sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Women Game Jam: maratona para criar jogos acontece em São Carlos e em mais nove cidades brasileiras

Voltada para mulheres e pessoas não-binárias, maratona desafia participantes a desenvolverem um jogo digital ou analógico em apenas 48 horas; em São Carlos, iniciativa ocorre no ICMC

Inscrições podem ser realizadas até o início do evento, que será na sexta, dia 13, às 18 horas

Uma maratona de desenvolvimento de jogos voltada a trazer maior visibilidade e incentivo às mulheres e pessoas não-binárias que trabalham ou almejam trabalhar na indústria de jogos. Essa é a proposta da Women Game Jam, que vai acontecer simultaneamente em dez cidades brasileiras – Aracaju, Brasília, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Carlos, São Luís e São Paulo – nos dias 13, 14 e 15 de setembro. 

Em São Carlos, a iniciativa ocorrerá no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP. Para participar, basta ter a partir de 15 anos e se inscrever, até o dia do evento, neste link: https://www.wgjbr.com.br/events/wgj-sao-carlos-1. A taxa de inscrição é de R$ 5. Não é preciso ter qualquer experiência prévia com computação ou programação e a participação é aberta a estudantes e profissionais de todos os campos do conhecimento. 

As atividades no ICMC acontecerão nas salas 3-009 e 3-012, no bloco 3, e começam às 18 horas na sexta-feira, dia 13 de setembro, estendendo-se até domingo, dia 15. Nesse tempo, as participantes serão desafiadas a planejar e criar um jogo digital ou analógico, em apenas 48 horas, utilizando o tema proposto na abertura do evento. A ideia é proporcionar um ambiente seguro e confortável para favorecer o processo de criação, de aprendizagem e networking, fortalecendo a comunidade desenvolvedora de jogos da região. 

Esta é a terceira edição do evento e a segunda vez que o ICMC sedia a iniciativa


Sob a coordenação do grupo de desenvolvimento de jogos Fellowship of the Game (FoG), a maratona contará com o apoio do Grupo de Alunas nas Ciências Exatas (GRACE), que desenvolve atividades voltadas para o público feminino. Os dois grupos de extensão são vinculados ao ICMC e colocarão à disposição das participantes mentoras para ajudá-las no processo de criação. 

“Queremos atrair mais mulheres para a área, mostrando que elas são sempre muito bem-vindas e que podem criar os próprios jogos”, diz Gyovana Moriyama, que cursa Ciências de Computação no ICMC. “Entre os 64 membros do FoG, apenas 11 pertencem ao grupo que esta maratona procura incluir”, revela a estudante, que é uma das organizadoras da iniciativa em São Carlos. 

Este ano, mais cinco países se uniram ao Brasil para promover a Women Game Jam – Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru – tornando essa a maior maratona feminina de criação de jogos da América Latina. A proposta nasceu inspirada em uma versão alemã do evento, ocorrido pela primeira vez, simultaneamente, na Alemanha e em São Paulo, em abril de 2018.




Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 
Crédito das imagens: divulgação Women Game Jam

Women Game Jam
Site do evento: www.wgjbr.com.br
Início: sexta-feira, 13 de setembro, às 18 horas 
Término: domingo, 15 de setembro, às 19 horas 
Local: salas 3-009 e 3-012 do ICMC 
Endereço: Rua Dr. Carlos de Camargo Salles, 350 – na área I do campus da USP, em São Carlos

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Faltam profissionais no mercado: USP oferece curso em Estatística e Ciência de Dados

Extrair conhecimentos úteis a partir de dados, utilizando ferramentas estatísticas, matemáticas e computacionais. Esse é o papel do cientista de dados, para quem não faltam vagas no mercado de trabalho

O curso é oferecido no campus da USP, em São Carlos, no período noturno
(crédito da imagem: Nilton Junior/ArtyPhotos)

Nos rankings internacionais que apresentam as melhores carreiras, os cientistas de dados estão em destaque. No site glassdoor.com, aparece como a profissão número 1 dos Estados Unidos em 2019; já no site carreercast.com, está na 7ª colocação, logo depois dos estatísticos, que ficam no 5º lugar. Esses rankings refletem a crescente demanda por esses profissionais, que lidam com o desafio de extrair conhecimentos úteis a partir de dados. 

No Brasil, embora não exista um levantamento que mostre o tamanho da demanda não atendida, quem atua em ensino e pesquisa na área tem se surpreendido com a falta de recursos humanos capacitados. Diante da ausência de profissionais com formação específica, as empresas têm recrutado graduados e pós-graduados em computação, matemática e estatística para ocupar cargos com nomenclaturas que vão desde o clássico “cientista de dados” até engenheiro/analista/arquiteto de dados, seguindo por variações como analista de inteligência de negócios, entre outras. 

Para suprir a escassez desses profissionais, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP atualizou a grade curricular do curso de Estatística para possibilitar uma formação mais ampla aos estudantes que optarem por fazer uma graduação nessa área. As mudanças levaram à alteração no nome do curso: a partir de 2020, será chamado de Bacharelado em Estatística e Ciência de Dados.

Diversos eventos são realizados pelos pesquisadores da área de estatística no ICMC para discutir temas relacionados à ciência de dados

O professor Marinho de Andrade Filho, do ICMC, explica que a espinha dorsal do curso continua sendo a estatística, que é uma profissão regulamentada no Brasil, o que se propôs foi uma ampliação no escopo de algumas disciplinas a fim de associar técnicas computacionais a técnicas estatísticas, as quais já eram abarcadas pela grade curricular: “Não existe uma competição entre a estatística e a computação pela fatia da ciência de dados. O que há é uma necessidade de unir os dois campos para tratar dos problemas que surgem a partir dos dados. É claro que existem diferenças nas abordagens, mas são conhecimentos que se completam”. 

Com as alterações nas disciplinas oferecidas, houve uma vantagem adicional: a redução no tempo para obter o diploma. Em vez dos atuais 4,5 anos, a graduação poderá ser concluída em 4 anos. “Assim, o recém-formado poderá planejar mais facilmente o início das atividades do ano seguinte, quer seja no mercado de trabalho ou em um programa de pós-graduação”, completa o professor Marinho. 

O professor Gustavo Nonato (último, em pé, à direita) coordena o DATA, um grupo de extensão do ICMC que surgiu oficialmente no início deste ano especialmente para difundir os conhecimentos sobre ciência de dados.
(crédito da imagem: Reinaldo Mizutani)

Não se perca em dados – Não é difícil compreender o aumento da demanda por esses profissionais da área de ciências exatas. Afinal, a extração de conhecimentos úteis a partir dos dados disponíveis tem potencial para aumentar a receita das empresas, reduzir custos, aprimorar as experiências dos clientes e promover inovações. 

