segunda-feira, 15 de junho de 2015

Olimpíada Brasileira de Robótica registra recorde de participação em São Carlos

12 equipes consagraram-se campeãs no último final de semana durante a modalidade prática da Olimpíada, que aconteceu no ginásio de esportes da USP

Em todo o Brasil, 2,5 mil equipes se inscreveram na modalidade prática da OBR

“O que eu acho mais legal da robótica é a forma de aprender, não com alguém ensinando, mas com você descobrindo. É o que mais diverte”, explicou, entusiasmado, o estudante Luís Vinícius Paudissera, 16 anos, exibindo a medalha de ouro que recebeu durante a etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) em São Carlos. Luís e mais três colegas são do Sesi Rio Preto Robotic Team, de São José do Rio Preto, uma das 200 equipes que se inscreveram para participar da competição que aconteceu no último final de semana, dias 13 e 14 de junho, no ginásio de esportes da USP, em São Carlos.

“Nós nos esforçamos para que todas as equipes possam competir em nível de igualdade”, declarou a coordenadora da etapa regional da OBR, Roseli Romero, durante a abertura do evento. Professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, Roseli destacou que, este ano, a competição registrou um verdadeiro recorde de participação: o número de inscritos dobrou em relação ao ano passado, quando 99 equipes da região participaram da modalidade prática. 

Roseli durante a abertura do evento, no ginásio de esportes da USP em São Carlos

A participação das escolas estaduais da região também aumentou: no ano passado, foram 6 equipes, da quais uma chegou à final nacional; este ano, 23 times competiram. “Nossa meta é dobrar o número de equipes no próximo ano”, disse a dirigente regional de ensino, Débora Blanco. Segundo ela, por meio de projetos atrelados ao currículo dos alunos, foi possível obter recursos da secretaria de Educação do Estado de São Paulo e adquirir os kits de robótica para as escolas. “Precisamos despertar o interesse dos nossos alunos para a ciência. Com a robótica, eles desenvolvem habilidade e competências que perpassam todas as disciplinas”, concluiu.

Este ano, em todo o Brasil, 2,5 mil equipes se inscreveram na modalidade prática da OBR. “Cerca de 20% desse total, 547 equipes, são do Estado de São Paulo”, explicou Flavio Tonidandel, representante estadual da competição e professor do Centro Universitário da FEI, em São Bernardo do Campo, onde acontecerá a etapa estadual da OBR no dia 8 de agosto. Participarão dessa etapa as equipes que melhor se classificarem em todas as regionais. Em São Carlos, 12 times conquistaram medalhas (ouro, prata e bronze) nos dois níveis que compõem a OBR: o nível 1, voltado aos alunos do ensino fundamental, e o nível 2; destinado a quem está no ensino médio e técnico (confira o nome dos vencedores no final da reportagem).

Educando o robô – “Se a gente não for educado com o robô, ele não faz o que a gente pede”, explicou a estudante Nicoli Costa, de 10 anos. No aplicativo que ela e seu time usou para ensinar o robô, antes de dar qualquer ordem, era preciso sempre começar com a palavra “Por favor” e terminar com “Obrigado”. Nicoli estuda na escola municipal Governador Mário Covas, em Tupã, a cerca de 340 quilômetros de São Carlos. Ela veio participar da competição junto com mais seis equipes de Tupã. Chegou na tarde do dia 12, dormiu em um hotel e estava animada para participar da OBR depois da longa jornada que incluiu a montagem do robô e a programação. 

Nicoli (à esquerda) com sua equipe: de Tupã para São Carlos

Nas pistas de competição, que são plataformas de madeira, simula-se o resgate de uma vítima e os robôs precisam ter sido programados para enfrentar os desafios sozinhos. No ano passado, a vítima era representada por uma lata. Este ano, passou a ser uma bola prata. No nível 1, basta o robô encontrar a vítima. Já no nível 2, além de encontrá-la, deve pegá-la e jogá-la dentro de um triângulo de madeira. Nesse nível, o robô pode resgatar mais do que uma vítima. 

Na opinião do professor Marcelo Prado, da escola estadual professora Alice Madeira João Francisco, de São Carlos, que trouxe duas equipes para participar da competição, foi essencial fazer o curso preparatório oferecido no ICMC. “É a segunda vez que participamos. Este ano foi bem melhor, porque tivemos cinco aulas preparatórias junto com os oito alunos. Eles gostaram muito de conhecer o ambiente da Universidade”, contou Prado. “Conseguimos tirar dúvidas com os professores que estavam dando as aulas, especialmente em relação à forma como devíamos lidar com os sensores e calibrá-los”, completou. “Eu era apenas um tutor, colocava os desafios e os alunos iam buscar as respostas sozinhos. Temos muitos desafios ainda a enfrentar, mas vale a pena participar”, concluiu o professor.

Marcelo (em pé, o quarto da esquerda para a direita) destacou importância de participar do curso preparatório
Enquanto a competição rolava no térreo do ginásio de esportes da USP, no primeiro andar, acontecia a última aula do curso extensão O uso das tecnologias na aprendizagem: Excel, Word, PowerPoint e Robótica. Coordenado pelas professoras do ICMC Esther Prado e Miriam Utsumi, o curso contou com a participação de nove professores de escolas da região e oito estudantes do ensino básico. Usando cinco kits de robótica, eles também montaram seus robôs e construíram uma pista para testes. “A robótica encanta porque há muitos desafios para serem enfrentados. Por isso, optamos por encerrar o curso aqui na OBR”, finalizou Esther.

O evento contou com o apoio do ICMC, do Centro de Robótica de São Carlos, da Escola de Engenharia de São Carlos, da prefeitura do campus da USP em São Carlos, da UFSCar e da Comissão Especial de Robótica (CER) da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Entre os docentes envolvidos com a realização da OBR também estão o professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSCar, Rafael Aroca, que é vice-coordenador geral da OBR; o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da EESC e coordenador do CROB, Marco Henrique Terra; o coordenador do CER, Fernando Osório; a professora do Departamento de Engenharia Elétrica da UFSCar, Tatiana Pazelli; e a professora do Colégio Técnico de Campinas (COTUCA) da UNICAMP, Cintia Aihara.



Confira os vencedores

Sábado, 13 de junho -  Nível 1 (ensino fundamental)
Medalha de ouro: equipe Sigma 1, de São Carlos.
Medalha de prata: equipe Sigma 2, de São Carlos.
Medalha de bronze: equipe O.G.E.L. Valinhos, de Valinhos.

Sábado, 13 de junho - Nível 2 (ensino médio e técnico)
Medalha de ouro: equipe Sesi Rio Preto Robotic Team, de São José do Rio Preto.
Medalha de prata: equipe Sesi Jabuka Force, de Jaboticabal.
Medalha de bronze: equipe Sesi T-Rex, de Monte Alto.

Domingo, 14 de junho - Nível 1 (ensino fundamental)
Medalha de ouro: equipe Rio Branco 1, de Campinas.
Medalha de prata: equipe Sabin 2, de Ribeirão Preto.
Medalha de bronze: equipe Robótica Ourinhos Roboteam, de Ourinhos.

Domingo, 14 de junho - Nível 2 (ensino médio e técnico)
Medalha de ouro: equipe Xablebous Team, de São Carlos.
Medalha de prata: equipe IFSP, de São Carlos.
Medalha de bronze: equipe Átons, de Araras.

Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP

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E-mail: comunica@icmc.usp.br