quinta-feira, 31 de julho de 2014

Sociedades científicas premiam teses do ICMC

Pedro Munari e Rodrigo Barros defenderam
suas teses de doutorado no ICMC em 2013
Duas teses de doutorado de alunos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, foram premiadas recentemente pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e pela Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC).

Durante o concurso de teses e dissertações do XXXIV Congresso da SBC, realizado em Brasília de 28 a 31 de julho, o ex-aluno do ICMC Rodrigo Barros recebeu o prêmio de Melhor Tese de Doutorado de 2013. Em seu trabalho, intitulado On the automatic design of decision-tree induction algorithms, foi orientado pelo professor André Carvalho, do ICMC, e co-orientado pelo professor Alex Freitas, da Universidade de Kent. Atualmente, Barros é professor na Faculdade de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Já a SBMAC concedeu o Prêmio de Doutorado Odelar Leite Linhares ao ex-aluno do ICMC Pedro Munari Junior por sua tese Aspectos teóricos e computacionais para a melhoria do desempenho de métodos de otimização linear. Munari foi orientado pelo professor Marcos Arenales, do ICMC, e co-orientado pelo professor Jacek Gondzio, da Universidade de Edinburgh. Atualmente, Munari é professor no Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos.

A SBMAC também concedeu uma menção honrosa à tese Simulação de Membranas Viscosas, de Italo Tasso, que foi orientado pelo professor do ICMC Gustavo Buscaglia. Hoje, Tasso é pós-doutorando no ICMC.

Mais informações
Assessoria de Comunicação do ICMC
Telefone: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br

quarta-feira, 30 de julho de 2014

ICMC de portas abertas: Instituto receberá estudantes para visita monitorada dia 13 de agosto

Evento busca facilitar a escolha por uma carreira profissional, as inscrições já estão abertas e devem ser feitas por telefone

Jovens acompanham partida de futebol de robôs na visita monitorada de 2013
Fornecer informações qualificadas para que os estudantes do ensino médio possam escolher uma carreira profissional com mais segurança e facilidade. Esse é o principal objetivo da visita monitorada que acontecerá no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, no próximo dia 13 de agosto, das 14 às 17 horas.

Há 250 vagas disponíveis para o evento, as inscrições são gratuitas, já estão abertas e podem ser feitas até que as vagas estejam esgotadas. Para se inscrever, basta ligar para o telefone (16) 3373.9146. Mais informações sobre o evento também podem ser obtidas pelo e-mail ccex@icmc.usp.br

A visita monitorada é uma oportunidade para que os estudantes conheçam professores e alunos do Instituto e obtenham informações sobre as perspectivas para a carreira de quem escolhe um dos oito cursos de graduação oferecidos pelo ICMC. Serão apresentadas as principais atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas e alguns dos mais de 30 laboratórios do Instituto. A iniciativa faz parte do Programa USP e as Profissões, coordenado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP. Confira, a seguir, a programação completa do evento.

Programação da visita monitorada ao ICMC
14h - Recepção e palestra sobre os cursos oferecidos pelo ICMC
Local: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano

14h45 - Seminário de Coisas Legais: um grupo de truques
Local: auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano


15h30 - Mostra tecnológica

Local: saguão da Biblioteca Achille Bassi
- Apresentação do grupo de robótica e do futebol de robôs
- Jogos e objetos para educação matemática
- Jogos eletrônicos desenvolvidos no ICMC
- Sessão tira-dúvidas


16h - Tour pelo ICMC

- Museu de Computação - Exposição Computação e Copa num só ritmo
- Biblioteca
- Laboratórios de ensino e pesquisa
Robô humanoide Nao será uma das atrações da mostra tecnológica

Sobre o ICMC

O ICMC é uma das principais instituições brasileiras nos campos da matemática, matemática aplicada, computação, estatística e suas áreas relacionadas, sendo reconhecido mundialmente como um centro de excelência na produção e disseminação de conhecimento nessas áreas. Criado em 1971, o impacto do ICMC na sociedade se dá por meio da formação recursos humanos em nível de graduação e pós-graduação, do desenvolvimento de pesquisas de ponta e da extensão de serviços à comunidade, contribuindo dessa forma para o desenvolvimento científico e tecnológico em âmbito nacional e internacional.

Localizado no campus da USP na cidade de São Carlos, o Instituto conta com uma área de aproximadamente 21 mil metros quadrados, composta por instalações modernas e bem equipadas, além de contar, hoje, com cerca de 150 professores, todos com o título de doutor.

Atualmente, o ICMC é responsável por oito cursos de graduação, contemplando aproximadamente 1,3 mil estudantes. São oferecidos os seguintes cursos: Matemática (bacharelado e licenciatura); Ciências de Computação (bacharelado); Estatística (bacharelado); Matemática Aplicada e Computação Científica (bacharelado); Sistemas de Informação (bacharelado); Ciências Exatas (licenciatura, em parceria com o Instituto de Física de São Carlos e o Instituto de Química de São Carlos); e Engenharia de Computação (bacharelado, em parceria com a Escola de Engenharia de São Carlos).

Mais informações
Secretaria da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC
E-mail: ccex@icmc.usp.br
Telefone: (16) 3373.9146

ICMC reconhece as melhores teses de doutorado em matemática com o Prêmio Gutierrez 2014

Professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro foi o vencedor do Prêmio e outros três professores receberam menções honrosas por suas teses

Leonardo Tadeu Silvares Martins foi o vencedor do Prêmio
O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, anuncia o resultado do Prêmio Carlos Gutierrez de Teses de Doutorado 2014. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 1 de setembro, às 14 horas, no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano, no ICMC.

O vencedor de 2014 é Leonardo Tadeu Silvares Martins, por sua tese de doutorado On the essential espectrum of the Laplacian and the drifted Laplacian. Nascido em Niterói, Rio de Janeiro, Martins concluiu o Bacharelado em Matemática na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2002, onde finalizou o mestrado em 2004. Defendeu sua tese na UFF em 2013 sob a orientação do professor Detang Zhou. Desde 2010, é professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Menções honrosas
Houve reconhecimento também a três outras teses, que receberam menções honrosas. Entre elas está o trabalho Minimal and constant mean curvature surfaces in homogeneous 3-manifolds, de Ana Maria Menezes de Jesus. Nascida em Itabaiana, interior de Sergipe, Menezes concluiu sua Licenciatura em Matemática na Universidade Federal de Sergipe em 2008 e, em 2009, finalizou o mestrado na Universidade Federal de Alagoas. Doutorou-se pelo IMPA em 2013 sob a orientação do professor Harold Rosenberg. Atualmente, ela faz o pós-doutorado na Université Paris-Est Marne-la-Vallée, na França.

A outra menção honrosa foi para José Francisco Alves Oliveira, por sua tese de doutorado Desigualdades do Tipo Trudinger-Moser para uma classe de espaços de Sobolev. Nascido em Altos, no Piauí, Oliveira concluiu o Bacharelado em Matemática pela Universidade Federal do Piauí em 2007 e o mestrado em Matemática pela Universidade Federal da Paraíba em 2009. Doutorou-se em Matemática em 2013 pela Universidade Federal de Pernambuco sob a orientação do professor João Marcos Bezerra de Ó. Atualmente, é professor da Universidade Federal do Piauí. 

