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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Alunos da USP criam jogo para ensinar programação usando robôs virtuais

Destinado a alunos do ensino médio, projeto em desenvolvimento é um dos finalistas em competição que incentiva criação de soluções tecnológicas

Jogo é um dos finalistas na competição Campus Mobile e foi criado pelos alunos Óliver Becker, Eleazar Braga e Gabriel Simmel (da esquerda para a direita, de camisetas brancas)

Aprender uma habilidade, treinar, lutar, cooperar, resgatar, curar um robô virtual em um jogo. E tudo isso via programação! Essa é a ideia de um trio de artistas, desenvolvedores e alunos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos: Eleazar Braga, Gabriel Simmel e Óliver Becker, que fazem parte do grupo Fellowship of Game (FoG), voltado ao desenvolvimento de jogos.

O nome do projeto, Robosquadrão, é intuitivo e remete às ações realizadas ao longo das fases do jogo, em que são ensinados passos básicos para programar a inteligência artificial dos robôs durante situações de combates, resgates e demais tarefas. O detalhe é que os robôs não podem ser controlados diretamente, é necessário criar um código para controlá-los. Cada fase demanda uma nova tarefa, que precisa ser codificada e inserida no script, para que o robô dê mais um passo, realize mais uma missão e tenha um novo aprendizado.

A iniciativa tem como objetivo promover o contato dos jovens com a programação de um jeito mais atraente e inclusivo. Por isso, o trio desenvolveu o jogo direcionado para jovens do ensino médio que, assim, poderão ser estimulados a aprender os primeiros conceitos sobre programação. “O aprendizado de lógica de programação tem se tornado indispensável, pois o desenvolvimento de tecnologia cria novos empregos constantemente”, diz Gabriel. Segundo ele, faltam jogos educativos no Brasil.

O projeto é finalista da 7ª Campus Mobile, competição de ideias e soluções para plataformas mobile que se encontra na fase final, depois de 64 propostas de todo o país serem selecionadas nas categorias diversidade, educação, smart cities e smart farms. “Faremos uma apresentação final para a banca avaliadora no dia 6 de maio e, só depois disso, o resultado final será divulgado”, conta Eleazar. 

Em Robosquadrão, os participantes precisam programar os robôs virtuais durante situações de combates, resgates e demais tarefas

Start – O bom desempenho de outros alunos nas competições passadas despertou o interesse do trio,  Óliver destaca a importância da oportunidade: "Já tínhamos uma noção de que o evento é direcionado para pessoas que querem criar uma startup e que se trata de um ambiente com investidores, oferecendo aprendizados e contato com pessoas de diversas áreas de atuação e pesquisa que vêm de muitas partes do país. É enriquecedor ver o processo de desenvolvimento do projeto e o contato com embaixadores e tutores”. 

Voltada para projetos de inovação feitos por equipes de alunos de graduação e de pós-graduação, a competição Campus Mobile é promovida pelo Instituto NET Claro Embratel em parceria com o Laboratório de Sistemas Integráveis da USP. A sétima edição da iniciativa começou em novembro de 2018. Ao longo das etapas, os participantes receberam monitoria de especialistas e vivenciaram uma experiência de imersão no início de fevereiro, durante uma semana, em São Paulo – com direito a maratona de programação, palestras e visitas a empresas parceiras.

Entre as metas a serem cumpridas pelos grupos estão: conceito e elaboração do projeto; desenvolvimento do produto; e aplicação, com avaliação de resultados. A última fase também contempla a produção de conteúdo informativo ou promocional. Cada meta tem um prazo para ser submetida e as orientações são realizadas online, pela plataforma exclusiva da organização.

