terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Como transpor a muralha que separa a ciência e a política?

Todos os cientistas podem contribuir para aproximar esses dois mundos, mas ainda há uma carência de profissionais dispostos a fazer isso

Em palestra na Câmara dos Deputados, André de Carvalho explica os princípios que regem o assessoramento científico
(crédito da imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Se você é um cientista, independentemente da área de pesquisa em que atua, é muito provável que esteja assistindo às cenas que marcam este início do século XXI com apreensão. Ao mesmo tempo em que vivenciamos um avanço sem precedentes no desenvolvimento tecnológico e na compreensão humana sobre os fenômenos que acontecem dentro e fora de nós, assistimos ao fortalecimento de uma muralha contra as evidências científicas. Narrativas que contestam o aquecimento global, a eficácia de vacinas, os acontecimentos históricos são alguns dos tijolos que sustentam o muro e bloqueiam o diálogo entre cientistas e sociedade. O comprometimento dessa relação, por sua vez, dificulta o acesso aos possíveis benefícios dos novos conhecimentos que surgem todos os dias no meio acadêmico. 

Se você é um cientista, é também muito provável que já tenha se questionado ou esteja se perguntando: como posso ajudar a transpor essa muralha? Muitos outros pesquisadores, como você, tem se deparado com a mesma questão e buscado respostas. Não é por acaso que um movimento mundial vem ganhando força nos últimos anos: o assessoramento científico, uma ideia que está se espalhando pelos parlamentos do mundo. “Não queremos impor nossa vontade ou nossa opinião, mas aconselhar quem toma as decisões no executivo, no legislativo e no judiciário, em todos os níveis de governo – federal, estadual e municipal”, explica o professor André de Carvalho na manhã do dia 19 de novembro, no plenário 8 do anexo II, na Câmara dos Deputados, em Brasília. 

André percorreu, literalmente, os quase 800 quilômetros que separam a capital do país e o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, para falar sobre Assessoramento científico para um mundo em mudança. A palestra foi parte do ciclo Inovação em pauta: diálogos para transformar, uma série de palestras promovidas pela Diretoria de Inovação e Tecnologia da Informação da Câmara dos Deputados. 

“Foi uma ótima experiência e pude conhecer várias iniciativas importantes realizadas pela Câmara dos Deputados relacionadas a decisões baseadas em evidências”, conta o professor, que é vice-diretor do ICMC e reconhecido como um dos maiores especialistas brasileiros na área de Inteligência Artificial. O convite para a palestra surgiu logo depois do Workshop de Assessoria Científica a Governos, que aconteceu no Instituto de Estudos Avançados da USP, em São Paulo, nos dias 29 e 30 de outubro. Cerca de 30 pessoas participaram do Workshop, que foi promovido pela Rede Internacional para Assessoramento Científico Governamental (INGSA, na sigla em inglês)

No fim de 2017, o vice-diretor do ICMC foi selecionado para ocupar uma vaga no comitê criado pela INGSA especialmente para debater os desafios da assessoria científica na América Latina e no Caribe. “No Workshop, o foco foi a capacitação dos participantes em aconselhamento cientifico. Discutimos como podemos agir para solucionar alguns dos problemas que ocorrem no nosso país, além de alternativas para formar uma rede de pessoas interessadas na temática e para expandir o número de participantes no comitê da INGSA.” 

Mas em que consiste o aconselhamento científico? Segundo a INGSA, envolve uma variedade de processos e acordos por meio dos quais os conhecimentos científicos são levados em conta para a formulação de políticas em diferentes níveis de governo, construindo uma colaboração produtiva capaz de lidar com diversos tipos de problemas. A instituição ressalta ainda que, nesse contexto, os conhecimentos científicos incluem evidências e especializações provenientes de todos os campos da ciência. 

Como exemplo de uma política pública bem-sucedida, que leva em conta evidências científicas, André cita o Programa Nacional de HIV/Aids do Brasil. Desde 1996, o Ministério da Saúde distribui, de forma gratuita e universal, os medicamentos para HIV/Aids, em um dos programas mais abrangentes e eficientes do mundo, que fornece serviços de assistência à saúde, informação e educação para prevenção, diagnóstico precoce e tratamento a pessoas que, muitas vezes, estão à margem das políticas públicas. Para se ter uma ideia dos bons resultados alcançados, nos últimos cinco anos houve uma queda de quase 16% no número de novos casos de HIV, segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2018, divulgado pelo Ministério da Saúde em novembro: em 2012, foram registrados 21,7 casos por 100 mil habitantes; em 2017, foram 4,8; em 2012, houve 5,7 mortes relacionadas à Aids por 100 mil habitantes, enquanto em 2017 foram registradas 4,8 mortes por 100 mil habitantes 

A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecem o Brasil como referência mundial no controle da epidemia. Até a reconhecida revista científica inglesa “Lancet” ressaltou a importância da política de HIV/Aids brasileira em fevereiro deste ano. 

Por outro lado, são inúmeros os casos mal sucedidos, em que as evidências científicas não foram levadas em conta na busca por soluções. André cita três exemplos recentes: o deslizamento de terra que deixou 15 mortos no Morro da Boa Esperança, em Niterói, no Rio de Janeiro, dia 10 de novembro; o viaduto na marginal Pinheiros, em São Paulo, que cedeu na madrugada de 15 de novembro; e a crise de imigração que atinge o Estado de Roraima. 

Workshop de Assessoria Científica a Governos foi realizado em São Paulo. À frente estão os dois coordenadores da iniciativa: o professor André de Carvalho (à esquerda) e Marcos Silveira Buckeridge, presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP) e professor do Instituto de Biociências da USP
(crédito da imagem: Leonor Calasans/IEA-USP)

Um mundo em mudança – Na apresentação na Câmara dos Deputados, André explicou que o trabalho desenvolvido pela INGSA é inspirado no documento Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, um plano de ação composto por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas. O documento surgiu em setembro de 2015, quando representantes dos 193 estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniram em Nova York e reconheceram que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito imprescindível para o desenvolvimento sustentável. 

