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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Competições de robótica em São Carlos alcançam recorde histórico de participantes

Uma das principais atrações foi o futebol de robôs, categoria que foi criada com a meta de, até 2050, viabilizar um jogo entre essas máquinas e os melhores jogadores de futebol do mundo


O ginásio de esportes da USP, em São Calos, parecia pequeno na tarde da última quarta-feira, 22 de outubro. Uma multidão de aproximadamente dois mil fãs de robótica vibraram durante a cerimônia de premiação das 224 equipes que participaram da Competição Latino-americana de Robótica (LARC), da Competição Brasileira de Robótica (CBR) e da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). 

A diversidade dos 27 estados brasileiros e de muitos países da América Latina estava ali representada nas bandeiras, nas músicas e no sotaque desses estudantes do ensino médio, fundamental, superior, além de professores e pesquisadores que, durante quatro dias, tiveram a oportunidade de compartilhar experiências e superar os inúmeros desafios que fazem parte dessas competições. Nas arenas da Olimpíada Brasileira de Robótica, a missão dos robôs das 80 equipes inscritas era resgatar uma vítima – sendo 40 equipes participantes da categoria voltada aos estudantes do ensino fundamental e 40 aos estudantes do ensino médio e técnico.

Já nas demais competições (LARC/CBR), 144 equipes participaram de uma grande diversidade de desafios, o que possibilitou ao público conferir vários tipos de robôs humanoides – aqueles que se parecem com os seres humanos – realizando corridas e jogando partidas de futebol. A bola também rolou no campo dos robôs pequenos (small size), de outros menores ainda (very small size) e nos telões em que podiam ser vistas as categorias de simulação 2D e 3D. Havia, ainda, robôs tentando transportar cargas entre uma plataforma flutuante e uma superfície, simulando o que acontece no mundo real em uma plataforma de petróleo, por exemplo. Este ano, criou-se ainda uma nova categoria voltada a robôs que desempenham serviços domésticos e precisam interagir com as pessoas em um ambiente simulando uma casa.

“Registramos um recorde histórico de participantes nas três competições, chegando a cerca de 2 mil pessoas. A cada ano, a LARC/CBR vem crescendo e a participação se tornando mais abrangente. Este ano, tivemos competidores que vieram do Uruguai, da Venezuela, do México, do Chile e do Peru. Houve até equipes do Irã, que participaram remotamente nas categorias simuladas”, destacou o coordenador da LARC/CBR, Marco Simões, professor da Universidade do Estado da Bahia. Ele explicou ainda que, quando a competição latino-americana (LARC) é sediada no Brasil, acontece simultaneamente com a competição brasileira, já que ambas possuem as mesmas categorias. 

“Conseguimos fazer esse ano a maior Olímpiada que já realizamos no país, dobrando o número de participantes. As equipes estavam muito mais preparadas, porque foram bem selecionadas em seus Estados, já que tivemos mais de 1,7 mil equipes competindo e só as 80 melhores vieram para a final, que teve um nível altíssimo”, afirmou o coordenador geral da OBR, Flávio Tonidandel, professor do Centro Universitário da FEI. “Com certeza, a robótica brasileira vai nos trazer muitas surpresas graças a essa meninada que se empenhou na Olímpiada”, completou.

Futebol de robôs humanoides foi uma das principais atrações

A voz dos campeões – Com o troféu de vice-campeão na categoria IEEE Open, o competidor venezuelano David Cabello, estudante de Engenharia Eletrônica da UNEFA, conta que a experiência de participar da competição é inesquecível: “Foi o reconhecimento de todo o nosso esforço. Trabalhamos muito para chegar aqui, muitas vezes o dia todo, mesmo nas férias”.

Já o doutorando em Engenharia Elétrica do Centro Universitário da FEI, Danilo Perico, campeão na categoria RoboCup Small Size League (F180), afirma que o evento contribui muito para o desenvolvimento de pesquisas na área de inteligência artificial destinadas a fazer os robôs cooperarem em campo: “Nada melhor do que o ambiente de uma competição para fazer com que algumas coisas sejam realizadas de forma mais rápida. Isso nos incentiva a ter ideias diferentes para ganhar a disputa já que muitos imprevistos podem acontecer”.

