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quinta-feira, 8 de março de 2018

Ela despertou com o encanto da computação

A história de uma menina que se descobriu na arte de programar 


Sabrina (na primeira fileira, ao centro) foi uma das voluntárias no evento Technovation HackDay, momento em que compartilhou sua história com as participantes da iniciativa
(crédito da imagem: Marina Maldonado/Estúdio Wfk)

Os olhos azuis vibrantes de Sabrina Tridico miravam para as entranhas do computador desmontado. Nas mãos do irmão, a nova placa de vídeo que precisava ser instalada atiçava a curiosidade da menina de 9 anos. Pouco tempo depois, lá estava ela de novo: agora, sentada em frente ao micro, fuçando o interior invisível da máquina. A meta era fazer daquele computador um caderno em branco: eliminar tudo o que havia sido registrado ali. Nesse processo de formatação, ela seguia, mais uma vez, as orientações do irmão, 15 anos mais velho.

Sabrina, aos quatro anos, no colo do irmão, que já tinha 19, e ao lado da mãe
(crédito da imagem: arquivo pessoal)

Quando chegou ao ensino médio e se deparou com a oportunidade de cursar o ensino técnico na área de administração, mecatrônica ou informática, ela percebeu que não faria como as outras garotas, que enxergavam administração como a única alternativa. Para Sabrina, informática era uma escolha natural. Morando em Franca, cidade a cerca de 400 quilômetros de São Paulo, a estudante só havia cursado escolas públicas e descobriu a diversão da arte de programar na primeira aula do curso técnico, também gratuito. “É como fritar um ovo”, diz, lembrando-se que aprendeu a lógica da programação a partir da comparação com a lógica da culinária. 

“Como se frita um ovo? A gente costuma dizer: pega o ovo e coloca na frigideira... Mas não! Como vamos pegar o ovo sem abrir a geladeira? Para o computador, você precisa ensinar passo a passo o que tem que ser feito: abra a geladeira, pegue o ovo, feche a geladeira e assim por diante”, explica Sabrina que, hoje, cursa Ciências de Computação no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

A lembrança do ovo e da frigideira voltam à memória da estudante no momento em que ela está sentada em um dos maiores laboratórios de informática do ICMC, no sexto andar do bloco 6 do Instituto. É sábado, 24 de fevereiro, e Sabrina está novamente diante de um microcomputador: desta vez prepara o cenário onde, daqui a pouco, 74 garotas de 10 a 18 anos vão se sentar para aprender os princípios básicos da programação. Ela é uma das voluntárias no evento Technovation HackDay e, logo mais, estará em frente à tela de projeção do laboratório, compartilhando momentos relevantes de sua trajetória com essas meninas. Todas elas se dividiram em equipes com até cinco participantes cada e estão aqui para desenvolverem o projeto de um aplicativo até o final do dia. A maioria delas nunca teve contato com a arte de programar. 

Por isso, Sabrina aproveita o momento não só para falar sobre sua história, mas também para dar dicas relevantes sobre como essas meninas podem encantar os jurados durante a apresentação de seus projetos. Ela diz para as garotas manterem uma postura poderosa quando estiverem no palco, porque nosso corpo também fala, e coloca em prática o que ensina: mantém a pose de “mulher maravilha”, gesticula, fala em voz alta e com entusiasmo. Os olhos azuis parecem brilhar ainda mais quando ela está assim: feliz. 

Não poderia ser diferente: em breve, Sabrina embarca para os Estados Unidos, onde fará um estágio de três meses em uma empresa de tecnologia chamada Audible, que atua no ramo de livros em áudio. Ela exercerá o papel de engenheira de software em um dos times da empresa que busca soluções para sincronizar as palavras que o leitor ouve por meio do áudio com as palavras que são exibidas em um dispositivo de leitura de livros digitais (ebooks) como o Kindle, por exemplo.