“Os pesquisadores têm um papel crucial a desempenhar no fornecimento de evidências, conhecimentos e dados para informar, medir e monitorar a implementação dos ODS”, ressalta o manifesto Aconselhamento Científico para os Objetivos Globais, elaborado pela INGSA. O documento elenca três formas de contribuição científica em prol do alcance dos ODS: ajudar no planejamento da jornada; contribuir com a decisão sobre as ferramentas necessárias a esse fim; auxiliar os formuladores de políticas públicas a se manterem no caminho mais adequado para chegar às metas. 

O manifesto conduz os pesquisadores a uma série de reflexões: o que são evidências científicas? Quais evidências devem ser levadas em conta na tomada de decisões? “Quando falamos de ciência, precisamos nos lembrar de que não se trata de uma compilação de fatos, mas sim de um conjunto de processos que visam descobrir informações confiáveis sobre o mundo ao redor e dentro de nós”. O texto enfatiza, ainda, que existem outras formas de evidência que têm impacto na política, tais como crença, observação e experiência: “A ciência deve entender sua relação com essas outras formas de evidências e se apresentar respeitosamente, reconhecendo que seu posicionamento é, em última análise, ligado à robustez de seus processos.” 

O documento explica, ainda, que os pesquisadores chamados para realizar um aconselhamento científico poucas vezes lidam com problemas que podem ser resolvidos com respostas diretas do tipo “sim” ou “não”. Eles costumam ser convidados para atuar em problemas caracterizados por valores que se contrapõe e precisam lidar com a incerteza sobre o futuro. Ou seja, situações em que os especialistas encontrarão múltiplas opções plausíveis à disposição e poderão discordar sobre qual é a melhor saída. Muitas vezes, isso implicará a escolha por um caminho em que haverá vencedores e perdedores. 

André fala sobre a Agenda 2030 durante a palestra Assessoramento científico para um mundo em mudança
(crédito da imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

A ciência da humildade – Quando André se coloca diante da plateia, na Câmara dos Deputados, ele ressalta no começo da conversa que seu objetivo não é impor uma opinião ou uma vontade. A colocação não é mera figura de retórica, está em sintonia com um dos princípios preconizados pela INGSA a quem deseja atuar em prol do aconselhamento científico: a humildade. A instituição define humildade como uma "luta por uma visão precisa de si mesmo e de seu papel, combinada com um respeito apropriado pelo poder e pelas limitações da ciência e da tecnologia”. A atitude de humildade, segundo a INGSA, pode ser traduzida em diretrizes práticas relacionadas à humildade de competência, de motivação e de papel. 

A humildade de competência se refere a um posicionamento aberto a novas formas de conhecimento e à necessidade de aprender com os outros, com as diversas disciplinas, tradições, gêneros e perspectivas geopolíticas que caracterizam o mundo. Para ser humilde em competência, é preciso reconhecer os limites do próprio conhecimento. 

Já a humildade de motivação leva ao reconhecimento de que todos nós temos nossa própria história, cultura e motivações políticas. Nesse sentido, é inescapável que existam conflitos de interesses e vieses nas nossas investigações científicas: “Toda ciência é carregada de valores, começando com a seleção de uma direção de pesquisa e terminando com a escolha de como serão comunicados os resultados. Mas o objetivo não é eliminar valores, mas evitar a defesa de interesses desonestos”. 

Por último, há a humildade para compreender o papel que o cientista exerce. Quem presta aconselhamento científico deve estar ciente de que seu papel é informar os formuladores das políticas públicas e não elaborar essas políticas. Vale lembrar que a elaboração de políticas públicas sempre envolve considerações que vão além das evidências científicas, por isso, a INGSA recomenda: “Não confunda analfabetismo científico com falta de competência ou inteligência”. 

Workshop reuniu cerca de 30 participantes no Instituto de Estudos Avançados da USP, em São Paulo
(crédito da imagem: Leonor Calasans/IEA-USP)

A ciência nossa de cada dia – As reflexões trazidas pelo documento elaborado pela INGSA lançam luz para todos que desejam construir pontes entre o mundo da ciência e o mundo da política. Talvez um dos primeiros passos que cada um poderia dar rumo a essa construção é perguntar a si mesmo: qual a importância da minha pesquisa para a sociedade? Você conseguiria explicar a relevância do que faz para alguém que não é especialista em sua área de conhecimento? 

O estabelecimento de uma relação de diálogo entre cientistas e não-cientistas é condição necessária para reduzir a distância entre a ciência e os demais campos de atuação humana. Para isso, os cientistas têm que estar dispostos a desenvolverem suas habilidades de comunicação e se tornarem capazes de explicar a qualquer pessoa, em uma linguagem simples e sem jargões, a relevância da ciência que fazem. 

A apreensão que sentimos em relação às incertezas do futuro talvez possa ser reduzida se a próxima geração de pesquisadores for estimulada, desde o início da carreira, a transpor muros e construir uma ciência mais humilde, em sintonia com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Se você quer contribuir com esse desafio, vale a pena responder à pesquisa dos professores James Wilsdon e Jasper Montana, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido. Eles querem compreender melhor o alcance dos conceitos e métodos relacionados às evidências científicas e à política. Não serão coletadas informações pessoais e você pode responder ao questionário até dia 21 de dezembro por meio deste link: icmc.usp.br/e/cbd17

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações

Contato com a imprensa 
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência: inscrições abertas

Alunos podem se inscrever no cadastro reserva do Programa até dia 28 de janeiro

Bolsistas PIBID participaram de evento de lançamento do Programa no ICMC em setembro

Quem está cursando Licenciatura em Matemática ou Licenciatura em Ciências Exatas (núcleo geral ou habilitação em Matemática e/ou Física) na USP em São Carlos, com até 60% do curso concluído, pode se inscrever no cadastro reserva do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).

Quem efetuar o cadastro poderá participar dos futuros processos de seleção, caso haja vagas remanescentes no Programa. Para os licenciandos, o PIBID oferece uma bolsa mensal no valor de R$ 400,00 e, durante o período de sua vigência, o bolsista deve se dedicar, no mínimo, 32 horas mensais às atividades. O processo de seleção dos candidatos será baseado em critérios classificatórios que envolvem análise de carta de motivação e entrevista. 

Alunos podem se inscrever no processo até dia 28 de janeiro. Os interessados devem seguir os procedimentos especificados no edital disponível neste link: icmc.usp.br/e/c463d.

Sobre o PIBID - O Programa é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. São concedidas bolsas a alunos de licenciatura participantes de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por Instituições de Educação Superior em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino. Os projetos devem promover a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola. 