Pense que, hoje, cada ser humano com um dispositivo móvel em mãos é um produtor de dados, os quais são gerados em velocidade, volume e variedade cada vez maiores. Esses bancos de dados, quando não são utilizados adequadamente pelas instituições, acabam se tornando um verdadeiro problema. 

Pense em quantos recursos são consumidos e quanto espaço físico e virtual é preciso para armazenar esse arsenal complexo de números, nomes, datas, telefones, e-mails, endereços, comentários, curtidas, imagens, vídeos: é um amontoado heterogêneo que pode conter informações preciosas, capazes de levar à solução de vários problemas e permitir avanços significativos às instituições, contribuindo para a tomada de melhores decisões. 

Mas de nada adianta ter à disposição esse arsenal se não for possível utilizá-lo, daí a relevância do cientista de dados, um profissional capacitado para gerar valor a partir da captura, do tratamento e da obtenção de novos conhecimentos, úteis e relevantes, com base em dados. Para se ter uma ideia do tamanho dessa demanda, nos Estados Unidos, em 2018, a escassez de cientistas de dados oscilava em torno de 140 a 190 mil profissionais, um número que só tende a crescer. 

No Brasil, segundo o professor Gustavo Nonato, do ICMC, os alunos recém-formados do Instituto têm sido recrutados a preço de ouro para trabalhar nessa área. Marinho revela que os egressos do curso de estatística já têm ingressado no mercado com salários iniciais variando entre R$ 4 e R$ 6 mil, chegando a R$ 10 mil após cerca de um ano de atuação. 

Inscrições para a Fuvest podem ser realizadas até as 12 horas do dia 20 de setembro

Como ingressar – O vestibular organizado pela Fuvest é responsável por selecionar a maior parte dos alunos de graduação da Universidade. A outra forma de entrar nos cursos da USP é via Sistema de Seleção Unificada (Sisu), voltado aos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e gerenciado pelo Ministério da Educação. 

Para o ingresso em 2020, a Fuvest oferecerá 8.317 vagas em cursos de todas as áreas do conhecimento, oferecidos em São Paulo, São Carlos, Santos, Ribeirão Preto, Piracicaba, Pirassununga, Lorena e Bauru. 

Para participar do vestibular da Fuvest, é preciso se inscrever até as 12 horas do dia 20 de setembro. Vale lembrar que os cursos oferecidos pela USP se agrupam em carreiras, de acordo com as áreas de conhecimento (humanidades, ciências exatas e ciências biológicas). No total, há 106 carreiras e 182 cursos. 

O Bacharelado em Estatística e Ciência de Dados é oferecido no período noturno no campus da USP, em São Carlos. Oferece 12 vagas para ingresso via SISU e 28 vagas via Fuvest. No caso da Fuvest, é o curso 53 e pertence à carreira 790, que é composta por 14 cursos (veja a página 24 do Manual do Candidato da Fuvest). No momento da inscrição no vestibular, o estudante pode escolher apenas uma carreira e depois indicar os cursos em ordem de preferência (em primeiro lugar, o mais desejado), chegando ao máximo de quatro opções. A taxa de inscrição na Fuvest, neste ano, é de R$ 182. O pagamento deve ser feito em bancos ou pela internet antes do encerramento do expediente bancário do dia 24 de setembro. 

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações 
Site da Fuvest: http://www.fuvest.br
Página do curso de Estatística e Ciência de Dados: https://www.icmc.usp.br/graduacao/estatistica-bacharelado

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Quem tem noções de informática e de programação pode contribuir com projetos do ICMC

Três iniciativas voltadas à comunidade de São Carlos estão com inscrições abertas para voluntários 

O Codifikids é um dos projetos em que os voluntários podem atuar

Se você tem noções de informática ou de lógica de programação pode se tornar voluntário em um dos projetos realizados pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Para participar, basta se inscrever em uma das iniciativas, até dia 4 de setembro, por meio deste formulário on-line: http://bit.ly/PETMONITOR

Há vagas para quem deseja contribuir com três projetos: um curso de informática básica que é oferecido a idosos; o Codifikids, que ensina lógica de programação usando Scratch (programação em blocos) e atende crianças que estão no ensino fundamental da escola estadual Esterina Placco; e o Codifique, um curso de programação básica voltado para estudantes de ensino médio e de cursinho que desejam conhecer um pouco mais sobre computação. 

“Procuramos pessoas motivadas e dispostas a serem atenciosas com os alunos. Com exceção do Codifique, que exige noções básicas de lógica de programação, não há requisitos para se tornar um voluntário, é só ter vontade de ajudar”, explica João Pedro Sousa dos Reis, um dos coordenadores da iniciativa. Ele é aluno de Ciências de Computação no ICMC e um dos membros do Programa de Educação Tutorial do Instituto (PET-Computação), que é responsável pelos três projetos. 

Os voluntários também precisam ter disponibilidade para participar das atividades do projeto com o qual desejam contribuir. Confira os dias, horários e locais de cada um: 
  • Curso de informática básica para a terceira idade: aulas semanais às quartas-feiras, das 14 às 16 horas, no laboratório de informática 6-303, no bloco 6 do ICMC. 
  • Codifikids: aulas quinzenais às terças ou quintas-feiras, das 14 às 16 horas, na Escola Estadual Esterina Placco (na avenida Araraquara, 451, na Vila Brasília). 
  • Codifique: aulas semanais às quartas-feiras, das 15 às 18 horas, nos laboratórios de informática 6-303 e 6-304, nop bloco 6 do ICMC.
Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
Formulário de inscrição para voluntários: http://bit.ly/PETMONITOR
PET-Computação: (16) 3373-9703 ou petcomp@icmc.usp.br

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Robótica sem mistério: visite um dos laboratórios da USP São Carlos

O grupo Warthog Robotics, que desenvolve robôs, estará de portas abertas para receber os estudantes nos dias 12 de setembro, 10 de outubro e 14 de novembro


Objetivo da iniciativa é mostrar para a população que a área da robótica não é nenhum bicho de sete cabeças 

Como funciona um robô? Quais conhecimentos você precisa ter para desenvolver e programar os robôs? Perguntas como essas atiçam a curiosidade de quem não conhece o universo dessas criações que, a cada dia, têm nos surpreendido pelo potencial para realizar tarefas até então restritas aos seres humanos. Mostrar para a população que a área da robótica não é nenhum bicho de sete cabeças é um dos principais objetivos de uma iniciativa gratuita que acontece na USP em São Carlos: o Conexão Warthog

O evento é destinado a todas os estudantes da região que desejam conhecer como funciona um dos maiores grupos de extensão e pesquisa da USP, o Warthog Robotics. O grupo desenvolve robôs autônomos para participar de competições de futebol e de combates, nas quais já conquistou diversas premiações no Brasil e no exterior. Ligado a duas unidades de ensino e pesquisa da USP, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o Warthog reúne alunos de graduação e de pós-graduação de todo o campus.

