segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Em setembro, os dinossauros vão chegar à USP São Carlos

Saguão da biblioteca do ICMC vai abrigar exposição a partir de 10 de setembro; principal atração é dinossauro brasileiro com mais de 11 metros de comprimento

Esqueleto do Tapuiasaurus macedoi, exposto em Bauru

Eles vão invadir São Carlos. Mas, acalme-se, não estamos falando de nenhum roteiro de ficção científica que se torna realidade, mas da exposição Cabeça Dinossauro: o novo titã brasileiro, que traz uma réplica feita em resina do esqueleto do Tapuiasaurus macedoi, com 4,5 metros de altura e 11 de comprimento. A mostra gratuita também contará com outras reproduções de vertebrados da Era Mesozóica – períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo – e estará aberta a toda a comunidade entre os dias 10 de setembro e 30 de novembro, no hall da biblioteca Achille Bassi, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), campus I da USP de São Carlos. Os horários de visitação serão de terça a sexta-feira, das 9h às 18h; às quartas até as 22 horas e aos sábados até as 12h.

A exposição é organizada pelos museus de Ciências e de Zoologia da USP e reúne diversos fósseis, apresentando o trabalho de paleontólogos da Universidade que desenvolvem pesquisas na área, acarretando descobertas importantes, como o crânio do Tapuiasaurus. O achado é considerado o mais completo crânio de titanossauro já encontrado no mundo, segundo o professor Hussam Zaher, um dos curadores da mostra e diretor do Museu de Zoologia da USP. 

Réplica exposta em Ribeirão Preto
O primeiro contato com a ossada de Jesuíno – como o titanossauro foi apelidado pelos pesquisadores – ocorreu em setembro de 2005, quando um fazendeiro descobriu os ossos no município de Coração de Jesus, Minas Gerais, e achou estranho serem tão grandes e pesados. Ele procurou a equipe de paleontólogos do Museu de Zoologia, que deu início às investigações.

Ao todo, foram resgatados 18 ossos completos ou parcialmente completos de Jesuíno,  incluindo vértebras, costelas, um pé e uma mão, além de 47 fragmentos associados a outras partes do esqueleto. Em 2008, após cinco expedições realizadas na região, Alberto Carvalho, membro da equipe de paleontólogos responsáveis pela pesquisa e um dos curadores da mostra, acabou encontrando o crânio de Jesuíno. Os cientistas acreditam que o dinossauro mineiro tenha vivido há 120 milhões de anos na região onde foi encontrado.

Compartilhando conhecimento

Na exposição, além do crânio, o visitante poderá ver fósseis originais de peixes e crocodilos contemporâneos ao titanossauro. A separação dos continentes e a extinção dos dinossauros também são temas abordados na mostra. A ideia dos organizadores é conscientizar o público sobre as grandes questões enfrentadas pela humanidade: o risco do desaparecimento de algumas espécies ameaçadas de extinção, a superpopulação, a escassez de recursos, as mudanças climáticas e a crise da biodiversidade.

A presidente da Comissão de Cultura e Extensão do ICMC, Solange Rezende, explica que, especialmente no caso de um campus como o da USP São Carlos, focado em ciências exatas, é muito importante sediar uma exposição capaz de oferecer informações adicionais relevantes no campo das ciências naturais. "Receber essa exposição é uma oportunidade ímpar para compartilhar conhecimento com nossos alunos e com toda a comunidade são-carlense", disse.

As escolas e demais instituições que desejarem levar seus alunos para conhecer a exposição podem agendar visitas em grupo por meio de um formulário disponível em www.icmc.usp.br/e/dfcda.

Exposição já tem história

A exposição Cabeça Dinossauro: o novo titã brasileiro  também tem como curadora a pesquisadora do Museu de Zoologia da USP, Maria Isabel Lamdim, e aconteceu pela primeira vez na capital paulista, em 2011, após a pesquisa sobre a descoberta do titanossauro ter sido divulgada oficialmente em uma revista científica. A mostra já passou pelas cidades de Ribeirão Preto e Bauru.

Como a descoberta se refere ao crânio mais completo de dinossauro de que se tem notícia até hoje, os paleontólogos fizeram uma brincadeira com a música dos Titãs, “Cabeça Dinossauro”, e pediram autorização à banda para nomearem a exposição.

Oportunidades para professores

Os professores do ensino fundamental e médio, de escolas públicas e particulares, têm a oportunidade de participar do programa de capacitação que será oferecido antes da exposição começar. Serão abordados conteúdos básicos para contextualizar a paleontologia e capacitar os professores a transmitirem as informações relacionadas à mostra a seus alunos.

O programa é gratuito, há 70 vagas disponíveis e serão oferecidos certificados aos professores. Para participar, basta ter disponibilidade para assistir às aulas, no dia 4 ou 5 de setembro, das 16h30 às 21 horas. Além disso, será realizada uma visita monitorada à exposição no dia 6 de setembro, das 13 às 15 horas. Para se inscrever no programa, os professores devem preencher o formulário disponível em www.icmc.usp.br/e/18b59

Oportunidades para monitores

Também serão selecionados monitores para auxiliar nas visitas à exposição. Preferencialmente, as vagas são destinadas a estudantes de Ciências Biológicas e Ciências, que tenham disponibilidade de, no mínimo, 10 horas por semana e possam fazer o treinamento nos dias 4, 5 e 6 de setembro em período integral.

Para os monitores que puderem ter dedicação mínima de 12 horas por semana, serão disponibilizadas 20 bolsas no valor de R$ 400,00.  Também serão aceitos monitores voluntários, desde que tenham participado do treinamento. Todos receberão certificados. Para se inscrever, basta enviar currículo para ccex@icmc.usp.br até o dia 29 de agosto. O resultado da seleção será divulgado até 2 de setembro.


Exposição Cabeça Dinossauro: o novo titã brasileiro
Onde: Hall da biblioteca Prof. Achille Bassi, no ICMC (Av. Trabalhador São Carlense, 400)
Quando: de 10/09 a 30/11
Horário: terça a sexta-feira, das 9h às 18h; quartas até as 22 horas e sábados até as 12h.
Site: www.dino.icmc.usp.br
Mais informações: (16) 3373-9146 / apoioacad@icmc.usp.br