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terça-feira, 26 de novembro de 2019

DATA Day: evento na USP discute presente e futuro da área de ciência de dados

No sábado, 30 de novembro, grupo de extensão DATA promoverá palestra, mostra de projetos e mesa redonda no ICMC




Quais são os desafios em ciência de dados hoje em dia? O que os especialistas pensam sobre o futuro desse campo? Como funciona um desafio em ciência de dados? Debater questões como essas e promover a integração entre alunos de graduação, pós-graduação e profissionais que atuam nessa área é o objetivo da primeira edição do DATA Day, evento que acontecerá no próximo sábado, 30 de novembro, das 13 às 16h30.

A iniciativa, que é gratuita e aberta a todos os interessados, ocorrerá no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Para participar, basta fazer a inscrição neste link: icmc.usp.br/e/ebd71. Há 60 vagas disponíveis e as inscrições podem ser realizadas até o dia do evento ou enquanto houver vagas. 

Promovido pelo DATA, grupo de extensão que surgiu oficialmente no ICMC no início deste ano para difundir conhecimentos sobre ciência de dados, o evento começará com a palestra do estudante Tobias Veiga, que cursa Ciências de Computação no ICMC. Ele falará sobre a experiência de participar de competições em ciência de dados. Este ano, Tobias ficou em segundo lugar no Mercado Livre Data Challenge. No ano passado, Tobias e mais três alunos do ICMC – Bruno Coelho, Gustavo Sutter e Marcello Pagano – formaram um time para participar de um concurso internacional de ciência de dados, o Data Science Game. e conquistaram o 12º lugar entre as 20 melhores equipes do mundo. Considerando-se as três equipes brasileiras que concorreram à final, o grupo ficou em 2º lugar.

Logo depois, os participantes do DATA Day poderão conferir uma mostra de projetos e, na sequência, assistir a uma mesa redonda sobre os desafios atuais em ciência de dados e as perspectivas futuras. Na mesa redonda, estarão presentes dois professores do ICMC, Luis Gustavo Nonato e Ricardo Marcondes Marcacini, além de Cristina Zabotto, que trabalha como cientista de dados na empresa Arquivei. 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

DATA Day 
Inscreva-se: icmc.usp.br/e/ebd71
Quando: sábado, 30 de novembro, das 13 às 16h30 
Onde: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC 
Endereço: avenida Trabalhador são-carlense, 400. 
Mais informações: (16) 3373.9146 ou ccex@icmc.usp.br

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

O mais avançado Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial do Brasil terá núcleo em São Carlos

Com recursos da IBM, da FAPESP e da USP, iniciativa é resultado da maior parceria já estabelecida no País entre o setor acadêmico e uma empresa de tecnologia da informação para a colaboração em inteligência artificial

Sede principal do projeto será no Centro de Pesquisa e Inovação InovaUSP, localizado na Cidade Universitária, em São Paulo
(crédito da imagem: Isabella Velleda - Jornal do Campus)

Conhecida como a capital da tecnologia, São Carlos está no mapa do mais avançado Centro de Pesquisa em Engenharia em Inteligência Artificial do Brasil. Com recursos que virão da IBM, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da USP, o novo Centro terá um de seus núcleos no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), localizado no campus da Universidade em São Carlos. 

“O Brasil tem hoje uma comunidade científica forte em inteligência artificial que pode fazer grandes contribuições em áreas nas quais o Brasil tem chance real de ser líder internacional ou já lidera de alguma forma. Agora, com o novo centro de pesquisa, podemos catalisar os esforços”, explicou o coordenador do projeto, Fabio Cozman, durante o evento IBM Research Brasil Colloquium 2019 – os caminhos da inteligência artificial no Brasil, em São Paulo. 

Professor da Escola Politécnica da USP, Cozman estará no ICMC na quarta-feira, 28 de novembro, para apresentar o projeto do novo Centro de Inteligência Artificial. O evento é gratuito, aberto a todos os interessados e acontecerá no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, a partir das 17 horas. No evento, o público poderá compreender como funcionará o projeto e, ao final da apresentação, esclarecer as dúvidas. 

Com início das atividades previsto para o começo de 2020, o projeto terá como sede principal o Centro de Pesquisa e Inovação InovaUSP, localizado na Cidade Universitária, em São Paulo. A iniciativa agrega mais de 60 pesquisadores da USP e das universidades Estadual Paulista (UNESP) e Estadual de Campinas (UNICAMP), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Centro Universitário FEI e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Considerando apenas os cientistas vinculados à USP, há pesquisadores de 14 unidades e expressiva participação de professores do ICMC, tornando o Instituto um dos principais polos do novo projeto. 

“Para São Carlos e para o ICMC, é extremamente relevante fazer parte do primeiro centro de inteligência artificial de grande porte do Brasil. O impacto dessa área na sociedade, especialmente considerando os empregos e o controle de informações em massa, demanda um posicionamento urgente do nosso País em relação ao assunto”, explica o professor Fernando Osório, do ICMC, que será o coordenador de difusão e comunicação do novo centro. “Os países mais desenvolvidos já estão fazendo isso e não podemos ficar para trás”, completa. 

Osório destaca que, logo após a divulgação de que a USP sediaria o novo centro, o que aconteceu em 4 de outubro durante o evento da IBM, houve também o anúncio de que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) articulava a criação de mais centros de pesquisa na área. Tal como a iniciativa da IBM-FAPESP-USP, esses futuros centros devem ser constituídos a partir de chamadas em editais, estabelecendo parcerias público-privadas, além de ficarem instalados em universidades e institutos de pesquisa em São Paulo e em outros estados do país.

O professor Fernando Osório (o quarto em pé da esquerda para a direita) com a equipe do Laboratório de Robótica Móvel do ICMC, que tem realizado vários projetos em parceria com empresas. Um exemplo é o caminhão autônomo desenvolvido junto com a Scania. Com a implantação do novo Centro de Inteligência Artificial, a ideia é que mais iniciativas como essas sejam implementadas.

Investimento – Com financiamento de até 10 anos, IBM e FAPESP reservarão, cada uma, até US$ 500 mil anualmente para implementar o projeto, que contará com avaliações periódicas das atividades. Já a USP, por sua vez, investirá até US$ 1 milhão por ano em instalações físicas, laboratórios, professores, técnicos e administradores para gerir o centro. 

O projeto foi desenvolvido para abarcar aplicações de inteligência artificial em eixos de pesquisa envolvendo aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural, recursos naturais (óleo e gás), agronegócio, meio ambiente, finanças e saúde. Essas áreas também são foco do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil. Haverá, ainda, um eixo transversal: inteligência artificial e sociedade, que contará com a contribuição de pesquisadores das ciências humanas, ligados a áreas como ciências políticas, direito e economia. Estão previstos, por exemplo, estudos sobre as implicações socioeconômicas da inteligência artificial na sociedade, contribuindo para debates que envolvam questões sobre ética, relação homem-máquina, privacidade e trabalho. 

“Nosso objetivo é levar a pesquisa em inteligência artificial no país a um novo patamar, com o intuito de beneficiar a sociedade. Estamos interessados em discutir como essa tecnologia pode ser melhor aproveitada pela sociedade”, conclui Cozman.



Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 
Com informações da Agência FAPESP, da Assessoria de Comunicação da IBM e da USP 


Apresentação do novo Centro de Pesquisa em Engenharia em Inteligência Artificial do Brasil 
Quando: quinta-feira, 28 de novembro, às 17 horas 
Onde: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC 
Endereço: avenida Trabalhador são-carlense, 400, São Carlos 
Atenção: o evento é aberto a todos os interessados e não demanda inscrições prévias


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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Universitário por um dia: participe de aulas abertas na USP em São Carlos

Iniciativa é do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística do ICMC e aproxima comunidade e universidade 

A participação é gratuita e não requer inscrição prévia: basta comparecer aos locais, nos dias e horários informados

Tem curiosidade de saber o que se aprende na universidade e sentir como é ser um universitário? Aproveite a volta às aulas e participe do programa Aulas Abertas, oferecido gratuitamente pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. A iniciativa é do departamento de Matemática Aplicada e Estatística e oferece ao público a oportunidade de assistir aulas ministradas por professores do Instituto aos estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação. 

