gostou de robôs, de brincar com Lego e que fez até uma pasta com o material de estudo. 

O pequeno Mateus quer seguir o exemplo do irmão mais velho. Acompanhou Luiz durante algumas fases da montagem do robô e aprendeu a mexer com os fios e soldá-los. No futuro, ele tem certeza de onde quer estar: competindo na OBR.

Lucimara com os dois filhos menores: Matheus e Gisele
O técnico da equipe, Emerson Gajardoni, analista de suporte em informática na unidade 108 do Centro Educacional SESI, em São Carlos, diz que Luiz é muito curioso e que os estudantes da equipe ficaram encantados quando conseguiram fazer o robô acender as luzes: “Eu também aprendi muito. Nunca tinha trabalhado com equipamentos eletrônicos e tive que comprar livros e analisar os componentes para ver quais se encaixavam melhor”.

O estudante Renan Sachetto – da escola Sesi Joelmir Beting, em Tambaú – descreve, com maestria, o encanto de assistir ao funcionando, pela primeira vez, do robô que colocou no mundo: “É como ver seu filho andando de bicicleta pela primeira vez. É uma alegria e uma felicidade que não dá para descrever”. A professora Roseli Romero, coordenadora da etapa regional da OBR em São Carlos, compreende bem como é essa emoção: “Quando o robô começa a se movimentar, a gente fica com medo, com as mãos prontas no ar para socorrê-lo, como a gente faz com o filho que dá as primeiras pedaladas”.

Luiz e sua colega de equipe fazendo ajustes no robô para enfrentar a segunda rodada da OBR

A robótica mobiliza – Um robô que tem até certidão de nascimento. Assim é Asimov, que conquistou a medalha de ouro para a equipe de seus criadores. “Ele surgiu de um desenho que fizemos no caderno durante uma aula chata”, explica Felipe Visioli, de 16 anos, que está no segundo ano do ensino médio na unidade 407 do Centro Educacional SESI, em São Carlos. Ele e sua colega de sala, Audreih dos Santos, ficaram tão felizes com aquele esboço que logo quiseram construir um protótipo. 

Primeiro, fizeram uma versão com Lego, depois montaram em papelão, a seguir, construíram a primeira versão em MDF, contratando o serviço de uma empresa que faz impressão a laser em São Carlos. A cada etapa do processo, foram remodelando o projeto inicial, aprimorando o design de Asimov. Na última e derradeira fase, ficaram dois dias trabalhando no Fab Lab do Sesi, um espaço em que a instituição disponibiliza vários equipamentos de última geração aos estudantes, em São Paulo. Lá, eles usaram a impressora a laser para cortar as peças em MDF da versão final do robô. “Precisamos elaborar o projeto dele em 3D e usar ferramentas que não conhecíamos como os softwares AutoCAD e Fusion 360”, revela Felipe.

O esforço valeu a pena. Com a colaboração de Luiz Rodrigo Neto, que ficou responsável por programar o robô, a equipe conquistou o primeiro lugar no nível II da OBR durante a etapa regional e, junto com mais 120 times, vai disputar a etapa estadual da competição, em São Bernardo do Campo, dia 9 de setembro. 

Mostrando a apostila em que registraram todo o processo de criação de Asimov, uma verdadeira certidão de nascimento, os estudantes explicam que o nome do robô é uma homenagem a Isaac Asimov, um escritor russo de ficção científica e de obras científicas, que se tornou famoso com livros como "Eu, Robô". Ele criou as famosas Três Leis da Robótica, princípios para permitir o controle e limitar o comportamento dos robôs.

Asimov nasceu de um desenho, feito em julho de 2016 em uma folha de caderno

A robótica transforma – Entrevistas realizadas com professores e participantes da OBR demonstram que a competição contribui para que os estudantes se tornem mais persistentes, criativos, educados e colaborativos. Os resultados dessas entrevistas estão no artigo Brazilian Robotics Olympiad: A successful paradigm for science and technology dissemination, publicado no ano passado no International Journal of Advanced Robotic Systems

Para obter os resultados do estudo, os pesquisadores encaminharam questionários a estudantes e professores que já participaram da OBR. Segundo os 389 professores que responderam o questionário, 72% dos alunos que participam da modalidade prática ampliam suas habilidades de cooperação e trabalho em equipe; 68% demonstram mais interesse e motivação; e 62% tornam-se mais dedicados.

Já 68% dos 536 estudantes que responderam o questionário afirmam que a OBR ajudou a escolher o curso de graduação. Daqueles que já estavam matriculados em um curso universitário, 99% estão nas áreas de ciências, tecnologia e engenharia. "Um dos objetivos da Olimpíada é, justamente, incentivar os alunos a escolher uma dessas áreas", afirma Rafael Aroca, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), um dos autores do artigo e coordenador nacional da OBR.