Texto: Assessoria de Comunicação ICMC/USP 

Mais informações 
Edital para licenciandos: icmc.usp.br/e/c463d
E-mail: 2018pibidsc@gmail.com 
Telefone: (16) 3373.9153

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Oportunidade: alunos da USP podem pedir transferência para cursos do ICMC

Confira como funcionará o processo de transferência interna para 2019

Para se tornar aluno do ICMC, estudantes da USP devem se inscrever no processo de transferência dia 10 ou 11 de janeiro

O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, divulgou as normas para o processo de transferência interna para 2019. Ao todo, serão disponibilizadas 55 vagas em sete cursos de graduação do Instituto.

Para solicitar a transferência interna, é preciso que o interessado seja aluno da USP com programa ativo no momento da solicitação, não tenha ultrapassado o tempo ideal de duração do curso de origem e tenha sido aprovado em mais de 50% dos créditos em que se matriculou no curso de origem.

Os interessados em participar do processo seletivo deverão comparecer ao Serviço de Graduação do ICMC nos dias 10 ou 11 de janeiro, das 9h30 às 11h30 ou das 14h30 às 16h30. A inscrição pode ser realizada por um representante do aluno interessado que, nesse caso, deve possuir uma cópia simples do documento de identidade do solicitante. Também serão aceitas inscrições por correspondência, que deve ser enviada com aviso de recebimento até o dia 11 de janeiro. Os documentos necessários são:
  • Requerimento preenchido dirigido à diretora do ICMC (disponível neste link: icmc.usp.br/e/d46f3);
  • Atestado de que é aluno da unidade de origem (obtido pelo sistema Jupiterweb);
  • Histórico ou resumo escolar completo do curso atual.
A lista com os aprovados será divulgada no dia 30 de janeiro, no site do ICMC. As matrículas deverão ser realizadas nos dias 6 e 7 de fevereiro, no Serviço de Graduação do ICMC, pessoalmente ou por meio de um representante que tenha cópia simples do documento de identidade do aluno.

O edital completo, que apresenta também os critérios de avaliação, está disponível no link icmc.usp.br/e/ba1f8. O Serviço de Graduação do ICMC fica localizado na sala 3-004 do bloco 3, na área I do campus da USP. 

Veja, a seguir, os cursos que possuem vagas para ingresso no primeiro semestre de 2019:
  • Bacharelado em Ciências de Computação (integral): 17 vagas.
  • Bacharelado em Sistemas de Informação (noturno): 4 vagas.
  • Bacharelado e Licenciatura em Matemática – núcleo geral (integral): 7 vagas.
  • Bacharelado em Matemática (integral): 4 vagas.
  • Licenciatura em Matemática (integral): 1 vaga.
  • Bacharelado em Matemática Aplicada e Computação Científica (diurno): 14 vagas.
  • Bacharelado em Estatística (noturno): 8 vagas.
Texto: Assessoria de Comunicação ICMC/USP
Foto: Denise Casatti
Mais informações
Edital de transferência interna: icmc.usp.br/e/ba1f8
Requerimento de transferência: icmc.usp.br/e/d46f3
Serviço de Graduação do ICMC: sala 3-004, bloco 3, na área I do campus da USP, na Av. Trabalhador são-carlense, 400.
Telefone: (16) 3373.9639

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Professor do ICMC é eleito para Academia Brasileira de Ciências

O professor Tiago Pereira da Silva, do ICMC, foi eleito como membro afiliado da ABC.
Ele também é pesquisador do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI)

O professor Tiago Pereira da Silva, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, é um dos 46 novos membros eleitos pela Academia Brasileira de Ciências (ABC). A Assembleia Geral foi realizada na manhã da última quarta-feira, 5 de dezembro, quando foi divulgado o resultado da eleição para membros titulares, correspondentes e afiliados, que serão empossados em maio de 2019. 

Dos 46 novos membros eleitos, cinco são professores da USP (veja a tabela a seguir). Antes do novo ingresso, apenas 14,86% dos membros titulares eram mulheres e 25% de fora da região Sudeste. Neste ano, as mulheres passaram a representar 33,33% dos novos membros titulares, e os cientistas de fora do Sudeste ocuparam 28% das vagas para a categoria. 

Para Márcia Barbosa, diretora da ABC, a diversidade é um instrumento de eficiência que vai além de uma necessidade democrática: “Neste sentido, como pesquisadores, precisamos nos despir dos vieses sociais e tentar ativamente construir instituições mais diversas”. 


Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC a partir de informações divulgadas pelo Jornal da USP e pela ABC

Mais informações
Veja a lista completa dos novos integrantes no site da ABC: icmc.usp.br/e/b0317
E-mail: abc@abc.org.br

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Amigos constroem o próprio instrumento para compor música eletrônica

Criado em disciplina de inovação da USP, projeto virou startup e agora será acelerado nos Estados Unidos

Protótipo, que possui 12 botões para dar o tom das notas musicais, é composto por um chip e diversos componentes eletrônicos
(crédito: Henrique Fontes – SEL/USP)

Assim como todo estudante de graduação, Cristiano Lacerda e Rodrigo Guskuma ingressaram na USP em São Carlos em busca do tão sonhado diploma universitário. Mas, o que eles não imaginavam é que durante a jornada uma nova paixão surgiria para embalar os rumos da carreira de cada um: a música eletrônica. Com pouco dinheiro para investir, mas compartilhando sonhos em comum, os dois amigos resolveram usar seus conhecimentos para construir um protótipo de controlador MIDI (Musical Instrument Digital Interface), equipamento utilizado por DJs para compor músicas por meio de comandos enviados ao computador. O projeto empreendedor levou à criação da Ginga, startup que recentemente foi selecionada para passar por um processo de aceleração nos Estados Unidos.

A ideia de transformar o aparelho eletrônico em uma empresa de tecnologia amadureceu quando os jovens se matricularam na disciplina Oficina de Inovação da USP, cujo objetivo é incentivar a capacidade empreendedora dos estudantes a partir das orientações de docentes da Universidade. “Nós aprendemos a desenvolver toda a estrutura de negócio do equipamento, a pensar no público-alvo, local de venda apropriado, se o produto seria disponibilizado on-line ou off-line, entre outros tópicos”, conta Rodrigo, engenheiro eletricista formado pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Ao final da atividade, que durou um semestre, a Ginga foi eleita pelos professores como o melhor projeto da disciplina, que é promovida pelo Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCin), com colaboração da Agência USP de Inovação.