A última menção ficou com Marianna Ravara Vago, por sua tese de doutorado Brunella’s local Alternative. Em 2006, ela graduou-se em Matemática pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde concluiu seu mestrado em 2009. Já o doutorado é resultado de uma cotutela entre a UFMG e a Universidad de Valladolid, na Espanha. A orientação ficou a cargo dos professores Márcio Gomes Soares (UFMG) e Felipe Cano Torres (Espanha). Atualmente, Vago realiza pós-doutorado na Université de Rennes 1, na França.

Sobre o Prêmio Gutierrez
O Prêmio Professor Carlos Teobaldo Gutierrez Vidalon é uma iniciativa do ICMC apoiada pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) que visa premiar a cada ano a melhor tese de doutorado em Matemática defendida no Brasil.

Realizado desde 2009, o prêmio homenageia o renomado pesquisador peruano Carlos Teobaldo Gutierrez Vidalon (1944-2008). Gutierrez veio ao Brasil em 1969, quando conseguiu uma bolsa de estudos para estudar no IMPA, onde se titulou mestre e doutor em Matemática. Nessa instituição, na qual trabalhou até 1999, começou como professor assistente e chegou à posição de titular. Durante o período, visitou vários importantes centros em matemática como a Universidade da Califórnia, em Berkeley, e o Instituto de Tecnologia da Califórnia.

Após deixar o IMPA, Gutierrez atuou como professor titular no ICMC, contribuindo com a fundação e organização de um novo grupo de pesquisa. Em sua carreira, publicou mais de setenta artigos, orientou sete alunos de doutorado e vinte de mestrado.

Mais informações
Site do Prêmio: http://premiogutierrez.icmc.usp.br/Sobre_Premio.html
Serviço de Pós-Graduação do ICMC
Telefone: (16) 3373.9638
E-mail: posgrad@icmc.usp.br

terça-feira, 29 de julho de 2014

ICMC seleciona estagiário para o Serviço de Tesouraria

Estagiários receberão bolsa de R$ 682,49 para realizar atividades durante 20 horas semanais, além de auxílio transporte; inscrições vão até 4 de agosto


Alunos matriculados em cursos de graduação em Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Administração Pública podem se inscrever no processo seletivo que irá selecionar um estagiário para atuar no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.

As inscrições estão abertas e vão até 4 de agosto. Como pré-requisito, os alunos devem ter completado, no mínimo, quatro semestres do curso e, no máximo, seis. Para se inscrever, o candidato precisa preencher a ficha disponível no link icmc.usp.br/e/e4800

O estagiário selecionado apoiará o Serviço de Tesouraria do ICMC. Por isso, deve ter domínio de softwares de edição de texto, planilhas financeiras e de programas relacionados à área de atuação, além de facilidade com o manuseio de internet, habilidades no trato com o público, noções de rotinas administrativas e conhecimento de língua inglesa em nível intermediário.

O processo seletivo será composto por três fases: uma prova objetiva de múltipla escolha (eliminatória e classificatória); uma avaliação do rendimento acadêmico (classificatória); e uma prova oral relacionada à trajetória profissional do candidato (classificatória). As duas primeiras fases do processo serão realizadas no dia 6 de agosto, às 9 horas, na sala 3-010, no bloco 3 do ICMC, que se situa à Avenida Trabalhador são-carlense, 400, em São Carlos. Já a fase 3 acontecerá dia 7 de agosto, às 14h30, na sala 3-008, no bloco 3 do Instituto.

Para saber mais detalhes sobre o processo, acesse o edital disponível no site do ICMC: icmc.usp.br/e/8167a

Mais informações
Serviço de Pessoal e Expediente
E-mail: pessoal@icmc.usp.br
Telefone: (16) 3373.9630

Programa permite que idosos assistam aulas de cursos de graduação do ICMC

Por meio do programa Universidade Aberta à Terceira Idade, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, oferece neste semestre vagas em oito disciplinas que compõem a grade curricular dos seus cursos de graduação. Essas vagas são destinadas a idosos que queiram aprofundar seus conhecimentos em matemática e computação, possibilitando a eles frequentarem as aulas juntamente com os alunos regulares.

Para participar, é preciso ter no mínimo 60 anos de idade e fazer a inscrição pessoalmente ou pelo telefone (16) 3373-9146 até o dia 5 de agosto. As atividades são gratuitas e, tendo cumprido as exigências da disciplina, os alunos recebem um atestado de participação no final do curso.

Vale ressaltar que não se tratam de aulas de informática, em que os idosos aprenderão, por exemplo, a utilizar os recursos do computador, mas sim de disciplinas acadêmicas que permitem aprofundar os conhecimentos em uma área de seu interesse e, ao mesmo tempo, trocar informações e experiências com os jovens. 

Confira as disciplinas e os horários das aulas:
  • Cálculo I (segundas, quartas e quintas, das 19h às 20h40).
  • Desenho Geométrico e Geometria Descritiva (segundas, das 19h às 22h40).
  • Elementos de Matemática (quartas e sextas, das 10h10 às 11h50, ou quintas, das 19h às 22h40).
  • Introdução aos Estudos da Educação (terças e quintas, das 14h20 às 16h).
  • Prática de Ensino em Geometria e Desenho Geométrico (quartas, das 8h10 às 11h50).
  • Tópicos de Matemática Elementar (quartas e sextas, das 14h20 às 16h).
  • Linguagens de Programação e Aplicações (segundas, das 8:10 às 9:50; terças, quartas ou sextas, das 10h10 às 11h50; quintas, das 16h20 às 18h).
  • Seminários em Computação (quinzenalmente nas quartas, das 14h às 16h ou das 18h às 19h).
Sobre o programa: Universidade Aberta à Terceira Idade é um programa regular da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP. Na Universidade, são oferecidas neste semestre mais de 4 mil vagas em todos os campi. O catálogo com a programação completa está disponível no site prceu.usp.br/usp3idade.

Mais informações
Secretaria da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC
Avenida Trabalhador São-carlense, 400, sala 3001
Telefone: (16) 3373.9146

Singularidades: evento no ICMC oferece palestras abertas ao público

Teoria de Singularidades é o tema a ser abordado em duas palestras promovidas pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Os eventos compõem a programação da School on Singularity Theory e serão realizados nos dias 4 e 6 de agosto no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano. 

As palestras são gratuitas e abertas a todos os interessados, sem a necessidade de inscrição prévia. Confira, abaixo, mais detalhes:

Marcio Soares
Sobre uma função de Riemann
Palestrante: Márcio Soares (Universidade Federal de Minas Gerais)
Quando: segunda-feira, 4 de agosto, às 17h

Resumo: a palestra discorrerá sobre uma função que foi criada por Riemann e apresentada por Weierstrass em 1872, seis anos após a morte de Riemann. Essa função só foi inteiramente compreendida em torno de 1990 graças a J. J. Duistermaat e vários outros que o antecederam. Seu gráfico é um belíssimo fractal e serão exploradas as questões de diferenciabilidade dessa função e de auto-similaridade de seu gráfico. O requisito básico dessa palestra é a noção de diferenciabilidade de uma função de uma variável.


Stanislaw Janeczko
Exotic shapes of nano-spherical structures
Palestrante: Stanislaw Janeczko (Polish Academy of Sciences, Polônia)
Quando: quarta-feira, 6 de agosto, às 17h30

Resumo (em inglês): imaginary approach to rational explanation since Pitagoras, Plato and Archimedes is discusses. The simplest naturally ordered sphere packings are described and their special chain and cluster forms are classified. This is applied to form nanoparticles with well-defined chemical compositions.