“Em vez de ficarmos forçando as crianças a aprenderem matemática, física, química, português e outras matérias, sem uma aplicação prática, nós invertemos o processo”, explica o professor Flávio Tonidandel, do Centro Universitário FEI. “O método de ensino que usamos na robótica é assim: primeiro vem a aplicação prática. Os estudantes vão aprender matemática, física, química, português e as outras matérias para resolver os desafios que aparecerão nessa aplicação”, completa.

De acordo com ele, o sucesso dessa nova abordagem pedagógica, que não se restringe à robótica, tem contribuído efetivamente para que o número de participantes da OBR cresça ano a ano. Em 2012, a OBR contabilizou 300 equipes inscritas na competição em todo o Brasil. Em 2013, esse número subiu para 800. Em 2014, foram 1,9 mil equipes e, em 2015, chegou-se a 2,5 mil. No ano passado, 2,9 mil equipes se inscreveram e, este ano, houve 3.375 inscrições.

A coordenadora Kátia não tem dúvida de que essa nova abordagem pedagógica tem alto poder transformador. “Se investíssemos mais na robótica nas escolas, mudaríamos todo o ensino no país. Para isso, é necessário mais boa vontade do que recursos financeiros”, finaliza. 

Número de participantes na OBR aumenta a cada ano

Confira, abaixo, a relação das equipes que ganharam medalhas na primeira etapa regional da OBR 2017, realizada em São Carlos no último final de semana, dias 10 e 11 de junho:

Sábado, 10 de junho - Nível 1 (ensino fundamental)
Medalha de ouro: equipe BRH – Brasil Robotic House, de Franca.
Medalha de prata: The Master Chester Samaritano, de Franca.
Medalha de bronze: Team Bionic, de Pirassununga.

Sábado, 10 de junho - Nível 2 (ensino médio e técnico)
Medalha de ouro: equipe SESI Asimov, de São Carlos.
Medalha de prata: equipe SESI T-Rex, de Monte Alto.
Medalha de bronze: Sesi Robrótica, de Brotas.

Domingo, 11 de junho - Nível 1 (ensino fundamental)
Medalha de ouro: SOR1, de São Carlos.
Medalha de prata: Tigers Team Three, de Novo Horizonte.
Medalha de bronze: Thunders of the Universe – Yadaa, de São Carlos.

Domingo, 11 de junho - Nível 2 (ensino médio e técnico)
Medalha de ouro: Tigers Team One, de Novo Horizonte.
Medalha de prata: Irenaus Sie wissen nicht einmal mich – Yadaa, de São Carlos.
Medalha de bronze: IFSP O Demolidor, de São Carlos.

Com os desafios, estudantes são estimulados a se tornarem
protagonistas no processo de ensino e de aprendizado

Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP

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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Robótica móvel: livro organizado por professores do ICMC conquista Prêmio Jabuti

Obra ficou em segundo lugar na categoria Engenharias, Tecnologias e Informática



Um livro organizado pelos professores Roseli Romero, Fernando Osório e Denis Wolf, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, e pelo professor Edson Prestes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, conquistou nesta quinta-feira, 19 de novembro, o Prêmio Jabuti, considerado o mais importante do mercado editorial brasileiro. Robótica móvel é o título da obra, que conquistou o segundo lugar na categoria Engenharias, Tecnologias e Informática.


"É uma honra receber este prêmio. É uma conquista muito importante para os nossos grupos de pesquisa, um estímulo para darmos continuidade aos nossos trabalhos e mostra que estamos no caminho certo", diz a professora Roseli Romero. "Foi um trabalho de quatro anos de muita dedicação. Não foi fácil reunir o material dos 35 diferentes autores que participam do livro, mantendo o nível científico que desejávamos", completa a professora.

"As contribuições de parte representativa da comunidade de robótica no Brasil foram fundamentais para o sucesso dessa obra. Portanto, o prêmio é de todos os autores dos capítulos que compõe o livro", afirma o professor Denis Wolf.

Roseli, Denis e Osório no lançamento do livro, realizado durante
Joint Conference on Robotics and Intelligent Systems (JCRIS) 2014

O objetivo de Robótica Móvel, que foi lançado pela editora LTC em outubro do ano passado, é tornar-se um ponto de partida para quem deseja se aventurar pela robótica móvel ou aprimorar os conhecimentos já adquiridos. Escrito por autores que atuam nas principais universidades brasileiras, o livro é composto por 17 capítulos e apresenta um panorama sobre o estado da arte dessa área de pesquisa no Brasil e no exterior. “Queríamos divulgar o trabalho realizado por esses grupos. Por isso, abrimos uma chamada para o recebimento das propostas de capítulos e fizemos uma seleção a fim de manter um padrão de qualidade”, conta a professora Roseli Romero. 

Em sua 57ª edição, o Prêmio Jabuti recebeu este ano 2.573 inscrições em suas 27 categorias. Os três livros que receberam a maior pontuação dos jurados em cada categoria foram considerados vencedores. A cerimônia de entrega aos vencedores do Prêmio Jabuti 2015 será realizada dia 3 de dezembro no auditório Ibirapuera, em São Paulo.

Saiba como nasceu a ideia do livro: icmc.usp.br/e/cb1ef



Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

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