Para participar da visita, basta o responsável pela escola ou um professor preencher o formulário online disponível neste link: icmc.usp.br/e/5f612. Cada sessão de visita dura 1h30. É aconselhável que o número de alunos não seja superior a 25 por visita, mas caso aconteça da escola trazer um número maior de estudantes, é possível dividi-los em duas turmas: enquanto uma conhece o laboratório, outra visita o campus da Universidade. 

Ao abrir as portas do laboratório para a comunidade, a intenção do grupo é aproximar a USP e a robótica das crianças e dos adolescentes. “A robótica não é mais novidade nas escolas e no nosso dia-a-dia. Nessa visita, os alunos têm contato com soluções além dos kits comerciais, e podem entender as aplicações de vários conceitos teóricos aprendidos em sala de aula”, explica o doutorando Adam Moreira, do ICMC, que é diretor de pesquisa do Warthog. 

Durante a visita, os estudantes podem assistir a apresentações de robôs e conhecer o laboratório do Centro de Robótica da USP (CRob), onde os projetos do grupo são desenvolvidos. Reunindo profissionais e estudantes da EESC e do ICMC, o CRob é o primeiro centro de robótica do Brasil e tem por objetivo promover a interação dos laboratórios da USP, em São Carlos, fortalecendo as pesquisas em andamento, principalmente nas áreas de robotização de automóveis, robótica aérea, manipuladores, reabilitação robótica, robótica agrícola e interação humano-robô.

A visita é gratuita e demanda inscrições prévias

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP


Conexão Warthog 
Quando: 12 de setembro, 10 de outubro e 14 de novembro em quatro diferentes horários: das 9 às 10h30; das 10h30 às 12 horas; das 14 às 15h30; e das 15h30 às 17 horas. 
Local: Centro de Robótica de São Carlos (CRob), na área I do campus da USP, em São Carlos 
Endereço: avenida Trabalhador são-carlense, 400 – Centro 
Evento gratuito e aberto à participação de todas as escolas interessadas mediante inscrição prévia: icmc.usp.br/e/5f612
Dúvidas: (16) 3373-6728 ou info@wr.sc.usp.br

Venha aprender programação na USP São Carlos: inscreva-se no Codifique

Alunos de ensino médio ou de cursos pré-vestibulares podem se inscrever em iniciativa gratuita do ICMC até 4 de setembro

Aulas de programação são semanais, gratuitas e começam dia 11 de setembro

Já pensou em aprender programação na USP? Basta participar gratuitamente do Codifique, um curso de programação básica voltado para estudantes de ensino médio e de cursinho que desejam conhecer um pouco mais sobre computação. Durante as aulas, são abordados assuntos referentes à lógica e resolução de problemas, conhecimentos que podem facilmente ser aplicados no dia-a-dia.

Todas as atividades são presenciais e acontecem semanalmente, sempre as quartas-feiras, das 15 às 18 horas, em um dos laboratórios de informática do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, na área I do campus, no centro da cidade. A primeira aula será dia 11 de setembro e a última, 13 de novembro. 

Para participar, não é necessário ter conhecimentos prévios sobre programação, basta preencher, até 4 de setembro, o formulário on-line disponível neste link: icmc.usp.br/e/4fc89. A inscrição não garante uma das 30 vagas disponibilizadas no projeto: a partir dos dados fornecidos no formulário, os selecionados serão contatados posteriormente e informados sobre o prazo para confirmar a matrícula no curso. Já os que não forem selecionados farão parte de uma lista de espera e poderão ser chamados posteriormente, caso haja alguma vaga remanescente.

"Recomendamos que os interessados sigam nossa página no Facebook, assim, será mais fácil receber as informações sobre o curso e sobre os prazos para confirmação da matrícula", explica João Pedro Sousa dos Reis, um dos coordenadores da iniciativa. Ele é aluno de Ciências de Computação no ICMC e um dos membros do Programa de Educação Tutorial do Instituto (PET-Computação), que é responsável pelo Codifique.

Ao final da atividade, os alunos que frequentam as aulas recebem um certificado oficial da USP. Vale ressaltar que o Codifique não é um curso profissionalizante de informática ou de inclusão digital, mas que fornece uma noção mais ampla do que é programar. 

"O aprendizado que obtive no Codifique foi formidável: desenvolvi códigos em linguagem de programação, algoritmos e, ao final do projeto, criei até um jogo", revela Marlon Martins, que frequentou o curso em 2018 e, no início deste ano, tornou-se aluno de Ciências de Computação no ICMC. "No Codifique, tive a chance de conhecer um pouco da USP e do ICMC. Fique deslumbrado com a infraestrutura, a paisagem e as oportunidades para o aprimoramento profissional e social. Toda essa experiência fortaleceu o meu desejo de estudar Ciências de Computação aqui", completa o estudante, que agora faz parte do PET-Computação.



Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações
Página do Codifique no Facebook: www.facebook.com/pet.codifique 
E-mail: pet.codifique@gmail.com

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Elas estão rompendo as barreiras das Exatas

Projeto da USP, em São Carlos, é um exemplo de como a união de forças entre universidades e escolas públicas pode gerar impactos relevantes e nortear futuras políticas públicas em prol da igualdade de gênero.

A professora Kalinka Castelo Branco durante a escola de verão que ensinou 162 garotas a desenvolverem aplicativos, a iniciativa faz parte de um amplo projeto chamada Ações no ensino fundamental e médio: inclusão feminina no ensino superior de ciências exatas, aprovado em chamado do CNPq

É sábado, hora do almoço e uma fila gigante se forma em frente à entrada do restaurante universitário da USP, em São Carlos: as camisetas brancas com mangas cor-de-rosa distinguem as meninas e mulheres que ali estão dos frequentadores rotineiros do local. Olhares curiosos perguntam: quem são elas? 162 garotas de 10 a 18 anos, 80% estudantes de escolas públicas da região. 