Para o aluno do curso de Engenharia Mecatrônica da Universidade Federal de Uberlândia, Mateus Araújo, as competições são uma oportunidade de conhecer áreas que não são totalmente exploradas em seu curso de graduação, tais como robótica em programação, projeto mecânico e eletrônica. “Aqui, quando surgem desafios, temos que estudar sozinhos e sermos autodidatas. Além disso, a competição também contribui muito para o aprendizado do trabalho em equipe”, declarou Araújo, que é vice-campeão na categoria RoboCup Humanoid Kid Size.

A disputa é acirrada na categoria very small size

Equipes da USP em São Carlos – Duas equipes da USP em São Carlos participaram das competições, o Warthog Robotics e o Semear. "Foram várias noites sem dormir para obter o máximo desempenho na competição e o nosso esforço foi recompensado com o 2º lugar na categoria Very Small Size e o 3º lugar na categoria Small Size League”, explicou Lucas Ferrari, aluno do curso de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Ferrari destaca ainda a participação dos calouros na competição, que conseguiram se classificar para as quartas de final na categoria Small Size League com robôs autônomos desenvolvidos totalmente por eles.

O Warthog Robotics é um grupo de pesquisa e extensão vinculado ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) e à EESC. Atualmente, cerca de 50 estudantes fazem parte do grupo, que reúne alunos de outras duas unidades da USP em São Carlos: o Instituto de Física de São Carlos (IFSC) e o Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU). O objetivo principal do Warthog é a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias associadas à robótica e à aplicação nos complexos ambientes de futebol e combate de robôs. 

“Participar de um evento desse porte proporciona um espírito de competitividade e, ao mesmo tempo, de colaboração entre as equipes de forma a contribuir muito para formação do aluno”, relata o estudante Allisson Spina, do curso de Engenharia Mecatrônica da EESC e integrante do grupo Semear. Outro aspecto por ele ressaltado é que muitos desafios enfrentados durante as competições demandam a pesquisa de novas soluções, estimulando a busca constante pela inovação.

Equipe do Warthog no palco das premiações
12 eventos em 1 – “Se vocês estão aqui hoje é graças ao trabalho, à dedicação e ao aprendizado que vocês tiveram para enfrentar o desafio de cada categoria de que participaram. Então todos vocês, alunos, professores, pais, estão de parabéns”, disse a professora do ICMC, Roseli Romero. Ela coordenou a maior conferência sobre robótica e sistemas inteligentes já realizada no Brasil, a Joint Conference on Robotics and Intelligent Systems (JCRIS) 2014, a qual agregou um total de 12 eventos simultâneos, incluindo as competições e a Mostra Nacional de Robótica.

“Olhar para essa juventude, sentir essa energia que vem de vocês é uma coisa muito gratificante. Sucesso é isso aí: tem que começar pela ciência”, completou a secretária municipal de educação de São Carlos, Regina Ferreira. “É uma honra para São Carlos receber todas essas equipes aqui. Considerando-se as escolas estaduais da cidade, seis equipes chegaram à etapa estadual da OBR e hoje temos uma equipe na final brasileira. Para mim, todos vocês são vencedores, campeões”, declarou a dirigente regional de ensino, Débora Blanco.

Robô lê jornal durante demonstração da categoria RoboCup@Home

Segundo a professora Eliane Botta, coordenadora da equipe da escola estadual Antônio Militão de Lima, a única do munícipio que conseguiu se classificar para participar da final da OBR, a robótica contribui para que os alunos desenvolvam habilidades como disciplina, observação, responsabilidade e trabalho em equipe. “Esse mundo aqui é maravilhoso para os alunos. Depois de vivenciarem a etapa regional e estadual da competição, é a terceira vez que eles estão vendo o que é uma olimpíada. Esse aprendizado fora da sala de aula é muito importante”, reforçou a professora.

Parte das comemorações dos 80 anos da USP, a JCRIS 2014 foi promovida conjuntamente pela USP em São Carlos – por meio do ICMC, da EESC, do Centro de Robótica de São Carlos (CRob) e do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Aprendizado de Máquina e Análise de Dados (NAP-AMDA) – e pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), através do Departamento de Computação e do Departamento de Engenharia Mecânica. 

