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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Chega mais: aperta o play e vem jogar BixoQuest

Aplicativo desenvolvido no ICMC está disponível na web; meta é contribuir para a integração dos novos alunos

Nas missões de check-in, estudantes devem visitar presencialmente alguns locais do campus para obter pontos

O objetivo do jogo BixoQuest é simples: levar os estudantes a concluírem um álbum virtual de figurinhas. A inovação está no tipo de desafio que leva à conquista dessas figurinhas: os alunos precisam realizar missões de check-in, em que são convidados a visitar presencialmente locais do campus da USP, em São Carlos; e missões de evento, que demandam presença nas atividades da Semana de Recepção aos Calouros do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC)

“Quando as missões são concluídas, o jogador conquista uma senha ou um QRCode e ganha pontos que podem ser utilizados para comprar os pacotes de figurinhas”, explica o estudante Gabriel Toschi, que cursa Ciências de Computação no ICMC e é um dos veteranos que participou da concepção e criação do aplicativo. A cada página virtual que é completada, o jogador ganha um pôster exclusivo para se lembrar para sempre da sua primeira semana como um aluno da USP. 

A ideia surgiu durante as reuniões de uma comissão formada por professores, funcionários e alunos, responsável por organizar as atividades de boas-vindas aos calouros. Para criar o jogo cooperativo, disponibilizado na web por meio de um aplicativo, uma parceria foi estabelecida entre o grupo de desenvolvimento de jogos Fellowship of the Game (FoG) e o grupo de inovação tecnológica USPCodeLab Sanca

“A partir do mote que a USP propôs para a recepção aos calouros deste ano – Chega Mais – decidimos que a melhor estratégia era usar o conceito de gamificação, que consiste em empregar técnicas e métodos provenientes da área de jogos em atividades que não estão tipicamente relacionadas com o mundo dos games”, conta Toschi. 

Inspiração - Não é por acaso que os jogos eletrônicos serviram de inspiração para as atividades que acontecem de 18 a 22 de fevereiro, durante a Semana de Recepção aos Calouros do ICMC. As áreas de atuação do Instituto estão intimamente relacionadas a campos do conhecimento fundamentais para o desenvolvimento dos jogos digitais. Inicialmente considerados apenas como entretenimento, os games têm ganhado destaque no mercado e na academia, onde se tornaram objeto de pesquisa. 

“Nada melhor do que os jogos eletrônicos para motivar a participação dos calouros nessa importante semana”, destaca a professora Sarita Bruschi, que preside a comissão responsável por organizar as atividades boas-vindas aos calouros do ICMC. “Nosso objetivo é proporcionar aos alunos ingressantes várias atividades para que eles possam se ambientar à vida acadêmica e ao campus, local que será como uma segunda casa nos próximos anos”, adiciona a professora. 

E você, está pronto para começar a jogar? Basta entrar em bixoquest.icmc.usp.br, fazer seu cadastro e iniciar as missões para juntar pontos e trocar pelas suas primeiras figurinhas. 



Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações 
Programação da Semana no ICMC: http://calouros.icmc.usp.br
Serviço de Graduação do ICMC: (16) 3373.9639 
Disque-trote: 0800.012.1090 ou disquetrote@usp.br

Contato para esta pauta 
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Transparência na web: livro de pesquisadores da USP e da Universidade Federal de Alagoas ensina como disponibilizar dados abertos conectados

Obra é a primeira a ser lançada no Brasil sobre o assunto e, além de suprir a carência de informações na área, tem como meta aprimorar o ensino e o treinamento, contribuindo para o aumento da transparência


Imagine se qualquer cidadão pudesse acessar todos os dados sobre o transporte público urbano no Brasil via web, obtendo informações sobre horários, rotas e destinos. Agora pense na relevância desses dados se estivessem ao alcance dos gestores desse sistema, possibilitando que conseguissem otimizar o transporte local, disponibilizando mais veículos em horários com maior demanda e comparando os dados com os de municípios similares para analisar a eficiência do serviço.

Utopia? Pode até ser, mas, na verdade, muitos desses dados já existem na web, a questão é como disponibilizar essas informações de maneira que qualquer pessoa ou computador possa acessá-las, manipulá-las, reutilizá-las e redistribui-las, relacionando-as a outros dados disponíveis sobre o assunto. Explicar como fazer isso é a meta do livro Dados Abertos Conectados, que será lançado no próximo dia 23 de setembro, durante a Conferência Web.br, em São Paulo. A obra é de autoria dos professores Seiji Isotani – do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, em São Carlos – e de Ig Bittencourt, do Instituto de Computação da Universidade Federal de Alagoas.

