sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Manter excelência e expandir inserção social é o compromisso dos novos dirigentes do ICMC

Durante cerimônia de posse, que contou com a presença do reitor Marco Antonio Zago, diretor e vice-diretora relembraram trajetória na USP, destacando a necessidade do Instituto continuar avançando nas contribuições em ciência, tecnologia, inovação e políticas sociais, sempre buscando atender às necessidades de evolução das sociedades paulista e brasileira

Da esquerda para a direita: Maria Cristina, Zago, Nolasco de Carvalho e Ignácio Poveda

Quando ele se inscreveu no vestibular da FUVEST, imaginava que todas as unidades da USP ficavam no campus da USP em São Paulo, capital. Ao tomar posse como diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP nesta quarta-feira, 19 de novembro, Alexandre Nolasco de Carvalho relembrou o “deslize” que o fez vir do Espírito Santo para o interior paulista.

Natural de Divino de São Lourenço, o município menos populoso do Espírito Santo com cerca de 4,5 mil habitantes, Alexandre Nolasco de Carvalho foi estimulado a cursar a melhor universidade do país por sua irmã e seu cunhado, que moravam em São Paulo, capital, e enviaram o manual da Fuvest para o garoto. Era 1979 e, nesse tempo, o rapaz já morava em Vitória, onde cursava a Escola Técnica Federal do Espírito Santo e o curso preparatório para o vestibular no Colégio Salesiano.

Ao preencher a ficha de inscrição para o vestibular, viu que havia cursos de engenharia disponíveis na Escola Politécnica e na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Assinalou a EESC como primeira opção. Mas só descobriu que sua escolha implicava morar a 240 quilômetros da capital paulista quando passou no vestibular. “Vim a São Carlos para fazer a matrícula e descobri que não poderia solicitar remanejamento da vaga para São Paulo, pois havia passado em minha primeira opção”, conta o diretor.

Nesse dia, voltou a São Paulo sem se matricular e com a certeza de que não estudaria mais na USP. Convencido pela família, o jovem retornou a São Carlos e fez a matrícula no último dia. Foi morar no alojamento da Universidade, onde conheceu o amigo Paulo Ogata, que o apresentou ao problema da Braquistócrona*. Encantado com o assunto, engajou-se em um projeto de iniciação científica e nunca mais abandonou a matemática. Depois de concluir o curso de Engenharia Elétrica na EESC, veio fazer mestrado no ICMC em 1985, onde foi contratado em março de 1986 e trabalha até hoje.

Já a trajetória da vice-diretora do Instituto, Maria Cristina de Oliveira, é um exemplo da transformação que a educação pode trazer para a sociedade. “Foi a presença da USP e da UFSCar em São Carlos, minha cidade e de meus pais, que permitiu às cinco filhas de uma família sustentada por um pai motorista e uma mãe dona de casa formarem-se e obterem o grau de doutoras”, contou a professora em seu discurso de posse.

“Eu e minhas quatro irmãs sempre estudamos em escolas públicas, da pré-escola à universidade. Hoje, nós cinco somos docentes de universidades públicas”, completa a professora, que entrou no ICMC em 1982 para cursar Ciência da Computação. “Meus pais tiveram a sabedoria de eleger a formação das filhas como prioridade de vida, em uma época em que muitas famílias em condições socioeconômicas semelhantes ainda acreditavam que o melhor destino possível para uma mulher seria um bom casamento”, finaliza.



Patrimônio brasileiro – Durante a cerimônia de posse, o reitor Marco Antonio Zago ressaltou a necessidade de reafirmar com veemência que a USP é o maior patrimônio de ciência, tecnologia, humanidades e de educação superior do Brasil, destacando que seu impacto na vida do Estado de São Paulo é imenso. “Sem a USP, certamente nem São Carlos nem Ribeirão Preto seriam dois dos polos de educação superior e técnica mais expressivos do país, bem como também não haveria parque tecnológico em São Carlos”, afirmou o reitor.

Ele também lembrou que a reitoria e as unidades devem trabalhar juntas para fortalecer as atividades-fim da Universidade. “Quero reafirmar que o professor Nolasco e que a professora Maria Cristina podem contar com o decidido apoio da Reitoria, e com o meu apoio em particular, para fazer progredir o projeto acadêmico do ICMC”, finalizou.

Esse projeto acadêmico, na opinião do novo diretor e da nova vice-diretora, será baseado em sete aspectos fundamentais que devem caracterizar uma unidade de ensino e pesquisa com excelência acadêmica, como o ICMC: excelência em ensino; excelência em pesquisa; excelência em infraestrutura; excelência no corpo técnico-administrativo; envolvimento e comprometimento institucional; continuidade nas políticas institucionais; e inserção social.

“Mais do que o trabalho de gestão e administração em que nos engajamos, estou ciente da necessidade de atuar para que o ICMC possa cumprir cada vez melhor suas missões perante as sociedades paulista e brasileira, tanto no que concerne à formação de recursos humanos quanto à geração e transferência de conhecimento”, destacou Maria Cristina. Segundo ela, contribuir na busca de soluções para melhorar a qualidade de vida da população é um dos principais desafios do Instituto.

“O ICMC foi afortunado de ter, nos anos de sua existência, professores-pesquisadores que compreenderam a grandeza de sua tarefa e nos trouxeram ao estado atual. A continuidade dessa tarefa requer que nos engrandeçamos nos ombros desses gigantes, para que, em nossos ombros, cresçam os gigantes do futuro”, finalizou Alexandre Nolasco de Cavalho.




*Observação:
O nome “braquistócrona” se refere à curva que permite a um corpo em condições ideais realizar um mesmo percurso unindo dois pontos dados em menor tempo (Fonte: icmc.usp.br/e/5f3cf).


Fotos: Reinaldo Mizutani - Assessoria de Comunicação do ICMC/USP


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