Rodrigo atua como DJ amador em algumas festas universitárias
(crédito: IndieClick)

Composto por um chip e diversos componentes eletrônicos acoplados a uma estrutura de acrílico, o controlador MIDI possui 12 botões que dão o tom das notas tocadas pelos criadores. “A música eletrônica explodiu no Brasil com o surgimento de grandes artistas, como Alok, Vintage Culture, entre outros. Por isso, a tendência é que muita gente comece a trabalhar com esse tipo de gênero no País. Estamos nos antecipando a um fenômeno em potencial”, explica Cristiano, aluno do curso de Sistemas de Informação, oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).

O entrosamento musical da dupla de amigos começou no Grupo de Som do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO), onde fizeram parte, voluntariamente, da equipe que planejava a estrutura sonora de algumas festas universitárias. Quem observa a grande dedicação dos jovens pode até pensar que o interesse dos empreendedores pelo universo da música eletrônica é antigo. Mas não é. As portas do gênero musical se abriram a Rodrigo, por exemplo, apenas quando ele entrou na USP, e o ex-aluno, que sempre gostou de rock e cresceu em uma família de músicos, se encantou por um estilo que até então lhe era desconhecido: “Comecei a frequentar festas que tocavam música eletrônica e ficava curioso em saber como os DJs conseguiam juntar uma canção na outra e não deixavam o som parar”, relembra o engenheiro que hoje se apresenta em alguns eventos como DJ amador.

Cristiano está estudando empreendedorismo na Universidade da Califórnia, em Berkeley
(crédito: arquivo pessoal)

Pisando em terras desconhecidas – Terreno ainda pouco familiar aos jovens, o mercado deve colaborar para a inserção da Ginga nas prateleiras, segundo seus idealizadores. Rodrigo afirma que, no Brasil, a produção de aparelhos de música eletrônica é escassa, o que, praticamente, obriga os interessados a importarem produtos do exterior, que são bem mais caros. Diante desse cenário, a Ginga seria uma alternativa mais viável. “Nossa ideia é vender a um preço de 20 a 30% menor que os importados”, diz o ex-aluno da EESC.

Focados na missão de consolidar a empresa como uma plataforma competitiva no mercado, os jovens já vislumbram o cenário ideal para o futuro: “Queremos, um dia, tornar a Ginga popular no Brasil, fazer com que as pessoas se lembrem dela sempre que questionadas sobre qual equipamento devem comprar. O maior reconhecimento seria encontrar nosso aparelho ao lado de um violão em uma loja de instrumentos musicais”, conta Cristiano que tem como grande ídolo e inspirador o DJ britânico Burial.

Além de possuir tecnologia nacional e ser mais barato, outro grande diferencial do equipamento eletrônico é o código de seu chip que, segundo os estudantes, é mais eficaz se comparado aos de alguns concorrentes. Para definir a melhor estratégia de vendas, porém, o planejamento de marketing é indispensável e, por isso, os empreendedores já estão pensando em formas de atuação para atingir seu público-alvo: “Teremos um relacionamento muito próximo com nossos clientes; vamos priorizar ações com aqueles que estão começando na área de música eletrônica”, explica o estudante.

Startup Ginga foi escolhida como o melhor projeto da disciplina Oficina de Inovação da USP
(crédito: arquivo pessoal)

A chance de emplacar – Em oportunidade oferecida pela Agência USP de Inovação, Cristiano foi escolhido para participar de um intercâmbio sobre empreendedorismo focado em startups na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos, onde deve permanecer até a metade de 2019. A instituição possui uma parceria com o estúdio de inovação Schoolab de Paris, responsável pelo programa Le Bridge, que visa acelerar projetos inovadores, como a Ginga, selecionada em outubro para integrar a iniciativa. De janeiro a abril do próximo ano, o aluno do ICMC participará de cursos, workshops, eletivas, visitas a incubadoras, dentre outras atividades para aprimorar os serviços da startup musical.

Parece que o caminho do sucesso já começou a ser desenhado para os jovens que se conheceram na USP, mas a dedicação promete não diminuir. “A Ginga é o hobby dos meus sonhos. Muita gente falou que eu era doido por entrar nessa área, mas segui em frente. Se você está disposto a correr atrás e perder algumas noites de sono, com certeza valerá a pena. Hoje, consigo unir minhas duas paixões: a música e a engenharia elétrica”, declara Rodrigo.

Ex-aluno da EESC se encantou pela música eletrônica após ingressar na Universidade
(crédito: arquivo pessoal)

Atualmente, o equipamento de música eletrônica desenvolvido pelos jovens passa por melhorias. A ideia é definir um novo design, ampliar o número de botões do aparelho para 16, acrescentar um display LCD, luzes, entre outros recursos. “Esperamos que a nossa história sirva de inspiração para quem sonha empreender. É um ramo com muitas oportunidades no Brasil e no exterior, ainda mais para os que estudam em uma instituição como a USP”, finaliza Cristiano.

Sobre a Oficina de Inovação – Abordando conteúdos que apoiam a inovação e o empreendedorismo, a atividade é oferecida em forma de disciplina optativa aos alunos de todos os cursos da USP São Carlos. Os temas trabalhados na disciplina envolvem tópicos como definição de inovação em produtos e serviços; necessidades e comportamento dos usuários; técnicas de criação de ideias; definição de mercados; rotas tecnológicas; noções de propriedade intelectual; inovação aberta; capital de risco e técnicas de ‘pitch’.

A expectativa é de que a Oficina aconteça anualmente abrangendo áreas que atendam às demandas emergenciais da sociedade. Ao final da disciplina, os projetos estão habilitados a serem apresentados em eventos de inovação no Brasil e no exterior.

Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL/USP

Mais informações
Assessoria de Comunicação do SEL: (16) 3373-8740

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Coral da USP São Carlos realiza concerto de Natal no domingo

Apresentação será na Catedral São Carlos Borromeu a partir das 20h15




O Coral da USP São Carlos se apresentará no próximo domingo, 9 de dezembro, na Catedral São Carlos Borromeu, no centro da cidade. O evento acontecerá a partir das 20h15, após a missa. É gratuito e aberto a todos os interessados.