A maioria vive a experiência de entrar pela primeira vez em uma universidade pública e, tímidas, esforçam-se para repetir os movimentos que os mais experientes fazem: pegam suas bandejas, percorrem a bancada preenchendo os espaços com a comida, retiram os talheres e, antes de se sentarem, colocam as canecas plásticas debaixo das máquinas de suco. 

A balbúrdia se repete por mais quatro sábados, quando elas se perfilam novamente em frente ao restaurante. Mas, na quinta vez, as cenas já são visivelmente diferentes: há poucos olhares curiosos e elas sorriem, conversam ruidosamente e correm sem timidez pelo bandejão. A professora Kalinka Castelo Branco não esconde a satisfação que sente por ter acompanhado essa aventura: “Agora, elas sentem que esse espaço também é delas”. 

Kalinka sabe que as cenas no restaurante da USP revelam muito mais sobre o que aconteceu nesses cinco sábados em que as garotas participaram das atividades de uma escola de verão que ensinou a desenvolver aplicativos, a Technovation Summer School for Girls, realizada pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP. Kalinka sabe que essas 162 meninas romperam importantes barreiras e ampliaram os campos em que podem atuar. 

O próximo capítulo da balbúrdia já tem data marcada: acontece sábado, dia 24 de agosto, das 14 às 17 horas. É quando acontecerá o evento Mude o Jogo no ICMC, em que a meta é levar as garotas a compreenderem que o mundo dos jogos eletrônicos é outro espaço que elas podem e devem ocupar. Voltado a participantes do gênero feminino, de 15 a 21 anos, o evento vai explicar como desenvolver um jogo para celular e submeter a proposta ao desafio internacional do Google Change the Game.

Evento Mude o Jogo acontece sábado, dia 24, no ICMC e ainda há vagas disponíveis, inscreva-se: icmc.usp.br/e/37802 

Empoderar para mudar – Nos cinco sábados da Technovation Summer School for Girls, as 162 garotas se dividiram em times para criar aplicativos que solucionassem problemas sociais. Formados por até 5 participantes, os grupos se dividiam em duas categorias: Sênior, para meninas de 15 a 18 anos; e Júnior, para meninas de 10 a 14 anos. 

“A ideia não foi apenas trazê-las para conhecerem o mundo da tecnologia, mas empoderá-las. Durante os cinco encontros, elas puderam colocar a mão na massa: trabalharam na ideação do projeto, no desenvolvimento do aplicativo e na apresentação da proposta (pitch). As mais velhas até fizeram um plano de negócios”, explica a professora. Em cada uma dessas fases, receberam treinamentos específicos e puderam desenvolver habilidades sociais adicionais relacionadas ao trabalho em equipe e à arte de falar em público, por exemplo. 

As participantes puderam desenvolver habilidades sociais adicionais durante o evento, tal como as relacionadas ao trabalho em equipe e à arte de falar em público
“Todas as palestras foram ministradas por mulheres que estão nesse meio, que é super restrito, e elas mostram os exemplos delas e dão apoio para a gente seguir e sempre querer aprender mais”, revela uma das participantes, Sarah Piedade de Oliveira, 16 anos. “O que tive a oportunidade de ver foi realmente um cenário de inclusão. Muitas ideias legais e funcionais criadas no evento têm grandes chances de virar realidade e, daqui a pouco, quem sabe, poderemos fazer download dos aplicativos dessas garotas”, diz Larisse Gois, gerente de tecnologia da Logicalis. Formada em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de São Carlos, ela foi uma das palestrantes do evento. 



Quando a Technovation Summer School for Girls terminou, no dia 13 de abril, além da premiação aos melhores projetos, os grupos foram estimulados a inscreverem seus aplicativos no desafio global Technovation Challenge. No total, a plataforma do desafio contabilizou inscrições de 7,2 mil meninas de 57 países. Desse total, 1.226 eram brasileiras, reunidas em 216 diferentes grupos. Entre as semifinalistas do desafio, 150 equipes no total, estavam 15 times brasileiros: 9 na categoria Sênior e 6 na Júnior. As garotas que participaram do evento do ICMC conseguiram emplacar três projetos entre os semifinalistas: o aplicativo for-all-of-us (Sênior) e os aplicativos Pet Hero e SafU (ambos na categoria Júnior). Vale a pena assistir aos vídeos em que elas explicam como esses aplicativos funcionam: icmc.usp.br/e/dcfea

“Provavelmente, se não houvesse a escola de verão, essas três equipes de São Carlos não conseguiriam chegar à semifinal da competição global”, conta Kalinka. Muito além dessa conquista, estão os aprendizados que as 162 participantes da escola puderam obter. Com certeza, a experiência de criar o primeiro aplicativo a gente nunca esquece. 





Desigualdade explícita – A Technovation Summer School for Girls está sob o guarda-chuva de um grande projeto chamado Ações no ensino fundamental e médio: inclusão feminina no ensino superior de ciências exatas, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no final de 2018. Ao todo, a iniciativa tem à disposição, ao longo deste ano, R$ 95 mil para desenvolver diversas atividades. O Mude o Jogo será a próxima e haverá, ainda, no dia 19 de outubro, o Ada Lovelace Day

“Analisando o número de ingressantes do sexo feminino nos cursos de ciências exatas e da terra nas três maiores universidades públicas paulistas (USP, Unesp e Unicamp), observamos uma grande disparidade entre o número de homens e mulheres, reforçando o estigma de ser uma área majoritariamente masculina, o que vai ao encontro de diversos resultados de pesquisas publicados recentemente”, escreve a professora Kalinka no projeto. 

É fato que não faltam dados para mostrar o tamanho da desigualdade na área. Enquanto o número de cursos de computação cresceu 586% nos últimos 24 anos no Brasil, o percentual de mulheres matriculadas nesses cursos caiu de 34,8% para 15,5%, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). 

Considerando-se os profissionais atuantes na área em 2014, apenas 20% são do gênero feminino segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o CNPq fez um levantamento em 2016 mostrando que mais de 80% dos mestres e doutores em computação no nosso país são do gênero masculino. 

Esses números estão em sintonia com os apresentados no artigo Uma análise de gênero a partir dos dados da Sociedade Brasileira de Computação: 78,13% das pessoas associadas à instituição são do gênero masculino e 21,87% do feminino. O estudo foi publicado nos anais da 13ª edição do workshop Women in Information Technology (WIT), realizado em Belém, dias 15 e 16 de julho, como parte do 39º Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. 

