quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ICMC recebe as universidades historicamente negras dos EUA

Em busca de acordos acadêmicos no Brasil, delegação composta por sete professores representando 105 universidades norte-americanas conheceu a USP São Carlos


Aumentar a mobilidade estudantil e estudar parcerias
científicas foram os objetivos da visita
Parceiras do programa Ciência sem Fronteiras, as Universidades e Instituições Comunitárias de Ensino Superior Historicamente Negras (HBCU, sigla em inglês) dos Estados Unidos estiveram na sede do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), na USP São Carlos, na sexta-feira, 23 de agosto, com o intuito de estabelecer futuros acordos acadêmicos que facilitem a mobilidade dos estudantes de graduação e pós-graduação, além de analisar a possibilidade de parcerias na área científica.

As HBCU destacam-se pelo ambiente universitário acolhedor e de excelência acadêmica, assim como por seu legado para as necessidades específicas da população afro-americana. Elas foram fundamentais para a inclusão dessa população na formação de nível superior até 1964, quando uma lei federal norte-americana tornou ilegal a proibição do ingresso de estudantes negros em instituições de ensino superior, prática exercida por vários estados no sul do país até então.

Segundo a coordenadora da aliança entre as HBCU e o Brasil, Joan Robinson, existem hoje, nos EUA, 105 instituições e universidades de ensino superior historicamente negras. “Realizamos uma pesquisa com essas instituições e universidades para determinar quantos estudantes cada uma delas poderia receber em 2013”, explicou Robinson, que também atua na área de relações internacionais na Universidade Morgan State

Nessa primeira rodada, cerca de 240 estudantes foram recebidos por, aproximadamente, 36 instituições que fazem parte das HBCU. A ideia é ampliar esse número no próximo ano e aumentar para 50 o total de instituições aptas a receber esses estudantes.

Robinson: meta é aumentar o número de estudantes brasilieros nas HBCU
Hoje, entre 60% e 70% dos mais de 300 mil estudantes das HBCU são negros, que encontram apoio para superar preconceitos raciais nessas instituições, em que é possível aprender sobre a cultura e a história dos povos africanos.

Além de Robinson, a delegação foi composta pelos seguintes professores: Funwi Ayuninjam, da Central State University; Donald Palm, da Florida A&M Univeristy; Mohamed Chouikha, da Howard University; Sametria McFall-Dickerson, da Savannah State University; Marilyn Sutton-Haywood, da Shaw University; Maxine Sample, da Virginia State University.

Cada um desses professores apresentou informações resumidas sobre suas instituições. O destaque foi a informação trazida por Chouikha, da Howard University. Ele afirmou que os estudantes têm a oportunidade de passar por uma experiência dentro de empresas norte-americanas durante um programa de verão oferecido pela universidade.

Veiga apresentou dados sobre a USP e destacou a atuação do ICMC

Conhecendo melhor a USP São Carlos

O presidente da Comissão de Relações Internacionais do Instituto, Paulo Veiga, apresentou dados sobre a USP, contextualizando a relevância da Universidade no cenário nacional e internacional. “Há um esforço para que nos tornemos mais e mais internacionais, mas a USP sempre foi internacional, desde quando Lévi-Strauss passou por aqui”, afirmou Veiga, referindo-se ao período em que o antropólogo Claude Lévi-Strauss lecionou sociologia na recém-fundada USP, de 1935 a 1939.

Veiga também apresentou os curso de graduação e os programas de pós-graduação existentes no ICMC, além de entregar aos visitantes um exemplar do catálogo de pesquisa do Instituto, lançado recentemente. “A Microsoft incorporou ao editor de texto Word um revisor gramatical para o português brasileiro desenvolvido em um dos grupos de pesquisa do ICMC”, revelou o professor. 

Já a professora Anja Pratschke, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU), explicou que o curso oferecido pelo Instituto é mais voltado à formação de urbanistas capazes de desenvolver políticas públicas, os quais irão atuar, na maioria das vezes, em organizações e no setor público. Ela também ressaltou que a barreira linguística costuma não ser um problema para os estrangeiros, pois eles normalmente aprendem a falar português com rapidez. Arquiteta alemã, Pratschke vive no Brasil desde 1991 e citou o próprio exemplo: “aprendi português em seis meses ao assistir às aulas na Universidade”.

O professor Andrei Leitão, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), também participou do encontro. Ele destacou que São Carlos é a cidade com o maior número de doutores por habitante no Brasil e que, no Instituto, há muitos estrangeiros fazendo mestrado e doutorado. “Nossa ideia é atrair cada vez mais alunos do exterior”, completou. 

Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC

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