O objetivo do programa é aproximar o ICMC e a comunidade, promovendo o incentivo à vivência acadêmica por meio das aulas e interação com os alunos. Os encontros têm duração de 50 minutos cada. Neles, os professores fazem uma descrição geral das disciplinas e das técnicas a serem aprendidas, ressaltando sua importância para o curso e para a vida profissional dos estudantes. 

As aulas são abertas a alunos do ensino médio, vestibulandos, estudantes de outras universidades, docentes, pesquisadores e a toda a comunidade. A participação é gratuita e não requer inscrição prévia: basta comparecer aos locais, nos dias e horários informados nos links a seguir. As aulas abertas da graduação começam dia 29 de julho e as da pós-graduação no dia 6 de agosto. 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações 
Departamento de Matemática Aplicada e Estatística do ICMC: (16) 3373.8121 
E-mail: sme@icmc.usp.br

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Estude na USP em São Carlos: inscreva-se na pós-graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional

Inscrições para o mestrado podem ser realizadas até 11 de maio; já as inscrições para o doutorado e o doutorado direto acontecem durante todo o ano



O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, está com inscrições abertas para o ingresso no programa de pós-graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional. No mestrado (icmc.usp.br/e/3c39b), as inscrições podem ser realizadas até dia 24 de maio, já no doutorado (icmc.usp.br/e/f8a07) e no doutorado direto (icmc.usp.br/e/ad547) as inscrições acontecem em fluxo contínuo durante todo o ano.

“São Carlos é uma cidade de médio porte, acolhedora e que oferece um curso de pós-graduação em Ciência da Computação e Matemática Computacional que é classificado com a melhor nota da CAPES, nota 7. Isso permite termos o melhor dos mundo na USP em São Carlos, agregando qualidade de vida e qualidade em ensino e formação de recursos humanos”, destaca a coordenadora do Programa, professora Kalinka Castelo Branco. Ele explica que muitos estudantes, inclusive estrangeiros, optam por estudar em São Carlos porque o custo de vida é menor, se comparado ao das grandes cidades brasileiras. Além disso, existe a possibilidade de morar perto da Universidade.

Na seleção para o mestrado, podem participar candidatos que completaram cursos de graduação e irão realizar a colação de grau até a data de matrícula. Para se inscrever, os candidatos devem acessar o seguinte endereço https://vagas.icmc.usp.br/src.

No mestrado, são oferecidas 38 vagas disponibilizadas de acordo com as linhas de pesquisa do programa, nas quais o futuro aluno irá desenvolver sua dissertação de mestrado. Confira, a seguir, essas linhas de pesquisa e o respectivo número de vagas oferecido em cada uma.

Linhas de pesquisa em ciências de computação
  • Computação aplicada à educação: 2 vagas
  • Computação gráfica, imagens e visualização: 4 vagas
  • Engenharia de software e sistemas de informação: 6 vagas
  • Inteligência artificial: 5 vagas
  • Inteligência artificial - Processamento de linguagem natural: 1 vaga
  • Recuperação de informações, descoberta de conhecimento, e engenharia de bancos de dados: 9 vagas
  • Redes inteligentes: 2 vagas
  • Sistemas distribuídos e programação concorrente: 5 vagas
  • Sistemas embarcados e evolutivos: 2 vagas
  • Sistemas web e multimídia interativos: 12 vagas

Linhas de pesquisa em matemática computacional
  • Mecânica dos fluidos computacional: 5 vagas
  • Otimização - Modelos e métodos para programação linear inteira: 2 vagas
  • Otimização em problemas inversos: 3 vagas
  • Otimização em sistemas dinâmicos: 2 vagas
  • Processamento visual e geométrico: 1 vaga
  • Sistemas complexos, de partículas e teoria de controle: 2 vagas


Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Foto: Nilton Junior/ArtyPhotos

Mais informações
Edital do mestrado: icmc.usp.br/e/3c39b
Edital do doutorado: icmc.usp.br/e/f8a07
Edital do doutorado direto: icmc.usp.br/e/ad547
Página do Programa: www.icmc.usp.br/ccmc
Serviço de Pós-Graduação do ICMC: (16) 3373-9638
E-mail: posgrad@icmc.usp.br

quarta-feira, 8 de maio de 2019

ICMC abre concurso para professor na área de matemática aplicada e estatística

Inscrições podem ser realizadas até 1º de novembro pela internet

Docente selecionado atuará no Departamento de Matemática Aplicada e Estatística

Estão abertas as inscrições para o concurso de professor titular no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. O docente selecionado atuará no Departamento de Matemática Aplicada e Estatística em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa, com salário de R$ 16.100,43. 

As inscrições devem ser realizadas exclusivamente via internet até às 17 horas do dia 1º de novembro de 2019 (horário oficial de Brasília) por meio do link: https://uspdigital.usp.br/gr/admissao. Para mais detalhes sobre prazos, provas e documentações, acesse o edital: icmc.usp.br/e/ac515.

Crédito da imagem: Nilton Junior

Mais informações
Edital ATAc/ICMC/SMA-USP nº 031/2019: icmc.usp.br/e/ac515
E-mail: sacadem@icmc.usp.br

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Como a revolução da ciência de dados impacta a capital brasileira da tecnologia

Empresas estão fazendo uma verdadeira peregrinação ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, em São Carlos, em busca de profissionais e de parcerias que possam trazer novas perspectivas para seus negócios a partir dos incontáveis bancos de dados que temos hoje à disposição

"Fique tranquilo, eu sou um cientista de dados": a frase na camiseta de Bruno Coelho, aluno do ICMC, traduz quanto esses profissionais têm se tornado cada vez mais fundamentais no mundo em que vivemos
(crédito da imagem: Reinaldo Mizutani)

O foodtruck que fornece sua comida favorita, o laboratório onde você fez seus últimos exames médicos, o banco em que você é correntista, a seguradora do seu carro e a prefeitura da cidade onde você mora. Há um elo unindo essa lista aparentemente desconectada: os dados valiosos que cada um tem sobre você. São como sementes que, se adequadamente germinadas, podem revelar qual tipo de culinária mais agrada seu paladar, o prognóstico do seu tratamento, suas futuras movimentações financeiras, a provável data em que seu carro precisará de conserto ou de um guincho e qual será o consumo de água, luz e energia da sua residência nos próximos meses. 

À primeira vista, parece o início do roteiro de mais uma série futurista de ficção científica, mas pare e pense: todos esses dados estão à disposição das instituições públicas e privadas com as quais você se relaciona e boa parte da tecnologia para analisá-los já foi criada. O que falta então para o futuro se tornar presente? Profissionais capacitados para gerar valor a partir da captura, do tratamento e da obtenção de novos conhecimentos, úteis e relevantes, com base em todos esses dados.

É fato que o Brasil e os demais países do mundo não estão conseguindo formar a quantidade necessária de pessoas para lidar com esse desafio. A escassez de cientistas de dados nos Estados Unidos oscilava em torno de 140 a 190 mil profissionais, em 2018, um número que só tende a crescer. No Brasil, embora não exista um levantamento que mostre o tamanho da demanda não atendida, quem atua no ensino e na pesquisa na área de ciência de dados tem se surpreendido com a constante peregrinação realizada pelas empresas a institutos especializados buscando mão-de-obra qualificada e o estabelecimento de parcerias. 

Essa efervescente demanda é evidente no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, em São Carlos, a cerca de 240 quilômetros da capital do Estado de São Paulo. Conhecida como capital da tecnologia, a cidade está se transformando na “meca” brasileira da ciência de dados, um campo que se constrói na interseção de conhecimentos computacionais, estatísticos e matemáticos.