A programação completa da School on Singularity Theory pode ser conferida no site www.worksing.icmc.usp.br.

Mais informações
Seção de Eventos do ICMC
Telefone: (16) 3373.9622

quarta-feira, 23 de julho de 2014

ICMC recebe inscrições para a 17ª Semana da Computação

Evento de 18 a 22 de agosto reunirá diversas atividades ligadas à tecnologia na USP em São Carlos


O campus USP de São Carlos sediará entre os dias 18 e 22 de agosto a 17ª edição da Semana da Computação (SemComp 17), promovida pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). O evento tem como objetivo complementar a formação profissional e acadêmica dos participantes, oferecendo uma intensa programação ligada à tecnologia. 

A SemComp é aberta para qualquer pessoa que tenha interesse na área. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 15 de agosto pelo do  site do evento. Para participação nos minicursos, há uma taxa no valor de R$ 20,00. Caso o participante queira fazer adesão aos coffee breaks, a taxa é de R$ 40,00. Participantes de outras cidades podem solicitar vagas em alojamento pelo e-mail semcomp@icmc.usp.br.

programação é composta por palestras e mesas redondas com temas sobre tecnologia e empreendedorismo, além de minicursos, atividades culturais, competições e feira de recrutamento. "A cada ano procuramos oferecer conteúdo diversificado dentro das mais variadas áreas da computação, promovendo um evento único e aliado a oportunidades de crescimento pessoal e profissional", afirmou o egresso Leonardo Moura, da comissão organizadora. A programação completa está disponível no site do evento: semcomp.icmc.usp.br.

Minicurso promovido na SemComp de 2013

Promovida anualmente, a SemComp faz parte do calendário letivo dos cursos de Ciências de Computação, Sistemas de Informação e Engenharia de Computação, contando como presença nas disciplinas desses cursos. No entanto, para incentivar a participação de graduandos e pós-graduandos de outros cursos, o evento ocorre durante uma semana em que não há aulas na Universidade. "A SemComp faz parte da cultura dos alunos e é um evento muito aguardado desde o início do ano por calouros e veteranos", concluiu Moura.

Programação - Dentre os principais destaques da SemComp estão os minicursos. Eles ocorrerão na terça e na quinta-feira, a abordarão aplicações como Linux, Android, Swift, Django, PHP, Ruby on Rails, Code Retreat, Blender/UDK, Test-Driven Development e Arduino. Um dos cursos será voltado para quem deseja participar da Maratona de Programação, e outros dois, de Unity 3D e de PyGame abordarão técnicas para desenvolvimento de jogos eletrônicos. Haverá também uma oficina de Raspberry Pi e até um curso de culinária voltado para universitários. As inscrições para os minicursos serão abertas a partir de 11 de agosto.

Feira de recrutamento da SemComp 2012 aproximou
estudantes do mercado de trabalho
Além disso, a SemComp promove a tradicional feira de recrutamento, que permite aos participantes um contato direto com empresas, aproximando-os do mercado de trabalho. Neste ano, ela acontecerá na quarta-feira, das 9h às 18h no térreo da Biblioteca do ICMC.

O evento inclui ainda em sua programação atividades de caráter cultural como exibições de filmes e o sarau, que incentiva a interação de alunos, professores e convidados através da música. No concurso Clickstream, os participantes precisam, com apenas o botão direito do mouse, alcançar a maior quantidade de sites indicados em um tempo predeterminado. Há ainda o Gamenight, que reúne os participantes em amistosos e competições de jogos com direito a prêmio, e o Riddle, um jogo que consiste em desvendar enigmas.

Pesquisas e a academia - No âmbito acadêmico, compõe a agenda da SemComp o Workshop de Iniciação Científica, Tecnológica e Projetos Independentes (WICTπ). Trata-se de uma oportunidade para os alunos de graduação mostrarem suas pesquisas no formato científico, com apresentação oral. Para os espectadores, é uma oportunidade de conhecer algumas pesquisas feitas no Instituto. As apresentações de pôsteres serão realizadas na sexta-feira, trazendo temas como aplicativos, jogos e robótica. 

A SemComp é promovida conjuntamente por alunos do ICMC e pelos grupos Programa de Educação Tutorial (PET)ICMC Júnior e Fellowship of the Game. "O evento é organizado por alunos do ICMC, os quais contam com o reconhecimento e total apoio do Instituto em sua realização. Constante crescimento, qualidade de conteúdo e satisfação de todos os envolvidos têm sido nossas principais metas", declarou o professor Moacir Ponti Júnior, tutor do PET.

Assista ao vídeo de divulgação do evento, no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=zIL_cESYYBI


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terça-feira, 22 de julho de 2014

Embriões de um novo Vale do Silício?

O boom das startups na capital da tecnologia pode indicar a transformação no eixo de desenvolvimento tecnológico de São Carlos, resta saber se essas iniciativas terão fôlego no longo prazo e o quanto as universidades e instituições podem contribuir para a evolução desse cenário

Por: Denise Casatti

Eles geram riqueza a partir do conhecimento e criam seus próprios empregos. Nessas mãos empreendedoras mora uma ideia persistente: fazer um negócio dar certo, lançando produtos inovadores a partir do uso da tecnologia. As iniciativas que eles criam estão, cada vez mais, chamando a atenção do mercado, dos investidores, dos veículos de comunicação, construindo um cenário efervescente que já se espalhou pelo mundo e pelo Brasil, estimuladas por instituições e programas de apoio e aceleração.

Chamadas de startups, essas iniciativas também invadiram a capital da tecnologia, São Carlos, a 230 quilômetros da capital do Estado de São Paulo, multiplicando as possibilidades de emprego para quem está na graduação e na pós-graduação, em especial atuando em áreas ligadas às áreas de computação e sistemas de informação. “No Brasil, quando falamos de startups, alguns nomes vêm à cabeça: São Paulo, naturalmente, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Excluindo-se essas capitais, quando olhamos para o interior do país, apenas duas cidades chamam a atenção de fato: Campinas e São Carlos”, assegura o empreendedor Thiago Christof, que criou um mapa colaborativo da cidade especialmente para conectar os agentes desse movimento por meio do website capitaldatecnologia.com.br.

“A cidade está se redescobrindo, é uma revolução que vem acontecendo há cerca de três anos. Os talentos que estão estudando hoje aqui entendem que podem permanecer por aqui. Também tem muita gente voltando para cá”, explica Christof, um dos cofundadores da startup Cidadera (www.cidadera.com), cuja intenção é mapear, de maneira colaborativa, os problemas urbanos das cidades. Os outros cofundadores da startup são Victor Stabile, ex-aluno da UFSCar, e Carlos Fialho, aluno do curso de Ciências de Computação do ICMC.

Fialho é apenas um entre tantos outros alunos e  ex-alunos do Instituto que se movem no ritmo acelerado das startups, destacando-se no cenário efervescente das empresas nascentes de tecnologia de São Carlos. Vale destacar pelo menos uma dezena dessas startups cujos fundadores têm em comum o convívio nas salas de aula do ICMC (veja o quadro).

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Transformação evidente – É nos últimos cinco anos que esse ritmo frenético do empreendedorismo tem se espalhado pelo ICMC e por São Carlos. Antes disso, o cenário era outro. Volte ao tempo, especificamente a 1997, e olhe para uma sala do ICMC, onde está acontecendo uma das aulas da disciplina optativa Empreendedores em Informática, incluída naquele ano na grade curricular dos alunos do curso de Ciências de Computação. Entre na sala e perceba que os professores estão tentando, sem sucesso, despertar nos estudantes a capacidade empreendedora, mas o mercado atrai mais: “O aluno chegava à sala de aula muito preocupado em melhorar o currículo dele. Quando falávamos sobre liderança, ele se interessava pelo assunto simplesmente porque queria atuar bem na dinâmica de grupo e ser selecionado por uma empresa”, relembra a professora Solange Rezende.