Lançado pela Novatec Editora, o livro é o primeiro do Brasil a tratar desse assunto e nasceu a partir de uma parceira dos pesquisadores com o Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), que resultou também em um curso online. “Como não existiam referências consolidadas sobre o tema no Brasil, construímos o conteúdo com zelo e muita discussão, inclusive consolidando a tradução do termo Open Linked Data para Dados Abertos Conectados”, ressaltam os autores. 

Eles afirmam que o conceito de dados abertos conectados é fundamental para ampliar a transparência pública de informações divulgadas pelos órgãos dos governos federal, estadual e pelos municípios, os quais devem atender à Lei de Acesso a Informação (Lei 12.527), que entrou em vigor em março de 2012. O professor Isotani diz que já existem iniciativas importantes para disseminar os dados abertos conectados no Brasil e cita como exemplo o portal dados.gov.br, mas ressalta que ainda há muito a ser aprimorado. “A Inglaterra e os Estados Unidos estão liderando o movimento em prol da produção dos dados abertos conectados. Nossa publicação é uma forma de fomentar isso no Brasil”, diz o pesquisador.

Entre os desafios que permeiam a área, os autores citam a falta de conhecimento técnico sobre como disponibilizar os dados de forma aberta e conectada e também a falta de conhecimento tecnológico sobre as ferramentas existentes para realizar essa tarefa de forma adequada. Neste contexto, o professor Bittencourt ressalta: “A obra é voltada para pessoas de qualquer área do conhecimento interessadas em disponibilizar dados na internet, quer sejam técnicos ou gestores. Por isso, tentamos escrever da forma menos técnica possível”. 

Tal como os dados abertos conectados, em breve, a obra estará disponível e acessível gratuitamente na Web (http://ceweb.br/publicacao/livro-dados-abertos), sob a licença Creative Commons, com a atribuição uso não comercial (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/). Isso significa que, para fins não comerciais, qualquer pessoa poderá utilizar partes ou todo o livro e redistribui-lo em qualquer suporte ou formato, além de modificá-lo. Bastando, para isso, atribuir o crédito para a obra original e seus autores. “Como recursos educacionais, o livro e os cursos geram capacitação e formam pessoas aptas a utilizar essas tecnologias, que podem produzir novos negócios e novas soluções para a sociedade”, destaca Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br. 

Seiji atua no Laboratório de Computação Aplicada à Educação do ICMC

Ranking estrelado – No livro, os pesquisadores destacam um ranking com cinco níveis para classificar os dados disponibilizados na web. O nível mais básico, que ganha somente uma estrela, são aquelas informações que apenas pessoas conseguem visualizar. Isotani cita como exemplo os dados contidos em arquivos de imagens como JPG ou BMP.

Já no nível duas estrelas, o computador consegue processar as informações. Contudo, elas são disponibilizadas em formato proprietário e precisam de software específico para acessá-las. Como exemplo, o professor cita uma planilha construída e salva no padrão Excel. Subindo um nível na escala e ganhando três estrelas, estão as informações disponibilizadas em um formato aberto, ou seja, mesmo quem não possuir o software proprietário em que o arquivo foi construído poderá acessá-lo (por exemplo, arquivos em formato CSV). 

Para chegar às quatro estrelas, além de colocar as informações no formato aberto, é preciso disponibilizá-las usando uma linguagem padronizada e recomendada pelo Consórcio World Wide Web (W3C), voltada especificamente para facilitar o compartilhamento de dados na internet: a Resource Description Framework (RDF). Com o emprego dessa linguagem, os dados ganham a propriedade de se tornarem facilmente acessíveis e processáveis por um computador de forma quase automática. Como vivemos na era do Big data, em que há um grande volume de dados gerados na web, é essencial que os sistemas sejam capazes de processar esses dados de maneira automatizada. 

O nível cinco estrelas do ranking é alcançado quando, além de colocar as informações no formato aberto e usar a linguagem RDF, os dados estão relacionados a outras informações disponíveis na web. É aí que a conexão com outras fontes se dá. Para dar um exemplo, voltemos ao início deste texto: o que aconteceria caso todos os dados sobre o transporte público urbano no Brasil estivessem disponíveis na web de forma estruturada e conectada, possibilitando que um computador pudesse processá-los? 

Um verdadeiro universo de possibilidades se abriria. Seria viável criar um aplicativo para analisar o transporte público de centenas de municípios e realizar diversas comparações e análises estatísticas, que são fundamentais para obter uma visão geral sobre a cobertura e a qualidade do serviço realizado. Em vez de demorar dias, tarefas complexas e trabalhosas poderiam ser realizadas em poucos minutos. Não é por acaso que, em busca de incentivar o leitor a pensar sobre as necessidades e potencialidades de produzir e disponibilizar dados livremente na web, Isotani e Bittencourt citam o exemplo do transporte público no livro. Agora imagine poder fazer isso com os dados referentes a todos os serviços públicos do nosso país e, por que não, do mundo.
 