“São Carlos está no olho do furacão”, declara o professor André de Carvalho, vice-diretor do ICMC e do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria da USP. Ele revela que grandes corporações visitam constantemente o ICMC para efetuar processos seletivos e buscar parcerias científicas para lidar com seus bancos de dados. Recentemente, por exemplo, Serasa Experian, Intel e Magazine Luiza anunciaram que vão instalar centros de pesquisa na cidade.

Para André de Carvalho, São Carlos já é referência na área de ciência de dados
(crédito da imagem: Reinaldo Mizutani)

Eles valem ouro – Mas por que tantas empresas estão desesperadas pela ajuda dos cientistas de dados? Ora, hoje, cada ser humano com um dispositivo móvel em mãos é um produtor de dados, os quais são gerados em velocidade, volume e variedade cada vez maiores. Esses bancos de dados, quando não são utilizados adequadamente pelas instituições, acabam se tornando verdadeiros elefantes brancos. 

São elefantes que consumem recursos valiosos – pense em quanto espaço físico e virtual é preciso para armazená-los – e não são poucos os gestores que se assustam diante desse cenário complexo de números, nomes, datas, telefones, e-mails, endereços, comentários, curtidas, imagens, vídeos... É um amontoado heterogêneo que costuma conter informações preciosas, capazes de levar à solução de vários problemas e permitir avanços significativos às instituições, contribuindo para a tomada de melhores decisões. Há potencial para aumentar receitas, reduzir custos, aprimorar experiências de clientes e promover inovações. Não saber o que fazer diante dessa riqueza de dados é, no mínimo, desesperador. 

Não é à toa que, nos rankings internacionais que apresentam as melhores carreiras, os cientistas de dados sempre estão em destaque. Na avaliação sobre os melhores empregos do site carreercast.com, eles aparecem na 7ª colocação; no glassdoor.com, surge como a profissão número 1 dos Estados Unidos.

“Os cientistas de dados buscam utilizar, de modo eficiente, ferramentas matemáticas e computacionais para auxiliar no processo de extração de conhecimentos a partir de dados, auxiliando principalmente a tomada de decisões”, explica o professor Gustavo Nonato, do ICMC. Ele acabou de voltar à USP depois de passar um período como professor visitante no Center for Data Science da Universidade de Nova Iorque: “a experiência lá foi muito útil para ter uma visão mais clara do que é a ciência de dados, uma área ainda muito nova”.

Diante da ausência de profissionais com formação específica, as instituições têm recrutado graduados e pós-graduados em computação, matemática e estatística para ocupar cargos com nomenclaturas que vão desde o clássico “cientista de dados” até engenheiro/analista/arquiteto de dados, seguindo por variações como analista de inteligência de negócios entre outras. Segundo Nonato, os alunos recém-formados do ICMC têm sido recrutados a preço de ouro para trabalhar com ciência de dados. Outro professor do ICMC, Marinho de Andrade Filho, explica que os egressos do curso de estatística têm entrado no mercado com salários iniciais variando entre R$ 4 e R$ 6 mil, chegando a R$ 10 mil após cerca de um ano de atuação. 

Depois de uma experiência como professor visitante no Center for Data Science, em Nova Iorque, Gustavo Nonato (último à direita em pé) coordena, atualmente, o grupo de extensão DATA, no ICMC
(crédito da imagem: Reinaldo Mizutani)

Pensando com dados – Será que a Universidade está em sintonia com a revolução da ciência de dados? No ICMC, já é oferecida uma ênfase em ciência de dados, opção disponível para os alunos dos cursos de graduação em computação e em matemática (exceto Licenciatura), e também existe uma especialização em ciência de dados no Mestrado Profissional em Matemática, Estatística e Computação Aplicadas à Indústria (MECAI). Além disso, em breve, serão efetuadas alterações significativas no Bacharelado em Estatística – que passará a se chamar Bacharelado em Estatística e Ciência de Dados – e dois novos cursos serão criados: uma especialização do tipo Master Business Administration (MBA), destinada a quem já está inserido no mercado de trabalho; e uma nova graduação surgirá, o Bacharelado em Ciência de Dados. 

No momento, as propostas dos novos cursos estão sendo avaliadas por diversas instâncias da USP. Quando o Bacharelado em Ciências de Dados for oficialmente lançado, vai se tornar o primeiro curso desse tipo a ser oferecido no país. No mundo, há apenas 57 cursos de graduação em ciência de dados, sendo que nenhum deles é brasileiro, de acordo com informações disponíveis em abril no website http://datascience.community/colleges. Ao serem levadas em conta as opções de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado), chega-se a um total de 545 programas espalhados pelo globo e somente um deles é oferecido no Brasil por uma instituição particular.

Como não há diretrizes curriculares nacionais específicas para o Bacharelado em Ciências de Dados, o grupo de professores que elaborou a proposta foi buscar inspiração em diretrizes internacionais. Um dos documentos que fundamentam a proposta – Diretrizes Curriculares para Programas de Graduação em Ciência de Dados – apresenta o resultado de um trabalho realizado por representantes de 25 instituições de ensino, que se reuniram durante três semanas nos Estados Unidos para discutir as habilidades essenciais na formação desse profissional.

O professor Thiago Pardo, que preside a Comissão de Graduação do Instituto, explica que o Bacharelado em Ciência de Dados do ICMC seguirá essas diretrizes internacionais, propondo um currículo interdisciplinar, que integre conhecimentos provenientes da computação, da estatística e da matemática. Ele afirma que a ideia é formar um profissional capaz de “pensar com dados”, que tenha competência e experiência prática para lidar com as mais variadas situações e domínios de aplicação da área. 

Mas, afinal, quais são exatamente as habilidades que esse novo profissional precisa ter? No documento com a proposta de criação do curso, destaca-se que o Bacharel em Ciência de Dados será capaz de: entender, formular e refinar questões apropriadas; obter, modelar e explorar os dados relacionados; processar os dados e realizar as análises necessárias; obter e comunicar o conhecimento relevante e, se necessário, apoiar o desenvolvimento e implantação de soluções com base nos resultados atingidos. 

Para se tornar apto a realizar tudo isso, há várias habilidades que precisam ser desenvolvidas. Em primeiro lugar, está o aprendizado de técnicas de coleta, armazenamento e gerenciamento de dados, envolvendo os processos de limpeza, transformação e estruturação dos dados, os quais podem ser provenientes de fontes variadas e ter formatos e tamanhos diversos. Depois, é necessário processar esses dados e realizar análises por meio de técnicas computacionais e estatísticas. São essas técnicas que possibilitarão extrair conhecimentos desses dados, empregando estratégias que podem incluir a utilização de modelagem estatística/matemática, visualização, mineração e aprendizado de máquina.

Porém, para que todo esse conhecimento ligado ao raciocínio lógico e à abstração resulte, de fato, em soluções, o profissional precisa desenvolver também as chamadas soft skills – aquelas habilidades não-técnicas que o permitirão se comunicar adequadamente, ser criativo, trabalhar em equipe e ter uma visão ampla e crítica sobre os processos que ocorrem dentro e fora das instituições. Note que formar um profissional assim é um desafio e tanto.

A fim de possibilitar que os alunos formados em Estatística no ICMC também possam ter acesso a essa formação mais ampla, atendendo à crescente demanda do mercado, outra iniciativa em andamento propõe uma atualização na grade curricular do curso. A proposta também está passando pela aprovação de diversas instâncias da USP e a expectativa é de que os ingressantes da Universidade em 2020 já tenham acesso à novidade, que prevê até uma alteração no nome do curso, que passará a se chamar Bacharelado em Estatística e Ciência de Dados. 

O professor Marinho explica que a espinha dorsal do curso continua sendo a estatística, que é uma profissão regulamentada no Brasil, o que se propõe é uma ampliação no escopo de algumas disciplinas a fim de associar o ensino de técnicas computacionais ao ensino das técnicas estatísticas, as quais já eram abarcadas pela grade curricular do curso. “Não existe uma competição entre a estatística e a computação pela fatia da ciência de dados. O que há é uma necessidade de unir os dois campos para tratar dos problemas que surgem a partir dos dados. É claro que existem diferenças nas abordagens, mas são conhecimentos que se completam”, diz Marinho. 