O trio acredita que tem chances de ganhar o grande prêmio e, como estratégia, realizou testes com usuários finais do jogo a fim de aperfeiçoar o projeto. Os estudantes do ensino médio que fazem parte do projeto Codifique participaram dos testes e avaliaram a jogabilidade, fornecendo feedback para a análise de desempenho do jogo. Essas atividades contaram com o apoio do Programa de Educação Tutorial (PET-Computação) do ICMC e também do professor Cláudio Motta Toledo. O docente colaborou na elaboração dos ciclos de desenvolvimento para que o grupo cumprisse a meta final da competição.

O cumprimento de todas as fases da meta final garante aos participantes das categorias um prêmio no valor de R$ 6 mil. Os melhores de cada categoria ganharão uma viagem, em setembro, para São Francisco e para o Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde realizarão atividades de imersão em tecnologia. 

Você também pode contribuir com o trio: experimente jogar Robosquadrão, que está disponível no link https://galbrato.itch.io/robosquadrao, e envie sua avaliação por meio deste formulário eletrônico: icmc.usp.br/e/e9109.

Os participantes da Campus Mobile vivenciaram uma experiência de imersão no início de fevereiro, durante uma semana, em São Paulo

Texto: Marília Calábria – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Fotos: divulgação Campus Mobile

Mais informações
Formulário eletrônico para avaliar o jogo: icmc.usp.br/e/e9109.
Página da competição no Facebook: www.facebook.com/CampusMobile

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Computação mais próxima da sociedade: livro de professor e ex-aluna do ICMC é indicado ao Prêmio Jabuti

Obra escrita para descomplicar a computação está entre as dez finalistas na categoria Engenharias, Tecnologias e Informática


Com 200 páginas e oito capítulos, o livro mostra exemplos do dia a dia
 para ilustrar os diferentes cenários em que a computação é aplicada
(crédito da imagem: Fernando Mazzola)

O livro Introdução à Computação – Hardware, Software e Dados está entre os finalistas do Prêmio Jabuti, considerado o mais importante do mercado editorial brasileiro. De autoria do professor André de Carvalho, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, e de Ana Carolina Lorena, professora da Universidade Federal de São Paulo e ex-aluna do ICMC, a obra explica conceitos técnicos de forma descomplicada, além de relatar curiosidades e fatos históricos.

“Para nós, estar entre os finalistas é um reconhecimento sobre a importância do tema apresentado e sobre a forma como escolhemos abordá-lo”, explica o professor André. “Tradicionalmente, as obras de introdução à computação são muito técnicas e tratam apenas de aspectos relacionados a hardware e a software. O nosso objetivo foi produzir um livro interdisciplinar, escrito para quem não é um especialista em computação”, completa o professor. 

Nesse sentido, a obra inova ao explicar a importância da computação para outras áreas do conhecimento, mostrando exemplos de sua aplicação. Outro diferencial é que as diversas subáreas desse campo do conhecimento são apresentadas ao leitor, com um destaque especial para a ciência de dados, que está em franca expansão.

Diretor do Centro de Aprendizado de Máquina em Análise de Dados (NAP-AMDA), André também é vice-diretor do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas a Indústria (CeMEAI) e faz parte da Rede Nacional de Ciência para Educação (Rede CpE). Não é a primeira vez que ele e a professora Ana concorrem ao Jabuti. Em 2012, eles ganharam esse prêmio por causa do livro Inteligência Artificial: uma abordagem de aprendizado de máquina, redigido em parceria com mais dois autores: Katti Faceli, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e João Gama, da Universidade do Porto, em Portugal.

Este ano, 2.346 mil obras concorreram à 59ª edição do Jabuti, que tem 29 categorias. No último dia 3 de outubro, foram anunciados os finalistas de cada categoria. No momento, está acontecendo a segunda fase de avaliação, que termina em 31 de outubro, quando serão conhecidos os três primeiros colocados de cada categoria. Todos que ficarem em primeiro lugar receberão o troféu Jabuti e R$ 3,5 mil. Quem ficar na segunda e terceira colocação recebe apenas o troféu. A cerimônia de entrega do Jabuti acontecerá em 30 de novembro, no auditório do Ibirapuera, em São Paulo.