O WIT premiou como melhor artigo o trabalho Gênero e suas nuances no ENEM, de autoria da doutoranda Viviana Noguera e das professoras Cristina Ciferri e Kalinka, todas do ICMC. Em busca por explicar as múltiplas causas do decréscimo da participação das mulheres nas ciências exatas, as três decidiram analisar o desempenho dos participantes no Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) ao longo de cinco anos (de 2013 a 2017). “De forma geral, os resultados das análises mostraram que o desempenho dos participantes masculinos foi discretamente superior ao das participantes femininas em matemática e ciências da natureza”, escrevem as pesquisadoras no artigo. 

O que mais surpreende no estudo é que o levantamento considerou também fatores como cor/raça, renda mensal, tipo de escola no ensino médio e região de residência dos participantes. Os gráficos que mostram o desempenho ano a ano, de acordo com a cor/raça dos estudantes, evidenciam um mesmo padrão: quem se autodeclara de cor/raça branca obtém as melhores notas seguido sempre pelos que se autodeclaram amarelos, pardos, pretos e indígenas. A exclusão racial fica explícita nos dados do ENEM. 

Os gráficos mostram o desempenho por raça/cor para as categorias identificadas como: (0) não declarado; (1) branca: (2) preta; (3) parda; (4) amarela: (5) indígena
(Fonte: artigo "Gênero e suas nuances no ENEM")

Outro tipo de exclusão é visível nos gráficos que mostram o desempenho dos participantes de acordo com a renda. Como era de se imaginar, conforme a renda mensal aumenta, melhoram também os resultados obtidos nas notas do ENEM. O padrão é o mesmo ano a ano: uma reta desenha um caminho ascendente, mostrando a evolução progressiva do desempenho seguindo linearmente a evolução da renda. 

Na conclusão do artigo, as pesquisadoras ressaltam que são necessários estudos mais aprofundados a fim de identificar como as instituições educacionais devem atuar para minimizar as discrepâncias entre gêneros. O que o estudo deixa evidente é que as disparidades no desempenho dos estudantes vão se perpetuando ao longo de todo processo educacional e que o combate à desigualdade de gênero no ensino superior, especialmente na área de ciências exatas, requer um esforço para alcançar quem ainda não está nas universidades. 

Os gráficos mostram o desempenho por renda salarial mensal para diversas categorias desde para aqueles participantes que declaram nenhuma renda (A) até quem informou ter renda maior que R$ 18.740,00 (Q)
(Fonte: artigo "Gênero e suas nuances no ENEM")

Desconstruindo muros – Não é à toa que parte dos R$ 95 mil fornecidos pelo CNPq para o projeto Ações no ensino fundamental e médio: inclusão feminina no ensino superior de ciências exatas está sendo investido em bolsas para estudantes e também professoras de cinco escolas estaduais de São Carlos: Aduar Kemell Dibo; Álvaro Guião; Bento da Silva Cesar; Orlando Perez; e Sebastião de Oliveira Rocha. “São escolas públicas de diferentes regiões da cidade, tanto de áreas centrais quanto periféricas, com diferentes realidades tanto em relação à infraestrutura quanto ao perfil do público atendido”, ressalta Kalinka. 

Três estudantes de cada escola recebem uma bolsa de pré-iniciação científica no valor mensal de R$ 100 e as escolas têm um professor tutor, que é o responsável por coordenar as atividades do projeto e recebe uma bolsa de R$ 400. Esse grupo, composto por 15 estudantes e 5 professoras, está participando, desde março, de um curso sobre programação usando a linguagem Python e o objetivo é que se tornem replicadoras desse conteúdo em suas respectivas escolas para ampliar o impacto da iniciativa. 

No sábado, 10 de agosto, essa turma se uniu a 12 garotas e quatro professoras de mais quatro escolas públicas da cidade – Cidade Aracy IV, Fúlvio Morganti, João Batista Gasparin e Maria Ramos – para iniciarem outro curso: dessa vez, o tema é robótica. É o início de um novo capítulo do projeto criado pela professora Kalinka que se tornou possível por meio de uma parceria estabelecida com o professor José Marcos Alves, da Escola de Engenharia de São Carlos. Coordenador do Centro de Inclusão Social USP São Carlos (CIS), o professor contou com o apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC) para estender a iniciativa às quatro escolas e fornecer bolsas a mais garotas. 

A jornada em prol da inclusão demanda remover os muros que separam as universidades das escolas públicas e também questionar os estereótipos de gênero que categorizam o que são as habilidades tipicamente femininas das que são tipicamente masculinas. Se os estudantes, independentemente do gênero, se unirem em prol desse processo de desconstrução, os resultados poderão ser alcançados mais rapidamente. 

Por isso, uma das iniciativas do projeto é promover atividades esportivas como campeonatos de futebol de botão e de Futebol Callejero (de rua, em português) nas escolas. Entre as características que diferenciam o Futebol Callejero da modalidade tradicional está a entrada em campo de homens e mulheres juntos e a inexistência de um juiz, pois os conflitos são resolvidos por meio do diálogo entre os jovens. Para contribuir com essas iniciativas, a professora Kalinka chamou para o jogo o professor Osmar Moreira de Souza Júnior, do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 



Matemática em campo – Outra parceria que ampliou o escopo de atuação do projeto foi estabelecida com a professora Ires Dias, do ICMC. Ela acompanha, há 14 anos, a trajetória de estudantes da região premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e coordena uma das regionais do Estado de São Paulo do programa OBMEP na Escola, que tem como objetivo contribuir para a formação de professores em matemática, estimulando estudos mais aprofundados e a adoção de novas práticas em sala de aula. 

A partir da colaboração com Kalinka, Ires passou a abarcar mais uma escola pública da cidade na iniciativa, a Conde do Pinhal, onde duas professoras trabalham com 52 alunos na resolução de problemas matemáticos. Outros 90 alunos são atendidos por três professoras e um professor nas escolas Esterina Placco e Ary Pinto das Neves. “Nossa preocupação é atrair mais meninas para o programa, sem deixar de fora os meninos que querem aprender mais matemática”, conta Ires. 