Com as alterações nas disciplinas oferecidas, houve uma vantagem adicional: a redução no tempo de formação no curso de Estatística. Em vez dos atuais 4,5 anos, a graduação poderá ser concluída em 4 anos. “Assim, o recém-formado poderá planejar mais facilmente o início das atividades do ano seguinte, quer seja no mercado de trabalho ou em um programa de pós-graduação”, completa o professor Marinho. 

Quando o Bacharelado em Ciências de Dados for oficialmente lançado pelo ICMC, vai se tornar o primeiro curso desse tipo a ser oferecido no país
(crédito da imagem: Reinaldo Mizutani)

Nasce o DATA – A demanda por capacitação é tão grande que quatro estudantes do ICMC se mobilizaram para criar o DATA, um grupo de extensão que surgiu oficialmente no início deste ano especialmente para difundir os conhecimentos sobre ciência de dados. A ideia nasceu depois que os quatro alunos do curso de Ciências de Computação foram selecionados para a final de um concurso internacional de ciência de dados, o Data Science Game, que aconteceu em outubro do ano passado. O time – formado por Bruno Coelho, Gustavo Sutter, Marcello Pagano e Tobias Veiga – conquistou o 12º lugar entre as 20 melhores equipes do mundo e, considerando-se as três equipes brasileiras que concorreram à final, ficou em 2º lugar.

O encanto pela ciência de dados floresceu nos quatro estudantes depois que se envolveram em projetos de iniciação científica e estabeleceram contato com novos conhecimentos da área, o que levou à formação do time. Bruno conta que participar da competição foi um processo intenso e enriquecedor: “Mesmo tendo que fazer tudo em um curto período de tempo, a experiência foi fantástica. Saímos muito motivados a estudar ainda mais sobre ciência de dados.” Então, os quatro decidiram criar um novo grupo de extensão, a partir do estímulo do professor Thiago Pardo e da inspiração de outros grupos bem-sucedidos criados no ICMC, como o Grupo de Estudos para a Maratona de Programação (GEMA) e o grupo de desenvolvimento de jogos Fellowship of the Game (FoG). O passo seguinte foi contatar o professor Gustavo Nonato, que aceitou assumir o papel de tutor da iniciativa.

Atualmente, o DATA está oferecendo um curso de introdução a ciência de dados, de 12 semanas, para cerca de 40 estudantes do ICMC, às quartas-feiras, das 14 às 16 horas. O que o grupo ensina? “Introdução à linguagem de programação Python, aos principais algoritmos, a aprendizado de máquina e a técnicas de pré-processamento de dados. A ideia é incentivar essa turma a participar de competições e prepará-los para futuros processos seletivos”, conta Gustavo.

Também às quartas, das 17 às 18 horas, o DATA reúne os alunos que já têm conhecimentos mais avançados na área para promover discussões e aprimorarem, colaborativamente, o know-how que já possuem. “Além de tornar a área de ciência de dados mais conhecida, outro objetivo do grupo é oferecer, futuramente, treinamento para a população em geral, por meio de cursos de extensão”, conta Nonato. “É claro que, para você se tornar um cientista de dados, é preciso ter uma formação sólida. Mas é fato que uma pessoa que possua alguma noção de programação, se fizer bons cursos sobre Python e sobre aprendizado de máquina, pode desenvolver interessantes soluções a partir de dados já disponíveis”, acrescenta o professor.

Bruno Coelho, Gustavo Sutter, Marcello Pagano e Tobias Veiga participaram da final do Data Science Game, que aconteceu no ano passado, de 27 a 29 de setembro, na França
(crédito da imagem: Data Science Game)

De volta ao futuro – Você é capaz de imaginar as soluções interessantes que podem ser criadas por quem faz ciência com dados? O professor André de Carvalho enumera uma série de possibilidades: melhorar o ensino identificando o perfil de cada aluno para disponibilizar conteúdos e avaliações particularizados; localizar trechos de processos jurídicos e sentenças que podem ser úteis para argumentações futuras; predizer quais clientes estão insatisfeitos com uma empresa e o porquê, buscando reduzir o problema; prever o resultado de reações químicas a partir das condições experimentais e das substâncias utilizadas; prever falhas em linhas de transmissão de energia elétrica; diagnosticar fadiga em estruturas como pontes e barragens; classificar objetos em imagens obtidas por telescópios espaciais; criar modelos capazes de dar suporte ao diagnóstico médico; prevenir a queda de idosos; melhorar o desempenho de equipes em práticas de esportes olímpicos e profissionais; prever a ocorrência de doenças e pragas; classificar automaticamente a qualidade de frutas; melhorar as políticas públicas; reduzir danos ao meio ambiente e aos seres humanos.

Todas essas possibilidades e outras mais estão descritas no artigo “Interdisciplinaridade da ciência de dados”, publicado por André na Revista da Sociedade Brasileira de Computação, edição de fevereiro de 2016. O que era futuro há três anos está se tornado cada vez mais presente. Não falta muito para que os cientistas de dados descubram a culinária que mais agrada seu paladar, o prognóstico do seu tratamento médico, suas próximas movimentações financeiras, o defeito que seu carro terá e quanta água, luz e energia a residência em que você mora consumirá. Resta saber quais decisões serão tomadas a partir desses novos conhecimentos. Há quem vislumbre o surgimento de um mundo mais humano e justo a partir de tantos dados; e há quem tema pela vulnerabilidade que o acesso a esses dados pode nos trazer. O fato é que as consequências de qualquer tipo de novo conhecimento depende do comportamento ético da humanidade. Isso vale também para ciência que brota dos dados.

Estudantes do ICMC que participam da primeira edição do curso de introdução a ciência de dados, oferecido pelo DATA
(crédito da imagem: Reinaldo Mizutani)

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP


Saiba mais
Cursos e programas em ciência de dados no mundo: http://datascience.community/colleges
Curriculum Guidelines for Undergraduate Programs in Data Science

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Sinta como é ser um aluno USP: assista aulas de matemática aplicada e estatística em São Carlos

Departamento de Matemática Aplicada e Estatística do ICMC promove a iniciativa Aulas Abertas, que permite a qualquer interessado assistir a aulas de graduação e de pós-graduação

Aulas da graduação começam dia 18 de fevereiro e de pós-graduação no dia 11 de março


Que tal sentir na pele como é ser um aluno da USP em São Carlos? Você pode passar por essa experiência por meio do programa Aulas Abertas, oferecido gratuitamente pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). A iniciativa do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística permite que qualquer cidadão assista a algumas aulas ministradas por professores do ICMC aos estudantes de graduação e de pós-graduação.

O objetivo do programa é promover a aproximação do ICMC com a comunidade, possibilitando que os participantes experimentem como é a vida acadêmica na USP e como são as aulas de um curso regular, além de promover a interação com os alunos matriculados nesses cursos. Nessas aulas, os professores fazem uma descrição geral das disciplinas e das técnicas a serem aprendidas, ressaltando sua importância para o curso e para a vida profissional dos alunos.

A participação é gratuita e não requer inscrição prévia. Podem participar da iniciativa estudantes do ensino médio, vestibulandos, alunos de outras universidades, docentes, pesquisadores e toda a comunidade da região. Para assistir às aulas, que têm duração de 50 minutos cada, basta comparecer nos locais, dias e horários especificados, de acordo com as informações disponíveis nos links a seguir. As aulas de graduação começam dia 18 de fevereiro e as de pós-graduação no dia 11 de março.