Faça o mesmo exercício em 2014: o resultado será completamente diferente. “Agora o aluno está mais interessado em explorar essa possibilidade de criar uma empresa”, conta o professor André de Carvalho, que, junto com Rezende, foi um dos responsáveis por implantar a disciplina Empreendedores em Informática no ICMC. Hoje, a disciplina passou a ser chamada simplesmente de Empreendedorismo e ganhou ramificações em duas outras optativas: Projeto Empreendedor I e II. Essas disciplinas são oferecidas nos três cursos de graduação do ICMC da área de computação: Ciência de Computação, Sistemas de Informação e Engenharia de Computação. Porém, no caso de Sistemas de Informação, é disciplina obrigatória; já em Engenharia de Computação, o tema também marca presença no currículo obrigatório junto à disciplina Administração e Empreendedorismo. Há, ainda, no curso de Sistemas de Informação a possibilidade dos alunos realizarem um estágio empreendedor no final do curso. Nesse caso, o aluno deve ser sócio efetivo na empresa em que estagia.

Solange e André: pioneirismo na implantação da disciplina
de empreendedorismo
Na opinião dos professores, uma série de fatores contribuiu para que ocorresse essa mudança no perfil dos alunos que hoje frequentam as salas de aula do ICMC em comparação àqueles que as frequentavam em 1997. Houve a criação de incubadoras, agências de inovação, programas de estímulo. Há oportunidades novas para obtenção de investimento, além de questões inerentes ao próprio desenvolvimento da área de computação no mundo. “Um marco que podemos citar é a criação do Facebook. A divulgação daquele mundo que apareceu em uma garagem, por meio de um grupo de pessoas, com investimento baixo, e no qual havia um brasileiro envolvido, contribuiu para despertar nas pessoas a possibilidade de fazer alguma coisa rentável com baixo investimento. E o melhor: uma oportunidade para os computeiros trabalharem da forma despojada como eles gostam: de bermuda e chinelo”, aponta Rezende. “Antes, só existia a figura do Anjo, em que uma única pessoa colocava dinheiro na startup. Agora, você pode encontrar, na própria web, redes de financiadores, é o que chamamos de crowfunding, em que várias pessoas investem um pouco e, assim, é possível alavancar os recursos necessários para fazer a empresa funcionar”, acrescenta Carvalho.

Os fundos de investimento e o capital de risco também estão de olho nas startups, assim como as aceleradoras, que investem nas empresas emergentes com objetivo de ter participação nos resultados quando o empreendimento começar a dar lucro. No caso das aceleradoras, é comum que exista um acompanhamento do dia a dia da startup, oferendo orientações sobre gestão, finanças e marketing para que a empresa possa crescer mais rapidamente.

A experiência de passar por esse processo dentro de uma aceleradora está sendo vivenciada pelo aluno do ICMC Lucas Lobosque, co-fundador da Freta.lá. A startup foi selecionada para participar do Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (SEED), um programa do estado de Minas Gerais que tem a finalidade de incentivar esse ecossistema. “Sem dúvida, nosso maior desafio foi entrar no SEED. Fomos selecionados entre 1.367 inscritos, ficando entre 40 melhores”, comemora Lobosque.

Para participar do processo, a equipe da Freta.lá precisou preencher um formulário extenso sobre a empresa, formulários individuais para cada um dos três fundadores – onde se incluem também Bruno de Melo, aluno da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), e Thiago Paes – além de um vídeo. Durante a seleção, o critério que tem maior peso é a equipe (60%). O projeto (40%) fica em segundo plano.

Desde janeiro, os três sócios do Freta.lá estão em Belo Horizonte e por lá permanecem até julho, participando de reuniões semanais com os agentes do SEED. Cada agente cuida de 10 startups e acompanha o progresso de cada uma, que poderá receber de R$ 78 mil a R$ 80 mil para investir em seu projeto (dependendo do número de fundadores). “Talvez mais importante que o dinheiro seja o networking. Você conhece muita gente interessante, do mundo inteiro. São contatos que vão nos ajudar bastante em nossas carreiras, independentemente de prosseguirmos no caminho do empreendedorismo ou não”, conta Lobosque.

Para Lucas, desafio é transformar idéias em produtos
Quando ingressou em Ciências de Computação no ICMC, Lobosque não sabia que se tornaria um empreendedor. Essa era uma possibilidade tal como trabalhar em uma grande empresa ou seguir carreira acadêmica. Depois que passou a entender melhor como o funcionava o mercado e notou que um desenvolvedor de software não era valorizado, decidiu seguir por outro caminho: criou sua primeira startup, voltada a desenvolver um sistema para informatizar academias de ginástica, tendo como sócio Melo. “Foi um fracasso total, a gente nem tentou lançar no mercado”, revela. No entanto, foi esse negócio malsucedido que impulsionou os sócios a buscarem o aprendizado necessário. Lobosque seguiu assim para os Estados Unidos com a meta de estagiar em uma startup. Encontrou a Bombfell, que tem como objetivo desenvolver roupas sob medida para homens, entregando as peças pelo correio. “Durante o ano que passei lá, o número de usuários triplicou”. 

Ao voltar dos Estados Unidos, o aluno do ICMC foi convidado pelos amigos para participar da Freta.lá. “Parece que o difícil é ter uma ideia, mas ter uma ideia é o mais fácil. O difícil é transformar essa ideia em um produto”, ensina Lobosque. Para todos aqueles que querem seguir o caminho do empreendedorismo, ele diz: “se você tem uma ideia e acha que é legal, precisa refiná-la, falar com outras pessoas e fazer acontecer, mesmo que não existam recursos. Não adianta ficar esperando aparecer algo. Você precisa arrumar alguém que acredite em sua ideia”. Eu acredito – Everton Cherman é o melhor exemplo de que vale a pena correr  trás das pessoas para convencê- las a acreditarem em sua ideia. Ele defendeu o doutorado no ICMC em janeiro deste ano e, logo em seguida, seu projeto – chamado Onion: cardápio inteligente de bolso – foi um dos selecionados pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). O programa existe desde 1997 e destina-se a apoiar o desenvolvimento de pesquisas inovadoras sobre importantes problemas em ciência e tecnologia que tenham alto potencial de retorno comercial ou social, a serem executadas em pequenas empresas sediadas no Estado de São Paulo. 

“Inicialmente, são nove meses de apoio para que possamos desenvolver um protótipo e mostrar que ele é tecnicamente viável e tem indícios de ser comercialmente viável também”, explica Cherman. Nesse período, a Onion terá à disposição recursos da ordem de R$ 100 mil para disponibilizar bolsas aos pesquisadores envolvidos no projeto e para a compra de equipamentos. A intenção de Cherman é, após essa gestação de nove meses, alcançar aprovação para a segunda fase do programa, em que podem ser obtidos recursos de até R$ 1 milhão, destinados ao desenvolvimento comercial do produto e à realização de aperfeiçoamentos técnicos. 