Sabrina foi uma das coordenadoras da Semana de Computação (Semcomp) em 2016
(crédito da imagem: Denise Casatti)

Rumo ao exterior – Como será que Sabrina conseguiu esse estágio almejado por muitos estudantes da área de computação? Tudo começou quando ela se candidatou a uma bolsa, no ano passado, para participar do maior evento do mundo voltado a mulheres na computação, o Grace Hopper Celebration. “Foi a melhor experiência da minha vida e lá eu consegui o estágio”, diz a estudante, que foi uma das 657 mulheres selecionadas para participar do Grace Hopper Celebration, com todas as despesas sendo custeadas pela instituição AnitaB.org

A experiência de participar do evento junto com mais 18 mil mulheres foi marcante: “Conheci meninas da Rússia, do Quênia, da Índia, e dividi quarto com uma norte-americana que faz faculdade, trabalha, tem uma filha de dois anos e estava lá tentando estágio. Ouvir as histórias dessas mulheres foi muito gratificante. Percebi, ainda, que há algo em comum no percurso da maioria das mulheres que entraram na computação: elas tiveram aliados masculinos”. Sabrina participou de palestras, workshops, minicursos e diversas outras atrações promovidas por empresas convidadas durante o Grace Hopper Celebration, que aconteceu de 2 a 4 de outubro de 2017, em Orlando, na Flórida.

"Foi a melhor experiência da minha vida", diz Sabrina sobre a participação no Grace Hopper Celebration
(crédito da imagem: arquivo pessoal)

“Eu notei que muitos problemas que a gente tem aqui também existem em outros países e que a nossa educação na USP é muito forte. Estamos em pé de igualdade com qualquer universidade norte-americana”, completa a estudante. “Recomendo muito a participação no evento Grace Hopper Celebration. Poucas brasileiras se inscrevem, acho que é porque não conhecem”. As inscrições no evento são abertas anualmente e mulheres que estejam em qualquer fase da carreira acadêmica podem concorrer a bolsas  alunas de graduação, pós-graduação, pós-doutorandas e professoras. Segundo Sabrina, o processo seletivo é bastante simples: basta enviar o histórico escolar, o currículo e uma carta de recomendação (tudo em inglês) além de responder a um breve questionário.

Grace Hopper foi uma analista de sistemas da marinha dos Estados Unidos e criou a
primeira linguagem de programação de computadores a se aproximar da linguagem humana
(crédito da imagem: arquivo pessoal)

Empoderamento feminino – A trajetória de Sabrina chamou atenção dos organizadores da Campus Party, o maior evento tecnológico do Brasil, que este ano aconteceu de 30 de janeiro a 4 de fevereiro, no Anhembi, em São Paulo. Ao chegar ao local do evento, ela comentou com um amigo que havia participado do Grace Hopper Celebration e que tinha conseguido um estágio no exterior. O amigo, que participava voluntariamente da organização da Campus Party, relatou a história da garota para um dos responsáveis pelas palestras e Sabrina foi convidada para falar ao público em um dos palcos. Lá, ela contou que entregou currículos para diversas empresas durante o Grace Hopper Celebration e que, ao voltar ao Brasil, foi contatada pela Audible. Depois de quatro entrevistas por Skype, foi chamada para estagiar.

Sabrina no palco da Campus Party
(crédito da imagem: arquivo pessoal)

Aos 22 anos, ela está contando os dias para voltar aos Estados Unidos e acaba de se tornar embaixadora de um movimento de empoderamento feminino na área de tecnologia chamado She++. Está difícil até para Sabrina acreditar no que está acontecendo: “Eu nunca imaginava sair do país, sou muito apegada a minha família. Aliás, nem imaginava entrar na USP, porque sempre estudei em escola pública”. Depois de um ano fazendo cursinho, Sabrina só foi convocada para estudar na USP na sexta chamada da Fuvest, em 2014. 

“Eu sempre fui destemida e desbocada, mas sentia que para as meninas que estavam na sala era um empecilho ser minoria. Como éramos as únicas garotas, os professores sempre sabiam nossos nomes, mas nunca me causaram problemas. Quando terminei o curso técnico, trabalhei por um ano em uma empresa de desenvolvimento web para pagar o cursinho e era a única desenvolvedora lá. Só sofri assédio de um cliente uma vez, que não gostou de ver uma mulher trabalhando no site dele”. 

Ainda bem que os obstáculos só serviram para tornar essa garota do interior ainda mais persistente. Se há encanto na computação, com certeza, ele brilha nos olhos de Sabrina.