Texto: Assessoria de Comunicação ICMC/USP


Mais informações
Departamento de Matemática Aplicada e Estatística do ICMC: 
(16) 3373.8121
E-mail: sme@icmc.usp.br

terça-feira, 31 de julho de 2018

Matemática aplicada e estatística: assista aulas junto com alunos do ICMC

Departamento de Matemática Aplicada e Estatística do ICMC promove a iniciativa Aulas Abertas, que permite a qualquer interessado participar de algumas aulas de graduação e pós-graduação


Que tal sentir na pele como é ser um aluno da USP em São Carlos? Você pode passar por essa experiência por meio do programa Aulas Abertas, oferecido gratuitamente pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). A iniciativa do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística permite que qualquer cidadão assista a algumas aulas ministradas por professores do ICMC aos estudantes de graduação e de pós-graduação.

O objetivo do programa é promover a aproximação do ICMC com a comunidade, possibilitando que os participantes experimentem como é a vida acadêmica na USP e como são as aulas de um curso regular, além de promover a interação com os alunos matriculados nesses cursos. Nessas aulas, os professores fazem uma descrição geral das disciplinas e das técnicas a serem aprendidas, ressaltando sua importância para o curso e para a vida profissional dos alunos.

A participação é gratuita e não requer inscrição prévia. Podem participar da iniciativa estudantes do ensino médio, vestibulandos, alunos de outras universidades, docentes, pesquisadores e toda a comunidade da região. Para assistir às aulas, que têm duração de 50 minutos cada, basta comparecer nos locais, dias e horários especificados, de acordo com as informações abaixo:


Texto: Assessoria de Comunicação ICMC/USP


Mais informações
Departamento de Matemática Aplicada e Estatística do ICMC
Tel: (16) 3373.8121 / E-mail: sme@icmc.usp.br

terça-feira, 26 de junho de 2018

Oportunidade de monitoria no ICMC: inscreva-se até 9 de julho

As monitorias começarão em agosto e terão duração de quatro meses; valor da bolsa é de R$ 300 mensais



Estão abertas as inscrições para bolsas de monitoria no departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Podem participar alunos de graduação e de pós-graduação de todo o campus. 

As monitorias começarão em agosto e terão duração de quatro meses. O aluno receberá uma bolsa de R$ 300 mensais. Para ser selecionado, é preciso ter cursado a disciplina que pretende dar monitoria ou equivalente, além de não possuir outra bolsa. As inscrições devem ser realizadas por meio do formulário online disponível em icmc.usp.br/e/69d39. Além disso, é necessário enviar o histórico escolar atualizado (em PDF) e uma foto 3×4 digitalizada para o e-mail sme@icmc.usp.br. As disciplinas que possuem vaga de monitoria são: 

SME0141 – Álgebra Linear e Equações Diferenciais
SME0202 – Métodos Numéricos em Equações Diferenciais
SME0205 – Métodos do Cálculo Numérico I
SME0300 – Cálculo Numérico
SME0306 – Métodos Numéricos e Computacionais II
SME0602 – Cálculo Numérico
SME0892 – Cálculo Numérico para a Estatística
SME0211 – Otimização Linear
SME0510 – Introdução à Pesquisa Operacional
SME0123 – Estatística
SME0320 – Estatística I
SME0808 – Séries Temporais
SME0823 – Modelos Lineares Generalizados 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Mais informações
Formulário para inscrições: icmc.usp.br/e/69d39
Departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME): (16) 3373-8121
E-mail: sme@icmc.usp.br

terça-feira, 6 de março de 2018

ICMC contrata professor temporário para a área de otimização


Inscrições podem ser realizadas até dia 14 de março




O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, está com inscrições abertas no processo seletivo para contratação de um docente temporário na área de otimização. O professor atuará no Departamento de Matemática Aplicada e Estatística, será contratado com jornada de 12 horas semanais e salário de R$ 1.849,66 (para o contratado com título de doutor) e R$ 1.322,41 (para o contratado com título de mestre). 

As inscrições devem ser realizadas exclusivamente via internet até às 17 horas do dia 14 de março (horário oficial de Brasília/DF) por meio deste link: https://uspdigital.usp.br/gr/admissao. Para obter mais detalhes sobre prazos, provas e documentações, acesse o edital completo: icmc.usp.br/e/7cc9f.

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações 
Edital ATAc/ICMC/SME-USP nº 005/2018: icmc.usp.br/e/7cc9f

terça-feira, 25 de julho de 2017

Matemática aplicada e estatística: veja quais aulas você pode assistir neste semestre

Departamento de Matemática Aplicada e Estatística do ICMC promove a iniciativa Aulas Abertas, que permite a qualquer interessado participar de aulas da graduação e da pós-graduação



Você tem curiosidade em descobrir como é uma aula dentro da USP em São Carlos? O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) tornou isso possível por meio do programa Aulas Abertas. A iniciativa do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME) permite que qualquer cidadão assista a algumas aulas ministradas por professores do ICMC aos estudantes de graduação e de pós-graduação. 

Podem participar da iniciativa estudantes do ensino médio, vestibulandos, alunos de outras universidades, docentes, pesquisadores, profissionais e toda a comunidade da região. As aulas tem duração de 50 minutos e contemplam diversos temas na área de ciências exatas. 

A participação é gratuita e não requer inscrição prévia. A relação de aulas abertas no segundo semestre de 2017 pode ser consultada neste link: www.icmc.usp.br/e/f3170. Como o programa é contínuo, novas aulas podem ser disponibilizadas e a agenda pode sofrer alterações. Para participar, basta comparecer nos locais, dias e horários indicados. 

Sobre o Aulas Abertas - O objetivo do programa é promover a aproximação do ICMC com a comunidade, possibilitando que os participantes sintam na pele como é a vida acadêmica na USP e como são as aulas de um curso regular, além de promover a interação com os alunos matriculados nesses cursos.

Segundo o professor Gustavo Buscaglia, chefe do SME, o conteúdo das aulas é adaptado para facilitar a interação dos participantes com os professores e estudantes. "Os professores farão uma descrição geral das disciplinas e das técnicas a serem aprendidas, ressaltando a importância dessas disciplinas no curso e na vida profissional", declarou o docente. 


Mais informações
Lista das disciplinas do Programa Aulas Abertas: www.icmc.usp.br/e/f3170
Departamento de Matemática Aplicada e Estatística do ICMC: (16) 3373-8121
E-mail: sme@icmc.usp.br


quinta-feira, 13 de julho de 2017

Por que poucos alunos de escolas públicas de São Carlos estão na USP?

Estudo realizado pelo ICMC em duas escolas mostra que adolescentes ainda não acreditam que podem cursar uma universidade pública

Gabriela, aluna de Estatística do ICMC, realizou a pesquisa sob orientação da professora Cynthia

“É difícil”. “Não tenho dinheiro”. “Não tenho capacidade”. “Prefiro fazer curso técnico”. Essas afirmações são de estudantes de duas escolas públicas de São Carlos e mostram a percepção que eles têm da universidade. Realizada pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, a pesquisa demonstra que existe uma separação entre a universidade pública e o aluno do ensino básico gratuito.

A estudante Gabriela Dall’Agnol, que faz Estatística no ICMC, ouviu, ao todo, 744 alunos do ensino médio – 423 da Escola Estadual Álvaro Guião e 321 da Escola Técnica Estadual (ETEC) Paulino Botelho. Orientada pela professora Cynthia Ferreira, Gabriela explica que um dos objetivos do projeto é apresentar aos estudantes as oportunidades existentes na USP: “Essas escolas estão próximas à faculdade, mas os alunos não estão aqui dentro. Temos que entender o porquê e trazer esse público para cá”. Elas contaram com o apoio dos professores Mário de Castro e Juliana Cobre, do ICMC, para a elaboração dos questionários aplicados nas escolas.

Gabriela estou em escola pública e sabe das dificuldades enfrentadas pelos estudantes: “o principal ponto é que eles sabem que, quando saírem do ensino médio, vão ter que trabalhar. Então, fazer um curso diurno é inviável. Eles não sabem que podem ter auxílios ou bolsas. Alguns até acham que precisa pagar. Muitos acreditam que não têm capacidade de passar no vestibular”. 