O espetáculo trata-se de um concerto de Natal em que o público poderá conferir alguns sucessos como Noite Feliz, de Franz Gruber, e o Oratório de Natal, de Camille Saint Saens. O grupo apresentará quatro partes do Oratório: introdução com órgão; recitativos e coro; quinteto e coro; e coro final, com solistas membros do próprio coral. Ao final, cantarão a famosa Aleluia, de Händel.

No total, 14 músicas serão apresentadas pelo coral, coordenado e regido pelo maestro Sérgio Alberto de Oliveira, fundador do coral da USP em Ribeirão Preto. O maestro possui experiência na área de artes, com ênfase em música, atuando principalmente em temas como canto coral, música coral, teatro musical, música popular, canção polifônica e coro cênico. Ele já levou seus grupos a apresentações e turnês pelo Brasil e por países como Itália, Argentina e Grécia.

Sobre o Coral – O Coral da USP São Carlos conta com participantes da comunidade são-carlense, além de funcionários, professores e alunos do campus da Universidade. Criado pela Comissão de Ação e Integração Social do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, o grupo começou os ensaios em outubro de 2015. A iniciativa tem o apoio da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC e do Grupo Coordenador de Atividades de Cultura e Extensão Universitária do campus da USP em São Carlos.


Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Confirme presença no Facebook: https://www.facebook.com/events/350189518894422/
Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146
E-mail: ccex@icmc.usp.br

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Hora do Código no ICMC: o primeiro certificado a gente nunca esquece

Na quinta edição do evento no Instituto, crianças aproveitaram a oportunidade para obter conhecimentos lógicos que podem ser utilizados em diversos contextos, como na resolução de problemas e em atividades criativas

Cerca de 30 participantes aprenderam os fundamentos da arte de programar realizando atividades simples e divertidas 

É sábado de manhã no campus da USP, em São Carlos. A mãe de Guilherme Costa Origa está orgulhosa: registra em fotos e vídeos o momento especial em que o garoto exibe seu certificado. A cena até poderia remeter às cerimônias de colação de grau que acontecem frequentemente nesse ambiente, se não fosse pelo inusitado fato de Guilherme estar muito longe de ser um jovem conquistando o diploma de graduação. O menino tem apenas 5 anos e a mãe declara orgulhosa que o filho conquistou seu primeiro certificado aqui: no laboratório de informática 6-306 do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP.

Pelo sorriso de Guilherme, programação rima com diversão 

Guilherme e sua família estavam entre as cerca de 30 pessoas que participaram de uma verdadeira festa dançante no ICMC: a edição de 2019 da Hora do Código, realizada pela manhã e à tarde no dia 1º de dezembro. Antes de partir para o laboratório e realizar as atividades de programação, o público foi recepcionado pelo professor Moacir Ponti, presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC. Para explicar, na prática, a relação que se pode estabelecer entre dança e programação, o professor contou com a colaboração da plateia, de alunos e professores do Instituto. Eles se tornaram dançarinos no palco do auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano e foram "programados" para executar movimentos no ritmo sincronizado das palmas do público.

A relação didática estabelecida entre dança e computação no palco contribuiu para facilitar a compreensão dos participantes

"Vocês vão ver no laboratório que é muito mais fácil programar o computador do que esses dançarinos", brincou Moacir no fim da apresentação. Aparentemente, a relação didática estabelecida entre dança e computação no palco contribuiu para facilitar a compreensão dos participantes do evento. Tal como Guilherme, a maioria dos que ali estavam nunca haviam experimentado programar um computador e, quando sentaram diante da máquina, os olhos não desgrudavam da tela. Ao terminar o tutorial proposto para o dia (Festa dançante), logo começam a fazer outro e mais outro até o tempo do evento acabar.

O estudante Gabriel Toschi, que faz Ciências de Computação no ICMC, acompanha as atividades que são realizadas por Ana Júlia Silva, de 9 anos

Sem medo de entrar na dança - O apoio de estudantes-voluntários que fazem parte de quatro grupos de extensão do Instituto foi fundamental para o sucesso da iniciativa. Eles forneceram um atendimento personalizado aos participantes, esclarecendo dúvidas e contribuindo com o aprendizado, desmistificando a ideia de que os conhecimentos sobre programação são inacessíveis para quem não é especialista no assunto. A todo momento, as mãos dos voluntários apontavam novas direções nas telas dos computadores e as expressões faciais refletiam cada conquista obtida por seus aprendizes.

A estudante Renata Vinhaga, que estuda Ciências de Computação no ICMC, explicando alguns conceitos para uma das participantes do evento

“A lógica da programação é um conhecimento que está presente no nosso dia a dia. Até para atravessarmos a rua seguimos um procedimento, que pode ser comparado aos algoritmos que usamos para programar o computador”, diz a estudante Ana Fainelo, que cursa Ciências de Computação no ICMC. Ela participa do Programa de Educação Tutorial (PET-Computação) e foi uma das voluntárias do evento, o qual contou com a contribuição de mais três grupos de extensão: o grupo de desenvolvimento de jogos Fellowship of the Game (FoG), o Grupo de Estudos para a Maratona de Programação (GEMA) e o Grupo de Alunas nas Ciências Exatas (GRACE).

"É um jeito de incentivar o gosto de estudar", disse Iara Carlos da Costa, mãe de Guilherme, antes de ir embora da Hora do Código. Ela explicou que, nesta semana, o filho conquistará outro certificado: o de conclusão do ensino infantil. Com certeza, será mais um entre muitos que virão. Mas, provavelmente, Guilherme nunca se esquecerá de que foi na USP que conquistou seu primeiro certificado.

Guilherme e a família exibem o primeiro certificado do garoto

Sobre a Hora do Código - Este ano, mais de 157 mil eventos ao redor do mundo já foram cadastrados na plataforma global da Hora do Código, sendo que 254 deles foram no Brasil. A iniciativa acontece anualmente durante a Semana da Educação em Ciência da Computação, realizada em reconhecimento ao aniversário da pioneira da computação, a almirante Grace Murray Hopper, que nasceu em 9 de dezembro de 1906 em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ela foi uma das primeiras programadoras da história.