Para André, estar entre os finalistas é um reconhecimento em relação à 
importância do tema apresentado e à forma que os autores escolheram abordá-lo
(foto: João Terazani - CeMEAI)

Descomplicando a computação - Você sabia que a primeira pessoa a programar um computador foi uma mulher? Ou então que existe um teste que permite identificar se você está falando com um ser humano ou com uma máquina? Curiosidades como essas são encontradas durante a leitura de Introdução à Computação – Hardware, Software e Dados.

Segundo o professor, quem não é da área de computação, como estudantes de humanas, de engenharia e até do ensino médio, não tem acesso a um livro que fale sobre os aspectos sociais da computação, mostre como ela pode ajudar a resolver problemas de diferentes campos do conhecimento e como é feita a análise de diversos tipos de dados. Composta por 200 páginas e oito capítulos, o livro mescla exemplos reais do dia a dia para ilustrar os múltiplos cenários em que a computação é aplicada. Para tornar o conteúdo ainda mais atraente, temas atuais são debatidos, exercícios são propostos e uma série de fatos históricos e curiosidades são relatados. 

Uma dessas curiosidade que está presente no livro ocorreu em 2008, na inauguração de um terminal de um aeroporto da Inglaterra. Um problema em um programa de computador fez com que 42 mil bagagens fossem enviadas para destinos incorretos e muitos voos cancelados, causando um prejuízo de meio bilhão de dólares. “Muitas coisas com as quais nos deparamos no cotidiano têm computação por trás, como em uma máquina de lavar roupa, no acelerador de um automóvel e nos aplicativos de redes sociais”, explica o professor.

Também é objetivo da obra promover uma maior conscientização nos leitores: “Nós tratamos da importância de aprender a como lidar com o descarte adequado de computadores, a reciclar e a utilizar máquinas que consumam menos energia, princípios que fazem parte da chamada Computação Verde”. 

Produzido pela editora LTC, o livro levou cerca de cinco anos para ser escrito. A coautora, Ana Carolina Lorena, é ex-aluna de Ciências de Computação do ICMC. Seu contato com André teve início ainda na graduação, quando foi orientada pelo docente em sua iniciação científica. Mais tarde, eles se encontraram novamente para que o professor lhe orientasse no doutorado. A parceira tem gerado bons resultados e, quem sabe, até mesmo mais um Prêmio Jabuti.

Texto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação do ICMC
Com a contribuição de Henrique Fontes

Mais Informações
Link para o site da editora: icmc.usp.br/e/5842e
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373-9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Dia Nacional da Matemática: explicação sobre o infinito está na final de uma das maiores competições de comunicação científica do mundo

Ele explicou, em apenas três minutos, uma das propriedades mais intrigantes dos conjuntos infinitos e está na final da 1ª edição do FameLab no Brasil

Para Jackson, participar do Famelab é uma oportunidade de mostrar
a beleza e a relevância da matemática

O infinito tem encantado e desafiado matemáticos ao longo da história da humanidade. Não foi diferente com Jackson Itikawa, pós-doutorando do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, ao ouvir pela primeira vez uma explicação sobre as características dos conjuntos infinitos. Por isso, ao se inscrever em uma das maiores competições de comunicação científica do mundo, ele não hesitou: era o infinito que tomaria conta dos seus escassos três minutos de apresentação. Deu certo: Jackson está entre os 11 pesquisadores que chegaram à final da etapa nacional do FameLab. Se vencer essa fase, marcada para acontecer no dia 11 de maio, em São Paulo, o pós-doutorando vai representar o país no Reino Unido. 