Para esclarecer que a USP é uma universidade gratuita, o ICMC produziu o vídeo Você sabe quanto custa estudar na USP?, destacando que até quem não tem recursos financeiros para estudar pode ter acesso a diversas oportunidades e conquistar um diploma. 

Nuvem de palavras com os motivos apontados pelos alunos da Álvaro Guião
para justificar a falta de interesse em fazer faculdade

Os resultados - A pesquisa indicou que a maioria dos estudantes da Álvaro Guião (66%) e da ETEC (82%) pretende fazer faculdade ao terminar o ensino médio. O estudo buscou, ainda, entender os motivos da falta de interesse daqueles que não almejam ir para o ensino superior. Foi então que surgiram as respostas: “é difícil”; “não tenho dinheiro”; “não tenho capacidade”; “prefiro fazer curso técnico”. De acordo com Gabriela, essas afirmações demonstram como a falta de informação ainda é muito presente nas escolas da rede pública.

Outro objetivo da pesquisa é identificar quanto os alunos da rede pública conhecem sobre a universidade – em especial sobre o ICMC e o curso de Estatística e o de Matemática Aplicada e Computação Científica. Entre as oito graduações oferecidas pelo Instituto, o trabalho analisou essas duas carreiras, que são as mais novas e com a menor relação candidato/vaga. Foi identificado que quase todos os alunos conhecem a USP em São Carlos, mas poucos sabem sobre os dois cursos em questão.

“Nós percebemos que o curso de Estatística é pouquíssimo conhecido pelos alunos, menos que Matemática Aplicada. Talvez porque, quando falamos de matemática, eles associam com a disciplina da escola, então é mais fácil. Mas estatística poucos sabem o que é”, afirma Gabriela.

A falta de conhecimento é ainda maior sobre os campos de atuação das duas áreas. A maioria dos estudantes não sabe que um matemático aplicado pode atuar em, basicamente, qualquer área: indústrias, empresas de software, bancos ou centros de pesquisa, que se beneficiam do conhecimento desse profissional para solucionar problemas reais utilizando modelos matemáticos e computação.


Poucos também sabem que um estatístico pode atuar nas áreas de marketing, finanças, saúde e comunicação, por exemplo, transformando dados brutos em informações importantes para esses setores. Com o objetivo de possibilitar aos futuros universitários saber o que é ensinado em cada curso de graduação oferecido pelo ICMC e onde poderão trabalhar depois de formados, o Instituto disponibiliza o Guia Faça Parte do Futuro.



O Guia foi um dos materiais utilizados pelas pesquisadoras para levar informações a respeito do ICMC e da USP aos estudantes. Como parte do projeto foram realizadas, ainda, palestras e rodas de discussão com os alunos. “Nós levamos o professor Mário de Castro e ele falou um pouco sobre o que um estatístico faz, mostramos alguns vídeos do ICMC e falamos sobre as bolsas. Quando fomos apresentar os resultados da pesquisa já levamos uma divulgação do ICMC para lá”, explica Gabriela. O projeto da estudante foi reconhecido como um dos melhores trabalhos apresentados durante a VII Semana da Estatística, que aconteceu de 6 a 9 de junho, em São Carlos.

“Como somos uma escola central, acreditamos que os alunos queiram estudar na USP ou pelo menos saibam o que tem lá. Eu estou há 12 anos na Álvaro Guião e me surpreendi com os resultados da pesquisa”, diz a professora de matemática da escola, Maria Laura Trindade. Segundo ela, o projeto foi muito benéfico para os estudantes: “isso é muito importante, porque a universidade parece uma coisa muito distante, eles acham que não vão conseguir passar no vestibular”.

Professora de matemática na Álvaro Guião, Maria Laura acompanhou a aplicação das pesquisas

Ela acredita que o conteúdo dessa pesquisa vai ajudar a escola a entender melhor os estudantes: “Podemos identificar o perfil dos alunos e trabalhar no interesse deles pela Universidade”. De acordo com a professora Cynthia, orientadora do projeto, entre os candidatos aprovados no vestibular, o número de jovens originários de São Carlos é bastante reduzido, comparado à quantidade de vagas oferecidas. Sendo assim, é importante despertar vocações e descobrir talentos entre os estudantes da região.

A intenção de Cynthia é dar continuidade à análise e coleta de dados com alunos de ensino médio, pré-vestibulandos e ingressantes no ICMC: “pretendemos realizar uma série de pesquisas para entendermos desde como e onde o jovem busca informação, até o que os motiva a escolher uma determinada carreira”. Os dados coletados servirão para subsidiar possíveis alterações nas grades curriculares dos cursos e contribuir com a divulgação das áreas de saber do ICMC. “Por meio da identificação das necessidades desse público, o Instituto será capaz de planejar ações estratégicas de marketing e comunicação para suprir essas demandas”, conclui.

Texto e fotos: Alexandre Wolf - Assessoria de Comunicação do ICMC

Mais informações
Guia Faça Parte do Futuroicmc.usp.br/e/c9f86
Assessoria de Comunicação: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

terça-feira, 2 de maio de 2017

Conheça os projetos de iniciação científica em matemática aplicada e estatística do ICMC

No dia 12 de junho, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, realizará o 2º Workshop de Iniciação Científica do Departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME). O evento tem como objetivo mostrar os trabalhos de iniciação científica orientados por professores do Departamento em diferentes áreas de pesquisa, tais como otimização, mecânica dos fluidos, redes complexas, processamento visual e geométrico, análise aplicada e estatística.

A iniciativa é uma oportunidade para que alunos do ICMC, de outras unidades de ensino da USP e de outras instituições conheçam quem desenvolve esses projetos, já que são os próprios estudantes de graduação que farão as apresentações ao público. “Para muitos deles, essa é a primeira oportunidade que têm para falar sobre o trabalho que estão realizando. Além de ser um estímulo, o workshop promove uma maior integração entre os alunos que fazem iniciação científica”, explica a professora Cynthia Ferreira, uma das organizadoras do evento. De acordo com a professora, outro objetivo do workshop é despertar o interesse pela pesquisa nos estudantes que nunca desenvolveram um projeto de iniciação científica. 

O Workshop ocorrerá no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, a partir das 14 horas. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até dia 5 de junho por meio do formulário eletrônico disponível neste link: www.icmc.usp.br/e/db490. As melhores apresentações serão premiadas.

Mais informações
Seção de Eventos do ICMC: (16) 3373-9622 
E-mail: eventos@icmc.usp.br

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Palestras da semana - 10 a 13 de abril

 


Palestra
An integrated framework for maintenance scheduling and routing at an offshore wind farm
Palestrante: Seminar Chandra Irawan
Quando: segunda-feira, 10 de abril, às 14 horas
Onde: sala 4-001
Clique aqui para ver o resumo
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Mais informações
Seção de Eventos: (16) 3373.9622
E-mail: eventos@icmc.usp.br

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

ICMC seleciona professor temporário para área de otimização e cálculo numérico


O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, recebe, até o dia 22 de fevereiro, as inscrições no processo seletivo para a contratação de um docente temporário para o Departamento de Matemática Aplicada e Estatística. A função é de Professor Contratado Nível III (Doutor), com jornada de 12 horas semanais e salário de R$ 1.849,66, além de auxílio-alimentação no valor de R$ 690,00 e assistência médica.

As inscrições podem ser realizadas presencialmente ou por procuração na Assistência Acadêmica do ICMC, que fica na Avenida Trabalhador São-carlense, 400, no campus da USP em São Carlos. A seleção será realizada por meio de uma prova didática e outra escrita. O contrato terá duração até 31 de julho de 2017, mas poderá ser prorrogado. Para mais detalhes sobre prazos, documentações, critérios de seleção e demais informações, acesse o edital completo.