Outra paixão de Sabrina, além da computação, é a dança: ela faz parte do grupo de dança do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO)
(crédito da imagem: arquivo pessoal)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Elas se divertiram desenvolvendo aplicativos no ICMC: confira o álbum de fotos

Em apenas um dia, garotas de 10 a 18 anos conseguiram criar 15 projetos de novos aplicativos

Dia agitado: além de assistir a palestras no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, elas também trabalharam em equipe nas salas e laboratórios de informática do ICMC


No último sábado, 24 de fevereiro, 74 garotas, de 10 a 18 anos, descobriram como criar o projeto de um aplicativo para resolver um problema social. Elas participaram do Technovation HackDay, uma iniciativa gratuita que aconteceu no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

No total, 15 projetos de novos aplicativos foram apresentados pelos grupos formados pelas garotas, que receberam a orientação de monitores voluntários e trabalharam animadamente, das 9h30 às 18h30. A professora Kalinka Castelo Branco, do ICMC, coordenou a iniciativa em conjunto com diversas alunas da área de computação. “A ideia do evento foi mostrar para as adolescentes e jovens que elas têm tanta capacidade quanto os meninos de atuarem na área de ciências exatas, ressaltando que a computação não é algo restrito ao mundo masculino”, diz a professora. Segundo ela, atividades como essa também mostram aos pais que as filhas têm condições de participarem do mundo das ciências de computação e que existem várias mulheres nessa área que podem, inclusive, ajudar as meninas a ingressarem no universo da tecnologia.

Outro objetivo do evento foi auxiliar as participantes a aprimorarem suas ideias e estimular que se inscrevessem em um desafio internacional, o Technovation Challengeuma competição global, voltada a estudantes do ensino fundamental e médio. Nessa competição, as equipes devem se inscrever, até dia 7 de março, e também precisam desenvolver um aplicativo de celular que solucione um problema social. As equipes que foram selecionadas como finalistas viajarão para os Estados Unidos e poderão apresentar seus aplicativos e planos de negócios no Vale do Silício para investidores. Elas concorrerão a um prêmio de 10 mil dólares e suporte para finalizar e lançar o aplicativo no mercado. Além disso, passarão a contar com uma rede de contatos e recursos para ajudá-las a prosseguir na trajetória empreendedora.

Na hora de tirar as ideias do papel, elas invadiram os laboratórios de informática do ICMC 

Confira o álbum de fotos no Flickr e no Facebook!

Texto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação do ICMC

Mais informações
Technovation Challenge: www.technovationbrasil.org

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Meninas na computação: contribua para que mais garotas participem do mundo da tecnologia

Torne-se um voluntário e ajude garotas de 10 a 18 anos a desenvolverem aplicativos

Profissionais de diversas áreas, professores, estudantes de graduação e de pós-graduação, bem como pais e líderes da comunidade podem se inscrever como mentores

Você não precisa ter experiência em tecnologia para se tornar um voluntário em uma iniciativa que pretende estimular meninas de 10 a 18 anos a desenvolverem aplicativos que solucionem problemas sociais. Basta ter força de vontade para impactar positivamente a vida das participantes e para aprender junto com elas, contribuindo na superação dos obstáculos do projeto. 

“Solicitamos apenas que a mentora ou o mentor tenha uma disponibilidade de cerca de duas horas por semana, presencialmente ou virtualmente, durante todo o período de orientação, que vai até 25 de abril”, esclarece a professora Kalinka Castelo Branco, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

Ela é a coordenadora de um evento gratuito, o Technovation HackDay, que acontecerá dia 24 de fevereiro, sábado, das 9 às 18 horas, no ICMC. Um dos objetivos do evento é auxiliar as participantes a aprimorarem suas ideias e estimular que se inscrevam em um desafio internacional, o Technovation Challenge. Nessa competição global, os mentores terão papel fundamental, orientando as garotas, durante 12 semanas, no aprimorando de suas propostas e na criação de uma estratégia de negócios para seus aplicativos.

