segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Computação mais próxima da sociedade: livro de professor e ex-aluna do ICMC é indicado ao Prêmio Jabuti

Obra escrita para descomplicar a computação está entre as dez finalistas na categoria Engenharias, Tecnologias e Informática


Com 200 páginas e oito capítulos, o livro mostra exemplos do dia a dia
 para ilustrar os diferentes cenários em que a computação é aplicada
(crédito da imagem: Fernando Mazzola)

O livro Introdução à Computação – Hardware, Software e Dados está entre os finalistas do Prêmio Jabuti, considerado o mais importante do mercado editorial brasileiro. De autoria do professor André de Carvalho, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, e de Ana Carolina Lorena, professora da Universidade Federal de São Paulo e ex-aluna do ICMC, a obra explica conceitos técnicos de forma descomplicada, além de relatar curiosidades e fatos históricos.

“Para nós, estar entre os finalistas é um reconhecimento sobre a importância do tema apresentado e sobre a forma como escolhemos abordá-lo”, explica o professor André. “Tradicionalmente, as obras de introdução à computação são muito técnicas e tratam apenas de aspectos relacionados a hardware e a software. O nosso objetivo foi produzir um livro interdisciplinar, escrito para quem não é um especialista em computação”, completa o professor. 

Nesse sentido, a obra inova ao explicar a importância da computação para outras áreas do conhecimento, mostrando exemplos de sua aplicação. Outro diferencial é que as diversas subáreas desse campo do conhecimento são apresentadas ao leitor, com um destaque especial para a ciência de dados, que está em franca expansão.

Diretor do Centro de Aprendizado de Máquina em Análise de Dados (NAP-AMDA), André também é vice-diretor do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas a Indústria (CeMEAI) e faz parte da Rede Nacional de Ciência para Educação (Rede CpE). Não é a primeira vez que ele e a professora Ana concorrem ao Jabuti. Em 2012, eles ganharam esse prêmio por causa do livro Inteligência Artificial: uma abordagem de aprendizado de máquina, redigido em parceria com mais dois autores: Katti Faceli, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e João Gama, da Universidade do Porto, em Portugal.

Este ano, 2.346 mil obras concorreram à 59ª edição do Jabuti, que tem 29 categorias. No último dia 3 de outubro, foram anunciados os finalistas de cada categoria. No momento, está acontecendo a segunda fase de avaliação, que termina em 31 de outubro, quando serão conhecidos os três primeiros colocados de cada categoria. Todos que ficarem em primeiro lugar receberão o troféu Jabuti e R$ 3,5 mil. Quem ficar na segunda e terceira colocação recebe apenas o troféu. A cerimônia de entrega do Jabuti acontecerá em 30 de novembro, no auditório do Ibirapuera, em São Paulo.

Para André, estar entre os finalistas é um reconhecimento em relação à 
importância do tema apresentado e à forma que os autores escolheram abordá-lo
(foto: João Terazani - CeMEAI)

Descomplicando a computação - Você sabia que a primeira pessoa a programar um computador foi uma mulher? Ou então que existe um teste que permite identificar se você está falando com um ser humano ou com uma máquina? Curiosidades como essas são encontradas durante a leitura de Introdução à Computação – Hardware, Software e Dados.

Segundo o professor, quem não é da área de computação, como estudantes de humanas, de engenharia e até do ensino médio, não tem acesso a um livro que fale sobre os aspectos sociais da computação, mostre como ela pode ajudar a resolver problemas de diferentes campos do conhecimento e como é feita a análise de diversos tipos de dados. Composta por 200 páginas e oito capítulos, o livro mescla exemplos reais do dia a dia para ilustrar os múltiplos cenários em que a computação é aplicada. Para tornar o conteúdo ainda mais atraente, temas atuais são debatidos, exercícios são propostos e uma série de fatos históricos e curiosidades são relatados. 

Uma dessas curiosidade que está presente no livro ocorreu em 2008, na inauguração de um terminal de um aeroporto da Inglaterra. Um problema em um programa de computador fez com que 42 mil bagagens fossem enviadas para destinos incorretos e muitos voos cancelados, causando um prejuízo de meio bilhão de dólares. “Muitas coisas com as quais nos deparamos no cotidiano têm computação por trás, como em uma máquina de lavar roupa, no acelerador de um automóvel e nos aplicativos de redes sociais”, explica o professor.

Também é objetivo da obra promover uma maior conscientização nos leitores: “Nós tratamos da importância de aprender a como lidar com o descarte adequado de computadores, a reciclar e a utilizar máquinas que consumam menos energia, princípios que fazem parte da chamada Computação Verde”. 

Produzido pela editora LTC, o livro levou cerca de cinco anos para ser escrito. A coautora, Ana Carolina Lorena, é ex-aluna de Ciências de Computação do ICMC. Seu contato com André teve início ainda na graduação, quando foi orientada pelo docente em sua iniciação científica. Mais tarde, eles se encontraram novamente para que o professor lhe orientasse no doutorado. A parceira tem gerado bons resultados e, quem sabe, até mesmo mais um Prêmio Jabuti.

Texto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação do ICMC
Com a contribuição de Henrique Fontes

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