A OBMEP fornece uma bolsa de R$ 756 para cada professor e também o material que usarão em sala de aula. Mensalmente, Ires se encontra com o grupo para orientá-los no que for preciso. Ela também coordena o Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC) na região, que oferece bolsas de R$ 100 mensais para os medalhistas da OBMEP se dedicarem aos estudos. Quem mora em São Carlos tem a oportunidade de participar de encontros presenciais, que são realizados aos sábados, no ICMC, já quem mora em outras cidades realiza as atividades por meio de uma plataforma on-line. Não são poucos os jovens medalhistas que têm o primeiro contato com uma universidade pública por meio do PIC: “Acendemos uma luz em toda a escola em que há um medalhista da OBMEP chamado para participar do programa”. 

É essa luz que as universidades públicas estão buscando acender quando lançam projetos para promover a igualdade de gênero. Aliás, enquanto muitos criticam o uso do termo “gênero” pelas ciências humanas, vale notar que “gênero” é também a palavra da vez nas ciências exatas: está mais presente do que nunca em publicações científicas da área, presente em artigos que mostram resultados de estudos rigorosamente científicos e reveladores da realidade da desigualdade na computação, na matemática, na estatística, nas engenharias e em suas ciências irmãs. Diante do déficit de profissionais qualificados nesses campos e do constante aumento da demanda, a equidade de gênero nas exatas não é mais uma insignificante questão ideológica, mas um desafio econômico que precisa ser enfrentado por qualquer país que pretenda se destacar no mundo da tecnologia. 



Texto e fotos: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações
Inscreva-se no Mude o Jogoicmc.usp.br/e/37802
Site do Grupo de Alunas de Ciências Exatas (GRACE): http://grace.icmc.usp.br/index.html 
Site do Technovation Challenge: https://technovationchallenge.org/
Assista aos vídeos da escola de verão: icmc.usp.br/e/dcfea
Leia o artigo Gênero e suas nuances no ENEMicmc.usp.br/e/9da10

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Escola Avançada em Big Data Analysis prorroga inscrições com desconto

Valores só serão reajustados após 27 de agosto; evento começa dia 2 de setembro



A 3ª Escola Avançada em Big Data Analysis (EABDA 2019) acontecerá de 2 a 6 de setembro no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. O evento apresentará as principais técnicas usadas para a análise de grandes volumes de dados, destacando as mais avançadas e promissoras ferramentas para análise, extração de conhecimento e visualização de dados. 

A escola oferece dez cursos sobre temas como ciência de dados, aprendizado de máquina, deep learning, mineração de dados, processamento de línguas naturais, sistemas de recomendação e redes complexas. Além dos cursos, serão oferecidas cinco palestras sobre temas relacionados à área de big data

Para se inscrever, basta acessar o site do evento. O valor da matrícula para cada curso é de R$ 100 para estudantes e R$ 150 para profissionais formados. Já o pacote com os dez cursos custa R$ 700 para estudantes e R$ 1.200 para profissionais. Esses valores são acrescidos de uma taxa de 10% referente ao uso da plataforma on-line e são válidos até o dia 27 de agosto, quando serão reajustados. 

Podem participar da iniciativa estudantes de pós-graduação e profissionais graduados nas áreas de engenharia, computação, estatística, economia e afins, além de alunos de graduação, desde que estejam no último ano do curso. A Escola é organizada pelo Departamento de Ciências da Computação do ICMC e recebe o apoio do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), do Centro de Robótica de São Carlos (CRob) e do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI-Campinas). 

Texto: Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 
Com informações de Leonardo Zacarin - Comunicação CeMEAI 

Mais informações 
Site do evento: cemeai.icmc.usp.br/3EABDA 
Assessoria de Comunicação do CeMEAI: (16) 3373-6609 / contatocemeai@icmc.usp.br

ICMC oferece curso de programação Python para ciência de dados

Voltado a profissionais da computação como analistas e programadores, iniciativa recebe inscrições até 18 de setembro

Nos rankings internacionais que apresentam as melhores carreiras, os cientistas de dados sempre estão em destaque

Qualificar profissionais da área de computação e programação para que sejam capazes de manipular e processar bases de dados em diferentes formatos, projetar soluções para capturar informações disponíveis na web e executar procedimentos básicos de estatística e aprendizado de máquina. Esses são os objetivos do curso Programação Python para Ciência de Dados, que será oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

Dividido em cinco módulos, com exercícios práticos voltados à solução de problemas, o curso acontecerá durante cinco sábados, de 21 de setembro a 23 de novembro, das 9 às 13h20, no auditório Fernão Stella Rodrigues Germano, no bloco 6 do ICMC. A atividade é direcionada a pós-graduandos e profissionais graduados na área de TI como programadores, analistas, gerentes de projeto e demais interessados com conhecimento em computação, que desejam se capacitar para atuar com ciência de dados. O pré-requisito para participar é ter graduação em Ciência da Computação ou áreas correlatas.

“Os cientistas de dados buscam utilizar, de modo eficiente, ferramentas matemáticas e computacionais para auxiliar no processo de extração de conhecimentos a partir de dados, auxiliando principalmente a tomada de decisões”, explica o professor Gustavo Nonato, coordenador do curso e do grupo de extensão DATA do ICMC. Ele acabou de voltar à USP depois de passar um período como professor visitante no Center for Data Science da Universidade de Nova Iorque: “a experiência lá foi muito útil para ter uma visão mais clara do que é a ciência de dados, uma área ainda muito nova”.

O Brasil e os demais países do mundo não estão conseguindo formar a quantidade necessária de pessoas para lidar com os desafios desse novo campo do conhecimento. A escassez de cientistas de dados nos Estados Unidos oscilava em torno de 140 a 190 mil profissionais, em 2018, um número que só tende a crescer. No Brasil, embora não exista um levantamento que mostre o tamanho da demanda não atendida, quem atua no ensino e na pesquisa na área de ciência de dados tem se surpreendido com a constante peregrinação realizada pelas empresas a institutos especializados buscando mão-de-obra qualificada e o estabelecimento de parcerias.

Oferecer o curso Programação Python para Ciência de Dados é uma das estratégias para suprir parte dessa demanda reprimida. Há 150 vagas disponíveis e as inscrições podem ser realizadas até 18 de setembro, ou enquanto houver vagas, pelo Sistema Apolo, neste link: icmc.usp.br/e/1a3b5. A taxa de inscrição é de R$ 550,00, que deve ser paga via boleto bancário a ser gerado pelo Sistema. O comprovante de pagamento deverá ser encaminhado para o e-mail ccex@icmc.usp.br.

