Exposição “Cabeça Dinossauro” foi inaugurada nesta segunda-feira, 9 de setembro,
e estará aberta ao público gratuitamente até 30 de novembro
Autoridades abrem a exposição oficialmente no ICMC |
Eles trouxeram o passado de volta
para a cidade da tecnologia. Foi inaugurada nesta segunda-feira, 9 de setembro, na
USP São Carlos, a exposição “Cabeça Dinossauro: o novo titã brasileiro”, que
traz uma réplica feita em resina do esqueleto do Tapuiasaurus macedoi – carinhosamente apelidado de “Jesuíno” – com 4,5
metros de altura e 11 de comprimento. Aberta a toda a comunidade, a mostra fica
em cartaz até 30 de novembro, no hall da biblioteca Achille Bassi, no Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), campus I da USP de São Carlos.
“Não sabemos calcular o que significam
os dinossauros para a história da nossa espécie, assim como não conseguimos
calcular o que serão os computadores – ainda tão pouco compreendidos – para o
futuro da humanidade”, declarou a Pró-Reitora de Cultura e Extensão
Universitária, Maria Arminda do Nascimento Arruda, durante a cerimônia que marcou
a chegada dos dinossauros ao ICMC. “As áreas da matemática e da computação são
essenciais para a sociedade contemporânea. Esse mundo virtual, que é o mundo
dessas áreas, também é o mundo da cultura. Hoje, ao ouvir o som dos
dinossauros, vejo que nada é mais perfeito do que os computadores para fazer os
dinossauros estarem aqui”, completou.
A exposição é organizada pelos
museus de Ciências e de Zoologia da USP e reúne diversos fósseis, apresentando
o trabalho de paleontólogos da Universidade que desenvolvem pesquisas na área,
acarretando descobertas importantes, como o crânio do Jesuíno. “Esse é o crânio
mais completo que existe dentro da família dele, que é chamada Titanosauridae. É a primeira vez que a
gente tem a certeza de como eram as faces desses dinossauros aqui no Brasil”,
ressalta o pesquisador do Museu de Zoologia da USP, Alberto Carvalho, um dos
curadores da mostra.
Exposição pode ser visitada até o dia 30 de novembro gratuitamente |
O presidente do Conselho Gestor
do Campus da USP São Carlos e diretor do ICMC, José Carlos Maldonado, ressaltou
que o apoio recebido de todas as unidades do campus e também da prefeitura possibilitou
a vinda da exposição. Para ele, Cabeça
Dinossauro é um marco, um exemplo do que uma atividade de cultura e
extensão desse porte pode gerar para o município. “Já temos o apoio da
Pró-Reitora de Cultura e Extensão para um novo Museu de Ciência e Tecnologia, na
área 2 do campus de São Carlos. Acredito que um espaço para interiorizar parte
do acervo da USP teria um impacto muito positivo na formação de novos
talentos em toda a região”, disse Maldonado.
Segundo a presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC, Solange Rezende, já existem 60 grupos de alunos de escolas particulares e públicas agendados para visitar a exposição, totalizando mais de 2,3 mil pessoas. “O dinossauro nos escolheu. Esperamos
acolher todos os visitantes com o carinho de quem quer divulgar as nossas áreas
do saber, que permeiam todos os demais campos do conhecimento. Queremos que os
jovens que nos visitem saiam daqui com o sonho de se tornarem um estudante da
USP”, destacou Rezende.
“Quando éramos crianças,
brincávamos com coisas materiais. As crianças de agora brincam com o virtual. E
se precisamos de uma nova geração formada a partir de novos conteúdos, nada
melhor do que oferecer a eles a história da humanidade”, disse o Secretário
Municipal de Educação, Carlos Alberto Andreucci, que representou, durante a
cerimônia, o Prefeito Municipal, Paulo Altomani.
Para Maldonado, é fundamental possibilitar que parte do acervo da USP possa ser exposto no interior do Estado |
Passado e futuro interligados
Por incrível que pareça, Carvalho
conta que a história da descoberta de Jesuíno já começou totalmente relacionada
à era da tecnologia. Via uma rede social, um estudante de biologia que vivia na
região de Coração de Jesus, em Minas Gerais, entrou em contato com um dos
parceiros de Carvalho para falar sobre questões relacionadas à comunidade de
jipeiros da qual participavam. Quando o estudante descobriu que o jipeiro era também
paleontólogo, disse que havia encontrado pedras diferentes na região, que
pareciam ossos petrificados, e questionou se ele poderia dar uma olhada.
Então, o estudante enviou algumas
fotos e a equipe do Museu de Zoologia da USP começou a avaliar o material. “Pedimos
mais informações para ter uma ideia de qual era o perfil geológico daquela
região. Aí resolvemos apostar, tínhamos apenas uma ideia do que poderia ser.
Mas quando chegamos lá, percebemos que estávamos diante de alguma coisa
diferente, que tinha tudo para ser um dinossauro”, contou Carvalho.
Os pesquisadores começaram a
achar os primeiros ossos em 2005 e, somente em 2008, encontraram a cabeça do
dinossauro. Em 2011, foi organizada a primeira exposição temporária sobre o
tema, na sede do Museu de Zoologia, em São Paulo, onde permaneceu por cerca de
seis meses. Foi aí que se estabeleceu a parceria com o Museu de Ciências e a
mostra se tornou uma exposição itinerante, passando por Coração de Jesus,
Ribeirão Preto, Bauru e, agora, São Carlos.
“Nossa ideia é passar por todos
os campi da USP, o que vai acontecer até 2015, e queremos incorporar todas as
impressões de cada itinerância, porque temos muito a aprender”, afirmou diretora
do Museu de Ciências da USP, Marina Mitiyo Yamamoto.
“O nosso dinossauro está saindo
dessa experiência no ICMC um pouco mais tecnológico, ele até ganhou um hotsite
(www.dino.icmc.usp.br). Isso vem se somar ao nosso projeto, que é uma
iniciativa de grandes parcerias, que vão se somando ao longo desse percurso. Quem sabe, além do hotsite, outras interfaces interessantes sejam
criadas com as áreas de matemática e computação. Afinal, estamos vivendo um momento
de interdisciplinariedade”, declarou a chefe da Divisão de Difusão Cultural do
Museu de Zoologia da USP, Maria Isabel Lamdim, que também é uma das curadoras
da mostra.
Meta é levar a exposição a todos os campi da USP |
Yamamoto adiantou que está sendo
estudada a possibilidade de se construir uma exposição virtual junto com um
grupo de pesquisadores do ICMC. Ela ressaltou ainda que, ao invadir São Carlos,
os dinossauros podem contribuir para que o público, que se relaciona
predominantemente com as ciências exatas, tenha a oportunidade de realizar uma reflexão
mais humanística.
“Em paleontologia, você precisa pegar exemplos do presente
para entender um pouco do passado e fazer projeções para o futuro. A gente
trabalha muito com o passado e, aqui no ICMC, trabalha-se muito com o futuro. Na
verdade, essas coisas acabam se ligando e interagindo. Precisamos das
tecnologias novas que preveem o futuro para entender as questões do passado”,
finalizou Carvalho.
Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC
Exposição Cabeça Dinossauro: o novo titã brasileiro
Onde: Hall da biblioteca Prof. Achille Bassi, no ICMC (Av. Trabalhador São Carlense, 400)
Quando: de 10/09 a 30/11
Horário: terça a sexta-feira, das 9h às 17h30; quartas até as 22 horas e sábados até as 12h.
Site: www.dino.icmc.usp.br
Mais informações: (16) 3373-9146 / apoioacad@icmc.usp.br