Vale destacar que os tutoriais da Hora do Código ficam disponíveis o ano todo no site https://studio.code.org/courses. Dessa forma, quem não conseguiu participar do evento tem a chance de acessar as atividades propostas e experimentar o que é programação na prática.

Na Hora do Código, pais e filhos podem aprender juntos

Veja o álbum de fotos do evento no Flickr e no Facebook!


Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Tutoriais da Hora do Código: https://studio.code.org/courses
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

Oportunidade: inscrições abertas para bolsas de monitoria no ICMC

Interessados podem se inscrever em uma das 26 disciplinas que oferecem vagas para monitores

Estão abertas as inscrições para bolsas de monitoria no departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME) e no departamento de Matemática (SMA) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. A monitoria é para o período de março a junho de 2019 e o valor mensal das bolsas é de R$ 300,00. 

Podem se candidatar alunos de graduação e de pós-graduação, desde que não possuam outras bolsas e já tenham cursado a disciplina para a qual estão se candidatando como monitores ou outra(s) de conteúdo equivalente. No caso dos estudantes de graduação, também é preciso ter concluído os dois primeiros semestres do curso. Vale lembrar que, caso o interessado já possua outra bolsa, poderá se inscrever como monitor voluntário. 

Para se inscrever no SME  No total, 9 disciplinas estão oferecendo vagas para monitores no SME. Para se inscrever e verificar a relação das disciplinas, basta acessar este formulário eletrônico: icmc.usp.br/e/59443. As inscrições podem ser efetuadas até 14 de dezembro e o estudante deve enviar o arquivo em PDF do histórico escolar atualizado para o e-mail da secretaria do departamento (sme@icmc.usp.br). 

Para se inscrever no SMA – No total, 17 disciplinas estão oferecendo vagas para monitores no SMA. Para se inscrever e verificar a relação das disciplinas, basta acessar este formulário eletrônico: icmc.usp.br/e/b92d1. As inscrições podem ser efetuadas até 30 de janeiro e o estudante deve enviar o arquivo em PDF do histórico escolar atualizado e também uma foto 3x4 digitalizada para o e-mail da secretaria do departamento (sma@icmc.usp.br). 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Foto: Denise Casatti

Mais informações 
Secretaria do SME: (16) 3373.9175 
E-mail: sme@icmc.usp.br 
Secretaria do SMA: (16) 3373.9621 
E-mail: sma@icmc.usp.br

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Domingo é dia de torneio de damas na USP em São Carlos


Atividade gratuita acontecerá dia 9 de dezembro, a partir das 14 horas, no Hiperespaço Loibel, no hall da Biblioteca do ICMC



A tarde do próximo domingo, 9 de dezembro, será dominada pelas damas. É quando acontecerá o primeiro Torneio Sanca Damas no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP. O evento é gratuito e aberto a todos os fãs desse jogo de tabuleiro que coloca frente a frente dois competidores diante de um tabuleiro quadrado de 64 casas.

A atividade acontecerá a partir das 14 horas no Hiperespaço Gilberto Loibel, no hall da Biblioteca do ICMC. Haverá premiações aos melhores colocados nas categorias feminino, sub-17 e acima de 65 anos. Também será entregue um troféu ao jogador que conquistar o primeiro lugar na colocação geral. Para participar, é preciso ter, no mínimo, 12 anos, e preencher o formulário de inscrição disponível neste link: www.icmc.usp.br/e/b6467.

A iniciativa é promovida pelos criadores da Revista Brasileira de Jogo de Damas (RBJD) e conta com o apoio da Biblioteca Achille Bassi, da Prefeitura do Campus da USP em São Carlos e do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira. “A ideia da criação da RBJD se deu no intuito de motivar e mobilizar damistas que já possuem um conhecimento teórico e prático razoável a publicarem material que agregasse à literatura já existente, integrando os praticantes e valorizando a iniciativa dos estudos desse esporte, que também pode ser considerado uma ciência e uma arte”, explica Raphael Almeida, um dos coordenadores do torneio. Damista, Raphael é funcionário da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e aluno do curso de Licenciatura em Ciências Exatas da USP, que é oferecido pelo ICMC em parceria com o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e com o Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC
Arte: Fernando Mazzola

Mais informações
Biblioteca Achille Bassi: (16) 3373.8116
E-mail: revistabrasileiradejogodedamas@gmail.com

Cursos do ICMC são cinco estrelas na avaliação do Guia do Estudante

Dos 136 cursos da USP avaliados com cinco estrelas pelo Guia do Estudante, 8 são do ICMC


Sete cursos do ICMC foram avaliados pelo Guia e receberam cinco estrelas


Se você ainda está na dúvida sobre qual curso e universidade escolher pode contar com a ajuda da avaliação do Guia do Estudante Profissões Vestibular 2019. O Guia concedeu cinco estrelas, a avaliação máxima, a todos os cursos de graduação oferecidos pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

A nota máxima foi alcançada pelos cursos de Ciências de Computação, Sistemas de Informação, Licenciatura em Matemática, Bacharelado em Estatística, Engenharia de Computação (oferecido em parceira com a Escola de Engenharia de São Carlos) e Licenciatura em Ciências Exatas (oferecido em parceira com o Instituto de Física de São Carlos e com o Instituto de Química de São Carlos). Já os cursos de Bacharelado em Matemática e de Bacharelado em Matemática Aplicada e Computação Científica foram avaliados na mesma categoria e também receberam a nota máxima. Para obter mais informações sobre cada um desses cursos, consulte o site do ICMC.


Em 2019, na avaliação total dos cursos superiores realizada anualmente pelo Guia do Estudante, a USP teve 136 de seus 144 cursos classificados com cinco estrelas, considerada a nota máxima. O resultado completo da análise estará disponível, em breve, no Guia do Estudante Profissões Vestibular 2019.

Metodologia do Guia – Publicado pela Editora Abril, o Guia é um dos principais veículos de avaliação de cursos superiores de bacharelado e licenciatura. A metodologia utilizada pela publicação é constituída de uma pesquisa de opinião feita, basicamente, com professores e coordenadores de curso. Eles emitem conceitos que permitem classificar os cursos em bons (três estrelas), muito bons (quatro estrelas) e excelentes (cinco estrelas).

