Sistema criado por
pesquisadores do ICMC utiliza veículos aéreos que monitoram o tráfego de maneira
autônoma, possibilitando a integração com a rede veicular para alertar sobre
situações de risco
Uma rede que estabelece comunicação entre carros e sistemas de monitoramento das vias não é uma realidade muito distante do nosso dia-a-dia. A próxima geração de veículos já prevê opcionais como sistemas de comunicação sem fio (Wi-Fi 802.11p) e tecnologia 3G ou 4G, utilizadas em redes de telefonia móvel. Mas uma pesquisa realizada no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, promete trazer uma tecnologia ainda mais sofisticada para a troca de dados entre automóveis. A ideia é empregar microcópteros como agentes de trânsito, alertando sobre possíveis situações de risco.
Silenciosos, microcópteros podem ser empregados em investigações |
Uma rede que estabelece comunicação entre carros e sistemas de monitoramento das vias não é uma realidade muito distante do nosso dia-a-dia. A próxima geração de veículos já prevê opcionais como sistemas de comunicação sem fio (Wi-Fi 802.11p) e tecnologia 3G ou 4G, utilizadas em redes de telefonia móvel. Mas uma pesquisa realizada no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, promete trazer uma tecnologia ainda mais sofisticada para a troca de dados entre automóveis. A ideia é empregar microcópteros como agentes de trânsito, alertando sobre possíveis situações de risco.
O responsável pela pesquisa, Jó Ueyama, professor do ICMC, explicou que os microcópteros são pequenos helicópteros movidos à bateria e equipados com sensores, câmeras de alta resolução, GPS e tecnologias de redes sem fio. Isso possibilita ao equipamento fazer voos autônomos, apenas com uma pré-programação determinando seu percurso. Para receber e enviar dados ao microcóptero, os carros deverão ser equipados com tecnologias de redes sem fio (Wi-Fi 802.11p, 3G, 4G).
Essa tecnologia de comunicação
entre veículos é conhecida como Veicular Ad Hoc Networks (VANETs). “Assim como
há uma rede de telefone celular, podemos ter uma rede de veículos, onde eles
são equipados com computador e rede sem fio. O microcóptero, neste caso,
serviria como uma 'mula de dados', ou como uma ponte de comunicação entre os veículos”,
contou Ueyama.
As aplicações VANETs possibilitam
aumentar a segurança em rodovias, efetuar troca de informações para entretenimento ou comunicar sobre as condições de
tráfego. Se, por exemplo, um acidente acontece em um
determinado ponto e um carro está seguindo em direção a esse trecho crítico, o
equipamento pode informar outros veículos que se aproximam do local para que
evitem o trajeto.
Aplicação em enchentes – Ueyama
explicou ainda que os microcópteros podem ser considerados "computadores
voadores", recebendo, processando e enviando dados. O projeto é uma
continuidade do sistema e-NOE, que detecta enchentes e níveis de poluição em rios
e córregos urbanos através de uma rede de sensores sem fio, permitindo que a
população seja avisada sobre eventuais riscos.
Microcópteros podem contribuir para minimizar riscos de enchentes |
Os sensores do sistema e-NOE já
estão instalados em três pontos: dois no córrego Monjolinho, um na avenida
Trabalhador São-carlense, próximo ao campus da USP, e outro próximo ao kartódromo; o terceiro está perto da rotatória do Shopping
Iguatemi. Vale salientar também que tais sensores
previram a enchente que ocorreu em São Carlos na terça-feira, 22 de
outubro, com quinze minutos de antecedência.
O software é capaz de prever quando uma forte chuva poderá ocasionar o transbordamento dos córregos onde os sensores estão instalados. Colocados no fundo do córrego, os sensores calculam a pressão da água do rio e enviam as informações para uma base de dados, criando um gráfico que mostra a probabilidade de ocorrer uma enchente. “O gráfico que aponta o índice de perigo ultrapassou o limite durante a chuva do dia 22, provando que o sistema já opera com precisão”, disse Ueyama.
O software é capaz de prever quando uma forte chuva poderá ocasionar o transbordamento dos córregos onde os sensores estão instalados. Colocados no fundo do córrego, os sensores calculam a pressão da água do rio e enviam as informações para uma base de dados, criando um gráfico que mostra a probabilidade de ocorrer uma enchente. “O gráfico que aponta o índice de perigo ultrapassou o limite durante a chuva do dia 22, provando que o sistema já opera com precisão”, disse Ueyama.
Para aprimorar essa previsão, o
sistema e-NOE calcula a largura do córrego e a velocidade de vazão da água.
Quanto maior a correnteza, maior o índice de perigo do córrego em questão.
Agregados a esse sistema, os microcópteros também podem ajudar em caso de ocorrência de enchentes, comunicando-se com os sensores já presentes no solo (instalados ao longo dos rios urbanos). “Os microcópteros podem ajudar na disseminação dos dados das enchentes, auxiliando, por exemplo, no desvio do trânsito, para que os veículos evitem áreas alagadas”, explicou Ueyama.
Agregados a esse sistema, os microcópteros também podem ajudar em caso de ocorrência de enchentes, comunicando-se com os sensores já presentes no solo (instalados ao longo dos rios urbanos). “Os microcópteros podem ajudar na disseminação dos dados das enchentes, auxiliando, por exemplo, no desvio do trânsito, para que os veículos evitem áreas alagadas”, explicou Ueyama.
Ueyama e estudante de iniciação científica testam equipamento na USP em São Carlos |
Outras aplicações - Em situações
de desastre, como deslizamentos ou fortes tempestades, o microcóptero pode
captar os dados e enviá-los para centros de informações, com a finalidade de minimizar os efeitos da situação em um curto espaço de tempo.
O pesquisador também sugere que o
microcóptero seja utilizado na segurança, para investigações sobre tráfico de drogas, por exemplo. “Nesses casos, o uso é adequado, pois o microcóptero é
silencioso – possui motor elétrico movido a bateria. Isso faz com que, depois
de voar em uma altura de aproximadamente 150 metros, possa ser confundido com
um pássaro qualquer, o que facilitaria filmar e enviar tais imagens em tempo
real, sem que seja abatido pelos traficantes”, explicou o professor.
Além disso, o equipamento pode ser
usado para aplicação de defensivos químicos em lavouras, com o objetivo de
diminuir a quantidade do produto em locais como margens do terreno e evitar
contaminação da fauna e da flora.
Parcerias - Multidisciplinar, o projeto conta com a parceria de pesquisadores do Instituto de Computação da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além de estudantes de iniciação
científica e pesquisadores do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola
de Engenharia de São Carlos (EESC).
A pesquisa é financiada pela Rede
Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e pelo Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), rede de colaboração que
integra universidade e indústria, apoiando o desenvolvimento de soluções e
aplicações para áreas como meio ambiente, segurança, defesa nacional e
agricultura.
Texto e fotos: Fernanda Vilela - Assessoria de Comunicação ICMC/USP
Assessoria de Comunicação do ICMC
Tel.: 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br
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E-mail: comunica@icmc.usp.br