segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Das tribos para a universidade: jovens indígenas visitam o ICMC carregando o sonho de ingressar no ensino superior

Nativos vieram do norte do Brasil e puderam conhecer estrutura oferecida pela USP em São Carlos

Indígenas vieram de duas tribos do norte brasileiro
Foram milhares de quilômetros de viagem para que pudessem conhecer um ambiente universitário. “Foi muito legal ver um robô ao vivo pela primeira vez”, revela Erica Suruí, uma das integrantes do grupo de 12 indígenas que visitou o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Eles puderam conhecer os cursos oferecidos pelo ICMC, além de algumas tecnologias desenvolvidas no Instituto.

Os jovens, que estiveram na USP na última terça-feira, 1º de dezembro, vieram de duas tribos do norte brasileiro: a Yawanawá, que fica no Acre; e a Suruí, localizada em Rondônia. Uma das atrações da visita foi o Museu de Computação Odelar Leite Linhares, onde os índios puderam ver de perto a evolução dos computadores, desde os mais antigos.

Um dos anfitriões que recepcionou os indígenas foi o robô humanoide Nao, utilizado para pesquisas no Instituto. Ele se apresentou aos visitantes, dançou e foi disputado na hora de tirar fotos. “É interessante conhecer todas essas tecnologias. Para nós, é uma novidade”, diz Jaqueline Yawanawá, que prestou vestibular para enfermagem.

Antes de virem a São Carlos, as tribos Yawanawá e Suruí também visitaram uma tribo Guarani, em São Paulo. “Estou gostando de conhecer cidades grandes, toda a nossa vida é baseada na natureza, é muito diferente”, diz Clécio Yawanawá, que nunca havia saído de sua aldeia e deseja um dia estudar ciências sociais.

Jaqueline Yawanawá sonha em cursar enfermagem
Os indígenas puderam conhecer o Museu da Fauna e da Flora do Instituto e a atividade surpreendeu alguns deles. “Achei algumas árvores curiosas, havia espécies que não conhecia”, revela Gabriela Suruí, que nunca havia visitado uma cidade fora do Estado de Rondônia. O sonho da índia é estudar psicologia e voltar para atender as pessoas de sua aldeia.

A professora Solange Rezende, presidente da Comissão de Cultura e Extensão do ICMC, apresentou a estrutura do Instituto aos jovens e as carreiras que podem seguir, caso desejem estudar no ICMC. A docente recomendou que os índios viessem estudar em São Carlos: A cidade possui altos índices científicos, universidades públicas e polos de destaque como a Embrapa. É ideal para quem quer estudar”, afirmou Solange. 

Os índios também visitaram o Laboratório de Ensino de Matemática (LEM), onde conheceram jogos matemáticos e puderam manipular a lousa digital, que é utilizada durante as aulas. “Esse tipo de visita serve como estímulo para eles, que estão buscando o conhecimento e querem ver tudo que a universidade oferece. Todas as informações que estão adquirindo podem ser levadas para os povos de suas aldeias”, conta Maria Barcellos, da organização Forest Trends, que acompanhou os nativos. Depois de passarem pelo ICMC, os indígenas ainda conheceram o Instituto de Física de São Carlos (IFSC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Os nativos foram recepcionados pelo robô NAO


Texto: Henrique Fontes - Assessoria de Comunicação do ICMC
Fotos: Reinaldo Mizutani - Assessoria de Comunicação do ICMC


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