O questionário que é enviado para os educadores é composto por 15 questões com temas relativos ao corpo docente, produção científica e instalações físicas, entre outros. Vale lembrar que, por se tratar de uma pesquisa de opinião, os resultados refletem, sobretudo, a imagem que o curso tem perante a comunidade acadêmica.

Assessoria de Comunicação do ICMC/USP


Mais informações
Sobre os cursos do ICMC: https://www.icmc.usp.br/graduacao
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Meninas na computação: contribua para que mais garotas participem do mundo da tecnologia

Torne-se um voluntário e ajude garotas de 10 a 18 anos a desenvolverem aplicativos



Você não precisa ter experiência em tecnologia para se tornar um voluntário em uma iniciativa que pretende estimular meninas de 10 a 18 anos a desenvolverem aplicativos para resolver problemas sociais. Basta ter força de vontade para impactar positivamente a vida das participantes e para aprender junto com elas, contribuindo na superação dos obstáculos que surgirem no percurso do projeto. 

“Solicitamos apenas que a mentora ou o mentor tenha uma disponibilidade de cerca de duas horas por semana, presencialmente ou virtualmente, durante toda a competição até a data final de submissão do projeto, que é 23 de abril de 2019”, esclarece a professora Kalinka Castelo Branco, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

Ela é a coordenadora de uma iniciativa gratuita chamada Technovation Summer School for Girls, que buscará ensinar conceitos básicos de programação a meninas de 10 a 18 anos. Inspirada no desafio internacional Technovation Challenge, a escola de verão acontecerá no próximo ano no ICMC durante cinco sábados: 23 de fevereiro, 9 e 16 de março, 6 e 9 de abril, sempre das 8 às 18 horas. As inscrições para as garotas serão abertas apenas no início de 2019, mas a professora já está angariando voluntários para contribuírem com a iniciativa.

Podem se inscrever como voluntários profissionais de áreas variadas como tecnologia, engenharia, negócios, comunicação e empreendedorismo, além de professores, pais, líderes da comunidade, estudantes de graduação e de pós-graduação. Os mentores serão convidados para participar de todos os sábados em que acontecerão a escola de verão, mas quem não puder estar presente em todas as datas da escola de verão poderá comparecer apenas quando tiver disponibilidade.

Se você quer contribuir com essa iniciativa, basta preencher, até 15 de janeiro, o formulário online disponível neste link: icmc.usp.br/e/b07d5. A primeira reunião com todos os mentores selecionados será realizada no dia 16 de fevereiro, quando ocorrerá um treinamento organizacional das 9 às 12 horas.

Texto: Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Mais informações
Conheça as etapas do desafio: www.technovationbrasil.org/curriculo
Formulário para inscrição como voluntário: icmc.usp.br/e/b07d5
Seção de Eventos do ICMC: (16) 3373.9622
E-mail: eventos@icmc.usp.br

Contato com a imprensa
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

ICMC seleciona professor temporário para ensinar Língua Brasileira de Sinais

Docente contratado vai ministrar a disciplina para os alunos dos cursos de licenciatura do Instituto

Inscrições devem ser realizadas até dia 7 de dezembro

Estão abertas, até o dia 7 de dezembro, as inscrições no processo seletivo para contratação de um docente temporário para ministrar a disciplina Língua Brasileira de Sinais para Licenciatura no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. O selecionado será nomeado como Professor Contratado II (para os contratados com título de mestre), com salário de R$ 1.342,26 ou como professor Contratado III (para os contratados com título de doutor), com salário de R$ 1.877,43. A jornada terá 12 horas semanais.

As inscrições devem ser realizadas por meio deste link: https://uspdigital.usp.br/gr. A seleção será realizada por meio de uma prova didática e outra escrita. O contrato terá duração até 31 de dezembro de 2019. Para mais detalhes sobre prazos, documentação e outras informações, acesse o edital completo: icmc.usp.br/e/8bb24.

Mais informações
Assistência Acadêmica do ICMC: (16) 3373.8163/3373.8109

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ICMC oferece mais um curso gratuito sobre programação paralela

Aulas acontecerão no próximo sábado, 1º de dezembro, das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas

Inscrições devem ser realizadas até quinta, dia 29 de novembro

O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, está com inscrições abertas para o curso de extensão Introdução à Programação Paralela com C/PThreads. As aulas serão ministradas pelo professor Paulo Sérgio de Souza, do ICMC, e pelo especialista Davi José Conti, que é mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional do Instituto.

A iniciativa é voltada a alunos que estão cursando o primeiro ano de graduação em cursos da área de computação e para todos os interessados da comunidade que tenham conhecimentos básicos sobre programação estruturada em linguagem C. Entre os objetivos do curso está apresentar o modelo de programação C/Pthreads e estimular os participantes a pensarem em paralelo no desenvolvimento de algoritmos.

“É cada vez maior a necessidade por profissionais que consigam desenvolver soluções de software para os atuais processadores multi e manycore, explorando corretamente os benefícios da programação paralela”, explica o professor Paulo Sérgio. “O curso terá um foco totalmente prático: serão desenvolvidas diferentes aplicações paralelas, de modo a estimular o pensar paralelo e, assim, permitir o uso futuro desse conhecimento em soluções computacionais durante e depois da graduação”, completa. 

As aulas acontecerão no próximo sábado, 1º de dezembro, das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas, na sala 6-303, no bloco 6 do ICMC, na área I do campus da USP, no centro de São Carlos. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas até a próxima quinta-feira, 29 de novembro, pelo sistema Apolo da USP neste link: icmc.usp.br/e/3159b. Para conferir todos os tópicos a serem abordados no curso, acesse o programa disponível no site do ICMC: icmc.usp.br/e/3fd68

Texto - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações 
Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9146 
E-mail: ccex@icmc.usp.br

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Quais os principais fatores sociais que influenciam os índices de homicídio?

Segundo estudo realizado por pesquisadores da USP, existem três fatores que mais influenciam a incidência de homicídios nas cidades brasileiras


Luiz Alves é um dos responsáveis pelo estudo: ele fez pós-doutorado no ICMC e hoje é pesquisador na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos
(crédito da imagem: Denise Casatti)

Entender o que leva as pessoas a cometer crimes é uma tarefa complexa e difícil. Por exemplo, não há uma explicação consensual sobre o que leva alguém a cometer um homicídio. No entanto, apesar de não poder conhecer as causas desse tipo de crime, três pesquisadores se uniram para identificar os principais fatores sociais que podem influenciar a incidência de homicídios nas cidades brasileiras.