A JCRIS contou, ainda, com o apoio da Sociedade Brasileira de Automática e da Sociedade Brasileira de Computação, além de suporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Clique aqui para conferir o nome de todos os premiados pela LARC/CBR: www.cbrobotica.org

Em breve, a OBR disponibilizará a lista completa dos premiados no site: www.obr.org.br

Texto: Denise Casatti (Assessoria de Comunicação do ICMC) com a colaboração de Keite Marques (Assessoria de Comunicação da EESC)

Mais informações
Site da Conferência: http://jcris2014.icmc.usp.br
Site do Warthog Robotics: www.warthog.sc.usp.br
Site do Semear: www.semear-usp.com.br
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br
Álbum de fotos no Facebook: facebook.com/icmc.usp e facebook.com/robonao
Álbum de fotos no Flickr: www.flickr.com/icmc-usp

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Os robôs estão chegando a São Carlos: público pode acompanhar ao vivo essa invasão

Entre os dias 18 e 22 de outubro, você poderá fazer parte de um cenário de ficção científica, assistindo, ao vivo, diferentes competições de robôs e conferindo os inúmeros desafios que essas máquinas, tão iguais e tão diferentes de nós, são capazes de superar

Os robôs humanoides prometem jogar um bolão no evento

Se você gosta de robôs, São Carlos é o lugar certo para estar entre os dias 18 e 22 de outubro. A cidade será, literalmente, invadida por robôs e você terá a oportunidade de conferir tudo ao vivo. É onde acontecerão, simultaneamente, três grandes competições de robótica e uma mostra nacional abertas ao público e gratuitas. Para explicar tudo o que está acontecendo na arena das competições, haverá monitores à disposição dos grupos que se inscreverem antecipadamente por meio deste link: icmc.usp.br/e/d7aa4.

As escolas da região estão convidadas para trazer suas turmas e acompanhar o evento, assim como o público em geral. Com a ajuda dos monitores, os estudantes poderão compreender tudo o que está acontecendo nas arenas de competições dispostas no salão de eventos e no ginásio de esportes da USP em São Carlos.

No sábado, 18 de outubro, é dia de aproximadamente 170 equipes se apresentarem para as duas competições (Latin American Robotics Competition e Competição Brasileira de Robótica). No domingo, às 13 horas, começa a jornada de desafios dos robôs trazidos por esses 20000 competidores. A história prossegue até o dia 22, quando acontecem as premiações.

“Sempre gostei de colocar a mão na massa e ver na prática a computação funcionar”, conta um dos organizadores do evento, Eduardo Fraccaroli. Ele se consagrou campeão latino-americano em 2010, na categoria simulação de futebol de robôs em 2D. Em 2006 e 2009, competindo na mesma categoria, foi campeão da competição brasileira. Hoje, Fraccaroli faz doutorado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. 

“Estimular a participação nas competições de robótica é uma forma de trazermos mais conhecimento sobre essa área, fortalecendo a robótica no Brasil”, explica o doutorando. “Fazendo um paralelo com a Fórmula 1, em que todas as tecnologias estudadas e testadas nas pistas podem ser utilizadas nos carros nas rua, nas competições de robótica, a ideia é a mesma. Tudo o que é estudado e testado pode ser empregado nos produtos que estarão disponíveis no mercado num futuro próximo”, completa Fraccaroli.

As cenas vistas durante a final mundial da RoboCup,
em João Pessoa, em julho, agora se repetirão em São Carlos

Futebol e outros desafios – Entre as diversas modalidades que compõe a 13th Latin American Robotics Competition (LARC) e a 12ª Competição Brasileira de Robótica (CBR), há quatro destinadas especialmente ao futebol de robôs: humanoide, em que o jogo é disputado por robôs que tem alguma similaridade com os humanos (como o robô Nao, por exemplo); small-size, em que o tamanho reduzido é o diferencial; além das categorias de simulação 2D e 3D. A RoboCup é a organização responsável por estabelecer as regras dessas competições, que agregam ainda outras modalidades, como, por exemplo, a dos robôs que precisam atuar como agentes de resgate (RoboCup Rescue Simulation Agents) e a dos que realizam atividades domésticas (RoboCup @Home). 

