segunda-feira, 22 de julho de 2013

A era da navegação no Big Data

Cerca de 120 pesquisadores se reuniram no ICMC para participar da segunda escola de aprendizado de máquina e descoberta de conhecimento em base de dados

Ana Appel, da IBM Research: aproximação com a universidade

Eles ancoraram no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), na USP São Carlos, para aprender a arte de extrair informações valiosas a partir da navegação em grandes bases de dados. Esses navegadores do século XXI precisam ter a habilidade de mesclar conhecimentos que vêm de áreas como computação, tecnologia da informação, análise de dados, estatística, além de doses elevadas de curiosidade, capacidade de relacionamento interpessoal e tino para negócios. Uma combinação bastante difícil de encontrar.

Durante a segunda escola de aprendizado de máquina e descoberta de conhecimento em base de dados (em inglês Machine Learning and Knowledge Discovery in Databases ou simplesmente MLKDD), a ideia foi trazer especialistas do mundo inteiro  conhecidos como data scientists  para ministrarem workshops capazes de complementar a formação tradicional dos profissionais da área de ciências exatas. O evento aconteceu de 15 a 17 de julho no ICMC e foi financiado pelo Núcleo de Apoio à Pesquisa em Aprendizado de Máquina e Análise de Dados (NAP-AMDA).

“Hoje em dia, as empresas e instituições de pesquisa dispõem de muitos dados e sabem que isso tem valor. Elas precisam de um profissional capaz de analisar esses dados, incluindo o que está sendo postado nas redes sociais, e levar essas informações ao pessoal que desenvolve os produtos ou que trabalha com marketing”, explicou o professor Carlos Soares, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em Portugal.

Segundo Soares, a multidisciplinaridade é uma característica essencial na formação de um data scientist, sendo difícil até mesmo posicionar o curso no contexto universitário, já que é um profissional que se encaixa tanto no campo das ciências sociais quanto no da tecnologia. “Como se trata de uma área muito nova e dinâmica, o curso precisa manter uma forte ligação com as empresas”, ressaltou o professor.

IBM Research Brasil

Com o objetivo de realizar essa aproximação entre empresa e universidade, pesquisadores do IBM Research Brasil foram convidados a analisar trabalhos submetidos ao Symposium on Knowledge Discovery, Mining and Learning (KDMiLe), que aconteceu de 17 a 19 de julho, também no ICMC, logo após o MLKDD. “Nosso objetivo é levar o aluno a avaliar sua ideia levando em conta não apenas se o trabalho resultará em publicação ou é algo novo, mas também questionando de que forma aquela ideia poderá agregar valor para o cliente”, afirmou a pesquisadora Ana Paula Appel, egressa do ICMC que atua na área de mineração de dados e grafos no IBM Research Brasil. 

Segundo Sandra de Amo, docente da Universidade Federal de Uberlândia e membro da comissão organizadora do evento, o KDMiLe é o primeiro simpósio da área, criado para reunir profissionais que atuam com mineração de dados, descoberta de conhecimento e aprendizado de máquina. Além de ser um fórum para a apresentação de pesquisas, o simpósio visa promover a discussão de idéias e o intercâmbio de técnicas, ferramentas e experiências relacionadas a essas áreas.

O evento foi organizado pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), com apoio financeiro do CNPq, da FAPESP e da IBM Research Brasil.


Por: Denise Casatti

Mais informações nos sites dos eventos:
- MLKDD: www.amda.icmc.usp.br/mlkdd2013
- KDMiLe: kdmile.linkedej.com.br