O trabalho resultou na publicação do artigo Previsão do crime através de métricas urbanas e aprendizado estatístico (Crime prediction through urban metrics and statistical learning) na revista Physica A: Statistical Mechanics and its Applications. O estudo é de autoria de três pesquisadores: o professor Francisco Rodrigues, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos; o professor Haroldo Ribeiro, da Universidade Estadual de Maringá; e Luiz Alves, que fez pós-doutorado no ICMC e hoje é pesquisador na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos.

Para realizar o trabalho, o time de pesquisadores fez uma seleção de dados chamados indicadores urbanos e selecionou dez deles: Produto Interno Bruto (PIB), população total, população masculina, população feminina, população idosa, analfabetismo, renda familiar, saneamento básico, desemprego e trabalho infantil. O critério de escolha foi o fácil acesso à fonte dessas informações.

Por outro lado, o homicídio foi escolhido para a análise por ser considerado a expressão máxima da violência contra uma pessoa. Além disso, esse delito possui níveis muito baixos de subnotificação em relação a outros tipos de crimes. Sendo assim, a contabilização das estatísticas oficiais permite aproximação dos números reais.

Resultados – O estudo indica que o crime é bastante dependente dos indicadores urbanos, revelando que o desemprego, o analfabetismo e a população masculina, respectivamente, são os fatores que mais se destacam nas cidades que possuem os maiores índices de homicídio. De acordo com Luiz, a partir desse resultado, é possível produzir conclusões mais robustas sobre os efeitos desses indicadores na incidência da violência e entender quais características estão associadas ao crime. Apesar da pesquisa trazer resultados estatisticamente significativos, Luiz alerta que é essencial a colaboração com sociólogos para propiciar uma análise crítica dos dados obtidos.

Em gráficos do artigo, a relevância de fatores como desemprego, analfabetismo e população masculina se destaca

"Os resultados podem dar uma direção sobre a melhor forma de reduzir a incidência e a reincidência de crimes e violências, auxiliando em estratégias preventivas, revelando tanto os fatores que aumentam o risco de crimes e violências como os que diminuem esse risco”, diz Marcelo Nery, sociólogo e coordenador de transferência de tecnologia do Núcleo de Estudos da Violência da USP.

Segundo o sociólogo, a violência é um fenômeno multicausal e esse estudo pode ser um ponto de partida para entender quais são as raízes da criminalidade e os parâmetros que mais influenciam o crime. “Dessa forma, o Estado pode desenvolver políticas públicas de segurança mais eficientes, que serão adequadas à realidade local, podendo assim focalizar em áreas, grupos ou problemas específicos."

Para Nery, o uso de softwares estatísticos se torna cada vez mais relevante no âmbito social, político e econômico: “O Brasil é um país que apresenta graves problemas sociais, sobretudo nos grandes centros urbanos. Nesses centros, esses problemas podem se revelar de diversas formas, mas, infelizmente, uma das suas manifestações sociais mais típicas é a criminalidade”.

Métodos - No estudo, foram utilizadas técnicas estatísticas e de inteligência artificial, em especial da área de aprendizado de máquina, já que era necessário analisar uma grande quantidade de dados com precisão. Algoritmos foram empregados para coletar os dados e "aprender" com eles. Assim, o sistema computacional se tornou capaz de responder às perguntas de interesse científico. O método foi empregado para agrupar diversas amostras de indicadores urbanos e compará-los a fim de encontrar quais desses estavam mais relacionados à incidência de homicídios.

De acordo com Alves, alguns estudos mostram que, se o PIB de um país aumenta, consequentemente, diminui a criminalidade. Ele explica que essa relação é estabelecida de uma forma muito direta e limitada, pois tais estudos utilizam apenas dois fatores de análise: criminalidade e PIB. Avaliar esses dois fatores de forma isolada pode acarretar um equívoco nos resultados: é possível que o aumento do PIB seja, na verdade, uma consequência do aumento da população. Nesse caso, é a variação populacional que estaria ligada ao aumento da criminalidade e não o PIB diretamente. 

Por isso, Alves destaca que é importante ter uma visão ampla nos estudos correlacionais, analisando vários dados simultaneamente e considerando diversas situações. Assim, evita-se que sejam estabelecidas correlações absurdas. O pesquisador também ressalta que uma pequena amostra de dados pode levar a conclusões precipitadas.

No site Spurious Correlations, há vários exemplos divertidos do tipo de resultado absurdo que podemos encontrar quando relacionamos diferentes dados. Um dos gráficos que mais chamam a atenção é o que liga o aumento do consumo de manteiga à elevação nos índices de divórcio. Esse exemplo mostra que, para correlacionar informações, é preciso investigar diversos fatores. No caso do aumento na taxa de divórcios, não basta apenas comparar esse índice a outro de forma aleatória. Mesmo sendo índices que têm uma taxa de variação similar, não é possível afirmar que existe uma relação de causa e efeito entre o consumo de manteiga e a taxa de divórcios. 

Por isso, um das ressalvas que Alves faz em relação a estudos correlacionais é que, muitas vezes, variáveis não selecionadas nesses estudos também podem ser fundamentais para compreender as causas e os efeitos de um fenômeno. No caso do trabalho que busca prever crimes através de métricas urbanas e aprendizado estatístico, uma das limitações é a impossibilidade de selecionar todas as variáveis que impactam os índices de criminalidade de uma cidade. O pesquisador alerta que o estudo pode ter deixado de lado variáveis relevantes. Além disso, ele explica que os indicadores selecionados apenas descrevem fatores que podem estar correlacionados ao aumento ou à diminuição das taxas de homicídio, mas estão longe de explicar as causas do fenômeno. 

Explicar as variáveis que levam alguém a cometer um homicídio é um desafio que demandará muito empenho dos cientistas. O estudo desses três pesquisadores contribui para a construção do conhecimento ao colocar mais algumas peças fundamentais nesse complexo e difícil quebra-cabeças.


Texto: Denise Casatti e Talissa Fávero - Comunicação do ICMC/USP


Mais informações
Leia o artigo na íntegra: https://arxiv.org/abs/1712.03834
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br