Diferentemente de Lobosque, o sonho de ser empresário permeia toda a trajetória de Cherman, que cresceu acompanhando a rotina empreendedora de pais e tios: “Quando estava cursando Ciências de Computação na Universidade do Oeste do Paraná, em Foz do Iguaçu, comecei a fazer iniciação científica e me apaixonei pela pesquisa. Foi aí que vislumbrei a possibilidade de unir essa nova paixão com a mais antiga, que era criar uma empresa”. 

Para que seu projeto fosse selecionado pela FAPESP, Cherman convenceu dois parceiros relevantes a apostarem na Onion: o grupo Meira, que administra quatro casas noturnas na cidade de São Carlos (Vila Brasil, Qué Va, Beatniks Road Bar e Seo Gera); e o ParqTec, uma entidade privada e sem fins lucrativos que agrega três incubadoras de empresas em São Carlos – o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (CINET), a primeira incubadora instalada na América Latina; o Centro Incubador de Empresas de Software (SOFTNET) e a Design Inn. “Conversei com o grupo Meira e pedi uma carta de apoio. Se eu fosse aprovado pela FAPESP, eles se comprometeriam a disponibilizar o ambiente deles para eu testar meu projeto. Usei a mesma estratégia no ParqTec. Se eu fosse aprovado, eles me colocavam aqui”, revela Cherman. Deu certo. O berço ideal – Atualmente, há 30 startups incubadas no ParqTec que recebem apoio por meio da disponibilização de infraestrutura e treinamentos voltados a desenvolver a habilidade dos empreendedores no gerenciamento dos negócios, oferecidos principalmente por meio de parcerias com o Sebrae. “Só queremos aqui quem deseja ficar rico a partir do conhecimento. E temos o compromisso de criar um novo empresário, que vá devolver à sociedade todas essas oportunidades que ele está obtendo. Para isso, primeiro ele precisa ter sucesso”, afirma o diretor presidente do ParqTec, Sylvio Goulart Rosa Júnior. 

Everton e Sylvio: Onion conseguiu apoio também do ParqTec
Crítico ferrenho ao modelo que segrega universidades e empresas, separando-as por um muro intransponível, Goulart afirma que a Universidade tem que ser uma guerreira da mudança e colocar o Brasil em uma situação mais privilegiada na distribuição da riqueza do mundo. “Ela tem que gerar hoje conhecimento e riqueza. É um crime contra o povo paulista que esse conhecimento fique na prateleira. É preciso transferir esse conhecimento para o setor produtivo”, ataca. “A USP do século XX foi bem sucedida em sua missão e teve um papel fundamental para o Brasil. Mas como a USP do século XXI vai manter essa vanguarda, como poderá ter uma projeção internacional maior?”, questiona. 

Mas Goulart já enxerga mudanças nas universidades por causa da criação das agências de inovação (veja, na página 3, entrevista com o coordenador da Agência USP de Inovação, Vanderlei Bagnato). Porém, na opinião dele, é preciso mais estímulo: a saída é espalhar cursos de empreendedorismo por todos os departamentos das universidades, treinando e capacitando os alunos para a elaboração de planos de negócios, para a gestão de projetos, “fertilizando todo mundo” para a geração local do conhecimento e da inovação. 

“Precisamos levar alunos como o Everton para dar palestras aos calouros, mostrando que é possível criar uma empresa, que há apoio e sustentação”, defende. “A nossa ideia é que São Carlos seja um modelo e um laboratório de como vai ser o Brasil no século XXI. A região é o melhor tipo de investimento, porque é muito fácil recrutar gente altamente qualificada aqui: há pessoas empreendedoras que querem se qualificar para gerar conhecimento, é onde estão os alunos de graduação mais disputados, os programas de pós-graduação nota máxima da CAPES e os professores”, argumenta o diretor presidente do ParqTec.

Tundisi acredita que eixo de desenvolvimento da
cidade está mudando
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos, José Galizia Tundisi, a cidade tem, de fato, uma missão muito grande em relação ao país, tendo em vista que foi pioneira na implantação de diversas tecnologias, figurando entre as primeiras a disponibilizar luz elétrica, bonde, telefone. “O que acontece agora é que, até por causa de uma demanda global, está havendo uma sinergia muito maior entre as universidades, as empresas e os parques tecnológicos. Existe um ambiente dinâmico com muitas interfaces e isso está se intensificando”, analisa Tundisi. Ele afirma que é papel de sua secretaria apoiar e estimular esse processo, por meio da articulação, junto a agências financiadoras, de instrumentos de apoio direto e indireto às empresas nascentes.

O secretário revela, ainda, que tem notado uma transformação marcante no município: “São Carlos está começando a mudar fundamentalmente o eixo de desenvolvimento tecnológico. Ela está passando de uma cidade com empresas voltadas à construção de hardware para um município que atrai empresas de desenvolvimento de software, contexto no qual as startups estão inseridas”. O secretário acredita que, se esse novo mercado de startups se consolidar em São Carlos, não há dúvidas de que será um fator de atração para a chegada de outras empresas à cidade. Serão elas capazes de criar aqui um novo Vale do Silício? Para essa pergunta, nenhuma startup ainda encontrou a resposta.


“Queremos que uma fração de nossos estudantes esteja disposta a ser geradora de riqueza”


Como coordenador da Agência USP de Inovação, Vanderlei Bagnato acredita que a inovação é um dos caminhos para que a Universidade – tradicionalmente uma grande consumidora de recursos – passe a contribuir para a geração de riqueza. Na opinião do professor, incentivar os alunos a criarem suas próprias empresas é uma das formas de se fazer isso. Na entrevista a seguir, ele explica como a Agência USP de Inovação tem atuado em prol das empresas nascentes, reconhecendo que a Universidade ainda é omissa e morosa no que diz respeito a essas iniciativas.

Recém-eleito como membro da prestigiada Academia Americana de Ciências (National Academy of Science, NAS), Bagnato também coordena o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (Cepof), sediado no Instituto de Física de São Carlos, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiados pela FAPESP. Ele é o segundo brasileiro a ter alcançado a façanha de fazer parte da NAS, nesse caso, especificamente devido aos relevantes trabalhos desenvolvidos na área de átomos frios, pesquisa em ciências da vida e programas de difusão de ciências. 

Como a Universidade pode contribuir de forma mais efetiva para a inovação e o desenvolvimento do setor produtivo brasileiro?

Para que a inovação aconteça, é preciso alguns ingredientes. Normalmente, ela começa com uma ideia que precisa ser provada. A seguir, tem que se demonstrar que aquela ideia é capaz de ser utilizada. é o que chamamos de protótipo. Depois, é hora de mostrar que a ideia pode ser transformada em um produto e, por último, é preciso provar que ela pode chegar ao mercado. Essa é a escala da inovação, já que sem produto, sem algo que atinja o mercado, a inovação é manca. Por isso, toda inovação pressupõe a existência de algo que vá contribuir com a economia utilizando conhecimento, novas técnicasou conceitos. O problema é que não é toda a ideia que chega ao final desse processo. Então, é necessário um ambiente exploratório, onde milhares e até milhões de ideias sejam introduzidas e, certamente, vai sobreviver aquela que tem todas as características e potencialidades de ser um sucesso no mercado. E quem é capaz de ter esse volume de ideias? Ora, a universidade. Portanto, ela tem um papel importante em todo o ciclo de inovação porque é onde se exploram muitas ideias e há uma grande chance de se alcançarem novas aplicações, novos conceitos, e de chegarmos às chamadas inovações tecnológicas. Nós, aqui na Universidade, somos grandes consumidores de recursos públicos. A inovação é uma dessas oportunidades de colocarmos um “pezinho” do lado de quem produz, de quem contribui para criar recursos que nós mesmos vamos consumir. 