Neste Dia Nacional da Matemática, 6 de maio, Jackson tem muito a comemorar: é o único representante dos matemáticos na competição. Mas não é exagero comparar o tamanho dos conjuntos infinitos com o peso de sua responsabilidade. O tema que escolheu não tem nada de trivial. No início do vídeo que gravou para participar do Famelab (assista aqui), o pós-doutorando explica: “A matemática é mesmo fantástica, eu gostaria de dar um exemplo disso falando sobre algo simples, que é o contar. O contar é uma coisa natural no nosso dia a dia. De fato, os números naturais – 1, 2, 3, 4... – são uma das primeiras coisas que a gente aprende”. 

Jackson diz também que não costumamos refletir sobre o processo abstrato do contar: “Nesse processo, associamos cada elemento do conjunto que eu quero contar a uma única etiqueta com um número natural nela. Assim, no primeiro elemento do conjunto, coloco uma etiqueta com o número 1; no segundo elemento, coloco uma etiqueta com o número 2 e, assim, sucessivamente. Cada elemento recebe uma única etiqueta com um número associado a ele e a isso os matemáticos chamam de correspondência biunívoca”. A partir desse simples raciocínio, ele nos leva a refletir sobre como funciona essa contagem quando pensamos em conjuntos finitos e infinitos. Por exemplo: se você tiver um conjunto de 10 maçãs, portanto, um conjunto finito, qualquer subconjunto que você estudar será menor ou igual a 10 maçãs, ou seja, sempre finito. “No caso de um conjunto infinito, existem subconjuntos com o mesmo tamanho do conjunto a que ele faz parte, ou seja, infinitos. Essa é uma das maneiras de definirmos esse tipo de conjunto”, ressalta o pós-doutorando.

Formado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da USP e em Matemática pelo ICMC, Jackson fez mestrado no Instituto e doutorado na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha. Ele conta que esse conceito sobre o "tamanho" dos conjuntos foi estudado com profundidade pelo matemático alemão Georg Cantor há cerca de 150 anos. Essas ideias eram tão revolucionárias que mesmo os grandes matemáticos da época relutaram em aceitar as propostas do pesquisador alemão. Para destacar a relevância da teoria de conjuntos , o pós-doutorando cita uma frase dita por David Hilbert, um dos grandes matemáticos do século XX: “Ninguém poderá nos expulsar do Paraíso que Cantor criou."

Para bolsistas FAPESP – Sucesso em todos os países onde está presente, o FameLab foi idealizado para promover o diálogo entre os cientistas e o público leigo, incentivando o desenvolvimento das competências de comunicação entre os cientistas. No Brasil, a primeira edição da iniciativa é fruto de uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e o British Council, organização internacional britânica para educação e relações culturais. Somente bolsistas da FAPESP puderam participar da competição este ano.

Na próxima semana, nos dias 9 e 10 de maio, Jackson estará em São Paulo, junto com os outros dez finalistas do FameLab para participar de um treinamento com o especialista britânico em comunicação em público Malcolm Love, professor da Universidade do Oeste da Inglaterra que já atuou na rede de televisão BBC. Na quarta-feira, 11 de maio, os competidores se apresentarão na grande final, que é aberta ao público, no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo, a partir das 17 horas. Os participantes serão avaliados por uma comissão julgadora em três critérios: conteúdo, clareza e carisma. Quem vencer terá o direito de representar o Brasil na final internacional, que acontecerá entre 7 e 12 de junho, em Cheltenham, Inglaterra. 

Para Jackson, que desde criança admirava comunicadores científicos como Carl Sagan e Luiz Barco, participar do Famelab é uma oportunidade de mostrar a beleza e a relevância da matemática ao público. “Hoje, mais do que nunca, conhecimento é poder. A matemática é uma linguagem e levar as pessoas a entenderem um pouco essa linguagem é dar a elas a oportunidade de enxergarem o mundo com outros olhos”, finaliza o pós-doutorando.

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP
Foto: Reinaldo Mizutani – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Para saber mais
Reportagem da Agência FAPESP: icmc.usp.br/e/51f8b
Notas de aula da disciplina Elementos de Matemática: icmc.usp.br/e/002bb

Contato para esta pauta
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br