Mostrando postagens com marcador Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brasil. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 25 de abril de 2018

De Macapá a Porto Alegre: a diversidade da ciência disponível no bar mais próximo

A vastidão e o impacto das pesquisas realizadas no Brasil estarão ao seu alcance durante três dias, em 56 cidades, nos 500 bate-papos científicos que compõem o Pint of Science

A cidade de São Paulo concentra o maior número de bate-papos: 63 no total

Na noite de 14 de maio, a partir das 19h30, enquanto a população de Goiânia (GO) poderá sentar em um bar para descobrir o que é um ser humano, quem estiver em Uberlândia (MG) poderá entender que dor, venenos e bruxas têm tudo a ver com ciência. É neste dia que começa o festival Pint of Science, um dos maiores eventos de divulgação científica do mundo. 

No Brasil, o evento levará cientistas para conversar com o público, de forma descontraída, em bares e restaurantes de 56 cidades, animando as noites de 14, 15 e 16 de maio com informação, revelações e debates sobre pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento. Para conferir a programação na cidade mais próxima, acesse o site do festival: www.pintofscience.com.br

Para ter uma ideia da vastidão territorial e científica do evento, pense que, na noite de 15 de maio, na mesma hora que os moradores de Santo Antônio de Jesus (BA) estiverem descobrindo o que acontece com nossa memória quando envelhecemos, os participantes do Pint of Science em São José do Rio Preto (SP) terão a oportunidade de conhecer truques de “matemágica” e entender o que faz quem estuda astrobiologia. 

Já na noite de 16 de maio, será a vez dos moradores de Macapá (AP) se divertirem com o projeto Físicos da Alegria, que leva a ciência para pacientes do Hospital da Criança e do Adolescente da cidade. Na mesma noite, em Florianópolis (SC), será revelado o que bactérias em um vulcão na Antártica podem nos dizer sobre a busca de vida fora da Terra. 

É nessa noite que, em Recife (PE), a bióloga Natália Lima Oliveira falará sobre o uso de biossensores em investigações. “A ciência contribui fortemente com a polícia a partir do momento em que, utilizando-se de conceitos e demonstrações simples, pode revelar o acontecimento de um crime, o modo como ocorreu e quem foi o responsável”, argumenta a pesquisadora. Esse lado “CSI” da ciência – o termo vem da série Crime Scene Investigation – também será tema de bate-papos em Belo Horizonte, Brasília, Campinas e Santos

Sobre macacos e febre amarela – O festival terá ainda diversos bate-papos sobre fake news, vacinas e febre amarela. “É importante falar da febre amarela em um evento como o Pint of Science porque as pessoas têm muitas dúvidas e ainda vêem o macaco como vilão”, diz a pesquisadora Leticia Jedlicka, que conduzirá a conversa Febre amarela: e o macaco com isso?, em Marabá (PA)

A febre amarela e as demais infecções que invadiram e assustam o país (e aquelas que ninguém dá a devida atenção) também serão tratadas pela jornalista especializada em saúde e ciência Ruth Helena Bellinghini, em São Paulo (SP). Em reportagem publicada em fevereiro, a jornalista reuniu as principais dúvidas do público a respeito da vacina da febre amarela, via redes sociais e, a partir de pesquisas e entrevistas com profissionais de saúde, respondeu uma a uma. Os paulistanos são os que terão mais bate-papos à disposição: 63 no total.

Outro tema de destaque na programação é a participação feminina na ciência. “Esse tema precisa ser tratado de forma científica”, diz Natalia Pasternak, coordenadora nacional do Pint of Science. Segundo ela, faltam pesquisas sobre esse assunto no Brasil e, por isso, a questão da igualdade de gênero tem sido discutida com base apenas em opiniões e não em evidências científicas.

Outros assuntos a serem discutidos nos bares são: o uso de animais nas pesquisas (50 tons de ética: o uso de animais na ciência), o desastre de Mariana (Quando o Rio Virou Lama: o maior desastre ambiental brasileiro aos olhos da ciência), as criptomoedas (Posso ficar rico com criptomoedas?) e os enigmas (A maneira mais difícil de ganhar um milhão de dólares!). Haverá, ainda, conversas sobre música, cerveja e muito mais. 

A entrada é gratuita – paga-se apenas o que for consumido nos estabelecimentos – e não há necessidade de inscrição. Também não são emitidos certificados de participação. Todos os bate-papos começam às 19h30 (horário local), mas recomenda-se chegar mais cedo, já que não há reserva de lugar. Com certeza, você vai se impressionar com a ciência que é feita no Brasil ao bater um papo com um dos pesquisadores que estarão à sua disposição nesses 500 bate-papos. 

A primeira edição do festival no Brasil aconteceu em São Carlos, no interior de São Paulo, em 2015 


Confira imagens de divulgação do evento no Flickr: icmc.usp.br/e/1bf73

Texto: Denise Casatti e Stefhanie Piovezan 

Contato para a imprensa
Assessoria de comunicação nacional do Pint of Science: (16) 3373-9666 (ICMC/USP) 

Jornalistas responsáveis: 
- Denise Casatti: (11) 9-9125-9459 
- Stefhanie Piovezan: (11) 9-5206-2638

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Estudantes do ICMC recebem prêmio durante experiência na China

Alunos passaram três semanas em Xangai, onde acompanharam aulas sobre cultura, política e economia, além de desenvolverem projeto coletivo que foi premiado

Grupo de Matheus (à frente) e Giuliano (terceiro da direita para a esquerda)
ganhou prêmio de melhor trabalho  

Ficar longe de casa é difícil para muita gente, mas quando a distância ultrapassa os 18 mil quilômetros e você está do outro lado do mundo, será que vale a pena? “Dá vontade de voltar e fazer tudo de novo. A experiência me surpreendeu, ganhei muito com isso”, revela Matheus Beleboni, aluno do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, depois de participar de um projeto na China.