Qual o papel da Agência USP de Inovação nesse contexto? Que tipo de atividades são realizadas para que se promova a inovação? 

É extremamente importante que a Universidade organize a rotina de uso do conhecimento para transformá-lo em inovação. O que temos tentado fazer na Agência USP de Inovação é criar o hábito rotineiro de aproveitar as ideias e explorar aquelas que têm potencial de se transformar em inovação, ajudando a economia do país. O princípio básico é criar formas de deixar a nossa Universidade num estado tal que sempre iremos aproveitar as boas ideias que sirvam para o avanço tecnológico, criando mecanismos que permitam transferir esse conhecimento para que ele chegue, de fato, ao setor produtivo. E contribua com a economia, com produtos e com a nação, ou mesmo com a solução de problemas da nossa sociedade. Desenvolvemos um leque muito grande de atividades, há em torno de 50 iniciativas: palestras, olimpíadas de inovação, cursos de empreendedorismo para estudantes, apoio à propriedade intelectual dos docentes e pesquisadores, empresa júnior de inovação, atração de empresas para utilizar a nossa Universidade.

Podemos afirmar, então, que existe um grande interesse da Agência USP de Inovação em estimular os alunos a criarem suas próprias empresas?

Nós queremos que uma fração dos nossos estudantes esteja disposta a ser geradora de riqueza, não procuradores de emprego. Então, uma das maneiras de fazer isso é através da formação de empresas. Temos ajudado os alunos que estão dispostos a formar seus próprios negócios indicando como elaborar um projeto para dar início às atividades, licenciando a propriedade intelectual a custo quase zero e também oferecendo uma formação básica, ensinando como se deve conduzir uma empresa nascente. Por isso, disponibilizamos cursos optativos de empreendedorismo e inovação tecnológica num ambiente acadêmico.

A Agência possibilita que se registre uma patente por um preço simbólico?

Sim. Mas o importante não é só tirar a patente. É fundamental que essa patente tenha um valor no mercado. Senão, ela é um prejuízo, não um benefício. O problema é que a clientela brasileira para tecnologia ainda é muito incipiente. Então, estão usando como indicadores de progresso o número de patentes concedidas. Esse é um tipo de indicativo manco, porque não interessa o número de patentes que eu tenho na minha gaveta, mas quantas viraram riqueza. Ou seja, o que tem relevância é o número de patentes que se transformaram em produtos. 

Na sua opinião, o que falta à Universidade para termos um ambiente mais favorável à inovação e à criação de novas empresas?

Em primeiro lugar, a inovação tecnológica não substitui a ciência básica. A inovação é complementar, acontece além da relevância científica. Se você não tiver os pilares que sustentam a inovação, ela não acontece. Tanto é que as grandes instituições inovadoras do mundo são também grandes instituições de pesquisa: Cambridge, MIT, Harvard, Oxford. Só agora o Brasil começou a atingir um estado de produção científica em que é possível pensar na inovação de uma forma mais séria. Não existe milagre, épreciso tempo e continuidade no processo de investimento em ciência e tecnologia. Sem infraestrutura e pessoas qualificadas, ninguém desenvolve tecnologia. É muito comum as universidades conversarem só entre elas sobre inovação, mas têm que conversar com o mundo exterior. 

Como podemos estimular mais a inovação?

Não é estimular. É dar relevância à ciência que se faz. Na sociedade, há cada vez menos espaço para quem faz ciência que não gera nenhum avanço do conhecimento, da cultura, do patrimônio científico da nação e não contribui com o setor produtivo. Em nenhum sistema é possível termos professores em tempo integral que só dão aula, sem orientar alunos e realizar projetos de pesquisa. Não podemos acomodar uma massa que se diz intelectual e não contribui para o avanço do conhecimento, para a preservação do conhecimento nem para a inovação. Um pouco da falta de fôlego em inovação tecnológica das unidades da USP vem do fato dos dirigentes gastarem todo seu tempo administrando. Você toma cinco vezes a mesma decisão em diversas instâncias, em vez de tomá- -la somente uma vez. Essa visão tem que mudar. Toda a Universidade de São Paulo deve passar por um choque de gestão para que possa acordar. Porque senão ela vai falir. Aliás, já está dando os primeiros sinais. 

Em relação especificamente aos estudantes de graduação e pós-graduação, há algo que pode ser feito com eles para estimular o empreendedorismo?

Sim, pois a Universidade ainda é omissa e morosa no que diz respeito a essas iniciativas empreendedoras. Existe um provérbio muito válido que diz assim: de nada vale a pregação sem o exemplo do pregador. Enquanto os professores da USP não praticarem inovação, como irão transmitir isso aos alunos? Toda a ideia da pesquisa na Universidade está calcada no princípio de que devemos ter experiência para ensinar. Como você pode dar uma aula sobre empreendedorismo sem nunca ter entrado em uma empresa, nunca ter vivido nesse ambiente? Estou cheio de ver teóricos da inovação. A que isso leva? Ao fracasso. Só que a própria constituição do Estado, do funcionarismo público, enxerga determinadas iniciativas como proibitivas. Por exemplo, um docente não pode participar de uma empresa com a qual ele colabore. O problema todo é que a falta de regra e a falta de honestidade fazem com que tudo seja duvidoso. No exterior não é assim. Afinal, não é dessa forma que o mundo movimenta as suas engrenagens na inovação tecnológica. O pessoal tem que entender que é muito pior o funcionário público que consome recursos públicos sem dar nada em troca do que o funcionário público que, além de consumir, contribui para a sociedade. O cientista brasileiro ainda se acha desobrigado com essa sociedade. Isso é notável na estrutura das universidades públicas brasileiras. 

De onde vem esse ranço que existe entre a Universidade e os setores produtivos, essa concepção de que esses dois lados não podem se misturar?

Vem do colonialismo e do fato de que o cientista acha a sua ciência superior a qualquer necessidade da sociedade. Todas as universidades latinas são assim. É diferente se você analisa as instituições norte-americanas, europeias e alemãs. Por exemplo: o ganhador do Prêmio Nobel de Física em 2005, Theodor Hänsch, foi também o ganhador do prêmio alemão de inovação tecnológica. Ele ajudou uma empresa. E isso é um orgulho para a Alemanha. Aqui seria uma perversão. Eu não estou querendo ser agressivo com a Universidade. É que se você não identifica o seu problema, você não muda o seu status. Há um outro provérbio que diz: a loucura consiste em fazer a mesma coisa e achar que os resultados serão diferentes. Apesar disso, acho que a USP é a melhor Universidade da América Latina, e, certamente, uma das maiores e melhores do Hemisfério Sul. É uma referência e tem que realmente se preocupar em estabelecer os novos referenciais de pesquisa, de conduta, de contribuição para a sociedade. E a inovação passa por tudo isso.

Há algum diferencial em São Carlos quando tratarmos dessa temática do empreendedorismo e da inovação?

São Carlos é uma cidade que antecedeu as iniciativas de inovação tecnológica no ambiente acadêmico. Há 30 anos, no campus da USP em São Carlos já se formavam empresas, principalmente dentro do Instituto de Física, onde nasceu a primeira fundação de apoio à tecnologia, o ParqTec. Isso aconteceu muito antes do governo e das agências de fomento começarem, institucionalmente, a se preocupar com a inovação. Como a cidade foi pioneira nessa questão, aprendeu, por experiência própria, que algumas coisas funcionam bem e outras não. Hoje, o parque de óptica de São Carlos é o maior do Hemisfério Sul, agrega cerca de 50 empresas da área. A grande mudança que noto é que, agora, a informação está muito acessível e tem permitido que as pessoas contemplem horizontes que antes não eram possíveis.