A parceria de Ig e Seiji (à frente, da esquerda para a direita) também
resultou na criação da startup Meu Tutor

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação ICMC/USP

Convite à imprensa para o lançamento do livro Dados Abertos Conectados
Quando: 23 de setembro, das 10h30 às 11 horas
Local: Centro de Convenções Rebouças (avenida Dr. Enéas de Aguiar, 23)
Formulário: é necessário preencher o formulário disponível neste link para obter a credencial que dá acesso ao evento: http://icmc.usp.br/e/3bf4d

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

terça-feira, 9 de junho de 2015

Bem-vindo à internet de 20 anos atrás

No ano em que a internet comercial comemora duas décadas no Brasil, adolescentes experimentam como era se conectar à web em 1995

Adolescentes diante da realidade de 1995: conexão discada e lentidão

Eles não imaginam como seria o mundo sem internet. Estão acostumados a ficar entre seis e oito horas por dia conectados, usando seus smartphones principalmente para falar com os amigos no WhatsApp, no Facebook ou fazendo pesquisas no Google. O estudante Enzo Locatelli, de 12 anos, escuta pela primeira vez o barulho de uma conexão à internet por meio da linha telefônica. “É uma impressora”, arrisca o adolescente na tentativa de dar significado ao som daquele modem dial-up.

“Esse é o barulho do modem tentando achar a frequência ou a velocidade que coincidia com a que estava disponível na casa das pessoas”, explica o professor Edson Moreira, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos. O barulho nostálgico é ouvido no Museu de Computação Odelar Leite Linhares, onde Enzo e mais duas estudantes, Marina Biason e Sophia Cavalcanti, ambas com 13 anos, passam pela experiência de se conectarem à internet como se estivessem em 1995, ano que marca, no Brasil, o início da conexão comercial à rede mundial de computadores.

O professor conta que o fato de precisar usar a linha telefônica para se conectar à internet era motivo de discórdia em muitos lares brasileiros. “As famílias colocavam regras para limitar o uso a alguns horários restritos a fim de que a linha telefônica ficasse livre”, lembra Moreira. 

Lembra-se do barulho do modem dial-up?
A estudante Marina logo desiste de tentar navegar com 56 kps (kilobits por segundo), à moda de 1995, em um computador iMac G3 que está no Museu. Sentada em frente à máquina, enquanto o carregamento lentamente acontece, ela tecla sem parar no celular. “A velocidade de conexão à web atualmente é, no mínimo, 100 vezes maior do que em 1995”, diz Moreira. 

O professor explica que houve também um aumento na capacidade de processamento de dados, possibilitando novas e inovadoras aplicações, como a transmissão de áudio e vídeo. Quando navegamos nos sites de 1995 e 1996, observamos que eles não usavam os mesmos recursos de hoje, o conteúdo disponível era basicamente textos (veja alguns exemplos em archive.org/web). Por isso, ao tentar acessar um site como o Youtube com um navegador empregado em 1995, você vai se deparar com a mensagem “seu navegador de web não é mais compatível”. 

Para Moreira, mudanças influenciaram a forma como as pessoas se comunicam e também a educação

De acordo com Moreira, o aumento da velocidade e da capacidade de processamento nesses últimos 20 anos levou, ainda, ao desenvolvimento do comércio eletrônico, das redes sociais e do acesso móvel, devido às tecnologias sem fio e aos smartphones. “Isso influenciou a forma como as pessoas se comunicam e impactou também a educação”, completa Moreira. Ele ministrou, em 1991, no Rio de Janeiro, um dos primeiros cursos oferecidos no Brasil sobre protocolos de internet (TCP/IP), no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).

Em 1995, a rede mundial de computadores já era uma realidade nas grandes universidades brasileiras, onde as primeiras conexões aconteceram em 1988. Quem se lembra de como era a vida sem internet, provavelmente consegue resgatar na memória a cena da primeira vez que acessou a web. Uma lembrança que simplesmente não existe para a estudante Sophia Cavalcanti, que nasceu em 2001 e nunca pensou em como seria a vida sem a grande rede.

Mas será que podemos esperar uma evolução em ritmo tão acelerado nos próximos 20 anos? Na opinião de Moreira, no futuro próximo, vamos acompanhar a conexão dos nossos objetos, utensílios e veículos à internet. Será a expansão da chamada “internet das coisas”, que deverá revolucionar a forma como comandamos a nossa vida, possibilitando que o sistema de vigilância, iluminação e refrigeração das nossas casas sejam controlados remotamente, por exemplo. “Haverá novas formas de interação entre as pessoas e as máquinas, o que deve causar também um grande impacto na educação, com o advento de novas ferramentas destinadas aos alunos e professores”, finaliza Moreira.

Marina (à esquerda) e Sophia não imaginam a vida sem internet

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br