Projeto receberá US$ 500 mil pelos próximos dois anos |
Uma armadilha inteligente que identifica insetos pelo bater de suas asas é um dos 21 projetos selecionadas em um desafio de combate ao vírus zika lançado pela USAID,a agência do governo dos Estados Unidos para o desenvolvimento internacional. O projeto é coordenado pelo professor Gustavo Batista, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Ele é o único pesquisador brasileiro selecionado nessa primeira etapa do desafio e receberá um financiamento de US$ 500 mil pelos próximos dois anos.
“Em momentos de crise como o que
estamos vivendo, em que os recursos para a pesquisa estão cada vez mais
escassos, é muito importante buscarmos oportunidades de financiamento além das
agências de fomento nacionais”, ressalta o professor. A armadilha desenvolvida
é capaz de identificar a espécie e o sexo do mosquito pelo movimento das asas.
“Quando o mosquito se movimenta, ele bate as asas em certa frequência e isso
permite distinguir uma espécie de outra”, afirma Batista. O sistema captura apenas
a espécie desejada (nesse caso, o Aedes aegypti), contabiliza os mosquitos e repassa
essa informação para um aplicativo de smartphone, via tecnologia Bluetooth.
O objetivo principal é chamar a
atenção para que os moradores, ao saberem da presença do mosquito, tomem
medidas para fazer o controle. O sistema permite que se faça um comparativo da
quantidade de mosquitos capturada de cada espécie no ambiente ao longo do
tempo. Segundo o pesquisador, a expectativa é de que, entre um e dois anos, já
exista um protótipo de um produto que possa ser inserido no mercado.
A pesquisa teve início em 2011,
quando o professor Batista estava fazendo seu pós-doutorado na Universidade da
Califórnia, em Riverside, nos Estados Unidos. Nessa época, o Laboratório de
Inteligência Computacional (LABIC) do ICMC estabeleceu uma parceria com
pesquisadores da universidade norte-americana. Também nesse tempo o trabalho
foi financiado pela FAPESP e pela Fundação
Bill and Melinda Gates. Na ocasião, o objetivo da pesquisa era criar um
sensor específico para os vetores da malária. Além disso, o projeto já recebeu recursos do Google e foi contemplado, recentemente, no programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP.
Saiba mais sobre o projeto
Tecnologia inovadora desenvolvida no ICMC contribui para combater dengue, malária e pragas agrícolas
Mais informações
Assessoria de Comunicação do
ICMC: (16) 3373.9666
E-mail: comunica@icmc.usp.br