Além disso, até a próxima sexta-feira, 23 de agosto, serão recebidas solicitações de isenção da taxa. O procedimento, nesse caso, é realizar a inscrição on-line e enviar uma justificativa do pedido de isenção para o e-mail ccex@icmc.usp.brAs solicitações serão atendidas por ordem de chegada até o limite de 15 vagas, e os contemplados serão informados por e-mail.


Texto – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Crédito de imagem: Python Logo e Insight-Rec (montagem)

Mais informações
Consulte o programa do curso: icmc.usp.br/e/6a5d8
Link para inscrições: icmc.usp.br/e/1a3b5
Sobre a iniciativa: https://python4ds-icmc.github.io/
Área de comunicação e eventos do ICMC: (16) 3373-9146 ou ccex@icmc.usp.br

Como a paisagem pode favorecer as atividades de ensino, pesquisa e extensão?

Projeto de paisagem do ICMC, que está sendo desenvolvido por pesquisadora do IAU, será apresentado à comunidade na próxima quarta-feira, dia 21



Não são poucos os visitantes que elogiam os espaços que compõem o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. A maioria relata que o encanto se relaciona à forma como a natureza permeia com exuberância os arredores dos blocos que abrigam salas de aulas, de professores, laboratórios de pesquisa, de informática e áreas administrativas. Mas será que é possível repensar essa paisagem a fim de que favoreça ainda mais as atividades de ensino, pesquisa e extensão, levando em conta práticas sustentáveis? 

Esse é um dos desafios que têm mobilizado a professora Luciana Schenk, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP. Para construir o projeto de paisagem do ICMC, ela conta com o apoio duas bolsistas: Beatriz Sousa Borges e Sophia da Rosa Siviero, ambas estudantes de arquitetura do IAU. 

A equipe já fez um levantamento técnico sobre todas as espécies que constituem a vegetação do ICMC, além de uma ampla pesquisa sobre os ambientes de instituições de ensino do mundo que são reconhecidas pelos seus projetos de paisagem. “O próximo passo é mostrar esse trabalho para a comunidade e convidá-la a responder um breve questionário on-line”, explica Luciana. 

A reunião com a comunidade do ICMC acontecerá na próxima quarta-feira, 21 de agosto, a partir das 16 horas, no auditório Luiz Antonio Favaro, no bloco 4. Aberto a todos os interessados, o encontro explicará os objetivos do projeto e convidará a comunidade a responder um formulário on-line (disponível neste link: icmc.usp.br/e/108b0). 

“Na opinião dessa comunidade, o que, de fato, pode fazer a diferença quando andamos pelo ICMC para recarregar as baterias? Devemos privilegiar espaços de encontro ou de silêncio?”, questiona Luciana. A partir das respostas ao questionário, a equipe compreenderá melhor as percepções a respeito dos ambientes do ICMC e poderá planejar adequadamente os espaços: “O que criamos são eventos que vão compor uma narrativa do percurso que as pessoas farão por aqui”. 

A pesquisadora explica ainda que o projeto precisa manter a congruência com a paisagem local. Nesse caso, para selecionar as espécies que constituirão a vegetação, é preciso levar em conta a qualidade da vegetação presente e o tipo de fauna do local, inclusive para enriquecê-los. “Só assim, poderemos construir um meio ambiente mais rico em todos os sentidos”, diz a professora. 

Segundo Luciana, a paisagem que nos cerca passa a ser valorizada a partir do momento em que estabelecemos uma relação afetiva com o local. Quando isso ocorre, as alterações nesse ambiente são percebidas tal como as mudanças que acontecem em nossa casa, capazes de transformar nossa história e nossa cultura. Na opinião da professora, é possível notar na comunidade do Instituto esse vínculo afetivo. “Isso é o que mais me encanta no ICMC”, finaliza Luciana. 



Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 
Fotos: Nilton Junior/ArtyPhotos

Projeto de paisagem: reunião com a comunidade 
Responda ao questionário até 2 de setembro: icmc.usp.br/e/108b0 
Quando: dia 21 de agosto, quarta-feira, às 16 horas 
Onde: auditório Luiz Antonio Favaro (4-111) 
Mais informações: (16) 3373.9622 ou eventos@icmc.usp.br

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Ex-aluno do ICMC é reconhecido pela melhor tese de doutorado em matemática, defendida no IMPA

Ele concluiu a graduação em matemática em São Carlos e, depois, partiu para o Rio de Janeiro, onde defendeu o doutorado no IMPA; hoje, está na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, fazendo pós-doutorado

Pedro deu os primeiros passos da carreira acadêmica no ICMC, onde desenvolveu projetos de iniciação científica por três anos
(crédito da imagem: Assessoria de Comunicação do IMPA)

Quando o garoto mineiro, de 17 anos, entrou pela primeira vez na sala do professor Fernando Manfio, estava cursando o primeiro semestre do Bacharelado em Matemática. Recém-chegado da pequena cidade de Muzambinho, no sul de Minas Gerais, Pedro Henrique Gaspar Marques da Silva visitaria aquela mesma sala do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, inúmeras outras vezes. 

Mas, desde a primeira vez, ele não bateu naquela porta tal como outros alunos costumam fazer no início de um curso de graduação. Pedro sequer conhecia Manfio e não queria esclarecer dúvidas, aliás, o professor nem ministrava aulas para a turma dos calouros naquele início de 2010. Só que os ouvidos atentos do garoto captaram uma valiosa informação: Manfio tinha uma bolsa de iniciação científica disponível. O melhor é que o professor pesquisava geometria, uma área da matemática que já encantava o garoto. 

“Desde muito cedo, percebemos que o mundo de Pedrinho era o mundo científico”, revela Manfio, na tarde de quarta-feira, 7 de agosto. Na mesma sala em que acolheu Pedro pela primeira vez, o professor conta que recebeu com felicidade, mas sem surpresa, a notícia de que o ex-aluno é o ganhador, este ano, do Prêmio Carlos Gutierrez de Teses de Doutorado. O Prêmio reconhece, a cada ano, a melhor tese em matemática defendida no Brasil no ano anterior. 

Sob orientação de Manfio, Pedro percorreu o início de sua jornada acadêmica: foram três anos de iniciação científica, todos com bolsas de estudo, um ano com recursos provenientes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e dois com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). “É o típico aluno que todo professor sonha ter: educado, pontual, escreve formidavelmente bem e com uma maturidade matemática excepcional. Ele está, com certeza, entre os melhores estudantes que tivemos em nosso Instituto nos últimos 10 anos, considerando a capacidade intelectual de compreender a matemática moderna”, ressalta o professor do ICMC. 