Mais informações
Link do edital: icmc.usp.br/e/8cdb8
Assistência Acadêmica do ICMC: (16) 3373-8163
E-mail: sacadem@icmc.usp.br

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

ICMC forma mais 62 alunos nas áreas de Estatística, Matemática e Computação



O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, realizou duas cerimônias de colação de grau na última sexta-feira, 27 de janeiro. Durante os eventos, também houve a entrega dos diplomas de mérito aos formandos com destaque acadêmico.

Familiares, amigos e convidados de 62 alunos de seis cursos de graduação do Instituto lotaram o auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano pela manhã e pela tarde para presenciar o instante em que, simbolicamente, esses estudantes tornaram-se profissionais.

Confira as imagens do evento no Flickr e no Facebook!

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Esses cientistas querem capturar o mundo com redes

Dos neurônios às mudanças climáticas, há uma ciência que está tentando compreender as conexões que regem o nosso mundo. Nesse desafio, matemáticos, cientistas da computação, físicos, meteorologistas, biólogos, engenheiros e químicos trabalham juntos

Somente uma rede interdisciplinar é capaz de capturar as questões que esses pesquisadores querem compreender

Tecer uma rede é uma obra de arte. Tem a rede de pesca, a rede de balanço, a rede de computadores, a rede de telefonia, a rede elétrica, a rede de amigos no Facebook, a rede de neurônios... Há uma infinidade de redes permeando nosso mundo e algumas constituídas por bilhões de componentes. Mas o que existe em comum entre a rede que liga seus amigos no Facebook e a que conecta seus neurônios?

Para responder essa pergunta, precisamos entender como os cientistas que estudam esse tipo de fenômeno analisam as redes. Para começo de conversa, eles transformariam cada pessoa no Facebook ou cada neurônio no cérebro em um ponto. Não satisfeitos com essa nuvem de pontos, eles também avaliariam as relações e conexões que existem entre cada pessoa (são amigas ou não?) e também entre cada neurônio. A seguir, representariam essas conexões por meio de retas. Imagine, agora, o resultado desse trabalho. Perceba que, apesar das duas redes serem realmente muito diferentes, suas estruturas serão muito parecidas. 

O que os cientistas criam quando transformam essas redes em pontos no espaço e os interligam por meio de retas é chamado, tecnicamente, de grafo. Um grafo é um prato cheio para qualquer pesquisador, porque eles podem extrair desse tipo de objeto matemático uma série de informações que, se olhássemos para uma rede complexa de outra forma, seria humanamente impossível analisar. Em um grafo, fica mais fácil identificar os pontos que têm mais conexões e, portanto, são mais centrais naquela rede. 

Com um grafo, fica mais fácil extrair informações relevantes da rede que está sendo estudada

“Se você analisa um neurônio isoladamente, não consegue explicar a memória, a consciência, nada disso. Você precisa olhar como eles estão conectados, ou seja, o todo. Só assim podemos compreender como o nosso cérebro funciona”, explica o professor Francisco Rodrigues, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Essa é outra característica que conecta a rede de seus amigos no Facebook à rede de seus neurônios: eles não podem ser compreendidos de forma isolada, mas somente em relação ao todo. 

“O que acontece se eu tenho uma doença e uma parte dos meus neurônios são eliminados? Qual a consequência do desmatamento na Amazônia para o transporte de umidade ao Sudeste do Brasil? Precisamos de ferramentas que nos respondam esse tipo de pergunta, que levem em consideração os diversos agentes que interagem de forma complexa nesses sistemas, formando redes”, acrescenta Elbert Macau, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). 

Há cinco anos, Elbert coordena, pelo lado brasileiro, o projeto Fenômenos Dinâmicos em Redes Complexas, que une matemáticos, biólogos, cientistas da computação, meteorologistas, físicos, engenheiros e químicos provenientes de 10 diferentes instituições de pesquisa, sendo seis delas do Brasil e quatro da Alemanha. Entre o fim de setembro e o início de outubro, esses cientistas realizaram um evento no ICMC, a quarta edição do ComplexNet – Workshop and School on Dynamics, Transport and Control in Complex Networks. A iniciativa marcou o fim da primeira jornada do projeto e o começo de um novo ciclo, que vai durar mais cinco anos.

Financiado conjuntamente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), o projeto temático já produziu bons resultados como vários artigos publicados em revistas científicas de alto fator de impacto, como a Nature, e promete ir além. Ao propiciar uma melhor compreensão sobre diversos fenômenos, a iniciativa está ajudando a fortalecer um novo campo do conhecimento, que pode gerar impactos relevantes na vida de todos nós.

Elbert é o coordenador do projeto pelo lado brasileiro

Esquizofrenia e epidemias – “O cérebro, o clima, as interações biológicas, as cidades, as redes sociais, os terremotos... O que esses sistemas têm em comum? Você pode representar a estrutura deles como um grafo e pode usar um mesmo conjunto de ferramentas para resolver os diversos problemas que surgem nesses contextos. Uma rede complexa nada mais é do que a estrutura de um sistema complexo”, descreve Francisco. 

As redes complexas têm ajudado o professor na identificação das diferenças entre os cérebros de pessoas saudáveis e daquelas que apresentam esquizofrenia, um transtorno mental que dificulta a distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico e tem causas ainda desconhecidas. “A partir de um scanner de ressonância magnética, mapeamos o cérebro e analisamos os dados das redes corticais. Quando a pessoa tem a doença, o cérebro é menos organizado em determinadas regiões do que o de uma pessoa que não tem”, relata Francisco. Para identificar essa desorganização cerebral, o modelo matemático desenvolvido na pesquisa extrai e analisa 54 características das redes corticais e consegue identificar, com 80% de precisão, qual ressonância pertence a um paciente que tem o distúrbio. Agora, o próximo passo é aplicar o mesmo método para diagnosticar outros tipos de transtornos como o autismo (assista ao vídeo).

Esse é apenas um exemplo do tipo de trabalho que vem sendo realizado no campo da neurociência com as redes complexas e que poderá, por meio da criação de modelos matemáticos computacionais, facilitar o diagnóstico médico futuro de uma série de distúrbios. Na biologia, as redes complexas também têm sido empregadas para construir mapas que ajudam a compreender as interações entre nossos genes, as proteínas, os processos metabólicos e outros componentes celulares.

Agora imagine o que acontece quando uma epidemia se propaga. Nesse caso, também existe toda uma rede complexa que precisa ser melhor compreendida pela humanidade para que possamos conter a disseminação de uma doença contagiosa, por exemplo. “Nesse caso, entender os tempos corretos de diagnóstico e isolamento é fundamental para a saúde da população”, conta o professor Tiago Pereira, do ICMC. Ele coorientou a pesquisa de doutorado do matemático alemão Stefan Ruschel, da Universidade de Humboldt, em Berlim. Utilizando bases de dados da Organização Mundial da Saúde sobre a gripe H1N1, os pesquisadores estudaram como extinguir a doença. A população foi dividida em três grupos: saudáveis, doentes e isolados. A partir de modelos matemáticos, foi calculado o tempo ideal para identificação da doença bem como o tempo de isolamento necessário para a cura (assista ao vídeo). 

“O mais importante, nessas doenças, é o tempo de identificação. Se você consegue rastrear todos os doentes em nove dias e curá-los ou colocá-los em quarentena, a epidemia será controlada”, revela Stefan. “No caso da H1N1, depois de 30 dias não há mais chance de se controlar a doença”, acrescenta o alemão. “O prazo de nove dias é economicamente inviável porque você teria que diagnosticar muita gente em pouco tempo”, pondera Tiago. Ele explica que, considerando-se a inviabilidade desse diagnóstico em tão pouco tempo, passa a ser decisivo, para o controle da epidemia, manter os doentes isolados no tempo ideal. “Se você isolar a pessoa por um tempo ideal, a doença é extinta, mas se você isolar a pessoa além desse tempo, a doença vai reaparecer”, conclui.

