Uma das escolhidas pelo Programa Start-up Brasil, Chegue.Lá foi fundada por egressos do ICMC com o objetivo de amenizar os problemas enfrentadas por quem viaja de ônibus
Ela conseguiu chegar lá: deixou 627 concorrentes para trás e receberá R$ 199,5 mil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para financiar bolsas de pesquisa e desenvolvimento para seus profissionais, um dos custos mais impactantes em uma start-up. Nascida pelas mãos de dois egressos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP São Carlos, a Chegue.Lá faz parte agora do seleto grupo de 45 empresas nacionais selecionadas pelo programa Start-Up Brasil.
Em setembro do ano passado, a empresa lançou a primeira versão do portal Chegue.Lá, oferecendo informações sobre as companhias que operavam trechos interestaduais diretos no Brasil, além de linhas dentro do Estado de São Paulo. Em março deste ano, o portal iniciou o serviço de venda de passagens rodoviárias diretamente pela internet.
Além das bolsas do CNPq, a empresa receberá investimento financeiro de uma das nove aceleradoras que participam do programa Start-Up Brasil. O objetivo de uma aceleradora é contribuir com o desenvolvimento das empresas nascentes, não só financeiramente, mas também por meio de mentorias, capacitações, assessoria jurídica, entre outros serviços.
Além das bolsas do CNPq, a empresa receberá investimento financeiro de uma das nove aceleradoras que participam do programa Start-Up Brasil. O objetivo de uma aceleradora é contribuir com o desenvolvimento das empresas nascentes, não só financeiramente, mas também por meio de mentorias, capacitações, assessoria jurídica, entre outros serviços.
“A base que o curso de Engenharia de Computação me forneceu foi fundamental para abrir a empresa, mantê-la até hoje e conquistar esse prêmio”, afirmou um dos sócios-fundadores da Chegue.Lá, Felipe Arenales. Ele se formou em 2010 na USP São Carlos, no curso que é oferecido em conjunto pelo ICMC e pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).
“As experiências e oportunidades acadêmicas e profissionais que tive em São Carlos me possibilitaram conhecer meus sócios e abriram muitas portas”, disse o outro sócio-fundador da empresa, Gabriel Resende, que foi colega de turma de Arenales.
Eles enfrentaram juntos a dificuldade de cursar a universidade longe de suas famílias. O primeiro precisava viajar de ônibus com frequência para Presidente Prudente, também no interior de São Paulo, e o segundo voltava constantemente para Araxá, em Minas Gerais. “No começo de 2012, decididos a empreender algo em conjunto, começamos a pensar em vários modelos de negócio. Foi quando percebemos como o setor rodoviário era defasado em relação ao aéreo e decidimos tentar amenizar os problemas enfrentados por quem viaja de ônibus no Brasil”, contou Resende.
Eles enfrentaram juntos a dificuldade de cursar a universidade longe de suas famílias. O primeiro precisava viajar de ônibus com frequência para Presidente Prudente, também no interior de São Paulo, e o segundo voltava constantemente para Araxá, em Minas Gerais. “No começo de 2012, decididos a empreender algo em conjunto, começamos a pensar em vários modelos de negócio. Foi quando percebemos como o setor rodoviário era defasado em relação ao aéreo e decidimos tentar amenizar os problemas enfrentados por quem viaja de ônibus no Brasil”, contou Resende.
A estimativa é de que, atualmente, menos de 1% das passagens de ônibus sejam adquiridas pela internet no país. Por isso, os jovens empreendedores, ambos com 25 anos, apostam no imenso potencial de crescimento desse mercado devido à popularização do comércio eletrônico no Brasil.
Vivendo em uma aceleradora
“Nós respiramos inovação e empreendedorismo aqui dentro”, contou Arenales ao relatar a experiência que a Chegue.Lá está obtendo neste momento, em que participa de um projeto desenvolvido pela Wayra, em São Paulo, uma aceleradora global do Grupo Telefonica que trabalha para identificar e reter talentos no país nas áreas de inovação e tecnologia.
A Chegue.Lá foi selecionada para participar do projeto da Wayra no início deste ano, depois de vencer um concurso da aceleradora na Campus Party. Durante o evento, Arenales e Resende estavam no começo de uma nova parceria com três outros colegas são-carlenses que trabalhavam, naquele momento, no projeto de uma outra start-up: Ricardo Pinto, Vinicius Rodrigues e Vitor Braga. O primeiro é engenheiro mecatrônico formado na EESC e os outros dois são graduados em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
“Percebemos que havia sinergia e que trabalhávamos bem juntos em dezembro de 2012, quando participamos de uma Start-Up Weekend”, disse Resende. Ao notar o potencial da parceria, os dois grupos uniram as forças em prol do projeto da Chegue.Lá.
O programa do Ministério
O Start-Up Brasil é uma iniciativa-chave do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que faz parte do programa TI Maior, o qual busca criar no Brasil um espaço especial para o surgimento de empresas com produtos e serviços de TI inovadores. Na segunda-feira, 29 de julho, foram anunciados os 45 projetos brasileiros e 11 internacionais selecionadas para participar do Start-Up Brasil, a partir da análise de 908 projetos inscritos (672 brasileiros e 236 estrangeiros) realizada por representantes do mercado, da academia e do governo.
Os projetos selecionados farão parte de um programa de aceleração a ser desempenhado por uma das nove aceleradoras habilitadas ao Start-Up Brasil. Durante 12 meses, cada startup tem acesso a até R$ 200 mil em recursos oferecidos através de bolsas de pesquisa e desenvolvimento para seus profissionais. Adicionalmente, as start-ups recebem investimentos financeiros das aceleradoras em troca de um percentual de participação acionária. As empresas também são acompanhadas por gestores do Start-Up Brasil.
Por: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC-USP