Como resultado da pesquisa que realizou na iniciação científica, Pedro conheceu, em novembro de 2012, pela primeira vez, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), quando foi participar da sexta edição do Simpósio Nacional Jornadas de Iniciação Científica no Rio de Janeiro. O garoto já surpreendeu o público na apresentação do trabalho Fibrações Localmente Triviais e os Grupos Fundamentais de Grupos de Lie Clássicos, realizada durante o evento (disponível no Youtube). Talvez ele já soubesse, naquele tempo, que seria apenas a primeira das inúmeras vezes que percorreria os corredores do IMPA. 

Rumo ao doutorado – Quando estava finalizando a graduação, angustiado com o futuro, Pedro consultou Manfio. “Se você gosta de geometria diferencial, tem um pesquisador fenomenal nessa área lá no IMPA, o Fernando Codá”, respondeu o professor. Em janeiro de 2013, Pedro participou do Programa de Verão do IMPA e, logo depois de concluir a graduação no ICMC, o garoto de Minas partiu para o IMPA fazer seu doutorado sob supervisão de Codá. 

“Passei diretamente da graduação ao doutorado. Os projetos de iniciação científica tiveram um papel fundamental na minha formação e em minhas escolhas acadêmicas", conta Pedro. "Em tais projetos, tive um primeiro contato com a atividade de fazer matemática, do ponto de vista da pesquisa, e logo me decidi pela área em que gostaria de trabalhar. Acredito que o suporte de meu orientador, nessa época, foi essencial para que eu desenvolvesse o gosto por aprender e por investigar”, completa.

Passados cinco anos depois da chegada ao IMPA, em 4 de julho de 2018, Pedro se despediu da instituição apresentando mais um trabalho: a defesa da tese de doutorado A equação de Allen-Cahn e aspectos variacionais de hipersuperfícies mínimas. O estudo garantiu a ele a conquista do Prêmio Professor Carlos Teobaldo Gutierrez Vidalon 2019, destinado à melhor tese em matemática defendida no Brasil no ano anterior à premiação, nos quesitos originalidade e qualidade. Ele receberá a premiação em uma cerimônia que acontecerá dia 27 de agosto, às 14 horas, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, do ICMC. O evento é parte da programação do Workshop de Teses e Dissertações em Matemática do Instituto

“Pedro nunca teve medo de enfrentar um problema matemático. Quando me procurava para tirar alguma dúvida, era porque já tinha esgotado todas as possibilidades de encontrar uma resposta”, conta Manfio. “É o tipo de aluno excepcional e o orientador deve tomar cuidado, nesse caso, para não exercer um papel de desorientador. É preciso fornecer desafios à altura, que façam o estudante se sentir motivado”, completa. 

Ao recordar a história de Pedro, Manfio se lembra de sua trajetória e traça um paralelo: foi também um projeto de iniciação científica que o motivou a ingressar na carreira acadêmica. Sob orientação do professor João Batista Peneireiro, Manfio deu os primeiros passos na ciência quando ainda era um estudante de matemática na Universidade Federal de Santa Maria: “Todos os alunos deveriam ter a oportunidade de fazer um projeto de iniciação científica”. Ao finalizar, ele diz que os benefícios de um projeto desses não são colhidos apenas pelos estudantes: “Para mim, foi um privilégio ter o Pedro como aluno durante três anos. Com certeza, aprendi muito”.

Para Manfio, todos os alunos deveriam ter a oportunidade de fazer um projeto de iniciação científica
(crédito da imagem: arquivo pessoal)

Sobre o Prêmio – Com a finalidade de homenagear o pesquisador Carlos Teobaldo Gutierrez Vidalon, o Prêmio foi criado pelo ICMC em 2009 em parceria com a Sociedade Brasileira de Matemática. Atualmente, concede R$ 3 mil ao vencedor. 

Gutierrez faleceu no dia 3 de dezembro de 2008, depois de atuar como professor titular no ICMC, onde contribuiu, a partir de 1999, com a fundação e consolidação do grupo de pesquisa em sistemas dinâmicos. Originário do Peru, sua chegada ao Brasil aconteceu em 1969, quando veio estudar no IMPA, onde se titulou mestre e doutor em matemática. Nessa instituição, na qual trabalhou até 1999, começou como professor assistente e chegou à posição de titular. Durante o período, visitou vários importantes centros em matemática como a University of California, em Berkeley, nos Estados Unidos, e o California Institute of Technology

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP 

Mais informações 
Apresentação do trabalho Fibrações Localmente Triviais e os Grupos Fundamentais de Grupos de Lie Clássicos: www.youtube.com/watch?v=QhWuvKr9huE
Assessoria de Comunicação do ICMC: (16) 3373.9666 
E-mail: comunica@icmc.usp.br

Aprenda a fazer uma interface chamativa para seu jogo em curso no ICMC

Atividade gratuita acontecerá no sábado, 24 de agosto, das 14 às 18 horas


Inscrições podem ser realizadas até 22 de agosto

Está desenvolvendo um jogo, mas ainda falta criar uma interface chamativa? Inscreva-se no curso Unity - Como fazer uma interface chamativa para seu jogo, que será oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. A atividade gratuita acontecerá no sábado, 24 de agosto, das 14 às 18 horas, na sala 4-001 do Instituto.

Gratuito e direcionado a estudantes de graduação, pós-graduação e interessados na área, o curso tem como objetivo apresentar ao participante problemas e soluções computacionais no domínio dos jogos eletrônicos, com foco em diversas estratégias para o planejamento e desenvolvimento de interfaces intuitivas e chamativas para jogos, feitas em Unity

Coordenado pelo professor Cláudio Toledo, do ICMC, o curso será ministrado pelo aluno Giuliano Lourençon, que cursa ciências de computação no Instituto. Há 60 vagas disponíveis e as inscrições estão abertas, até dia 22 de agosto ou enquanto houver vagas, no Sistema Apolo da USP: icmc.usp.br/e/f8642

O Unity é uma plataforma de desenvolvimento em tempo real que oferece ferramentas de criação, operação e monetização, possibilitando fazer jogos multiplataforma, produzir filmes, animações e experiências interativas em 2D e 3D.

Texto – Marília Calábria– Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Crédito de imagem: “Unruly Heroes”, do Magic Design Studios para Unity (reprodução)

Mais informações
Consulte o programa do curso: icmc.usp.br/e/b305b
Link para inscrições: icmc.usp.br/e/f8642
Área de comunicação e eventos do ICMC: (16) 3373-9146 ou ccex@icmc.usp.br