Outra organização participante da iniciativa é o IEEE Robotics and Automation Society, que estabelece as normas para outras quatro modalidades das competições, entre elas a corrida de robôs humanoides (IEEE Humanoid Robot Racing) e uma modalidade aberta (IEEE Open), em que, a cada dois anos, são propostos novos desafios aos competidores. Este ano, haverá um tanque repleto de água onde os robôs deverão superar o desafio de transportar uma carga entre a plataforma flutuante e a superfície. “O objetivo aqui é simular o que acontece em uma plataforma de petróleo, quando é necessário transportar uma carga da plataforma para a terra e vice-versa”, explica Fraccaroli.

Para saber mais detalhes sobre as duas competições (LARC/CBR), acesse o site http://www.cbrobotica.org/

Desafios domésticos fazem parte de uma das modalidades

Escolas competindo – Já a 8ª Olimpíada Brasileira de Robótica vai reunir em São Carlos as equipes das escolas que, após participarem das etapas estaduais da Olimpíada, alcançaram os melhores resultados e chegaram à final nacional. Também conhecida como RoboCup Junior Rescue A, a final nacional da OBR garante aos campeões de cada nível (fundamental, médio ou técnico) uma vaga para participar da RoboCup Junior Mundial 2015, a ser realizada na Tailândia.

Essa competição vai reunir 80 equipes, cerca de 320 competidores, que chegam à cidade no dia 19 e vão competir durante três dias: de 20 a 22 de outubro. “Em 2012, a OBR contabilizou 300 equipes inscritas na competição em todo o Brasil; em 2013 esse número subiu para 800 e, em 2014, foram 1,9 mil equipes”, destaca Flávio Tonidandel, coordenador geral da OBR. Para saber mais, acesse http://www.obr.org.br.

São Carlos também sediou a etapa regional da OBR este ano

Além das competições – Além de abrigar essas três competições, São Carlos também sediará, durante o mesmo período, a 4ª Mostra Nacional de Robótica (MNR). Considerada a maior mostra de trabalhos em robótica do país, o evento busca a valorização do conhecimento interdisciplinar e integrado, estimulando a submissão de trabalhos na fronteira entre a robótica e diversas outras áreas do conhecimento, tais como: artes, humanidades, ensino, ciências e inovação, além das áreas tradicionais, como elétrica, mecânica e computação. Serão apresentados trabalhos nos formatos de arquivo multimídia, além do tradicional artigo científico.

Todos essas iniciativas fazem parte da Joint Conference on Robotics and Intelligent Systems (JCRIS) 2014, que congrega um total de 12 eventos e tem como público esperado três mil participantes. As três competições e a mostra serão realizadas em conjunto com diversos eventos científicos nas áreas de robótica e sistemas inteligentes. Para saber mais sobre os eventos científicos, acesse http://jcris2014.icmc.usp.br.

A JCRIS 2014 é parte das comemorações dos 80 anos da USP, sendo promovida conjuntamente pela USP em São Carlos – por meio do ICMC, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), do Centro de Robótica de São Carlos (CRob) e do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Aprendizado de Máquina e Análise de Dados (NAP-AMDA) – e pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), através do Departamento de Computação e do Departamento de Engenharia Mecânica.

O evento conta, ainda, com o apoio da Sociedade Brasileira de Automação (SBA) e da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), além de suporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

“Essa é uma grande oportunidade para o público conhecer diferentes tipos de robôs e ver as equipes montando e desmontando seus equipamentos, calibrando os sistemas. Isso é muito estimulante, porque estamos falando de uma área multidisciplinar, que integra conhecimentos de hardware e software. Qualquer pessoa que tenha experiência em hardware e software pode colocar suas ideias em prática e contribuir para a inovação tecnológica”, finaliza a coordenadora geral da JCRIS 2014, Roseli Romero.

Texto: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP
Crédito das imagens: Valdecir Becker (fotos 1, 2 e 3); Denise Casatti (foto 4)

Mais informações

Link para agendamento das visitas em grupo com os monitores: icmc.usp.br/e/d7aa4
Vídeo de divulgação: http://youtu.be/PctIT-qlkjY
Site da JCRIS 2014: http://jcris2014.icmc.usp.br
Telefone: (16) 9.8826.2807
E-mail: organizacao@cbrobotica.org

Como chegar ao local das competições
Salão de eventos e ginásio de esportes do campus I da USP em São Carlos
Endereço: acesso via Rua dos Inconfidentes, 85 (ao lado do Colégio CAASO)
Veja como chegar ao local: www.icmc.usp.br/e/5e5b5