Tiago destaca que, no caso da H1N1, manter os doentes isolados no tempo ideal é decisivo

Secas, chuvas e ventos – Pense agora na atmosfera terrestre. “Ela é um fluido, não tem nenhuma fronteira a não ser a superfície e o espaço. O que acontece no Oceano Pacífico ou no Índico pode nos influenciar”, conta o pesquisador Gilvan Sampaio, do INPE. Na opinião dele, o ferramental das redes complexas possibilita avançar na compreensão dos fenômenos climáticos e meteorológicos em comparação com as técnicas tradicionais que são usadas, há pelo menos 30 anos, pelos cientistas que atuam nessa área.

O professor Henrique Barbosa, do Instituto de Física da USP, diz que os primeiros artigos científicos que tratam da aplicação das redes complexas no contexto da climatologia e da meteorologia são bastante recentes, datam de cerca de 10 anos atrás. Ele dá um exemplo para explicar como essas redes podem ser empregadas para capturar a complexidade do clima no mundo. Comece analisando a quantidade e a distribuição das chuvas em todo o planeta nos últimos anos. Uma maneira de estudar se há uma relação entre esse índice pluviométrico e a variação de temperatura na superfície do mar em todo o mundo é considerar que cada posição no globo é um nó em uma rede complexa, um pontinho no papel: “Eu só vou ligar um par de pontos se houver uma correlação alta entre a precipitação em um e a temperatura do mar no outro. No final, eu tenho muitos pontos, com muitas linhas conectadas. Então, passo a estudar esse objeto matemático”.

Esse objeto, que representa a relação entre a quantidade de chuva e a variação de temperatura na superfície do mar em todo o globo, pode ajudar os cientistas a entenderem se essas chuvas estão conectadas a fenômenos como o El Niño, que consiste na mudança da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico. Note que esse objeto é também um grafo e que as ferramentas empregadas para analisá-lo são as mesmas que outros cientistas usaram para ver como funcionam as redes que conectam os neurônios do seu cérebro e também seus amigos no Facebook.

“Nós usamos a técnica de redes complexas para entender os eventos extremos de precipitação da América do Sul. Tem uma vasta literatura científica a respeito da umidade que vem da Amazônia, que é transportada pelos jatos de baixos níveis para a região do Sudeste, os quais são ventos bem acelerados que vêm da Amazônia em direção ao Sudeste. Quando isso está acontecendo, detectamos mais chuvas e tempestades por aqui”, revela Barbosa. “Nós então construímos uma rede complexa para representar os eventos extremos de precipitação. O que descobrimos foi que esses eventos extremos se propagam de sul para norte (da Bacia do Prata em direção aos Andes Bolivianos), em direção contrária ao fluxo de umidade que vem da Amazônia. Essa análise também nos permitiu criar um modelo que, com 24 horas de antecedência, prevê a ocorrência de chuva extremas no planalto Andino”, completa o professor. As conclusões estão destacadas no artigo Prediction of extreme floods in the eastern Central Andes based on a complex networks approach, publicado em 2014 na Nature Communications.

Henrique cita, ainda, diversas outras pesquisas em que as redes complexas têm contribuído para o avanço do conhecimento, tal como o trabalho do grupo mostrando que 25% das chuvas na região sudeste é de água da floresta Amazônica, publicado em 2014 na revista Atmospheric Physics and Chemistry (On the importance of cascading moisture recycling in South America). “As redes complexas permitem a você quantificar e analisar problemas que são intrinsecamente não lineares. Por meio da análise das redes você consegue inclusive determinar se as equações que estão regendo os fenômenos observados – ainda que você não as conheça – são lineares ou não lineares. Isso é algo que a gente não consegue quando usa os métodos tradicionais”, explica o professor. 

Para Gilvan, um dos maiores desafios dos pesquisadores envolvidos no projeto é “falar a mesma língua”: “Tanto nós da área de meteorologia e climatologia precisamos entender mais sobre redes complexas, quanto os matemáticos, cientistas e engenharias de computação precisam entendem mais sobre clima”. Como as questões que esses pesquisadores querem compreender são muito complexas, não é de se surpreender que somente uma rede interdisciplinar seja capaz de capturá-las.

Henrique destaca que 25% das chuvas na região sudeste é de água da floresta Amazônica

Satélites, energia, lasers e inovação – “Estamos vivendo em um mundo em que a palavra que permeia tudo é interação”, diz Elbert Macau. Além de coordenar o projeto Fenômenos Dinâmicos em Redes Complexas, ele estuda como tornar nossos sistemas de observação mais potentes: “Quando você coloca um conjunto de instrumentos de observação, quer sejam telescópios ou radiotelescópios, cada um em um satélite, tem-se um conjunto deles que precisam se deslocar no espaço mantendo uma determinada formação para que você possa, virtualmente, compor uma antena imensa a partir dessas pequenas antenas”. Lembre-se de que a distância entre esses satélites pode ser de centenas até milhares de quilômetros. Nesse contexto, aparecem diversos problemas. “Essa geometria tem que poder ser alterada, porque você às vezes tem que substituir um satélite, alterar a resolução, dividir a formação para observar outros lados da Terra ou do universo. Para isso, tenho que saber como essa rede se estrutura e o acoplamento entre os satélites é fundamental”.

Depois de falar do que podemos enxergar a partir do acoplamento de satélites, Elbert mergulha no sistema de distribuição de energia: “No modelo tradicional, você tem geradores e consumidores estruturados em uma determinada rede. Por si só, isso já é uma coisa complicada”. A questão é que, atualmente, essa estruturação em rede está se tornando ainda mais complexa porque não existe apenas uma central elétrica geradora de energia: “Você pode ter uma fazenda que seja alimentada por um gerador eólico. Nesse caso, quando tem vento, há geração de energia para o local, mas quando não tem, a fazenda se torna consumidora. Há, ainda, residências com células fotovoltaicas e estamos começando a instalar sensores piso elétricos em pontes, estradas, viadutos, estádios para que possam gerar energia. Isso tudo cria um sistema de redes que altera a sua configuração ao longo do tempo”.

A inovação trazida para a ciência por esses pesquisadores de redes complexas é difícil de mensurar. O mestrando Felipe Eltermann, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, ingressou na área meio por acaso. Formado em Engenharia de Computação, ele começou a atuar em uma consultoria que realiza serviços de prospecção tecnológica. “Coletar dados relacionados a patentes não é algo simples”, diz. A partir dessa experiência, ele começou a se interessar por realizar uma pesquisa científica e, em conjunto com uma professora da área de economia, passou a atuar em um projeto que tem como objetivo construir um mapa da evolução da inovação tecnológica no Brasil: “A economia evolucionária compreende a economia como um sistema em constante evolução, que se transforma por dentro, e tem a inovação tecnológica como o que guia e possibilita seu crescimento econômico. Desse ponto de vista, a gente analisa a rede de patentes. Assim, você tem as patentes, as empresas e as pessoas, tudo interconectado ao longo do tempo”.

Para Felipe, o campo das redes complexas parece muito promissor. Há muitos indícios de que ele está certo. “As redes estão no coração de algumas das mais revolucionárias tecnologias do século XXI, empoderando tudo, do Google ao Facebook”, escreve o professor Albert-László Barabási no livro Network Science. Ele lidera um centro de pesquisa em redes complexas na Universidade Northeastern, em Boston, nos Estados Unidos. Para o professor, as redes permeiam a ciência, a tecnologia, os negócios e a natureza em um grau muito mais elevado do que podemos imaginar à primeira vista e, consequentemente, nós nunca vamos entender os sistemas complexos a menos que sejamos capazes de desenvolver uma profunda compreensão sobre as redes que existem por trás deles. Não é à toa que há tantos cientistas tentando capturar o mundo com essas redes.

Para Felipe, o campo das redes complexas parece muito promissor

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Créditos das fotos: primeira imagem (grupo) - Reinaldo Mizutani; segunda imagem (grafo) - Martin Grandjean; demais imagens - Denise Casatti.

Mais informações
Site do projeto Fenômenos Dinâmicos em Redes Complexas: http://www.inpe.br/redes_complexas_e_dinamica/
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br