Profissionais de áreas variadas como tecnologia, engenharia, negócios, comunicação e empreendedorismo, além de professores, pais, líderes da comunidade, estudantes de graduação e de pós-graduação podem se inscrever como voluntários e se tornarem mentores. Para isso, basta preencher, até 16 de fevereiro, o formulário online disponível neste link: icmc.usp.br/e/1c436

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Mais informações
Conheça as etapas do desafio: www.technovationbrasil.org/curriculo
Formulário para inscrição como voluntário: icmc.usp.br/e/1c436
Formulário para garotas de 10 a 18 anos participarem do Technovation HackDayicmc.usp.br/e/c6b23
Seção de Eventos do ICMC: (16) 3373.9622

Contato com a imprensa
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Meninas na computação: evento na USP vai estimular garotas a desenvolverem aplicativos

Uma iniciativa gratuita, que acontece dia 24 de fevereiro na USP, em São Carlos, vai mostrar que a computação não é nenhum bicho de sete cabeças e que as meninas são muito bem-vindas ao mundo da tecnologia

As participantes do evento vão desenvolver o aplicativo em equipes e poderão inscrever seus projetos
em uma competição internacional chamada Technovation Challenge

Se você é uma garota, tem de 10 a 18 anos, e está curiosa para descobrir como os aplicativos são desenvolvidos, não pode perder esta oportunidade: o Technovation HackDay, uma iniciativa gratuita que acontecerá na USP, em São Carlos, no dia 24 de fevereiro, sábado, das 9 às 18 horas. 

Para participar, basta preencher o formulário online disponível neste link icmc.usp.br/e/c6b23 até 16 de fevereiro. Não é preciso ter nenhum conhecimento prévio de computação, apenas motivação e acreditar em seu potencial criativo. “No HackDay, nós vamos ensinar às meninas técnicas para desenvolver um aplicativo, além de estimular que elas apresentem suas ideias e sejam criativas”, explica a professora Kalinka Castelo Branco, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP. A professora coordena a iniciativa em conjunto com diversas alunas da área de computação.

“A ideia de eventos como desse é mostrar para as adolescentes e jovens que elas têm tanta capacidade quanto os meninos de atuarem na área de ciências exatas, ressaltando que a computação não é algo restrito ao mundo masculino”, completa a professora. Segundo ela, atividades como essa também mostram aos pais que as filhas têm condições de participarem do mundo das ciências de computação e que existem várias mulheres nessa área que podem, inclusive, ajudar as meninas a ingressarem no universo da tecnologia.

Outro objetivo do evento é auxiliar as participantes a aprimorarem suas ideias e estimular que se inscrevam em um desafio internacional, o Technovation Challenge. Trata-se de uma competição global, voltada a estudantes do ensino fundamental e médio, em que as equipes participantes devem desenvolver um aplicativo de celular que solucione um problema social. Por isso, no evento do dia 24 de fevereiro no ICMC, as meninas formarão grupos e receberão orientações para participar desse desafio. 

Quem decidir ingressar na competição trabalhará na programação e desenvolvimento de uma estratégia de negócios para seus aplicativos durante 12 semanas. Nesse período, elas contarão com a ajuda de uma mentora, uma profissional da área de tecnologia, engenharia ou negócios que orientará o grupo. As equipes finalistas viajarão para os Estados Unidos e poderão apresentar seus aplicativos e planos de negócios no Vale do Silício para investidores. Elas concorrerão a um prêmio de 10 mil dólares e suporte para finalizar e lançar o aplicativo no mercado. Além disso, passarão a contar com uma rede de contatos e recursos para ajudá-las a prosseguir na trajetória empreendedora.



Texto: Alexandre Wolf e Denise Casatti - Assessoria de Comunicação do ICMC
Imagens: Technovation Challenge

Technovation HackDay
Quando: 24 de fevereiro, das 9 às 18 horas.
Onde: auditório Luiz Antonio Favaro, no bloco 4 do ICMC, na área I do campus da USP. Endereço: avenida Trabalhador São-carlense, 400. Centro.
Quem pode participar: meninas do ensino fundamental e médio (10 a 18 anos)
Formulário para inscrições: icmc.usp.br/e/c6b23
Evento no Facebook: www.facebook.com/events/1368032576634360/
Assista ao vídeo do Technovation Challenge: https://youtu.be/95MiiQ7kTuc
Site: www.technovationbrasil.org

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373. 9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br