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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Equipe da USP São Carlos participa da copa do mundo de futebol de robôs

Competição internacional que começa neste sábado une futebol e inteligência artificial

Robôs disputam a categoria Small Size

Uma semana após a final da Copa do Mundo da FIFA, quem entra em campo são os robôs: o Brasil receberá pela primeira vez uma edição da RoboCup, o maior evento de robótica do mundo. A competição será realizada de 19 a 25 de julho em João Pessoa-PB. A equipe Warthog Robotics, formada por alunos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) e da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), está entre os times que representarão o Brasil na competição.

O campeonato reúne equipes representadas por universidades de 45 países, que têm como objetivo vencer partidas de futebol com robôs autônomos e livres de controles remotos. As regras são as mesmas do futebol convencional: dois tempos, chutes, marcação de gols, de faltas e até cobrança de lateral. Os jogos são observados por um juiz humano, muitas vezes com o auxílio de um juiz robô. 

A competição de futebol é dividida em cinco categorias principais. A equipe Warthog disputará a categoria Small Size, uma das mais antigas da RoboCup e que conta com 27 times, 5 deles brasileiros. Nessa modalidade seis robôs em cada time, cada um medindo até 18 centímetros de diâmetro e 15 de altura, jogam com uma bola de golfe. 

Integrantes do Warthog: histórico vitorioso

Além das disputas futebolísticas, o evento traz também outras categorias, como a Rescue, onde são apresentados robôs projetados para substituir humanos em arriscadas situações de resgate, e a Home, em que os robôs desempenham atividades domésticas. A programação conta ainda com oficinas voltadas para professores da rede pública, palestras e um simpósio para apresentações de trabalhos acadêmicos.

Histórico vitorioso - O Warthog Robotics tem tradição em competições deste tipo. O time já participou de edições anteriores da RoboCup na Holanda, México e Turquia. Já foi campeão brasileiro e latino-americano na categoria Very Small Size, e ocupou o pódio por diversas vezes em outras categorias. O Warthog surgiu em 2011 a partir da fusão dos dois únicos grupos de futebol de robôs da USP, o USPDroids (do ICMC) e o GEAR (da EESC). A união trouxe ao grupo fortalecimento no cenário nacional e internacional de robótica. 

Robôs em São Carlos - Em outubro, será a vez da cidade de São Carlos ser a anfitriã dos cientistas e seus robôs. A USP de São Carlos sediará a Joint Conference on Robotics and Intelligent Systems, um conjunto de competições e eventos científicos que reunirá pesquisadores das áreas de ciências de computação, engenharia elétrica, mecatrônica e afins. Dentre os eventos, estão a Latin American Robotics Competition (LARC), a Competição Brasileira de Robótica e a Olimpíada Brasileira de Robótica.


Informações:
Site da Rocoup: www.robocup2014.org
Assessoria de Comunicação do ICMC: Tel.: (16) 3373-9666 / comunica@icmc.usp.br

Defesas e qualificações da semana - 21 a 25 de julho


Qualificação de Mestrado em Ciências de Computação e Matemática Computacional
Recuperação de formas tridimensionais utilizando descritores de séries temporais
Aluno: Rafael Umino Nakanishi
Orientador: Afonso Paiva Neto
Quando: sexta-feira, 25 de julho, às 10h
Onde: Sala 3103
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Defesa de Doutorado em Matemática
Global solvability of systems on compact surfaces
Aluno: Giuliano Angelo Zugliani
Orientador: Adalberto Panobianco Bergamasco
Quando: sexta-feira, 25 de julho, às 11h
Onde: Sala 3002
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Mais informações:
Agenda de defesas e qualificações
Serviço de Pós-Graduação do ICMC
Tel. (16) 3373-9638
posgrad@icmc.usp.br

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Graduandos podem inscrever projetos independentes, de iniciação científica e tecnológica até 24 de julho

No dia 22 de agosto acontecerá no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) a primeira edição do Workshop de Iniciação Científica, Tecnológica e Projetos Independentes (WICTπ). O evento é parte da programação da 17ª Semana da Computação, e será realizado nas dependências do ICMC, no campus USP de São Carlos. As apresentações terão início a partir das 8h30 para a comunidade do Instituto e a partir das 10h30 para alunos do ensino médio. 

O WICTπ é uma extensão do antigo Workshop de Iniciação Científica e Tecnológica (WICT), que era voltado apenas para os projetos de iniciação científica realizados na universidade. O novo formato do evento visa os inúmeros estudantes que têm projetos independentes em paralelo com a graduação e a pós-graduação.

No WICTπ os estudantes têm a oportunidade de mostrar seus projetos para toda a comunidade universitária por meio de pôsteres e apresentações orais. Para os espectadores, é possível conhecer algumas das pesquisas feitas no Instituto. Serão abordadas temáticas relacionadas à computação e à tecnologia, como aplicativos, jogos eletrônicos e robótica.

Submissão de trabalhos - Para participar do WICTπ, basta estar matriculado em qualquer curso de graduação ou pós-graduação. Os alunos interessados devem submeter seus trabalhos até o da 24 de julho por meio do site semcomp.icmc.usp.br/17/wict. Os trabalhos aceitos serão publicados nos anais do evento e os melhores serão premiados.

Os artigos podem ser submetidos em duas trilhas: Iniciação Científica e Tecnológica (resultados de projetos de pesquisa realizados em nível de iniciação científica, iniciação tecnológica, ensinar com pesquisa, estágio em pesquisa, trabalho de conclusão de curso ou outro projeto realizado durante a graduação) ou Projetos Independentes (projetos de qualquer natureza em computação).

Mais informações no site do evento: semcomp.icmc.usp.br/17/wict



ICMC abre concurso para Livre-Docente


Estão abertas, de 17 a 31 de julho, as inscrições para o concurso destinado à obtenção de título de Livre-Docente no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. O edital contempla os seguintes departamentos e áreas do conhecimento:  
  • Departamento de Matemática (SMA): Análise; Álgebra Comutativa e Geometria Algébrica; Topologia e Singularidades;
  • Departamento de Ciências de Computação (SCC): Ciências de Computação; 
  • Departamento de Matemática Aplicada e Estatística (SME): Otimização; Matemática Computacional; Estatística e Probabilidade; Métodos Analíticos em Física-Matemática; Sistemas Complexos;
  • Departamento de Sistemas de Computação (SSC): Sistemas de Computação.
As inscrições podem ser feitas pessoalmente ou por procuração na Assistência Acadêmica do ICMC, situada à Avenida Trabalhador São-Carlense, 400, no campus da USP em São Carlos. Para obter mais informações sobre a documentação exigida, os prazos e as datas das provas, consulte o edital ATAc/ICMC-USP 042/2014 disponível em www.icmc.usp.br/e/75c05.