Foram três semanas de aulas em Xangai, além de atividades e passeios turísticos. No final do período, Beleboni desenvolveu um trabalho em grupo, relacionando Brasil e China, com tema livre. Intitulado O impacto da educação superior no desenvolvimento de um país na perspectiva Brasil e China, o trabalho rendeu o prêmio de melhor projeto aos estudantes.

Outro aluno do ICMC, Giuliano Prado, também foi para a China e fez parte do grupo de Beleboni. Ele resolveu se candidatar à vaga após receber um e-mail da USP avisando sobre a oportunidade oferecida pelo Programa Top China Santander, cujo objetivo é incentivar a cooperação e promover debates sobre temas de interesse global entre Brasil e China.

O programa disponibiliza bolsas de estudos para estudantes de 24 universidades do país. A USP tem direito a cinco vagas e duas delas foram preenchidas por alunos do ICMC. No total, cerca de 100 universitários e professores brasileiros e chineses participaram da iniciativa em julho. As aulas ocorreram na Shanghai Jiao Tong University. Veja, a seguir, como foi a experiência dos dois alunos do ICMC.

15 minutos de famaNo Brasil, Giuliano Prado é apenas mais um aluno de Engenharia de Computação, mas na China, ele parecia um artista internacional. “Os chineses gostam muito dos estrangeiros. Paravam a gente na rua para tirar fotos, faziam vídeos, foi uma fama temporária”, diz o graduando.

Prado ficou hospedado no alojamento da Universidade. As aulas aconteciam em dois períodos: manhã e tarde. No final do dia, os participantes tinham a oportunidade de conhecer pontos turísticos e tradições locais, visitar monumentos, participar de cerimônias do chá e de trabalhos com argila e porcelana.

“A arquitetura e as decorações de lá são muito diferentes, os lugares sempre estão cheios e os chineses são bem solícitos. Outro ponto que impressionou é que, em Xangai, grandes plataformas eletrônicas, como Youtube e Google, não são utilizadas, eles criam os próprios produtos”, conta o estudante.

O aluno, que também já havia participado anteriormente de um programa nos Estados Unidos, afirma que ter uma oportunidade como essa é importante porque vivemos em um mercado globalizado: “O conhecimento que você traz do exterior pode ajudá-lo, no futuro, a pensar no desenvolvimento de um serviço ou produto adequado para diferentes culturas”.


Matheus (à esquerda) e Giuliano durante passeio na Muralha da China

Santa caronaNatural de Bauru, Matheus Beleboni é aluno de Ciências de Computação do ICMC e costuma oferecer caronas para os colegas de sua cidade. Mas o que ele não imaginava é que, em uma dessas viagens, quem ganharia uma carona especial para o outro lado do mundo seria o próprio estudante. “Um dos meus amigos que fez intercâmbio namora uma menina da Coreia do Sul. Ele estava no carro comigo e disse que iria se inscrever no Programa para poder visitá-la, já que, se fosse selecionado, estaria perto dela. Então, ele sugeriu que eu tentasse também”.

Depois de ser selecionado, Beleboni encarou 28 horas de viagem até Xangai. Toda a espera valeu a pena: “Foi uma das melhores oportunidades da minha vida. A parte cultural é a maior bagagem que eu trago de lá. Eles possuem um incrível legado da história do país, existem cidades com mais de dois mil anos de existência. Conhecemos templos budistas, estátuas e construções históricas”.

O estudante destacou também a prestatividade dos chineses, que sempre estavam dispostos a ajudar. “Se você estivesse jantando com os chineses e perguntasse onde poderia encontrar uma bebida, por exemplo, eles paravam tudo o que estavam fazendo para atendê-lo e só voltariam a comer depois que você conseguisse o que queria”. O graduando contou ainda que, para facilitar a comunicação com os estrangeiros, os chineses criavam até um nome “americano”.

Beleboni diz que poder passar por uma experiência como essa, ter contato com pessoas diferentes, traz um grande crescimento pessoal a abre a cabeça de qualquer um. O aluno, que já havia passado por experiências internacionais nos Estados Unidos e na Inglaterra, se encantou com o que viveu no lado oriental do planeta: “Superou as minhas expectativas, eu moraria lá. Sou muito grato por ter a oportunidade de participar”, finaliza o estudante que, em agosto, foi a São Paulo receber os alunos chineses que vieram ao país pelo Programa Top Brasil Santander.

Alunos do ICMC passaram três semanas em Xangai

Carta de reconhecimento - O desempenho dos dois estudantes no Programa foi destacado em carta enviada pelo Instituto de Relações Internacionais da USP, que ressaltou “o comportamento exemplar, a seriedade acadêmica e o espírito de busca de novos conhecimentos demonstrados pelos alunos”. A carta parabeniza o ICMC e a EESC por terem em seu quadro “alunos tão qualificados do qual a USP só tem de se orgulhar”.

Texto: Henrique Fontes - Assessoria de Comunicação do ICMC

Mais informações
Assessoria de Comunicação ICMC/USP: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br