Mais informações
Assistência Acadêmica do ICMC
Tel.: (16) 3373-8109
sacadem@icmc.usp.br

quarta-feira, 16 de julho de 2014

ICMCotidiano: nova edição mostra o impacto do ICMC na criação de startups em São Carlos


Empreendedorismo é o tema que permeia a edição número 104 do ICMCotidi@no, revista trimestral do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. A publicação traz como destaque o impacto do ICMC na criação de aplicativos ou empresas da área de tecnologia, que fica cada dia mais evidente quando analisamos o efervescente cenário são-carlense de startups. O assunto estende-se às páginas do “Abre Aspas”, que traz uma entrevista com o coordenador da Agência USP de Inovação, Vanderlei Bagnato.

As 32 páginas da nova edição trazem, ainda, matérias sobre os principais eventos, visitas e pesquisas realizadas Instituto. Um dos destaques é a editoria "Talentos", que mostra o fruto da união entre a sensibilidade do fotógrafo e a sagacidade do cientista Marinho Andrade. 

A nova edição está disponível em formato PDF no portal do ICMC, e também na plataforma Issuu. Se preferir a versão impressa, basta retirar seu exemplar na Assessoria de Comunicação do ICMC.

Mais informações, críticas e sugestões
Assessoria de Comunicação do ICMC
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Do mundo para São Carlos: ICMC atrai pesquisadores por meio do programa Ciência sem Fronteiras

O objetivo é fortalecer a cooperação científica com universidades da Espanha, Portugal e Japão
 

Três professores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, foram contemplados com bolsas para pesquisadores visitantes nas últimas chamadas do programa Ciência sem Fronteiras (CsF). Com isso, eles atraem para São Carlos pesquisadores estrangeiros de talento, com destacada produção científica ou tecnológica.

As bolsas obtidas pelos professores do ICMC – Franklina Toledo, Regilene Oliveira e Seiji Isotani – fazem parte do projeto “Atração de Cientistas”, na categoria Bolsa Pesquisador Visitante Especial (PVE), e se referem a chamadas realizadas no segundo semestre 2013 e no primeiro semestre de 2014. O objetivo da iniciativa é oferecer apoio financeiro a projetos de pesquisa que visem, por meio do intercâmbio e da cooperação científica e tecnológica, promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência, da tecnologia, da inovação e da competitividade brasileiras.

Confira, a seguir, mais detalhes sobre os três projetos que cada pesquisador estrangeiro desenvolverá em São Carlos. 

José Fernando Oliveira (foto: FEUP)
Um aprimoramento nos processos industriais de corte – Durante o processo produtivo, um problema difícil do ponto de vista científico é o aproveitamento de matérias-primas submetidas a processos de corte. Trata-se de uma questão economicamente relevante para as empresas, com um importante impacto ambiental.

Com o objetivo de desenvolver modelos matemáticos e métodos computacionais para otimizar esse aproveitamento, a professora Franklina Toledo coordena um projeto para analisar especificamente o corte de peças irregulares. Nesse desafio, ela conta com o apoio da professora do ICMC, Marina Andretta, que é pesquisadora do projeto, e do professor visitante José Fernando da Costa Oliveira, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), de Portugal.

Oliveira esteve pela primeira vez no ICMC em 2010, quando recebeu financiamento do Governo Europeu e permaneceu aqui por 15 dias. Em 2013, esteve por mais dois meses no Instituto como professor visitante pela FAPESP e, em seguida, o atual projeto foi aprovado pela CAPES. Neste ano, devido à bolsa de pesquisador visitante, ele ficou no ICMC todo o mês de maio e retornará em 2015 e 2016.

De nosso dia a dia para a pesquisa em matemática - O fluxo de corrente elétrica em um circuito, a dissipação de calor em um objeto, a propagação das ondas sísmicas, o aumento e diminuição das populações, o movimento de fluidos, a geração de imagem feita por uma tomografia e outros exames de diagnósticos médicos são fenômenos de nosso dia a dia que podem ser descritos (ou modelados) por uma ou mais equações matemáticas envolvendo uma taxa de variação. Essas equações são conhecidas como sistemas de equações diferenciais. Para compreender e investigar problemas dessa natureza, podemos encontrar a solução explícita do conjunto de equações (o que acontece em raras ocasiões) ou empregar ferramentas matemáticas que nos permitam a descrição qualitativa da solução desejada. 

Jaume Llibre (foto: Unicamp)
A linha de pesquisa conhecida como teoria qualitativa das equações diferenciais ordinárias tem por objetivo a investigação de ferramentas matemáticas que viabilizem a investigação de fenômenos modelados por equações diferenciais ordinárias através do estudo geométrico-qualitativo das equações envolvidas. Para contribuir com as pesquisas realizadas no ICMC dentro dessa linha de investigação, a professora Regilene Oliveira, pesquisadora responsável pelo projeto, contará com a colaboração do professor visitante Jaume Llibre, da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), na Espanha. Llibre é pesquisador líder do grupo de sistemas dinâmicos da UAB e sua primeira visita ao Brasil pelo projeto será em setembro deste ano, quando ficará 30 dias no ICMC. Outras visitas estão previstas para 2015 e 2016.

Segundo a pesquisadora, o projeto aprovado permitirá manter e intensificar a relação de colaboração existente entre o grupo brasileiro de teoria qualitativa e o grupo espanhol liderado pelo professor Llibre, dando ainda oportunidade aos pesquisadores mais jovens de se fortalecerem e realizarem estágio junto à UAB. 

Além do apoio financeiro para visitas do professor Llibre ao Brasil, foram concedidas três bolsas de doutorado sanduíche, três bolsas de pós-doutorado no exterior e organizadas diversas missões de trabalho para Espanha beneficiando os pesquisadores brasileiros envolvidos na pesquisa. Ao todo, 32 pessoas participam do projeto, entre pesquisadores e alunos de pós-graduação.

Um estudo sobre as tecnologias educacionais inteligentes – A área de computação aplicada à educação compreende, basicamente, a pesquisa e inovação sobre as técnicas, ferramentas e tecnologias da computação que podem ser utilizadas para facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Dentre as principais linhas de pesquisa realizadas no ICMC, nessa área, está a formação de grupos de aprendizagem. 

Isotani e Mizoguchi
Para apoiar as pesquisas realizadas nesse tema, o docente do ICMC Seiji Isotani contará com o apoio do professor Riichiro Mizoguchi, da Universidade de Osaka, no Japão. A primeira visita de Mizoguchi ao ICMC está marcada para setembro deste ano, quando ele passará um mês no país. 

“Internacionalmente reconhecido na área de tecnologias educacionais inteligentes e ontologias, Mizoguchi irá trabalhar conosco para desenvolver ferramentas a fim de auxiliar a aprendizagem personalizada em grupo”, contou Isotani.

Ainda segundo Isotani, a formação de grupos efetivos de aprendizagem não pode ser realizada aleatoriamente, mas sim a partir da análise de vários critérios. Por exemplo, há muitos pesquisadores que enfatizam a necessidade de combinar, em um mesmo grupo, alunos com níveis de conhecimento variados, pois, com essa heterogeneidade, podem ser alcançados melhores resultados de aprendizagem. Exemplos de outras questões que devem ser levadas em conta na hora de formar um grupo são os aspectos culturais, socioeconômicos, religiosos e motivacionais dos participantes.

Nesse contexto, o desafio é formalizar e detectar quais são essas características e suas relações que possibilitam a formação dos grupos efetivos de aprendizagem. A partir da identificação desses aspectos, os pesquisadores buscam construir algoritmos – sequências de comandos passados para um computador – para que esses grupos sejam formados automaticamente da melhor forma possível.


Texto: Ronaldo Castelli – Assessoria de Comunicação ICMC/USP


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